terça-feira, 18 de abril de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E EXIGÊNCIAS DA ÉTICA E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A TRANSCENDÊNCIA DA COMPAIXÃO, ESCUTA AMOROSA, HUMANISMO E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Inovação em inteligência artificial

       A notícia em destaque dos últimos dias ainda é ChatGPT, que, de certa forma, é atingida ‘indiretamente’ por uma carta de recomendação para rogar pela suspensão da evolução tecnológica em Inteligência Artificial (IA) no mundo.

         As personalidades que assinaram a carta afirmaram em um trecho: ‘Pedimos a todos os laboratórios de IA que parem imediatamente por pelo seis meses o treinamento de sistemas de IA mais poderosos que o GPT-4. Essa pausa deve ser pública e verificável e incluir todos os principais atores. Se tal pausa não puder ser decretada rapidamente, os governos devem intervir e instituir uma moratória’.

         Acredito que a primeira reflexão é entender o porquê da carta. Para iniciar o raciocínio, há dois pontos dúbios na carta: o primeiro é a suspensão imediata das pesquisas, sem ao menos mensurar os riscos; o segundo é a publicização dos projetos como forma de mapeamento de sistemas de IA em treinamento. Por mais que pareça ‘normal’, a jogada ainda não está clara.

         O mercado de tecnologia é bastante voraz, e triunfa aquele que é competente, ousado e perspicaz na mensuração dos riscos e, consequente, êxito. É a regra para qualquer modelo de negócio. No caso da OpenAI, não é diferente.

         O maior disparate da carta está diante dos fatos históricos. A busca por inovação em IA ocorre desde a década de 1950, e, apesar dos altos e baixos das tecnologias utilizadas nas pesquisas, a IA se mostrou um dos campos mais promissores para auxiliar a humanidade no futuro.

         A OpenAI não nasceu da noite para o dia. Ela surge em 2019 como um tipo derivado do sistema Transformer (GPT-1), criado pela Google no ano de 2018. A inspiração desse primeiro modelo fez a OpenAI emplacar as versões GPT (2,3/3,5 e 4). Ela não está sozinha na corrida por inovação em IA, pois também estão no jogo as empresas Meta (Galatica, 2021), Google (LaMDA, 2021), e PaLM, Sparrow e Switch Transformer, 2022) e AI21 Labs (Jurassic-1, 2021).

         Isso demonstra que o desenvolvimento econômico e, consequentemente, o social são impactados positivamente por qualquer inovação. Então a referida carta não parece muito promissora para a sociedade global.

         Parece-me que a carta é mais uma estratégia de intimidação do que um aviso de alerta ou prudência aos pesquisados de IA. Trazer à luz os males da ficção científica em IA e sem embasamento científico , é uma forma de provocar a derrocada da OpenAI, Google e outras empresas que investem na inovação.

         O impedimento exigido na carta enseja ser proposital e até demonstra a prática abertamente do lobby corporativo contra os especialistas em IA. Logo, não me parece correta a medida adotada.

         A carta teria mais utilidade se fosse dirigida ao uso de boas práticas no emprego da IA em inovação tecnológica e para embasar que qualquer pesquisa tem no seu ciclo de vida a análise ética dos riscos com a sociedade. Assim, o papel dos notórios assinantes poderia ser mais construtivo e positivo para todos.

         No final, o dilema entre máquinas e seres humanos demonstra que são as pessoas os causadores de todos os males, e não a tecnologia propriamente dita, seja ela qual for.”.

(Rodrigo Cardoso Silva. Professor doutor da Faculdade de Computação e Informática na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 17).

(*) Assessor especialista no NIC.br e CGI.br, doutor em ciência da computação e mestre em direito internacional, membro da Internet Society e da Associação Brasileira de Estudos de Defesa.

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.com, edição de 14 de abril de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“‘Tendes algo de comer?’

       Esta pergunta – ‘Tendes algo de comer?’ – veio do coração do Mestre Jesus, ressuscitado, o vencedor da morte. Era uma manhã na praia, conforme narra o evangelista João. Os pescadores, discípulos de Jesus ouviram o questionamento e, desolados, responderam que nada tinham. Então o Mestre indicou: “Lançai a rede à direita do barco e achareis’. Eles obedeceram e não conseguiram puxá-la, por causa da grande quantidade de peixes. Neste momento, os discípulos reconheceram o milagre, também aquele que o promovera: é o Senhor! Um mistério que remete à aprendizagem da nova e definitiva lição, formulada pelo apóstolo Paulo, na Carta aos Romanos. Paulo sublinha que Cristo Ressuscitado dos mortos não morre mais, a morte já não tem poder sobre Ele. Pois Aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas, mas Aquele que vive é para Deus que vive.

         O discipulado no seguimento de Jesus Ressuscitado toca a vida no seu núcleo de sustentação: Cristo, referência insubstituível e inigualável, é fonte da lógica que deve presidir toda a existência. Ter algo para comer é imprescindível para viver. O alimento vem pela iluminação alcançada na oferta redentora que Cristo faz de si, na ceia pascal, consumada no alto da cruz, pela oblação que faz de Seu corpo e sangue. Os discípulos compreendem e são desafiados a reger-se pela competência de responder à interrogação do Mestre Jesus: a partir de Cristo, o ser humano encontra seu verdadeiro alimento, aquele que conduz à vida. Longe desse alimento, o caminho da humanidade será orientado por dinâmicas destrutivas: ressentimentos e mágoas que sufocam a fraternidade, deixam espíritos conturbados, impondo uma cegueira nas pessoas que passam a enxergar apenas nos limites dos próprios juízos e escolhas, aprisionadas em interesses pequenos, pouco nobres. Com isso, deixa-se de reconhecer a presença de Deus na própria vida. Uma perda grave, que leva a adoecimentos.

         “Tendes algo de comer?” É uma interrogação com força de advertência, explicitando os limites humanos. Remete à importância determinante de escutar os clamores dos outros, especialmente daqueles que não têm algo para comer – são milhares e milhões pelo mundo afora. A escuta dos clamores daqueles que sofrem, particularmente de quem enfrenta a fome, à luz da pergunta formulada por Jesus, conduz à lógica da generosidade e da partilha – remédio para as inimizades e mágoas forjadas por limitações humanas e espirituais: a incapacidade para perdoar e alargar o coração e hospedar o amor. O amor é o único agente de reconciliação e de recomposição da fraternidade universal.

         A pergunta do Mestre remete ao flagelo da fome – uma ameaça à dignidade humana. Sabe-se que uma carência prolongada de alimentação provoca debilidades graves, instaura apatias, impõe a perda do sentido social. Compreende-se a urgência da escuta da pergunta do Mestre e a importante celeridade para respondê-la com um “sim”. São urgentes os envolvimentos organizacionais da sociedade e a adoção de políticas públicas capazes de vencer a fome. Uma vitória que depende também da efetivação de um novo estilo de vida – compromisso de todos – distante dos hábitos que levam ao esgotamento do meio ambiente. Reverter os cenários abomináveis de desolação e de abandono provocados pela fome significa também contribuir para superar situações que destroem as famílias, levam violência aos lares, às cidades e ao campo. A carência alimentar gera, ainda, adoecimentos físicos e psíquicos.

         Acolher a pergunta que brotou do coração de Cristo Ressuscitado, voz dos famintos e excluídos, é o primeiro passo para reverter a aporofobia tão disseminada na sociedade. É desolador constatar que muitos cultivam aversão e desprezo em relação aos pobres, hostilizando ainda as iniciativas que buscam oferecer dignidade a quem sofre. A interpelante interrogação feita por Jesus aos seus discípulos desafia todos os cidadãos, especialmente os cristãos. Deve inspirar sensatez e humanismo, para que sejam alcançadas novas respostas, mais eficazes no enfrentamento de muitos flagelos sociais, particularmente no combate à fome. Aqueles que exemplarmente trabalham pela cura dessa chaga social podem ser inspiração, convencendo cada vez mais pessoas a também se unirem para amparar quem não tem o que comer.

         A partir de Cristo, é urgente forrar corações com o tecido da compaixão, capaz de inspirar uma nova ordem social livre do flagelo da fome. Especialmente os cristãos devem ter sempre presente a advertência de São João Crisóstomo que, por volta do século quarto da era cristão, disse: “Muitos cristãos saem da Igreja e contemplam fileiras de pobres, e passam longe, sem se comover, como se vissem colunas e não corpos humanos que respiram. E, depois de tamanha desumanidade, se atrevem a levantar as mãos aos céus e pedir a Deus misericórdia e perdão pelos seus pecados”. A voz de Jesus seja escutada como clamor dos pobres e famintos: “Tendes algo de comer?””.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,65%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.