(Maio = mês 89; faltam 81 meses para a Primavera Brasileira)
“Qual é o segredo para uma liderança
sustentável?
Vivemos
tempos em que a sustentabilidade tem cada vez mais espaço, importância e
relevância em nossas vidas, ancorados também pela Agenda ESG da ONU, que traz a
responsabilidade para a sociedade e empresas em relação ao desenvolvimento
sustentável em todo o mundo até 2030. Entretanto, usamos ainda pouco essa
expressão quando falamos de liderança. Quem gostaria de ter ou ser uma
liderança insustentável?
De forma
prática, tendo autorresponsabilidade sobre o assunto, como devemos ser uma
liderança sustentável?
Em meus
quase 30 anos liderando pessoas em vários contextos e em diferentes culturas,
tive o privilégio aprender com inúmeros líderes e chefes, cada um com suas
próprias características, perfis e estilos de liderança. E, quando observamos
os grandes líderes – me refiro aqui àqueles que escreveram a história e aos que
marcaram nossas vidas -, no meu ponto de vista, existe algo em comum a todos
que exercem uma liderança sustentável: o caráter.
Abraham
Lincoln parece ser o dono da frase que diz que o caráter é como uma árvore, e a
reputação, como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos e/ou imaginamos dela;
a árvore é o que realmente é. Quando olhamos para a árvore, sempre veremos a
mesma imagem. Porém, em relação à sombra, dependendo da distância e posição que
olhamos, e ainda influenciados pela posição do sol, teremos vários formatos
diferentes.
Veja
como é profundo isto: a árvore é nosso caráter, e a sombra é nossa reputação.
Enquanto o caráter é aquilo que você realmente é, sua reputação vai depender da
distância e da posição das outras pessoas em relação a você – e nem sempre a
interpretação das pessoas sobre você reflete a verdade sobre quem é você.
Na
verdade, você não tem qualquer controle sobre o que pensam de você, e, por
isso, seria impossível cuidar da própria reputação; tudo que devemos fazer é
cuidar do nosso próprio caráter.
Um líder
que admiro muito, falando sobre esse tema, sintetizou a questão muito bem:
sustente o seu caráter e ele sustentará você! Quando chegarem as crises, as
críticas e até as calúnias, é o seu caráter que o sustentará e o levará a
superar a fase difícil, fortalecendo-o para o próximo passo.
Como
você termina a sua jornada é o que importa! Você e eu devemos continuar sempre
com integridade, fiéis às alianças verdadeiras, como a família, e sempre
guiados por princípios que sustentem nosso caráter, mesmo que isso nos custe
algumas coisas, como amizades, posições e até a fama – e tenha certeza de que
custará. Porém, isso nos levará a deixar legados significativos, uma liderança
sustentável. O mundo já está cansado de líderes prepotentes e hipócritas.
Decida
terminar bem em todos seus projetos, sejam eles nas empresas, no seu casamento,
na sua relação com seus filhos, com seus pais (se ainda for possível) ou com os
verdadeiros amigos. Na vida e na liderança, como você termina é o que conta.”.
(João Faria. Senior sales& marketing
executive, MBA, executive coach, sales leader, consultant, boys dad e membro do
Open Mind Brazil, em artigo publicado no jornal O TEMPÓ Belo Horizonte,
edição de 17 de abril de 2024, caderno OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 26 de abril de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Olhar a realidade
Os
cidadãos e, especialmente, os cristãos devem olhar a realidade sociopolítica
para buscar formas de torná-la mais justa e solidária. Não se pode correr os
riscos da acomodação ou do conformismo, nem se deixar aprisionar com uma
leitura da realidade estreitada por perspectiva política – considerando
suficiente apenas o que pensam ou fazem seus correligionários. Os cristãos,
principalmente, são chamados a contribuir efetivamente com a política,
lembrando que existe um amálgama entre a cidadania civil e a condição humana de
cidadão do Reino de Deus. Isto significa compreender o que a Igreja classicamente
ensina: aqui é morada passageira, sem “cidade permanente”, pois todos estão a
caminho daquela realidade que está por vir. A iluminação para alcançar esse
entendimento é abundante neste tempo pascal, possibilitando, a cada pessoa que
crê em Jesus, reconhecer que a Igreja tem missão importante e indispensável na
sociedade, em diálogo e cooperação com outros segmentos e instituições:
defender a vida, manifestada em cada ser humano e no conjunto da Criação.
Na busca
pela defesa e promoção da vida, o diálogo é instrumento indispensável, com
propriedades que permitem evitar as rupturas nos processos de reconstrução do
que é essencial à sociedade. Não podem ser esquecidos os danos que as
polarizações e os falatórios inconsequentes causaram ao atual momento da
história, tão marcado por complexidades que exigem novas posturas, compreensões
e atitudes. As lições do passado recente devem inspirar a promoção de diálogos
e de entendimentos essenciais à consolidação de avanços e conquistas. No
entanto, percebe-se que há descompassos na dimensão relacional que rege a vida
em sociedade quando há necessidade de instar poderes da República a viver o que
reza a Constituição Federal. O cumprimento do que está inscrito na Constituição
é dever irrenunciável que não pode ser desconsiderado por populismos, nem
manipulado por meio do uso de jargões. Ao invés disso, pede-se mais clarividência
na definição de prioridades, para que sejam desenvolvidos projetos e ações
capazes de mudar cenários, ajudando a superar, especialmente, a vergonhosa
desigualdade social.
O
diálogo é caminho para superar o ódio e a lógica simplista, perversa, que
separa o mundo entre vencidos e vencedores. Para promove-lo, líderes devem
superar lógicas e critérios embalados nos leitos de seus subjetivismos. São as
lógicas e critérios nascidos de subjetivismos que levam a diferentes guerras,
com irracionais consequências, a exemplo dos gastos com a disputa armamentista.
Ainda sobre este tempo de tantos conflitos, a sociedade brasileira não pode se
considerar satisfeita, acreditar que vive um momento de harmonia, pois ainda
convive com polarizações, com as ameaças do narcotráfico, das milícias e de
tantas outras manifestações da violência. As instâncias e instituições
governamentais, as instituições civis e religiosas da sociedade brasileira devem
avançar no desenvolvimento de reflexões e debates, aproveitando que há, no
atual contexto, certa propensão aos diálogos. E o diálogo deve ser um
compromisso que não pode ser limitado à simples promoção daquelas visitas de
cortesia, que sempre terminam com “tapinhas costas”. Devem ser buscadas,
efetivamente, conquista urgentes para o tecido social, especialmente as
destinadas a ajudar os mais pobres.
Olhar a
realidade exige uma indispensável atitude crítica, distante de uma consideração
acomodada, ou que contemple simplesmente os próprios interesses. Pede também
uma rejeição a justificativas convenientes para a adoção de procedimentos que
são inadequados ou insuficientes. Ao contrário disso, o momento atual pede uma
atitude profética capaz de interpelar, dentre outros líderes, aqueles que são
mais diretamente responsáveis pelos extremos climáticos que ameaçam a vida no
planeta. E não bastam alguns poucos avanços, apresentados a partir de números,
mas sem alcance suficiente para serem traduzidos de modo qualitativo. É preciso
confrontar a ganância que pesa, principalmente, sobre os ombros dos mais
pobres. Para isso, o desrespeito aos vulneráveis deve provocar um incômodo
generalizado, inspirando, principalmente, questionamentos dirigidos a quem está
no exercício de mandatos, no desempenho de funções públicas. Sejam, pois,
aproveitadas as oportunidades para dialogar com os representantes do povo nas
diferentes instâncias dos poderes, uma efetiva vivência da democracia em defesa
de causas prioritárias – contemplando a promoção dos direitos das populações
indígenas, a proteção da Amazônia e de tantos outros biomas, dentre outras
questões candentes da ordem social.
No
reconhecimento de prioridades, a partir do olhar dirigido à realidade, é que se
pode viver uma adequada campanha eleitoral, fazendo fazer a “política melhor”,
bem definida pelo Papa Francisco na Carta Encíclica Fratelli Tutti. Torna-se
cada vez mais necessário encontrar novos modelos de ação política, bem
diferentes do que se verifica no atual quadro partidário, bastante “viciado”.
Modelos caraterizados pela coragem de questionar situações cristalizadas que
perpetuam injustiças. E as comunidades cristãs têm especial responsabilidade na
tarefa de efetivar esses novos modelos, promovendo a cultura do encontro, que
ajuda a sociedade a tornar-se mais justa e fraterna. Olhar a realidade não pode
ser exercício que leve a uma simples constatação, nem somente a indicações
insossas. Ao olhar para a realidade, é preciso posicionar-se a partir da força
da Palavra de Deus, que exige pactos efetivos pela vida, capazes de desacomodar
o coração humano diante de situações de injustiça, inspirando mudanças
necessárias, a partir de muito trabalho e adequadas atitudes.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com proteção
e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!