“Perspectivas para a inteligência artificial no Brasil
É
inegável o avanço da utilização da Inteligência Artificial (IA) para otimizar
atividades de trabalho. Mas qual é o real cenário no Brasil? Como as empresas
brasileiras se localizam nesse contexto de crescimento? Antes de definir as
perspectivas para 2024, é necessário entender a situação nacional, que se
apresenta muito promissora.
Segundo
o relatório “Artificial Intelligence – In-depth Market Insights & Data
Analysis”, divulgado pelo site de inteligência de dados Statista, o mercado
global de softwares que utilizam IA deve crescer 35% até 2025, o que
movimentará mais de US$ 120 bilhões. O Brasil é o país que mais utiliza IA na
América Latina, e, no território nacional, 63% das empresas têm soluções de
dados e analytics com IA, de acordo com estudo feito pela International Data
Corporation (IDC), a pedido da empresa SAS.
Esse
crescimento reforça o movimento internacional na utilização da IA, e isso se
deve, principalmente, aos benefícios. Tecnologias como ChatGPT, Surfer e IDfy
ajudam na otimização de tarefas, sobretudo naquelas que demandam análise de
dados como audiência, concorrência, perfil do consumidor e engajamento. Mais do
que isso, um dos grandes feitos da IA é também conseguir propor planos de ação
embasados, proporcionando a redução de erros e a diminuição de riscos na tomada
de decisões. A pesquisa realizada pela Universidade de Stanford e pelo
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) revelou que o uso de ferramentas
de IA generativa, aquelas capazes de responder como humanos, resultou num
aumento de 14% na produtividade dos trabalhadores.
Em relação
ao setor empresarial, é importante destacar a pesquisa feita pela Opinion Box,
que ouviu mais de 2.000 internautas de todas as regiões do Brasil e foi
divulgada em 2023. Os dados revelaram que 91% dos entrevistados conhecem o tema
de IA, e 57% afirmaram que o impacto na sociedade é positivo. Nas empresas, 721
profissionais foram entrevistados, e 70% já utilizam ou pretendem utilizar a
IA. No que diz respeito à importância da formação na área, 67% dos
participantes concordam que os profissionais que não aprenderem a utilizar IA
podem ficar em desvantagem no mercado de trabalho.
O
cenário no desenvolvimento e utilização de tecnologia com IA é bastante
animador e precisa ser fortalecido no Brasil. É claro que o avanço dialoga com
a realidade estrutural e financeira de cada organização. Mas um fator que ainda
enfrentamos é o desconhecimento. Portanto, é fundamental facilitar o
entendimento do assunto e reforçar que temos excelentes instituições acadêmicas
de pesquisa e empresas competentes para tanto.
A adoção
de IA no cotidiano não é uma previsão, mas uma realidade. Diante dos inegáveis benefícios,
é urgente que as companhias e os profissionais invistam em formação para manejo
e desenvolvimento de IA, sobretudo num cenário promissor para 2024.”.
(Rafael Dantas. Diretor da Câmara Americana de
Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 11 de novembro de 2023, caderno OPINIÃO, página
17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 10 de novembro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“O ‘Grito’ do Papa
O
Papa Francisco volta a ‘gritar’ sobre a crise climática, para alertar as
pessoas, no mundo todo, sobre a responsabilidade humana a respeito desse grave
problema que ameaça o planeta. Esse alerta é indispensável para inspirar ações
mais assertivas de governantes, de construtores da sociedade, dos cidadãos. A
superação da crise climática exige, especialmente, mais compromisso com a
efetivação de um novo estilo de vida, em harmonia com a natureza. Nos últimos
50 anos, houve uma forte aceleração na emissão de dióxido de carbono. No mesmo
horizonte trágico, houve um grande aumento da temperatura, em velocidade
impressionante, sem precedentes nos últimos dois mil anos – realidade que tem
provocado alarmantes prejuízos para a humanidade. Há de se investir na sensibilização
do ser humano para tratar adequadamente a crise climática, ou todo o planeta
sofrerá as consequências, muitas irreversíveis.
Na
exortação apostólica Laudate Deum, o Papa Francisco sublinha que
ponderações sobre as mudanças climáticas podem parecer óbvias, mas ainda são
necessárias, pois não há suficiente sensibilização para inspirar novas posturas
e novos marcos regulatórios dedicados à preservação ambiental. Particularmente
triste é esta situação apontada pelo Papa: até mesmo dentro da Igreja Católica
existem pessoas resistentes ao adequado tratamento das mudanças climáticas. Há
também quem considere assunto de menor importância. Urgente é uma visão mais
ampla, capaz de maravilhar-se com o real progresso técnico da humanidade e, ao
mesmo tempo, dedicar atenção aos fenômenos provocados pelo ser humano que
causam prejuízos de todo tipo. Não se pode esquecer que a pandemia da COVID-19
e suas consequências tornaram ainda mais evidente a estreita relação da vida
humana com os outros seres vivos e com o ambiente, conforme sublinha o Papa
Francisco, fazendo um alerta: o que acontece em qualquer parte do planeta
repercute em todo o mundo. Por essa razão, o Pontífice sempre afirma que tudo
está interligado e ninguém se salva sozinho.
De modo
especial, o Papa Francisco expressa a sua preocupação com o crescente paradigma
tecnocrático que enfraquece o sentido de responsabilidade ambiental de todos. O
paradigma tecnocrático está na base do atual processo de degradação ambiental.
Aponta-se a existência de um modo desordenado de conceber a vida e a ação do
ser humano que arruína a realidade pela força de um equivocado entendimento
compartilhado entre as pessoas. O que seria esse entendimento equivocado?
Considerar que o bem e a verdade somente são alcançados a partir do poder da
tecnologia e da economia. Isto leva à errônea crença de que é possível buscar
um crescimento infinito e ilimitado de riquezas, levando a um entusiasmo e a
uma preponderância hegemônica de economistas, dos teóricos das finanças e da
tecnologia. O paradigma tecnocrático, fortalecido pela inteligência artificial
e outros recentes avanços tecnológicos, vem alimentando a ilusória convicção de
que não há limites para o ser humano. Esse paradigma alimenta-se,
monstruosamente, de si próprio, conforme a indicação do Papa Francisco.
Pensa-se
que a tecnologia pode levar o ser humano ao impossível. Há, pois, uma ideologia
na base desse entendimento equivocado, quando se pretende aumentar o poder
humano para além de tudo o que se possa imaginar. Esse entendimento incapacita
a humanidade para a indispensável compreensão de que tudo o que existe é uma
dádiva que se deve apreciar, valorizar e cuidar, afirma o Papa Francisco, e não
para se tornar escravo ou vítima dos caprichos da mente humana. O “grito” do
Papa aponta a necessidade urgente de se repensar o modo como se utiliza e se
exerce o poder. Por isso, lembra que nem todo aumento de poder significa
progresso para a humanidade. Basta pensar nas tecnologias sofisticadas a
serviço do extermínio de pessoas.
O
progresso técnico é admirável, mas, lamentavelmente, carrega no seu reverso
muitos horrores, pois não tem sido acompanhado de uma irrenunciável
responsabilidade: o apreço por valores que direcionam a consciência para um
inegociável sentido humanitário. O ensinamento papal, com força de grito,
aponta a necessidade de confrontar o paradigma tecnocrático com o entendimento
de que o meio ambiente não é simples objeto de exploração e utilização
desenfreada. O ser humano deve compreender-se como parte do meio ambiente.
Preciosa é a argumentação do Papa que leva a compreender a vida, a inteligência
e a liberdade humana como parte da natureza, a serviço do seu equilíbrio. Um
planeta saudável depende da adequada interação humana com o meio ambiente, a
exemplo do que ocorre na cultura indígena e do que ocorreu durante muitos
séculos em diferentes lugares do planeta.
O
“grito” do Papa Francisco, convocando, mais uma vez, para se efetivar novo
paradigma que priorize a relação equilibrada da humanidade com o planeta,
inclui o confronto com o paradigma tecnocrático. Isto significa buscar o
desenvolvimento do sentido humanitário que recoloca o ser humano na sua real
condição vocacional e missionária. Levar em consideração o “grito” do Papa
Francisco é rever critérios e fomentar novas posturas. Seja ouvido o apelo do
Papa, inspirando investimentos para salvar a humanidade. Ecoe o “grito” do Papa
Francisco.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!