quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DAS NOVAS TECNOLOGIAS, POLÍTICAS PÚBLICAS E ENERGIAS RENOVÁVEIS NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE E VIRTUDES PARA A QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE (61/109)

(Dezembro = mês 61; faltam 109 meses para a Primavera Brasileira)

“Dias melhores virão

A história sempre ensina. Se estamos vivendo hoje uma nova guerra mundial, desta vez contra um poderoso vírus, é um bom momento para relembrar os acertos do passado a fim de produzirmos um futuro melhor.

         Desde o início de 2020, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) oficializou que o mundo enfrentava a pandemia de Covid-19, a rotina mudou para todos. Foi como se tivéssemos entrado em uma nova guerra: fronteiras fechadas, escalada de mortes, envolvimento de todos os países. Comportamentos foram alterados, com consequências que ainda estão para serem compreendidas. O impacto econômico também foi gigantesco – para alguns setores, muito mais agudo, como no caso do turismo, do entretenimento, da gastronomia.

         O pior retrato deste cenário é a morte de cerca de 3,3 milhões de pessoas em todo o planeta. Uma grande tristeza.

         Ainda estamos lidando com tamanha tragédia. Mas, de novo, olhar para trás ajuda a entender os caminhos que podemos ter pela frente.

         Dadas as devidas proporções (tendo em vista que a Segunda Guerra Mundial custou cerca de 60 milhões de vidas à época), o nosso cenário atual guarda semelhanças com o que o mundo vivia após 1945.

         Foram chamados “gloriosos 30 anos”, em que Europa Ocidental, EUA e Japão viveram um período de intensa expansão econômica, inovação e geração de riqueza. Em que o mundo criou instituições globais – como a ONU, o FMI e a própria OMS – para ajudar no desenvolvimento e na construção de diálogo.

         Nesta nossa guerra atual, também tivemos avanços. A pandemia nos ensinou a trabalhar de maneira diferente. Avançamos barbaridade em pesquisa. Desenvolvemos técnicas, protocolos, vacinas. Voltamos nosso olhar para a necessidade de aportar recursos em saúde – e dar acesso aos mais desprotegidos. Aceleramos o aprendizado de forma extraordinária. O vírus estimulou a solidariedade. A humanidade está pagando um preço altíssimo, mas vai sair melhor.

         Vários países discutem a implementação de uma renda mínima, com impacto direto no consumo. Como no pós-Segunda Guerra, também há um olhar para a retomada de obras em infraestrutura e uma corrida para o avanço tecnológico, com impacto direto na produtividade e na redução de custos de produtos e serviços (aumentando o acesso).

         Os meios de transporte estão em transformação. A matriz energética se volta de um mundo menos dependente de petróleo e mais focado em energias renováveis. Sustentabilidade está no centro da mesa dos executivos. Empresas e pessoas é que moldam a sociedade, não exatamente governos.

         O planeta hoje está muito mais interconectado. Isso pode evitar também os erros do pós-Guerra, que foi amargo para uma parte do mundo: a Cortina de Ferro na Europa Oriental, a grande fome da China, a instabilidade política e econômica na América Latina e na África.

         Feito tudo na vida, estamos aprendendo. Repensando o papel das políticas públicas, principalmente na saúde. Espraiando conhecimento. Ressignificando a globalização e as regras de comércio mundial. Mudando o jeito de trabalhar, de gastar tempo e dinheiro. A volta ao “normal” será interessante e desafiadora. Saibamos aprender com o passado para que este triste episódio ajude a moldar um futuro bem melhor.”.

(Francisco Soares Brandão. Empresário e sócio-fundador do Grupo FSB, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 12 de maio de 2021, caderno opinião, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de novembro de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A caminhada

        Na obra vitalícia em que nos exigimos tempo e energias para enfrentar o egoísmo e ganância, tanto a nossa como a dos outros, acabamos por não aproveitar a sabedoria milenar que libertou e elevou seres humanos acima das limitações animalescas que se procuram superar no momento em que algo mais se acende e ilumina a caminhada.

         Ao avaliar as aptidões de aspirantes que batem à porta de um monastério, os mestres de yoga distinguem três tipos básicos de disposição, ou temperamento, dos pretendentes.

         São ele o “caráter bestial”, o “caráter heroico” e o “caráter divino”.

         O primeiro grupo, o mais baixo degrau evolutivo, mais comum da humanidade, corresponde aos de caráter classificado como “bestial”, resultante da forte interação e conflitos de qualidades dinâmicas e inerciais da natureza. Nessa combinação estão presentes tendências indesejáveis, como a quase completa ausência de lucidez. A consciência ofuscada, parcial ou totalmente, e inoperante se manifesta na ilusão, irritação e indolência. Esta última faz com que o indivíduo considere ingrato submeter-se às obrigações, aos deveres, às tarefas que a vida lhe apresenta e fuja delas se acomodando no ócio e na inércia. Ou se entregando ao uso de bebidas, narcóticos e outros vícios. A pessoa desse grupo é considerada “atada”, e nas ataduras aparecem até oito laços diferentes, em graus variados: desprezo, dúvida, medo, pudor excessivo, aversão, costume, casta (posição social ou preconceito) e família. Este último, o laço familiar, é explicável como atadura impeditiva de assumir o próprio destino e missão ampla. Segue o sentido celibatário exigido nas congregações monásticas de qualquer religião.

         Acabam, entretanto, sendo admitidos no monastério indivíduos não completamente libertos desses conflitos. Àqueles, carentes de preparação mínima, é aconselhado se esforçar servindo no nível que lhe é próprio, fortalecendo seu caráter e se exercitando no autocontrole.

         O segundo grupo é dos indivíduos de “caráter heroico”, os que mesclam ardor e devoção nas obrigações, adotando a inteligência superior, estando fortemente liberto de impurezas. Esses estão bem próximos de entrar numa área sem turbulências emocionais e à disposição de missões “heroicas” no sentido literal. E, como ele está livre de paixão, orgulho, aflição, raiva, inveja e ilusão, afastado das qualidades de agitação e inércia, é chamado de herói. Segundo a doutrina do raja-yoga, é este o praticante que foi além do jogo de opostos da mente, a ele são consentidos meios que para outros seriam fortes constrangimentos. O herói deve ser imune à desaprovação social, ou ostracismo, e permanecer firmemente na trilha a despeito de qualquer oposição e adversidade. Na idade das trevas em que se encontra a humanidade agora, só a disciplina heroica (em sânscrito, “vira-sãdhanã”) sustenta os frutos visíveis, embora se esconda e não reclame aplausos.

         O terceiro grupo, o mais elevado, é de caráter divino, também produto dos componentes do heroico, mas com intensidade e qualidades excelsas. Eles são extremamente raros na época em que vivemos e deveremos viver ainda por longa era.

         O desafio nisso é como ensina Dante: “Feitos não fomos para viver com bestas, mas para seguir virtude e conhecimento”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 343,55% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,82%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,67%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.