domingo, 1 de novembro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO NA SUSTENTABILIDADE (48/122)

(Novembro = mês 48; faltam 122 meses para a Primavera Brasileira)

“A indústria brasileira pode decolar

        O mundo atravessa período de perplexidade, no momento em que enfrentamos duros desafios na preservação da vida e da economia. Cabe, neste cenário, destacar, sob responsável otimismo, bons paradigmas.

         Há histórias reais de empresas que souberam enfrentar recorrentes crises, tornando-se exemplos extraordinários de que investimento em conhecimento, treinamento intensivo e gestão equilibrada, levam a empreendimentos de nível internacional, reconhecidos por competitividade, inovação e consequente liderança de mercado.

         Um deles é a Embraer, que nasceu do ânimo de um grupo de brasileiros visionários e abnegados, que somaram visão de mercado com disciplina, além de profundo respeito pela ciência e pela tecnologia.

         Líder mundial no desenvolvimento e na construção de aviões de até 150 lugares e única companhia aeroespacial com linha completa de aeronaves comerciais, executivas e militares, a Embraer enfrenta talvez o momento mais difícil de sua história de mais de meio século. Nem mesmo quando foi privatizada em 1994, em clima de grande turbulência política e econômica, perde excelência e mercado. Hoje, por motivos óbvios, precisa de crédito para financiar suas exportações e para exercer plenamente seu papel de fomento à inovação.

         O setor aeroespacial brasileiro, cuja expoente maior é a Embraer, merece ser alvo de políticas públicas para enfrentar cenário internacional altamente competitivo.

         A pandemia da Covid-19, que paralisou o setor aéreo em todo o mundo e contribuiu para a iniciativa da Boeing (já combalida pelas dificuldades com o 737 MAX) em desfazer unilateralmente o negócio de compra da área de aviação comercial da Embraer, a colocou numa posição desfavorável. Trata-se de situação que exigirá muita criatividade, disciplina e suporte para ser superada. Entretanto, a companhia tem evoluído muito nos últimos anos e, hoje, dispõe de uma base sólida para emergir da crise ainda mais forte do que antes. Seu portfólio de produtos é de primeira linha.

         E mesmo em meio à grave turbulência, ao ampliar seus investimentos em segurança cibernética, demonstrou que se manterá na vanguarda do setor. Apostou, assim, em ter um papel crescente nos sistemas de navegação baseados em dados, muito valiosos para usos civis e militares. Comprova seu caráter estratégico, pela capacidade de decifrar  “caixas-pretas”, apoderando-se de conhecimentos vitais para o país.

         Na aviação executiva, seus jatos da linha Praetor são sucesso em todo o mundo. Na comercial, a família de E-Jets é líder disparado do mercado, com número superior a 1.600 aviões entregues a mais de 120 companhias aéreas em 90 países.

         Na área de defesa, além do vitorioso Super Tucano, o KC-390 Millennium é reconhecido como o avião multimissão mais moderno do mercado. Três já foram entregues à Força Aérea Brasileira (FAB) e se destacaram em missões humanísticas na presente pandemia. Portugal deverá receber seu primeiro em 2023 e outras quatro unidades em seguida, tornando-se pioneiro país operador do equipamento no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

         São muitos os diferenciais da Embraer. Destaco seu departamento de engenharia aeronáutica, respeitado e reconhecido como um dos melhores do mundo e, também, sua admirável governança que permite uma das poucas  “Corporation” brasileiras estar incluída entre o seleto grupo de empresas globais que fazem parte do Dow Jones Sustainability Indices, feio ainda mais admirável, tendo em vista que ela é uma das poucas empresas globais do setor aeroespacial a integrar o índice.

         Esses e outros inúmeros fatores sustentam minha crença de que a Embraer é a prova de que temos plenas condições de fazer o Brasil voltar a ter posição de destaque no ranking global da indústria. Mesmo diante do desafiador momento que enfrenta, a companhia mostrou estar à altura de qualquer de seus pares. Aliás, o que não deve estar faltando é interesse estrangeiro em associar-se a esta notável empresa brasileira.”

(Josué Gomes da Silva. Presidente da Coteminas, é engenheiro civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), bacharel em direito pela Universidade Milton Campos (UMC) e tem MBA na Universidade de Vanderbilt (EUA), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de outubro de 2020, caderno OPINIÃO, página 25).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, mesma edição, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Lucia Dellagnelo, doutora em educação pela Universidade Harvard, é diretora-presidente do Centro de Inovação da Educação Brasileira (Cieb), e que merece igualmente integral transcrição:

“Ensino híbrido: a nova caixa de Pandora?

        Durante o período de fechamento de escolas para garantir o isolamento social em meio à pandemia de Covid-19, a tecnologia foi utilizada de diferentes formas para oferecer aprendizagem remota a milhares de estudantes. O que aprendemos com essas experiências?

         É preciso ter cautela para não transformar a tecnologia em mais uma caixa de Pandora na educação. Para quem não se lembra da mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher criada por Zeus, e seu marido, Epimeteu, recebeu de presente uma caixa (ou jarro), com a recomendação de não abri-la. Como era muito curiosa (aparentemente um sério defeito para as mulheres da época), Pandora abriu e deixou escapar os males do mundo, com exceção de um: a esperança.

         A esperança pode ser considerada um mal da humanidade se entendida como um desejo superficial do futuro, algo que não exige esforço, dedicação e investimentos para ser concretizado. No caso da educação brasileira, desejar alcançar qualidade e equidade pelo uso da tecnologia sem planejamento, formação de professores e investimentos em infraestrutura é esperança vã, que pode nos causar mais atrasos e retrocessos.

         O maior potencial da tecnologia na educação está em ampliar e qualificar as experiências de aprendizagem oferecidas aos estudantes, valorizando e expandindo a mediação dos professores. Em suma, é ser capaz de transformar a educação tradicional baseada na transmissão passiva e massificada em uma educação centrada no estudante, que amplifica a ação de professores e viabiliza a personalização no ensino.

         Uma das práticas educativas que integram a tecnologia no processo de aprendizagem chama-se ensino híbrido (“blended learning”). Seu principal conceito é a integração entre diferentes modalidades de ensino e uso de tecnologias tanto para atividades pedagógicas presenciais quanto remotas. Desde a década passada foram publicados vários estudos mostrando que o ensino híbrido é capaz de aumentar o nível de engajamento e de aprendizagem dos estudantes.

         Para ser capaz de implementar o ensino híbrido de forma eficaz, as escolas precisam ser escolas conectadas, isto é, precisam ter uma visão estratégica do uso da tecnologia expressa em seu currículo e práticas pedagógicas, contar com gestores e professores com competências digitais, ter acesso a recursos educacionais digitais de qualidade e dispor de equipamentos e conectividade adequados.

         De acordo com diagnóstico realizado em 2018 pelo Cieb (Centro Integrado de Educação Brasileira), por meio da ferramenta Guia EduTec, as escolas brasileiras ainda estão no nível básico de adoção de tecnologia e precisam de investimentos significativos e sistemáticos para se transformarem em escolas conectadas. É preciso também garantir acesso à internet para milhares de professores e estudantes brasileiros dentro e para além dos muros da escola.

         Para não alimentarmos esperanças infundadas na transformação da educação após a pandemia, que seriam ingênuas e tão maléficas como na caixa de Pandora, precisamos de uma nova política nacional de tecnologia educacional.

         Desde 1977 o Brasil não tem uma política abrangente para o uso da tecnologia na educação. Os avanços trazidos pelo Programa de Inovação Educação Conectada (Piec), lançado em 2017, ainda não foram suficientes para conectar todas as escolas públicas, desenvolver competências digitais de gestores e professores e permitir o acesso a equipamentos para os estudantes.

         Para que o ensino híbrido seja uma realidade nas escolas públicas, e uma alavanca para um salto na qualidade e equidade da educação, é imprescindível desenvolver as competências digitais de professores e garantir computadores e conexão à internet como direito de todos os estudantes brasileiros.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 309,88% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 114,16%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,14%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.