sexta-feira, 20 de maio de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA ÉTICA E TRANSPARÊNCIA REPUBLICANA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA VISÃO OLÍMPICA E EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Transparência máxima contra a corrupção

       O sigilo de cem anos sobre as visitas de pastores ao presidente da República, a negativa de fornecimento de contas detalhadas do tesouro estadual aos parlamentares mineiros e a distribuição de recursos do chamado “orçamento secreto” via Câmara dos Deputados reavivaram a pauta da transparência no debate público. Em parte, porque o acesso à informação é um direito básico das democracias e pode ser eficaz no combate à corrupção, se associado ao direito à participação social nas decisões do Estado, ambos inscritos na Constituição Federal. Embora a palavra “accountability” ainda seja de difícil tradução na língua portuguesa (devido, entre outras razões, à nossa formação política patrimonialista), é ela quem vai garantir não só a prestação das contas públicas, mas também a responsabilização de seus agentes.

         Em um rastreio na história das sociedades, pode-se identificar a prática de corrupção desde a Idade Antiga, mas, para não irmos muito longe, cito um exemplo do Brasil na época colonial, quando o pagamento de propinas nos portos brasileiros era uma prática conhecida; ou mesmo na República, por exemplo, com o desvio de dinheiro público as obras de construção de Brasília, facilitado pela flexibilização de leis de compras públicas pelo governo JK.

         Fato comum nessa prática nefasta, o conluio entre corruptos e corruptores forma as duas faces de uma mesma moeda. Mas, se para muitos governantes a opacidade é um ativo para fazer o que não deve ser feito, para o interesse público a opacidade é um passivo, que pode nos custar prejuízos econômicos, sociais e ambientais de grande monta.

         Apesar de se tratar de um tema incontroverso, muitos reduzem a crítica à corrupção a um comportamento individual, de caráter moral. É mais que isso, está encravado na estrutura de nossa sociedade, assim como o racismo e a discriminação de gênero.

         Interessante observar ainda que a corrupção não se manifesta só na relação privado/governamental, mas pode estar incrustada nas relações privado-privado, em prejuízo do público. Um exemplo recente é a encomenda, por mineradoras, de relatórios de segurança de barragens a consultorias especializadas. Esses, ao omitir informações vitais, sob as vistas grossas do Estado, levaram ao crime que provocou a morte de quase 300 pessoas em Brumadinho, no ano de 2019, além de uma destruição ambiental gigantesca.

         As regras anticorrupção das empresas e os limites de seus departamentos de compliance, portanto, não deveriam escapar do debate público. Mais que exigências do mercado financeiro e das agências internacionais, o combate à corrupção depende de uma vigilância permanente, dos órgãos de controle e da sociedade civil. Ainda estamos no início desse caminho.”.

(Aloisio Lopes. Jornalista, membro fundador da ONG Mãos Limpas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de abril de 2022, caderno OPINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição e caderno, página 24, de autoria de Fábian László, cientista aromatólogo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Todos os dias são da nossa Mãe Terra

       Vivemos tempos cada vez mais tecnológicos, o que tem, sim, inúmeros benefícios, especialmente quando olhamos sob a ótica da ciência, enquanto convivemos mais tempo do que o esperado com um inimigo invisível, o novo coronavírus. Para os céticos de plantão – eu não quero aqui convencer ninguém do contrário –, a pandemia e as grandes enchentes recentes no Brasil afora vieram para nos mostrar o quanto a relação entre o homem e a natureza tem impactado perversamente a vida do planeta, a nossa Mãe Terra.

         Parece estranho essa reverência, né? Pode até ser mesmo, porém, o culto à Terra como Mãe é milenar, quando as antigas civilizações a reverenciavam como a Grande Mãe, cósmica, celeste, telúrica e ctônica, que dá, que dá e tira a vida. Portanto, a sabedoria milenar não pode ser ignorada, principalmente quando nosso planeta vive sob a ameaça constante de mudanças climáticas, exploração insustentável dos recursos naturais, desmatamento, queimadas, envenenamentos do solo, das águas, dos oceanos e do ar, extermínio de espécies vegetais e animais, o domínio ilegal de terras e o desrespeito a olhos vistos aos povos indígenas e suas tradições ancestrais e das suas lutas para a preservação das florestas, da casa deles, que também é a casa de todos nós.

         Aliás, fazendo uso da redundância, são os povos indígenas os verdadeiros guardiões das florestas. Não por acaso, fundamentos oriundos das suas ancestralidades quanto ao uso sustentável dos recursos naturais, aliados à sabedoria milenar das diversas etnias, reverberam na consciência de pesquisadores, ambientalistas, antropólogos e organizações não governamentais afinadas com os gritos de socorro da Mãe Terra.

         Se por um lado, todas essas questões nos saltam aos olhos e causam danos quase que irreversíveis ao meio ambiente e à sobrevivência da nossa própria espécie enquanto seres humanos, ainda há quem insista em não querer vê-las. Até mesmo não se fartam de dizer que tudo isso é “coisa da mídia”, “invenção da esquerda”, “não existe aquecimento global e efeito estufa”, e por aí vai.

         Ideologias à parte, as ações políticas têm, sim, suas implicações diretas na preservação do nosso planeta, mas não é a razão principal de um tema que, entra ano e sai ano, sempre vem à tona quando comemoramos o
Dia da Terra.

         Mas, gente? Todos os dias são da Terra, assim como todos os seres vivos são dela. Uma diferença relevante é que, se amanhã não estivermos mais aqui, o planeta continuará existindo e (re)criando formas de vida – reforçando a nossa pequenez ante a nossa impossibilidade de coexistirmos de maneira harmoniosa e respeitosa com o nosso planeta. Fazer isso sem destruí-lo a qualquer custo e reféns de um modo de vida incompatível com a urgência de se romper com modelos de desenvolvimento destrutivos.

         Em remate, cuidar da Terra é um dever natural tal qual a nossa necessidade básica que temos de respirar para nos mantermos vivos. Todas essas inquietações, embora possam parecer pessimistas, são na verdade, um convite para que todos nós possamos repensar a forma como tratamos o nosso planeta, a nossa Mãe Terra. Pois, se como filhos queremos o melhor para as nossas mães – e vice-versa –, nossa missão é, sem sombra de dúvidas, a mais nobre e verdadeira.

         Então, que sejamos mais generosos todos os dias com quem nos dá a vida, mas que também tem o poder de nos tirá-la. Vamos, coletivamente, construir caminhos e modos sustentáveis para todas as formas de vida, sem exceção. Reflita!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,30%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.