terça-feira, 2 de agosto de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DO EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO SOCIOPOLÍTICA, HUMILDADE, ESPIRITUALIDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE (69/101)

(Agosto = mês 69; faltam 101 meses para a Primavera Brasileira)

“Salvem o agro

       Faltando algumas semanas para as eleições, não se veem propostas de candidatos para salvar o agronegócio de três ameaças que sofrerá.

         A primeira é ecológica. O agronegócio não sobreviverá às mudanças climáticas que ele ajuda a provocar. A destruição de florestas fatalmente afetará a produção da agricultura local, por isso a necessidade de regras para conservar matas é uma necessidade do agronegócio. Muitos produtores, com lógica imediatista, não veem a conservação florestal como parte da produção agrícola. Há candidatos que não se preocupam com o equilíbrio ecológico, outros, movidos por preconceitos ideológicos, consideram o agronegócio um adversário, porque não fazem contas para saber o que seria da economia sem o agro.

         O novo governo deve ser defensor das florestas do mundo, inclusive da Amazônia, para salvar o agronegócio, negociando com empresários para convencê-los a defender os interesses nacionais no longo prazo. Propondo uma governança mundial para todas as florestas, inclusive as nossas.

         A segunda ameaça ao agronegócio vem do boicote que se arma no mundo contra a importação de produtos brasileiros. O próximo governo tem de ser capaz de usar a diplomacia para evitar o desastre da economia brasileira quanto, em defesa da saúde da Terra, compradores se negarem a adquirir nossos produtos. Inicialmente, nossos escravocratas usaram o conceito de soberania para justificar a continuação do tráfico. O bom senso prevaleceu, e o Brasil fez sua própria lei proibindo o tráfico. Para os europeus de hoje, a queimada da Amazônia é vista como barbárie brasileira, do tipo de escravidão no século XIX.

         O terceiro salvamento do agronegócio tem a ver com o óbvio esgotamento dele no médio e longo prazo, devida a mudanças tecnológicas, geopolíticas e ambientais. Muitos não querem ver, mas aconteceu no passado. As riquezas do açúcar e do algodão se esgotaram no Nordeste, quando a produção foi levada para o Caribe e o sul dos Estados Unidos; a imensa riqueza da borracha se esgotou no Norte, quando seringueiras foram levadas para a Malásia, e quando a borracha sintética foi inventada.

         O Centro-Oeste precisa se preparar para o futuro, quando a China produzir soja e carne na África, na metade da distância para seus centros consumidores, ou até mesmo na Sibéria russa, levando produtos de trem para Pequim. O próximo governo precisa salvar o agronegócio, preparando-o para os novos tempos da economia do conhecimento. Para tanto, o próximo governo precisa oferecer condições para, aliado aos empresários, formular um rumo que faça do Centro-Oeste o nosso Vale do Silício: investir na educação de base, universidades e centros de pesquisa, em uma estratégia para salvar o agronegócio, mesmo depois dele, transformando-o no chip-negócio da economia do futuro.”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de julho de 2022, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 22 de julho de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Alicerçar a vida

       O dom sagrado de viver é também tarefa, regida por lógicas que definem o cotidiano de cada pessoa, a vida comunitária, institucional, familiar e religiosa. As lógicas indispensáveis para alicerçar a vida incluem aquelas que se relacionam aos processos de conscientização social e política. Quando são considerados os ataques à democracia percebe-se que há carência de compreensão sobre o exercício da cidadania. E os estreitamentos de mentalidades precisam de oportunos tratamentos, por processos de formação capazes de construir novos entendimentos, distantes das polarizações que fanatizam, desdobrando-se em violência, criando um clima de insegurança e de medo. Sem lúcidos e qualificados processos de conscientização sociopolítica, corre-se o risco de não ser priorizado o bem comum. Dentre as consequências está a falta de atenção a relevantes campos, a exemplo da salvaguarda do meio ambiente, com novas lógicas no tratamento da casa comum, e a superação dos vergonhosos cenários de desigualdade social.

         Sem adequados processos de conscientização, corre-se sempre o risco de considerar o dinheiro mais importante em relação aos princípios, às perspectivas humanistas ou às soluções vigorosas para a superação da miséria e da exclusão social. O sentido de cidadania precisa contar com os investimentos permanentes e consistentes em processos de conscientização social e política. Na contramão desses investimentos, o que se vê é uma estreita compreensão a respeito da cultura, por não se reconhecer que valores e princípios definem projetos e a própria sociedade. Consequentemente são acentuados, dolorosamente, os preconceitos e as crescentes discriminações que impõem pesos e perdas, até irreparáveis, impossibilitando a contribuição indispensável de cada cidadão nos processos de desenvolvimento integral, que permitem o crescimento de todos.

         Há de se prestar atenção ao recrudescimento assombroso de discriminações e preconceitos, revelando a carência de processos educativos que favoreçam o reconhecimento do nobre sentido da convivência humana e da construção da sociedade, sobre os alicerces da fraternidade universal e da igualdade entre as pessoas. Providências urgentes devem ser adotadas para que sejam respeitados os padrões e as dinâmicas que garantam a civilidade. Ante essas necessidades, atenção redobrada deve ser dedicada ao atual contexto eleitoral. A responsabilidade cidadã exige qualificação de discursos eleitorais, especialmente quanto são consideradas as facilidades tecnológicas no campo da comunicação. A apropriação de redes sociais como instrumento de desinformação, disseminando notícias falsas para manipular a opinião pública em favor de um determinado projeto político, representa sério risco para a sociedade.

         Percebe-se, quando são considerados os muitos problemas no exercício da cidadania, a acentuada carência social de uma formação humana que sustente adequada consciência sociopolítica. Uma realidade preocupante, que pode ser revertida com a vivência da espiritualidade – isto é, a adoção de uma via mística. Uma via longe, muito longe, dos interesses político-eleitorais de certos segmentos e grupos religiosos que simplesmente almejam conquistar adesões a projetos de poder. Investir na espiritualidade é remédio para curar desequilíbrios, alimento para qualificar o sentido da vida e cultivar no coração humano sentimentos que promovam um discurso sapiencial – aquele que promove a verdade e a defesa do bem. A espiritualidade possibilita uma sabedoria capaz de reconhecer a beleza e o sentido de cada pessoa, inclusive aquela com quem se diverge – todos irmãos e irmãs.

         A espiritualidade – experiência de crer no transcendente e, de modo coerente com a fé, buscar constantemente o amadurecimento – possibilita superar descompassos, acertar rumos. Assim, oportuno é acolher o que ensina a preciosa narrativa dos chamados “Padres do Deserto”: “Um irmão perguntou a um ancião: como poderei encontrar Deus? Será pelos jejuns, trabalhos e vigílias ou obras de misericórdia? O ancião respondeu: em tudo o que dizes... especialmente pela humildade”. É hora de mais humildade, para alicerçar a vida no horizonte da espiritualidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,89%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

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