quarta-feira, 19 de agosto de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA LOGÍSTICA REVERSA NA ECONOMIA E AS LUZES DAS CIDADES INTELIGENTES NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Economia para a sociedade

       O Brasil gera cerca de 78,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, e 70% dos municípios têm algum tipo de coleta seletiva. No entanto, os serviços públicos de limpeza não conseguem abranger nem metade do lixo produzido. O resultado do descarte incorreto de produtos que têm potencial de reciclagem gera danos ao meio ambiente e à saúde humana.

          Muito tem sido discutido para indicar soluções capazes de reduzir os resíduos gerados por embalagens, enquadrando o setor nas exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Temos como exemplo de ação eficaz a Prolata, associação criada pela Abeaço, com o foco na correta destinação de latas de aço para reciclagem. A Prolata foi a primeira entidade gestora para logística reversa de embalagens reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente. Além de contar com quase 40 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) em todo o país, a Prolata mobiliza hoje mais de 50 cooperativas de catadores e catadoras de materiais recicláveis, possui seis entrepostos parceiros e um centro próprio de recebimento para grandes volumes. Desde a fundação da associação, em 2012, já foram coletadas e recicladas quase 33 mil toneladas de aço.

          O objetivo da Prolata é criar condições para que a cadeia de reciclagem da lata de aço se complete, envolvendo os fabricantes de latas, fabricantes de produtos, cooperativas, consumidor final e indústria siderúrgica. Hoje, 100% das embalagens coletadas pela Prolata são recicladas por uma única siderúrgica parceira. Mas a iniciativa busca mais parcerias na indústria siderúrgica.

          O modelo de reciclagem instituído pela Prolata foi inspirado nos cases de Suécia e Suíça, países bem-sucedidos não apenas em seus índices de reciclagem, que chegam a 82% no caso das latas de aço, mas também nos modelos instituídos, que geram eficiência e preveem o compartilhamento de responsabilidades entre os elos da cadeia. O modelo de reciclagem que a Prolata está adotando no Brasil foi estabelecido após rigoroso trabalho de benchmark em países europeus.

          Embora a Alemanha, por exemplo, recicle 96% das latas pós-consumo, o modelo adotado é baseado em um padrão de logística reversa extremamente caro, gerenciado por empresas com finalidade lucrativa. Já na Suécia estabeleceu-se um sistema em que a cadeia de produção tem que criar condições para que o consumidor deposite suas embalagens voluntariamente, já as separando por categoria, o que dá eficiência ao sistema e reduz o custo. Além disso, na Suécia a gerenciadora não possui finalidade lucrativa.

          Contudo, ações como essa não serão possíveis se não motivarmos o consumidor a colaborar. Muitos consumidores adquirem produtos embalados em materiais que não são recicláveis. É fundamental que os consumidores compreendam que levar produtos embalados em materiais recicláveis e reciclados de fato, como o aço, é uma economia para toda a sociedade.”.

(Thais Fagury. Presidente da Associação Brasileira de Embalagens de Aço - Abeaço), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de agosto de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 18 de junho de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Clovis Ultramart, Paulo Saldiva e Wilson Levy

Professor da PUC-PR e coordenador de Planejamento Urbano/Regional e Demografia da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)

Professor da Faculdade de Medicina da USP

Professor e diretor do mestrado em Cidades Inteligentes e Sustentáveis da Uninove

“A Covid-19 e as cidades inteligentes

       A pandemia do novo coronavírus trouxe enorme impacto a todas as dimensões da vida urbana e reposicionou, com destaque, o planejamento e a gestão das cidades. O lar das epidemias é o ambiente urbano, onde se promove a proximidade entre pessoas. No século 20, houve duas: a gripe espanhola e a gripe asiática. Neste século 21, o mundo já experimentou quatro: Sars (2002), H1N1 (2009), Mers (2012) e Sars-CoV-2, episódios que tiveram como cenário a organização e funcionalidade das cidades modernas.

          Enfrentá-las requer o suporte da ciência. Por isso, ganha força a ideia que políticas públicas para cidades inteligentes e resilientes devem ser baseadas em evidências.

          Primeiro, é preciso ter clareza do que é uma cidade inteligente. Este é um conceito mais amplo do que supõe o senso comum, porque não tem a ver só com tecnologia aplicada ao território, mas à maneira como a vida urbana pode favorecer a produção do conhecimento e seu aproveitamento tanto na discussão de modelos de política pública quanto na própria gestão urbana.

          A própria ideia de cidade, nesse sentido, traz pistas sobre o tema. Para Max Weber, grandes revoluções tiveram uma relação direta com a urbanização do mundo. Sua hipótese, acertada, é que isso ocorreu porque a cidade induz a um aumento na interação entre as pessoas, que passaram a se comunicar e a produzir conhecimento numa intensidade maior.

          Cidades inteligentes, então, são cidades generosas com a inovação e a criação de novas ideias. E se elas aproximam pessoas com habilidades e competências distintas, é hora de superar os limites disciplinares dos saberes e colocá-los para estudar os problemas urbanos, segundo os critérios da ciência, criando soluções que tornem a vida urbana melhor.

          Enquanto o mundo se volta para o desenvolvimento de fármacos e de uma vacina, as dinâmicas econômicas, as formas de uso e ocupação do solo urbano e o problema da desigualdade social nas cidades necessitarão do suporte de novas ideias. Será preciso apostar em políticas intersetoriais e intervenções rápidas em escalas territoriais menores. Questões de saúde impactarão deslocamento e frequência nas escolas. O zoneamento deverá prever o uso de residências para teletrabalho. Não haverá espaço para experimentalismo. Toda teoria deverá passar pelo crivo das evidências práticas.

          A transformação será profunda. E envolverá a pesquisa em planejamento urbano no Brasil, que se ressente de maior apropriação de indicadores para, por exemplo, avaliar o êxito, ou não, dos objetivos e diretrizes contidos num Plano Diretor ou num Plano Municipal de Habitação. O reflexo disso é sentido na qualidade das políticas públicas. O apego conceitual sem bases mensuráveis pode se traduzir em ações estatais fundamentadas em intuições, produzindo ações desconectadas de problemas reais e incapazes de entregar o que prometem.

          Levantamento em indexadores científicos, por exemplo, sugere que estudos de saúde com base territorial têm maior presença em revistas de alto impacto na ciência do que as pesquisas em planejamento urbano, pois trazem abordagens baseadas em evidências. Produz-se, portanto, mais conhecimento de impacto sobre cidades na saúde do que em planejamento urbano.

          Eventos como prematuridade, suicídios, infartos, incidência de cânceres e fraturas têm relação intrínseca com dados demográficos, poluição, arborização urbana, qualidade das calçadas, oferta e distribuição de equipamentos públicos e acesso a saneamento básico – e interessariam mais aos estudos sobre as cidades do que velhas fórmulas produzidas para explicá-las.

          Ao se abraçar essa nova perspectiva, não se está fazendo concessões a uma tecnocracia que teria dominado o pensamento urbanístico do século 20. Tampouco se está neutralizando disputas e tensões típicas da política. Decisões sobre o território sempre serão decisões políticas. A elas, contudo, não é assegurado o direito de ocorrer fora da racionalidade. O mesmo ocorre com a participação social. Ao entender a dinâmica racional que deve permear as decisões, os cidadãos compreenderão sua complexidade e limites e estarão menos inclinados a apoiar decisionismos.

          A maior lição da pandemia é a certeza que se uma decisão política ocorrer à margem da razão, ela não será uma boa decisão. Que saibamos aproveitá-la também para as nossas cidades.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 300,31% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 110,24%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.