terça-feira, 17 de janeiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DO ZELO COM A CASA COMUM, O RECICLA +, LOGÍSTICA REVERSA E VISÃO OLÍMPICA NA ECOLOGIA INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DAS SENDAS DA PAZ, ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA, JUSTIÇA E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Impulso para a reciclagem brasileira

       O Decreto 11.044, de abril de 2022, regulamentou o mercado de Certificados de Crédito de Reciclagem (Recicla+). No caso de embalagens em geral, estes documentos são gerados com base em notas fiscais de centrais de triagem, quando os resíduos são enviados à indústria transformadora, e garantem a inserção de determinados volumes (quantidades) de materiais como papel, vidro, plástico e metal na cadeia produtiva.

         Os certificados são utilizados por empresas para realizar a destinação adequada dos resíduos gerados após o descarte do consumidor, como define a lei. Quando esta atividade – logística reversa – não é a principal de uma organização (de bens de consumo, por exemplo), é complexo recuperar as suas embalagens. Então ela pode remunerar a cadeia que já faz esse trabalho, como organizações de catadores, e promover a reciclagem de volumes equivalentes do mesmo grupo de material, nas mesmas regiões em que foram comercializados.

         É o que chamamos de compensação ambiental, similar ao mercado de créditos de carbono. Então, se uma marca comercializa, por exemplo, 100 toneladas de papel em São Paulo, ela investe em centrais de triagem para que a reciclagem de outras 100 toneladas de papel seja realizada, no mesmo local (vale para os outros tipos de resíduo). É uma forma prática e vantajosa de equilibrar prejuízos e benefícios.

         Os Estados brasileiros, como é caso de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Maranhão e Paraná, respaldados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, já reconhecem essa alternativa. Mas agora, com o Recicla +, o modelo tem a chance de ser democratizado nacionalmente, com grandes  - e boas – expectativas. É uma maneira de elevar as taxas de reciclagem do país e valorizar os profissionais do setor, que recebem não apenas pelo preço de venda do resíduo, mas também pelo serviço ambiental prestado.

         A questão dos resíduos é um desafio em todo o mundo, mas especialmente no Brasil, que recicla cerca de 4% do seu potencial, segundo a Abrelpe, Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. O índice é inferior de países com a mesma faixa de renda e grau de desenvolvimento, como Argentina e Turquia, com 16% (dados da ISWA). Por isso, a criação de soluções que ajudem a mudar esse cenário é muito importante, uma soma de forças.

         É aqui que entra o Recicla +. Os créditos de reciclagem são uma solução essencial para viabilizar técnica e economicamente a reciclagem no Brasil e devem ampliar a adesão e, consequentemente, os resultados. Cuidar do meio ambiente é uma atitude prioritária na nossa sociedade. Em conjunto com outras alternativas, como o modelo individual de logística reversa, temos um cenário favorável para a real aplicação da economia circular, que é um caminho sem volta para o futuro que queremos para o planeta e as próximas gerações.

         Continuemos atentos ao que podemos fazer. Com a evolução da legislação (Recicla +) e a “nova” mentalidade dos consumidores em busca de marcas responsáveis, acredito que as estratégias de sustentabilidade ganharam força. Vamos agir e nos mobilizar para que outros avanços continuem a surgir!”.

(Jéssica Doumit. Diretora jurídica e relações governamentais da Eureciclo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de janeiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 13 de janeiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Traçar sendas de paz

       O Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, aponta importante e urgente meta, luz luminosa para dissipar as sombras deste tempo: a tarefa cidadã de traçar sendas de paz. Essa missão, quando assumida, deve considerar que não é possível traçar sendas de paz isoladamente: “Ninguém pode salvar-se sozinho”, eis uma simples e significativa indicação do Papa Francisco, um forte conselho sapiencial. São muitos os desafios que, para serem superados, exigem a união de todos. Um exemplo é a pandemia da Covid-19 que desestabilizou a vida cotidiana, transtornando planos e hábitos. Nas palavras do Papa, a pandemia “precipitou a vida de todos no coração da noite”. Nessa correnteza de desafios inesperados e exigentes, com consequências evidentes, está o recrudescimento das polarizações, especialmente no cenário político.

         Verifica-se uma cristalização dos pontos de vista sobre a realidade que comprovadamente levam à falta de consenso sobre a eleição de prioridades. Assim, são acirrados ódios, alimentados por notícias falsas, dolosas. Esses transtornos fazem com que muitos busquem nas escolhas político-partidárias um “porto seguro”, o que agrava, ainda mais, as polarizações. São estabelecidas divisões até mesmo dentro das famílias, consolidando entendimentos equivocados, responsáveis pelos fanatismos, medos, preconceitos e atentados contra a jovem democracia brasileira. Estas divisões fazem proliferar um mal-estar generalizado, comprometendo laços, ferindo o tecido cultural da sociedade. Cresce, consequentemente, a incapacidade para construir riquezas a partir das diferenças. Com isso, permanecem expostas outras graves feridas da ordem social. Dentre essas feridas, não há adequado tratamento para o mapa sombrio da fome na sociedade brasileira.

         Por isso, torna-se indispensável a adoção de procedimentos complexos para enfrentar os muitos problemas que ameaçam o planeta e, especialmente, a sociedade brasileira. Situações graves que apontam a necessidade de um novo despertar social, capaz de inspirar o agir colaborativo, condição para que sejam encontradas respostas novas que levem ao desenvolvimento integral. Considerando especificamente a sociedade brasileira, neste momento, é preciso enfrentar a disseminação crescente do ódio que está desconsiderando valores importantes, inclusive a civilidade, que é essencial para a convivência harmônica entre os seres humanos. Tornam-se cada vez mais frequentes as barbáries, as atitudes preconceituosas, os juízos equivocados sobre situações e pessoas.

         Há uma sombra que envolve o coração de muitos e leva à confusão mental, desencadeando conclusões equivocadas, prejuízos de todo tipo. Aqueles que são dominados por essa sombra se tornam facilmente  manipuláveis, contaminados por um medo paralisante.

         No caminho das polarizações, onde tudo vira motivo para embates, os sentimentos de derrota e de amargura ganham mais espaço e são fortemente temperados pelo ódio, particularmente quando se considera o contexto político. Dentre as consequências dessa situação está a mistura indevida e perigosa da fé com o que é específico do campo partidário, desvirtuando-a. E a fé, quando desvirtuada, pode até mesmo perder a sua força, que é indispensável para iluminação do ser humano. Ora, os graves problemas sociais não serão vencidos por grupos ou indivíduos que agem isoladamente, estabelecendo confrontos violentos com aqueles de pensamento e convicções divergentes. Quando o Papa Francisco diz que ninguém se salva sozinho, ensina que o ser humano não pode se isolar, inclusive nos aprisionamentos ideológicos que destroem a possibilidade de diálogo entre diferentes.

         A compreensão de que ninguém se salva sozinho, indicador inquestionável para se conseguir traças sendas de paz na sociedade, diz respeito à interdependência entre os seres humanos, uns precisando dos outros. Por isso, há de se trabalhar na promoção coletiva de valores universais que delineiam o caminho para conquistas civilizatórias. Buscar a fraternidade, além de empreender a desintoxicação idólatra e individualista é cuidar da regência de entendimentos e dos relacionamentos. Justiça, concórdia e paz são bandeiras a serem erguidas e defendidas por todos os cidadãos, com coragem e profundo sentido de altruísmo. Desconsiderar essas prioridades é contribuir para efetivar nefastas consequências, como os atentados à democracia, o acirramento das disputas entre os segmentos da sociedade, entre pessoas, com a produção do caos que cresce na ausência do respeito ao próximo. Também são impactadas as instituições que precisam ser fortalecidas, para dar conta de adequadamente oferecer serviços essenciais à sociedade.

         O Papa Francisco sublinha que é urgente colocar sempre em primeiro lugar a palavra “juntos”. Juntos, somente juntos, poderemos avançar na construção da paz, na garantia da justiça, pelo respeito à ética e às normas, conquistando uma nova ordem social e político-econômica. Os protagonistas dessa mudança esperança serão aqueles que não se deixam contaminar pelo ódio, não são seus disseminadores , nem cultivam ressentimentos. Invista-se sempre, e cada vez mais, na missão de traçar sendas de paz, acolhendo a lição do Papa Francisco: “Ninguém pode se salvar sozinho, todos no mesmo barco”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,79%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.