(Outubro = mês 93; faltam 77 meses para a Primavera Brasileira)
“O verdadeiro sentido da vida
Na
estúpida corrida para bater recordes de acumulação de riquezas, o verdadeiro
sentido da vida tende a ficar para trás. Continua gozando de maior respeito um
homem rico do que um sábio. O primeiro é mais visível, possui acessórios caros;
impõe-se pela capacidade de comprar soluções; o segundo, por evitar compra-las,
pois não gera problemas. Um mede seu êxito pelo tamanho da inveja que suscita;
o outro, pela arte de insuflar satisfação, pois ele compreendeu que não é mais
feliz quem mais tem, mas quem mais se satisfaz com o que tem.
A
felicidade, em si, não é algo exterior, não vive fora do indivíduo nem se pode
comprar na feira. Ela se gera bem no tabernáculo humano, num recinto pessoal e
intocável, como um sentimento de plena harmonia, e não de superioridade.
Engana-se, portanto, quem desfila entre seus semelhantes recolhendo olhares
invejosos ou medindo sua importância pela riqueza. Será um Sísifo empurrando
eternamente a pedra e recomeçando sempre do princípio.
O novo
milênio, saudado pelos arautos da Era de Aquário como o início de uma fase de
grandes transformações, deverá promover o resgate da sabedoria entre os seres
humanos e, portanto, a capacidade de viver de forma harmoniosa em relação tanto
aos semelhantes quanto à natureza. Sinais dessa mudança se notam pela
preocupação ainda tímida, mas já evidente, da “responsabilidade social”, algo
humano e ambientalmente correto que começa a ser compreendido como fator
fundamental e indissociável das atividades econômicas.
Embora o
lucro continue a ser condição básica, pois sem ele nenhuma empresa consegue
permanecer em atividade, surge com vigor nas grandes corporações, e até nas
pequenas empresas, a necessidade da ação correta, aquela que distribui não
apenas dividendos, mas ajudas ao desenvolvimento humano.
O
desempenho de uma empresa passou a ser avaliado, com intensidade crescente nos
meios mais atentos, por um conjunto de valores não apenas econômicos e não
necessariamente materiais. Hoje, e ainda mais no futuro, a importância e as
perspectivas de longevidade da empresa se atrelam ao respeito de interesses
difusos e à superação de sofrimentos humanos.
Mais
vale uma empresa com um lucro modesto, mas com papel definido de utilidade
social, do que uma empresa com um monumental lucro sem méritos sociais. A
primeira terá vida mais fácil que a outra, gozando de simpatia, de apoio, de
gratidão – valores imateriais que conspiram hoje, e conspirarão ainda mais no
futuro, para o sucesso.
Quem
compreender isso é um afortunado que distribuirá meios para uma vida melhor.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de setembro de 2024, caderno
A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 27 de setembro de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Cuidar: apelo permanente
Há
uma gramática do cuidado que precisa ser, cada vez mais, aprendida, pois é
essencial ao equilíbrio das relações sociopolíticas e um efetivo caminho para a
paz. A cultura do cuidado constitui um conjunto de valores civilizacionais a
ser reconhecido e assimilado por todos, em cada situação do cotidiano, em todas
as etapas da vida. Um legado a ser transmitido, especialmente, às novas
gerações, para estabelecer contraponto ao caos provocado por muitas disputas e
indiferenças – vetores destrutivos da vida que ferem a dignidade humana,
alimentando a desigualdade social e a apatia diante das situações de exclusão,
de discriminação. Os muitos exemplos que expressam a cultura do cuidado
precisam inspirar aprendizados, iluminando o horizonte de um novo tempo. Sabe-se
de muitos e luminosos testemunhos de caridade, contrastando com variadas formas
de indiferença que retardam a construção de uma sociedade solidária. Sem a
cultura do cuidado, ao invés de se encontrar caminhos para a paz, convive-se
com dolorosos recrudescimentos da violência, com a alimentação de
perversidades, adoecendo as pessoas – cada vez mais incapacitadas para reger a
própria vida como um dom de Deus, na tarefa de construir uma sociedade
solidária e fraterna.
Para
erradicar a cultura da indiferença e do descarte deve-se investir na cultura do
cuidado, via direta e eficiente na promoção do bem comum, um compromisso
cidadão inegociável. A priorização do bem comum depende, diretamente, da
sensibilidade social dos cidadãos, que precisam reconhecer: todos são
interdependentes. Vale lembrar a indicação do Papa Francisco quando diz que
todos estão no “mesmo barco”, um simbolismo que remete ao especial compromisso
de cuidar uns dos outros, para que cada pessoa possa viver de maneira digna.
Todos são chamados a “remar juntos”, sublinha o Papa Francisco, acrescentando:
“Ninguém se salva sozinho”.
A
solidariedade é a mais nobre expressão do cuidado, expressão de amor pelo
semelhante. Não se limita, pois, a um sentimento restrito ou vago. Desdobra-se
em um agir com determinação para promover o bem comum. Trata-se de caminho para
efetivar projetos capazes de impulsionar o desenvolvimento integral. A luz da
solidariedade ilumina um fecundo encontro com o semelhante. Uma proximidade
efetivada por motivações que vão além de simples afinidades – muitas vezes
alimentadoras de preconceitos, discriminações e indiferenças. O coração
solidário dedica-se às ações que respeitam o semelhante, não tratando ninguém
com indiferença. A indiferença mata e provoca imensuráveis prejuízos. Por isso,
também o agir solidário deve marcar a urgência de se solucionar problemas
graves, a exemplo da seca e de muitas catástrofes naturais. Cuidar da Criação
de Deus é tarefa inadiável, que pede atenta e sensível escuta dos mais pobres,
para que seja adotado um novo estilo de vida, em harmonia com os parâmetros da
sustentabilidade.
Cuidar
do conjunto da Criação é compromisso indissociável do agir com ternura em
relação ao semelhante, respeitando a sua dignidade – um dever ético. Todos são
instados a buscar o bem comum, cultivando sentimentos que alimentam
relacionamentos solidários. Desse modo, dedicar-se ao cuidado com os que
sofrem, especialmente dos pobres. Importante descartar que governantes e
construtores da sociedade pluralista são os primeiros responsáveis na tarefa de
alimentar a cultura do cuidado, combatendo privilégios e zelando pelo adequado
uso do que é destinado ao bem de todos. Os líderes devem inspirar e ser
exemplo, mas todos têm o dever de ajudar na propagação da cultura do cuidado,
com especial sensibilidade diante da situação de migrantes, por várias e sérias
razões – políticas, climáticas e econômicas. É preciso sensibilizar-se e agir
para superar o mapa da fome. Também para garantir, a todos, o direito ao
trabalho e à habitação, essenciais à dignidade humana. Todas essas urgências
apontam para a necessidade de um amplo processo educativo, capaz de impulsionar
a cultura do cuidado.
O
processo educativo dedicado a promover o cultivo do cuidado deve envolver cada
família, onde são fundamentais as habilidades essenciais para exercer o
respeito e desenvolver a capacidade para partilhar. Não menos importante é o
papel de escolas, universidades e meios de comunicação, capazes de ajudar na
consolidação do entendimento sobre a sacralidade intocável de cada ser humano.
Muito relevante no aprendizado sobre a sacralidade humana, a prática religiosa
é caminho espiritual com qualificada força educativa, alimentando convicções
louváveis e eficazes. Os cristãos, pela fé, assumem o compromisso de seguir os
passos de Jesus, mestre do cuidado, que ofereceu a sua vida para garantir vida
plena à humanidade. Especialmente os primeiros cristãos, de maneira exemplar,
praticavam a partilha, para que ninguém, sem suas comunidades, padecessem com a
falta de amparo. Um compromisso de fé que inspirou a Igreja a investir em obras
de misericórdia.
As obras
de misericórdia são selos de autenticidade para a fé, alimentando o
voluntariado dedicado aos pobres, inspirando a motivação para lutar por
políticas públicas inclusivas, comprometidas com a efetivação da igualdade
social. A sociedade precisa ser inspirada por práticas solidárias, de
diferentes modos. Isto significa que cada pessoa precisa reconhecer a sua
condição de servidor, inscrevendo-se na gramática do cuidado, buscando promover
a dignidade humana e o incondicional respeito ao meio ambiente. Cuidar, apelo
permanente, compromisso que, se for assumido, de modo amplo e como valor
cultural, pode semear equilíbrio no atual contexto sociopolítico e ambiental,
para superar descompassos que ameaçam a vida do ser humano.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias,
portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas
defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!