segunda-feira, 3 de julho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, HUMILDADE, VERDADE, DIGNIDADE HUMANA E ESCUTA AMOROSA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE (79/91)

(Julho = mês 79; faltam 91 meses para a Primavera Brasileira)

“Surge um líder... e agora?

       O lugar de um líder dos países pobres estava vago desde a queda do socialismo e do esgotamento do desenvolvimentismo. Mas, com os discursos em Sharm Sheikh e em Paris, Lula está preenchendo essa vaga de líder mundial. Ele tem a formação política, sensibilidade social e carisma e conta com o apoio do nosso competente corpo diplomático, para consolidar seu papel de líder mundial ao encampar quatro causas fundamentais deste momento: meio ambiente, pobreza, desigualdade e migração.

          Lula não tem amarras do passado, não é nostálgico do socialismo, entende os novos tempos globais e defende as novas classes espoliadas: gerações futuras, ameaçadas pela crise ecológica; os pobres, os náufragos e refugiados.

          E ele se tornou o porta-voz dos milhões de descontentes com o presente e em busca de um novo rumo para o futuro. Líder do mundo global, em um novo tempo, com uma nova esquerda pós-socialismo e pós-nacionalismo. Para surpresa da esquerda tradicional, defende livre comércio e iguala luta social a luta ecológica.

          Mas, e agora?

          Em setembro deste ano, Lula tem condições de consolidar sua liderança, no discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Será a oportunidade para ir além do discurso crítico, apresentar propostas para o futuro e mostrar que o Brasil é capaz de executar estratégia e ser exemplo de um novo desenvolvimento sustentável e inclusivo. Deverá dar o exemplo interno de que suas propostas para o mundo funcionam no Brasil.

          Nas Nações Unidas, Lula pode propor um Bolsa Família mundial, vinculado à educação, que supere a pobreza. Precisa indicar qual é nossa estratégia para que em futuro próximo nenhum brasileiro saudável necessite de bolsas e auxílios para sobreviver. Iniciar a execução de um sistema escolar nacional com máxima qualidade igual para todos, independentemente da renda e do endereço.

          Sinalizar que, além de proteger florestas, tem plano e metas para o uso sustentável dos recursos naturais, realizando um desenvolvimento que aumente e distribua a renda nacional, sem degradar a natureza sob nossa responsabilidade, mas que reconhecemos pertencer à humanidade inteira. Defender o direito universal a vacinas.

          Mostrar que nossa democracia é sólida, com diálogo entre todas as tendências políticas, e sem as corrupções, no comportamento dos políticos, nas prioridades das políticas, ou na desvalorização da moeda. Conclamar os presidentes de todos os países a construirmos um mundo melhor e mais belo para todos.

          Lembre-se de que não há líder mundial sem sucesso local. O mundo espera que não desperdiçamos o momento: que Lula e o Brasil apontem o rumo e mostremos como estamos fazendo internamente para construir desenvolvimento sustentável, justo, democrático e pacífico.”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 30 de junho de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cisco no olho

       ‘Por que reparas no cisco no olho do teu irmão e a trave no próprio olho não percebes?’ A interrogação interpelante de Jesus, em uma das cena1s do Sermão da Montanha, narrativa do Evangelista Mateus, contribui para qualificar o relacionamento entre cidadãos. O Mestre conhece a largueza do coração dos seus discípulos pela medição magistral que pode fazer. Jesus reconhece nas reações e posturas daqueles que O seguem as estreitezas configuradas pela soberba, pelo orgulho e pelo enrijecimento. A soberba, o orgulho e o enrijecimento alimentam a convicção de que o próprio juízo é o melhor e quem nele não se enquadrar não serve, matando a possibilidade do reconhecimento das riquezas nascidas das diferenças. A interrogação apresentada por Jesus contribui, pois, para que o ser humano saiba adequadamente se relacionar, administrando divergências, com respeito a princípios e valores inegociáveis.

          Jesus treina seus discípulos para que possam desenvolver a competência espiritual de produzir juízos capazes de alavancar o desenvolvimento humano integral, assumindo as responsabilidades e as consequências de posturas e de escolhas. A configuração metafórica na articulação das imagens do “cisco” e da “trave” remete o ser humano à condição indispensável da humildade. Trata-se de meta a ser alcançada, particularmente, pela soberana prática da escuta. Isto significa demover as montanhas de orgulhos que alicerçam preconceitos e discriminações. Os contaminados por preconceitos e discriminações são incapazes de respeitar a dignidade do ser humano. Agir com deferência não pode ser simplesmente uma formalidade vivenciada no encontro entre as pessoas. Trata-se de verdadeiramente respeitar a dignidade humana nos relacionamentos que integral a vida em sociedade.

          O Mestre considera hipócrita aqueles que não tiram a trave do seu próprio olho e se arvoram em tirar o cisco do olho alheio. São pessoas incapazes de adotar um indispensável critério – alicerçado na superação de preconceitos, da soberba de achar-se dono da verdade. Trata-se de investir no que constrói entendimentos, promove avanços humanitários e relacionais, corrigindo descompassos, superando autoritarismos e imposições que buscam destruir aqueles com quem são estabelecidas divergências. Cada pessoa, o tempo todo, deve se autoavaliar, observando seus próprios juízos, para, assim, não se tornar alguém que impõe ideias. É preciso ser vigilante também para não fazer escolhas políticas e econômicas prepotentes, que ferem a ética, essencial à convivência humana.

          Jesus faz importante recomendação: “Tira primeiro a trave do teu próprio olho, então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão!” Acolher a orientação do Mestre e, assim, buscar a superação das próprias estreitezas, antes de julgar o semelhante, possibilita a qualificação do ser humano. Contribui para a consolidação de uma linguagem cuja gramática é capaz de promover a reconciliação na família humana. Aponta-se, pois, a essencialidade de colocar diante de si a meta de ser especialista em relacionamento, pela competência de ajudar a formar ambientes de entendimento, favoráveis à promoção do bem comum. Na construção da sociedade, não basta o conhecimento técnico, pois nada substitui a competência de promover relações saudáveis, uma autêntica arte. O relacionamento qualificado é aquele que contribui para fazer a sociedade avançar na direção da verdade. O ponto de partida para promovê-lo é cultivar a autoconsciência, tarefa humana e espiritual que pode conduzir cada pessoa a um desempenho adequado à construção de uma sociedade justa e solidária.

          A exigência de se cultivar a autoconsciência remete o ser humano a se fazer interrogações determinantes: “Quem sou eu? De onde venho e para onde vou?” As respostas a essas interrogações são impulsos fundamentais, permitindo corrigir descompassos. Importante sublinhar: Jesus, na sua maestria, adverte seus discípulos com o objetivo de prepará-los para que sejam capazes de enxergar a realidade com mais clareza. Assim, conseguir dar uma orientação mais adequada para suas atitudes, investindo na reciprocidade: o relacionamento é a construção daquela reciprocidade que não permite ao indivíduo encastelar-se e si mesmo, pois esse aprisionamento o condena a sempre interpretar a realidade segundo, unicamente, os seus próprios parâmetros e critérios. Tirar a trave do próprio olho para tornar-se capaz de tirar o cisco do olho do outro é a metáfora da dinâmica da reciprocidade, único caminho dialogal e de escuta para construir uma saudável convivência entre seres humanos. A orientação de Jesus é o itinerário para a comunhão, essencial à fé cristã e à vida em sociedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em maio, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,94%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.