“O cérebro do atleta: Um novo sapiens
É muito curioso
como na natureza é possível encontrar exemplos para a nossa vida emocional. As
estações ensinam os ciclos. A variação do calor e do frio nos antecipa nossas
variações. A água aponta a importância da hidratação e do que nos nutre. Os
brotos, as flores apontam para o que deixamos florescer na vida. A partir das
conexões com o universo, aprendemos a nos comunicar com o mundo, com as coisas,
com as pessoas e com nós mesmos! E isso remonta a milhares de anos.
A história humana
coleciona esforços para tentar explicar o mundo, a vida em sociedade e a forma
como nos posicionamos frente a tudo isso. De explicações fantasiosas a
descobertas científicas, analisamos e tentamos dominar o mundo. Esses esforços
também tentaram moldar os comportamentos, sentimentos e relações. Dos sapiens
aos neandertais, nós reinventamos a vida. Criamos e reforçamos padrões de
comportamentos pelas emoções. Mas os mistérios do cérebro e do controle dessas
emoções ainda são a prova do enigma que é o ser humano.
Nas Olimpíadas vimos
estampados nas faces dos atletas a superação, a disciplina e o impacto da
emoção nos resultados finais. A mente do atleta ensina caminhos curiosos para o
controle das emoções. Quando atletas de alta performance são pesquisados, é
possível dizer quais fatores levam um ou outro a alcançar melhores resultados?
O que influencia de verdade o rendimento do atleta? São as horas de treino? A
qualidade da alimentação? A força da equipe? Os recursos tecnológicos
disponíveis? Ao acompanhar atletas, vejo a importância do treinamento da mente.
Atitudes emocionais maduras podem determinar tudo. É a mente que controla a
ansiedade e fortalece a confiança. Mas onde começa a transformação do atleta?
Por onde você pode começar o trabalho para o domínio das emoções? Tudo começa
pela percepção da rapidez com que captamos as emoções de outras pessoas e as
assumimos como se fossem nossas. O problema é que a maioria de nós é altamente
suscetível às emoções de outras pessoas, o que significa que até o menor fator
externo pode afetar nosso desempenho. Mas podemos aprender como evitar as
emoções de outras pessoas, tornando-se melhores em controlar as nossas
próprias. Há três estratégias.
A primeira é a avaliação
cognitiva, que diz que a experiência de uma emoção é, na verdade, você
avaliando se sua situação atual está alinhada com seus objetivos ou
expectativas. Se uma coisa não é como você esperava, perceba sua emoção e o que
lhe provoca incômodo. A segunda: percepção fisiológica, que trata das emoções
que inconscientemente atribuímos às mudanças físicas em nosso corpo.
É preciso ler esses
bioindicadores. Falo disso em meu livro “Conquistas Autênticas”. O que sentimos
sempre volta como um sinal. Sobrepomos nossa percepção fisiológica de nossas
experiências passadas à nossa situação atual e, mais forte, avaliamos as
emoções dos outros a partir da nossa. Isso porque a parte do cérebro que
processa a emoção e a memória – o sistema límbico – é considerada um sistema de
ciclo aberto, ou seja, é influenciado por fatores externos. A terceira:
aceitação é a estratégia de regulação da emoção. Isso significa que o que você
pensa muda tudo.
Aprenda a aceitar um
momento pelo que ele é, e não pelo que você quer que seja. É isso, torne-se
autoconsciente de quando você é emocionalmente acionado por outra pessoa ou
evento. E, uma vez que você tenha se tornado consciente de seus pensamentos,
emoções ou sensações físicas, você será mais livre. A medalha para a mente do
atleta, para o pódio do primeiro lugar de si mesmo, está a um passo! Boas
escolhas.”.
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização
para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 17 de
setembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Parlamentar católico
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveu nesta
semana, no ambiente digital, o Encontro de Parlamentares Católicos, importante
investimento nos parlamentares que professam a fé cristã. No horizonte está o
desafio de iluminar o exercício da política com os valores do Evangelho de
Jesus Cristo, pois a fé cristã católica qualifica as ações cidadãs e
parlamentares. Compreende-se, assim, a importância de articular uma frente
parlamentar católica – jamais para estabelecer entrincheiramento na defesa de
interesses cartoriais. Ao invés disso, a prioridade é a defesa do bem comum, do
sentido inegociável da solidariedade e da igualdade, promovendo princípios
democráticos.
A fé cristã tem uma grandeza que emoldura e inspira o exercício da
política na sua essencialidade, de forma séria e sincera dedicada ao bem das
pessoas, por meio de legislações que garantam o direito e a justiça, na verdade
e na paz. Essa é a razão de a Igreja sensibilizar homens e mulheres a
participarem da política, sempre seguindo o horizonte rico e inspirador de sua
Doutrina Social. O serviço à sociedade nas instâncias do poder é exigente e
complexo, principalmente no atual contexto, quando há necessidade de ser
configurado novo tecido sociopolítico no Brasil. Merecem atenção os desdobramentos
históricos da política brasileira e o agravamento de muitos problemas,
especialmente em razão da pandemia. Em curso, verifica-se a precipitação
perigosa da cidadania no abismo das polarizações e extremismos, reforçados por
mudanças culturais velozes e, especialmente, pelos impactos das redes sociais,
nem sempre adequadamente administradas. Esse cenário desafiador emoldura o
exercício da política.
O parlamentar católico tem, pois, a responsabilidade de exercer a
representação dos cidadãos nos trilhos de valores e princípios que impulsionem
transformações, ofereçam respostas novas para os problemas atuais e alimentem o
horizonte cidadão com as convicções da fraternidade universal. A partir dessa
convicção, o encontro de parlamentares católicos promovido pela CNBB busca
contribuir para que os políticos fortaleçam sempre, e cada vez mais, sua
fidelidade aos valores do Evangelho de Jesus Cristo. Ao contar com a vocação
política de parlamentares católicos, na esperança de desempenhos qualificados,
a Igreja investe para promover a “política melhor”, conforme é conceituada no
capítulo quinto da Carta Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco.
O ápice do encontro organizado pela CNBB foi o diálogo da Igreja com os parlamentares – oportunidade para indicar suas expectativas e, também, para que ouçam partilhas da Igreja. Esse diálogo permite o aperfeiçoamento do serviço na política e nutre a esperança de um novo tempo, ao possibilitar amadurecimentos, com a permanente avaliação dos critérios que podem nortear decisões. O parâmetro desses salutares e contínuos debates, como compromisso de fé, alicerçando a opção política e partidária, será sempre a Doutrina Social da Igreja, diretriz para os cristãos.
A meta insubstituível da “política melhor” é
o bem comum, garantia de um desenvolvimento integral e sustentável. Não se
trata, evidentemente, do caminho dos conchavos ou da defesa de interesses
particulares, das bancadas que dificultam a configuração de uma realidade
diferente. O parlamentar católico sabe o quanto é essencial engajar-se em um
processo de mudança do próprio coração, nos hábitos e estilos de vida. Os que
professam a fé cristã compreendem, por exemplo, que não se pode continuar a
investir em propaganda política promotora de uma cultura individualista. Essa
linha de propaganda busca levar a opinião pública a alimentar uma economia
desenfreada e patrocinadora do consumismo que torna a sociedade submissa aos
que já acumulam demasiado poder.
O diálogo entre Igreja e parlamentares católicos é o exercício de uma
indispensável e contínua tarefa educativa para que a política seja promotora da
solidariedade, fortalecendo a capacidade de pensar a vida humana de forma
integral, com fecundidade espiritual capaz de alavancar profundas mudanças. Não
se trata de um processo fácil – exige-se envergadura moral e humanística. E
para que essas transformações sejam efetivadas, certos princípios precisam ser
reconhecidos como “cláusula pétrea”. O Papa Francisco sublinha, por exemplo,
que a política não deve submeter-se à economia. Na Encíclica Fratelli Tutti,
argumenta: a rejeição do mau uso do poder, o combate à corrupção, ao
desrespeito às leis e à ineficiência não podem justificar uma economia sem
política. A economia sem política é incapaz de promover outra lógica para governar
os vários aspectos da crise atual.
Nessa direção, compreende-se a importância do qualificado exercício da
política, com visão ampla e abertura ao diálogo, contribuindo para que a
sociedade encontre novos rumos. O caminho é longo, com desafios, consideradas
as correções de equívocos históricos. Mas é preciso persistir, em um trabalho
permanente. Por isso mesmo, a Igreja Católica investe e espera muito dos
parlamentares católicos no cumprimento de sua tarefa cidadã: à luz da fé e dos
valores do Evangelho de Jesus Cristo, possam contribuir sempre mais para a
reconstrução do Brasil.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador
e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.