(Julho = mês 79; faltam 91 meses para a Primavera Brasileira)
“Surge um líder... e agora?
O
lugar de um líder dos países pobres estava vago desde a queda do socialismo e
do esgotamento do desenvolvimentismo. Mas, com os discursos em Sharm Sheikh e
em Paris, Lula está preenchendo essa vaga de líder mundial. Ele tem a formação
política, sensibilidade social e carisma e conta com o apoio do nosso
competente corpo diplomático, para consolidar seu papel de líder mundial ao
encampar quatro causas fundamentais deste momento: meio ambiente, pobreza,
desigualdade e migração.
Lula
não tem amarras do passado, não é nostálgico do socialismo, entende os novos
tempos globais e defende as novas classes espoliadas: gerações futuras,
ameaçadas pela crise ecológica; os pobres, os náufragos e refugiados.
E ele
se tornou o porta-voz dos milhões de descontentes com o presente e em busca de
um novo rumo para o futuro. Líder do mundo global, em um novo tempo, com uma
nova esquerda pós-socialismo e pós-nacionalismo. Para surpresa da esquerda
tradicional, defende livre comércio e iguala luta social a luta ecológica.
Mas, e
agora?
Em
setembro deste ano, Lula tem condições de consolidar sua liderança, no discurso
de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Será a oportunidade para ir
além do discurso crítico, apresentar propostas para o futuro e mostrar que o
Brasil é capaz de executar estratégia e ser exemplo de um novo desenvolvimento
sustentável e inclusivo. Deverá dar o exemplo interno de que suas propostas
para o mundo funcionam no Brasil.
Nas
Nações Unidas, Lula pode propor um Bolsa Família mundial, vinculado à educação,
que supere a pobreza. Precisa indicar qual é nossa estratégia para que em
futuro próximo nenhum brasileiro saudável necessite de bolsas e auxílios para
sobreviver. Iniciar a execução de um sistema escolar nacional com máxima
qualidade igual para todos, independentemente da renda e do endereço.
Sinalizar
que, além de proteger florestas, tem plano e metas para o uso sustentável dos
recursos naturais, realizando um desenvolvimento que aumente e distribua a
renda nacional, sem degradar a natureza sob nossa responsabilidade, mas que
reconhecemos pertencer à humanidade inteira. Defender o direito universal a
vacinas.
Mostrar
que nossa democracia é sólida, com diálogo entre todas as tendências políticas,
e sem as corrupções, no comportamento dos políticos, nas prioridades das
políticas, ou na desvalorização da moeda. Conclamar os presidentes de todos os
países a construirmos um mundo melhor e mais belo para todos.
Lembre-se
de que não há líder mundial sem sucesso local. O mundo espera que não
desperdiçamos o momento: que Lula e o Brasil apontem o rumo e mostremos como
estamos fazendo internamente para construir desenvolvimento sustentável, justo,
democrático e pacífico.”.
(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e
membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de junho de
2023, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Cisco no olho
‘Por
que reparas no cisco no olho do teu irmão e a trave no próprio olho não
percebes?’ A interrogação interpelante de Jesus, em uma das cena1s do Sermão da
Montanha, narrativa do Evangelista Mateus, contribui para qualificar o
relacionamento entre cidadãos. O Mestre conhece a largueza do coração dos seus
discípulos pela medição magistral que pode fazer. Jesus reconhece nas reações e
posturas daqueles que O seguem as estreitezas configuradas pela soberba, pelo
orgulho e pelo enrijecimento. A soberba, o orgulho e o enrijecimento alimentam
a convicção de que o próprio juízo é o melhor e quem nele não se enquadrar não
serve, matando a possibilidade do reconhecimento das riquezas nascidas das
diferenças. A interrogação apresentada por Jesus contribui, pois, para que o
ser humano saiba adequadamente se relacionar, administrando divergências, com
respeito a princípios e valores inegociáveis.
Jesus
treina seus discípulos para que possam desenvolver a competência espiritual de
produzir juízos capazes de alavancar o desenvolvimento humano integral,
assumindo as responsabilidades e as consequências de posturas e de escolhas. A
configuração metafórica na articulação das imagens do “cisco” e da “trave”
remete o ser humano à condição indispensável da humildade. Trata-se de meta a
ser alcançada, particularmente, pela soberana prática da escuta. Isto significa
demover as montanhas de orgulhos que alicerçam preconceitos e discriminações.
Os contaminados por preconceitos e discriminações são incapazes de respeitar a
dignidade do ser humano. Agir com deferência não pode ser simplesmente uma
formalidade vivenciada no encontro entre as pessoas. Trata-se de
verdadeiramente respeitar a dignidade humana nos relacionamentos que integral a
vida em sociedade.
O
Mestre considera hipócrita aqueles que não tiram a trave do seu próprio olho e
se arvoram em tirar o cisco do olho alheio. São pessoas incapazes de adotar um
indispensável critério – alicerçado na superação de preconceitos, da soberba de
achar-se dono da verdade. Trata-se de investir no que constrói entendimentos,
promove avanços humanitários e relacionais, corrigindo descompassos, superando
autoritarismos e imposições que buscam destruir aqueles com quem são
estabelecidas divergências. Cada pessoa, o tempo todo, deve se autoavaliar,
observando seus próprios juízos, para, assim, não se tornar alguém que impõe
ideias. É preciso ser vigilante também para não fazer escolhas políticas e
econômicas prepotentes, que ferem a ética, essencial à convivência humana.
Jesus
faz importante recomendação: “Tira primeiro a trave do teu próprio olho, então
enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão!” Acolher a orientação
do Mestre e, assim, buscar a superação das próprias estreitezas, antes de
julgar o semelhante, possibilita a qualificação do ser humano. Contribui para a
consolidação de uma linguagem cuja gramática é capaz de promover a
reconciliação na família humana. Aponta-se, pois, a essencialidade de colocar
diante de si a meta de ser especialista em relacionamento, pela competência de
ajudar a formar ambientes de entendimento, favoráveis à promoção do bem comum.
Na construção da sociedade, não basta o conhecimento técnico, pois nada
substitui a competência de promover relações saudáveis, uma autêntica arte. O
relacionamento qualificado é aquele que contribui para fazer a sociedade
avançar na direção da verdade. O ponto de partida para promovê-lo é cultivar a
autoconsciência, tarefa humana e espiritual que pode conduzir cada pessoa a um
desempenho adequado à construção de uma sociedade justa e solidária.
A
exigência de se cultivar a autoconsciência remete o ser humano a se fazer
interrogações determinantes: “Quem sou eu? De onde venho e para onde vou?” As
respostas a essas interrogações são impulsos fundamentais, permitindo corrigir
descompassos. Importante sublinhar: Jesus, na sua maestria, adverte seus
discípulos com o objetivo de prepará-los para que sejam capazes de enxergar a
realidade com mais clareza. Assim, conseguir dar uma orientação mais adequada
para suas atitudes, investindo na reciprocidade: o relacionamento é a
construção daquela reciprocidade que não permite ao indivíduo encastelar-se e
si mesmo, pois esse aprisionamento o condena a sempre interpretar a realidade
segundo, unicamente, os seus próprios parâmetros e critérios. Tirar a trave do
próprio olho para tornar-se capaz de tirar o cisco do olho do outro é a
metáfora da dinâmica da reciprocidade, único caminho dialogal e de escuta para
construir uma saudável convivência entre seres humanos. A orientação de Jesus é
o itinerário para a comunhão, essencial à fé cristã e à vida em sociedade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador
e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.