“Renovação inadiável
Nesta
semana registraram-se as mais altas temperaturas médias do planeta Terra.
Surgem
graves impactos na saúde humana, no esgotamento das fontes hídricas, no degelo
dos polos e das geleiras do Himalaia e dos Andes, na consequente elevação do
nível dos mares, na ampliação das áreas de deserto, na diminuição das colheitas
e muito mais.
Além
desses males imediatos, apresenta-se um horizonte mais tórrido e desafiador. A
humanidade está fortemente atrasada e desfasada em relação à tomada de atitudes
que possam diminuir o efeito estufa. Apesar dos enormes investimentos em
energias renováveis, o consumo de petróleo vem crescendo a cada ano e mais
ainda deverá aumentar nos próximos, pela entrada de bilhões de seres humanos na
economia consumista nos países asiáticos.
No
Brasil se badala que o país é o mais “green” do planeta e onde as energias
renováveis atingem metas que nenhuma outra nação sonha em atingir em menos de
20 anos. Verdade: quase 50% da energia consumida no Brasil é fornecida por
hidroelétricas, biomassas, fotovoltaicas e eólicas. Entretanto, o potencial de
descarbonização do país do país é muito mais amplo do que em qualquer outro quadrante
da Terra e tem condições mais rápidas de ser implementado.
Essa
consciência tangencia os governantes brasileiros. A ficha, como se diz
popularmente, não caiu em relação ao assunto mais importante deste momento e
das próximas décadas, a ainda se perde tempo com uma política de quarta
categoria e um populismo barato e odioso que a nada leva.
O
aquecimento do planeta, não há dúvida, se relaciona com as emissões de CO2,
e poderia ser bem menor, com menos carvão fóssil e petróleo sendo queimados. O
Brasil não é já 100% “green” por falta de interesse, ou, pior, por interesses
contrários à necessidade da humanidade.
Nosso
presidente, nesta semana, em descompasso com o potencial de energias “deitadas
e roncando” em berço esplêndido, usou da tribuna do G20 para propor a taxação
dos mais ricos, tese que aparentemente vai dar a ele o papel de benfeitor da
humanidade e dos pobres. O Brasil, no momento em que poderia ser, para o resto
do planeta, um exemplo de salvação, de pende apenas de uma aceleração do imenso
potencial à sua disposição.
Infelizmente,
isso está atolado na burocracia tacanha, ou, pior, sujeito a propina para poder
andar. O que deveria ser incentivado, fomentado, aplaudido enfrenta a
ignorância e pequenez do sistema brasileiro.
A que
serve cobrar mais impostos dos ricos sem baixar os dos pobres? Conceder mais
recursos retidos e desviados por governos fracos e desmoralizados.
Por que
não utilizar esses recursos nas mãos de “quem sabe fazer” para aderir a planos
grandiosos de salvação do planeta, castigado pelas mudanças climáticas?
Temos
milhões de hectares de pastos degradados para aproveitar, e a implantação de
florestas é a forma mais segura, garantida e natural de sequestrar e fixar
carbono e dar-lhe uma finalidade nobre, renovável. Apenas o Brasil dispõe
dessas extensões continentais de alto sequestro, pois um hectare de floresta
plantada no Brasil representa um sequestro até sete vezes superior aos do
Canadá e da Sibéria.
O Brasil
tem a capacidade, até 2030, de substituir todo o petróleo consumido
internamente por biocombustíveis. Cresce vertiginosamente a produção de etanol
do milho, combustível que mais se presta a substituir o querosene de aviação
pelo planeta afora. A Petrobras pode continuar a exportar para os mercados
internacionais enquanto o petróleo continuar a ser consumido. Imaginem um país
com essas condições oferecer-se ao planeta. Um gesto incalculável, grandioso.
O que
falta é consciência e disposição para o bem dos outros e do mundo, e é isso que
faz perder de vista até as coisas mais simples. Podemos fazer? Deixamos de
fazer? Será cobrado. Quem tem tempo, não perca tempo!
E mais,
na enorme renovação planetária, não podemos deixar de incluir as forças
políticas e aquelas que governam.”.
(VITTORIO MEDIOLI. Em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de julho de 2024, caderno A.PARTE,
página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 02 de agosto de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Paz e Estilo de Vida
O
estilo de vida pode ser uma alavanca para promover a paz, pois diz respeito ao
modo de se relacionar com o mundo – no campo familiar, no trabalho, na
convivência com o semelhante. O engenho da organização social e política em
cada sociedade não pode prescindir de qualificada e solidária conduta das
pessoas, contracenando com os demais cidadãos em parâmetros civilizatórios que
favoreçam o diálogo, a cooperação e a inegociável priorização dos pobres,
vulneráveis e indefesos. É preciso reconhecer que o ser humano, com seu estilo
de vida, pode criar condições favoráveis para a construção de entendimentos, o
alcance de instituições importantes, de êxito em projetos e escolhas,
reconhecendo o que, de fato, constitui prioridades. Por isso, as instituições
precisam contribuir para que diferentes segmentos da sociedade funcionem no
horizonte da solidariedade, da paz, sob pena de perdas irreversíveis, levando a
catástrofes que inviabilizam a vida.
É
inaceitável buscar o progresso pelas ambições nacionalistas ou por meio de
repressões na ordem civil. Os estilos de vida de governantes, dirigentes ou
construtores da sociedade pluralista, de todos os cidadãos, quando eivados de
personalismos, distanciam-se da razão e da capacidade para o diálogo.
Desconsideram os entendimentos baseados no direito, na justiça e no respeito. É
o estilo de vida alicerçado no diálogo e na sábia administração das diferenças
que conduz à paz. E a paz, para ser conquista e preservada, deve se sustentar
na verdade e no amor., sem manipulações ou imposições ideológicas perniciosas.
Nesse sentido, a Doutrina Social da Igreja Católica defende que a humanidade
deve seguir na contramão da violência, combatendo desde as incursões bélicas
homicidas até aquela que alimentam o rancor e a vingança, distanciando o ser
humano de uma convivência mais equilibrada na casa comum.
Todos
são chamados a se convencer a respeito do perigo destrutivo causado pela
hospedagem do ódio no próprio coração, e a viver em harmonia com perspectivas
divergentes. Sempre haverá, certamente, um caminho e uma saída para a solução
de desavenças, a exemplo do que ocorre na narrativa bíblica envolvendo Jacó e
Labão. Esses personagens bíblicos estabelecem uma divergência, mas,
reconhecendo que a violência poderia levá-los a perder tudo, discernem sobre os
caminhos que cada um deveria seguir, garantindo a prevalência da paz. A
não-violência deve inspirar o ser humano, que precisa revestir o coração com
nobres sentimentos. No horizonte cristão, brilha o ideal de um estilo de vida
alicerçado na caridade, com desdobramentos que têm propriedades incomparáveis e
indispensáveis para qualificar relacionamentos e iniciativas, superando a
tentação de rancores e de ressentimentos que alimentam vinganças e inspiram
lutas já perdidas.
O
caminho da não-violência pavimenta-se com o diálogo e com a sabedoria de
acolher indicações capazes de semear a paz. Passo importante é reconhecer a
gravidade do momento atual, acolhendo o que diz o Papa Francisco, em diferentes
oportunidades: a humanidade vive uma guerra mundial aos pedaços, produzindo um
mundo muito violento. Outros ciclos da história também conviveram com a
violência, mas nenhum outro momento da humanidade contou com tantos recursos
para se promover o diálogo e, consequentemente, construir a paz. Quando o Papa
Francisco adverte para a disseminação da violência de modo fragmentado, “aos
pedaços”, aponta para a responsabilidade de todos nesse processo que leva o
mundo a muitos sofrimentos – devastação ambiental, terrorismos, criminalidade,
tráfico humano, abusos com migrantes, fome e miséria.
Deve-se
respeitar o precioso princípio de nunca responder a violência com a violência –
para que o ser humano não perca o sentido da vida, gerando morte e sofrimento,
especialmente para os idosos, os jovens, os pobres e os doentes. A violência
leva à morte física e espiritual. Urgente é cuidar do próprio coração, para que
hospede valores relacionados à fraternidade solidária, sem espaço para
ressentimentos e rancores, deixando-se curar pela misericórdia. Desse modo,
combate-se a hostilidade, em conformidade com o que orientava São Francisco de
Assis: “A paz que anunciais com os lábios, conservai-a ainda mais abundante em
vosso coração”. Em lugar da violência e da injustiça, prevaleça a bondade, que
não pode ser confundida com permissividade. A bondade é força mais poderosa que
a violência, capaz de convencer o ser humano a importância de estar em harmonia
com o seu semelhante. Permite reconhecer limites e investir na reconciliação,
levando a resultados surpreendentes.
Todos
são convocados a ser obreiros da paz pelo compromisso de defender,
incondicionalmente, a vida em todas as suas etapas. Na história, são muitos os
exemplos de obreiros da paz que alcançaram resultados impressionantes. Todos
são convocados a contribuir para edificar uma sociedade mais pacífica. As
comunidades cristãs são especialmente chamadas a ajudar também pela oração –
força espiritual que é muito importante para inspirar a paz. Atenção especial e
profética relaciona-se ao cuidado com os injustiçados e excluídos da sociedade.
Outro necessário cuidado diz respeito ao ambiente doméstico, que precisa ser
marcado por gestos de bondade, fazendo com que cada relacionamento contribua
com a aprendizagem da tolerância e do respeito. Assim as famílias ajudam a
propagar o amor, com seus integrantes buscando superar perspectivas egoístas
para se exercitarem na priorização do bem de seus familiares. O ser humano está
convocado a buscar estilos de vida que se alicerçam na ética da fraternidade,
combatendo a lógica do medo, do fechamento, pautando-se no respeito e no
diálogo sincero. Um caminho singelo, da não-violência, essencial à paz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!