(Dezembro = mês 95; faltam 75 meses para a Primavera Brasileira)
“A gestão municipal é decisiva na educação
brasileira
Neste
pleito, escolhemos as lideranças que vão administrar e legislar em nossas
cidades, impactando diretamente a vida cotidiana. Na educação, o trabalho das
prefeituras é decisivo: os municípios são responsáveis por 22 milhões de
matrículas na formação inicial das crianças e adolescentes na rede pública –
quase a totalidade da educação infantil e maior parte do ensino fundamental.
Ao
enfrentarem desafios de acesso e qualidade e ao assumirem agendas estratégicas,
como a matemática e a educação em tempo integral, prefeitas e prefeitos têm a
oportunidade de deixar legados importantes.
Um dos
grandes desafios para os eleitos será assegurar o acesso à educação infantil,
em especial considerando as 632 mil crianças na fila de espera por uma vaga em
creches. Destas, 64% estão em situação de vulnerabilidade social e 38% são de
famílias de baixa renda.
Na
pré-escola, a situação ainda é preocupante: cerca de 78 mil crianças estão fora
dessa etapa, e metade delas (39 mil) não está matriculada por falta de vagas,
conforme dados do Gabinete de Articulação para Efetividade da Política da
Educação no Brasil (Gaepe-Brasil).
Ao
avançarem para o ensino fundamental, as prefeituras precisam se mobilizar para
expandir a oferta de escolas em tempo integral com qualidade, uma estratégia
comprovada para reduzir as desigualdades educacionais, especialmente em relação
à raça/cor e ao nível socioeconômico.
Esse
novo ciclo de gestão municipal também pode ser uma oportunidade para que as
lideranças eleitas se destaquem na melhoria do ensino de matemática. Mesmo em
regiões ricas, a maioria dos adolescentes chega ao novo ano do ensino
fundamental sem a proficiência necessária e marcada pela crença de que
matemática é para poucos, para quem “tem o dom”.
Sem
dúvida, em um país com a escala, a complexidade e o nível de desigualdades como
o nosso, desafios educacionais como esses não podem ser enfrentados
isoladamente pelas prefeituras. A colaboração entre municípios, Estados, a
União e a sociedade civil é indispensável. Ao mesmo tempo, há transformações
nas experiências de crianças e adolescentes que começam a partir do município.
Dentre
dessa interdependência, o compromisso das lideranças municipais escolhidas
nessas eleições contém em si o potencial para mudar o cenário da educação
pública brasileira.”.
(Patrícia Mota Guedes. Superintendente do Itaú
Social, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de
18 de novembro de 2024, caderno OPINIÃO, página 15).
(*) Graduada em ciências políticas pela Universidade
do Arizona do Norte, mestre em administração pública pela Universidade de
Massachusetts Amherst e em políticas públicas pela Universidade de Princeton.
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 22 de novembro de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Construir com o coração
A
sociedade contemporânea, que supervaloriza os meios tecnológicos, neste tempo
onde muito se fala sobre ‘inteligência artificial’, corre o risco de
desconsiderar que seus rumos são decisivamente determinados por valores que
habitam no coração humano. A Carta Encíclica do Papa Francisco sobre o amor
humano e divino do coração de Jesus sublinha a importância do coração em todos
os processos sociais. Por isso, há de se aprender sempre mais sobre o coração –
sua força singular na configuração de vínculos essenciais ao impulsionamento do
humanismo integral que pode salvar o planeta, dar novos rumos à civilização e
revestir de sentido o cotidiano de cada pessoa. Sem a força que vem do coração
não é possível superar os riscos do individualismo, que leva à grave fragmentação
social, destruindo vínculos altruístas e construtivos, enquanto agrava o caos
na civilização, acentuando disputas motivadas pela mesquinhez humana.
Sintoma
do individualismo, o narcisismo crescente na contemporaneidade cria um
autoisolamento a partir da desconsideração pelo semelhante. Incapacita, pois, o
ser humano para as relações saudáveis, tornando a sociedade “um campo de
batalha”. Prejudica uma essencial experiência: o aproximar-se de Deus. Sem essa
experiência fundamental para cada pessoa, são multiplicadas realidades
confusas. A dificuldade para acolher Deus sinaliza que o ser humano não está
conseguindo fazer, do seu próprio coração, uma “casa de hóspedes”, ensina o
Papa Francisco, citando o filósofo Heidegger. O coração é núcleo essencial para
cada pessoa se autovalorizar, e também se abrir ao encontro com o semelhante.
Sem esse núcleo, perde-se a condição para unificar e harmonizar a própria
história, que passa a ser vivida com narrativas fragmentadas, incapazes de dar
sentido ao próprio viver. Sem esse sentido, a vida se torna um “peso”, as
dificuldades são encaradas como pesadelo insuportável. É preciso cuidar deste
núcleo, o coração, criado para o amor, onde habita a sabedoria para o ser
humano amar e ser amado.
Compreende-se
que o mundo tão carente de mudanças, pode alcançar suas almejadas
transformações a partir da força que vem do coração. Afirma o Papa Francisco:
valorizar o coração tem consequências sociais, por que os desequilíbrios da
atualidade se radicam no coração humano. Não se busca, com esse entendimento,
afirmar que o coração humano é uma única solução para tudo, pois a humanidade
não é autossuficiente – precisa de Deus. Nesse sentido, a Carta Encíclica do
Papa Francisco ressalta que o “coração de Cristo precisa ser fonte referencial
da experiência humana. Cristo é o “coração do mundo”, fonte de lições perenes a respeito da compaixão – caminho de
resgate desta terra ferida, na qual Ele quis habitar. Contam a grandeza de
gestos e a competência espiritual para partilhar palavras de amor, seguindo o
exemplo de Jesus.
O
coração humano tem, então, um modelo: um coração que ama, o Coração de Jesus.
Um modelo que ensina cada pessoa a constituir a própria identidade sem se
esvaziar e sem perder rumos, mantendo-se, ao mesmo tempo, aberto ao semelhante.
Uma proximidade que liberta, a exemplo do encontro de Jesus com a Samaritana,
que a possibilitou conquistar dignidade e sentido para a sua própria vida. Ou o
encontro, em uma noite escura, do Mestre com Nicodemos, que tinha medo de ser
visto perto de Jesus. A maestria de Cristo se revela também no seu modo de
acolher sem preconceitos, conforme ensina a narrativa em que o Mestre, sem se
envergonhar, permite que uma prostituta lhe lave os pés. Jesus, com as suas
atitudes, mostra que a partir do coração, feridas são curadas e o ser humano se
recompõe.
O
encontro com Cristo representa possibilidade efetiva de se conquistar um
coração capaz de hospedar o bem e a verdade. A presença de Jesus, com o seu
coração, constitui força transformadora que abre caminhos e ilumina os
horizontes da humanidade. Do coração de Cristo, brotam palavras vivas com força
de convocação e com indicações que conduzem o ser humano ao que é melhor para a
sua existência. Jesus ensina que quem cultiva um coração semelhante ao Seu
capacita-se para conquistar a paz e não perder o rumo da própria vida. O ser
humano, a exemplo de Cristo, precisa semear palavras cheias de sentimentos com
uma força de reconfiguração. Muitos poderão considerar essa meta como um
simples discurso religioso, mas, afirma o Papa Francisco, trata-se de
itinerário decisivo para se alcançar vida nova, bem vivida.
Aprender
com o coração de Cristo é investimento que alicerça a interioridade humana,
abrindo horizontes para se conquistar inteireza moral e espiritual, humana e
cidadã. Possibilita alcançar a grandeza de um amor humano capaz de reconfigurar
a sociedade, decisivamente contribuindo para superar graves problemas. Com o
aprendizado das lições vindas do coração de Jesus, descortina-se o sentido do
encontro com o semelhante e com o diálogo, condições essenciais à construção de
uma civilização justa e solidária. O coração é o centro gerador da unidade de
cada pessoa. Muitas ciências e saberes podem ajudar na conquista de um coração
habilitado para configurar essa unidade, mas é essencial buscar aprender as
lições vindas do coração de Jesus. Assim, investe-se para livrar o próprio
coração de ódios, de sentimentos nascidos de disputas, qualificando-o para
ajudar a humanidade a descobrir o caminho do amor, tecendo a cultura da paz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado e o
aleitamento materno (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade,
em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!