“A educação e o atraso brasileiro
Cerca de
95% dos alunos que concluem o ensino médio em nossas redes públicas não sabem o
adequado em matemática. Não é um problema deste ou daquele governo. A falência
é crônica. Em 2009, nossos alunos obtiveram386 pontos em matemática, no PISA,
da OCDE, contra 379 pontos, em 2022. Em doze anos, aumentamos o recurso para a
educação, mas os resultados são pífios. Recentemente, o Estado de Minas Gerais
fez um movimento para virar o jogo: o projeto Somar, permitindo que três
escolas da periferia de Belo Horizonte tivessem gestão privada. O projeto vem
dando certo. As faltas de professores diminuíram, o desempenho melhorou. Em
qualquer país civilizado, seria a senha para corrigir falhas e seguir em
frente. Mas não no Brasil. Por esta semana, o Tribunal de Justiça de Minas
Gerais (TJMG) mandou proibir a iniciativa, a partir de uma ação do sindicato de
professores.
Esta tem
sido a crônica brasileira. Criamos um sistema de monopólio estatal da educação
pública. Ele não funciona, mas não reagimos. Não funciona em função da
burocracia, do mando corporativo, da falta de competição e incentivos. E a cada
vez que alguém tenta mudar, a reação é feroz. Nos tornamos um vergonhoso país
do status quo, na educação. Há várias razões para isso. Uma delas é que se
trata de um drama em banho-maria. Na saúde, é chocante ver um idoso morrer na
sala de espera de uma unidade do SUS. Na educação, um jovem negro abandona a
escola e a maioria não aprende. Mas quem se preocupa? Outra razão: famílias de
menor renda não têm poder de pressão. Já os sindicatos e ONGs ideológicas, têm
de sobra. E por fim, a indiferença. Quem dinheiro no Brasil, põe o filho na
escola privada. Está “protegido”, no mercado. Alguém acha que os juízes que
decidiram proibir os alunos mineiros de estudar em escolas com gestão privada
topam colocar os próprios filhos no sistema estatal?
Os bons
exemplos estão aí, a nossa disposição. Na Inglaterra, o sistema das Academies é
um sucesso. A escola é pública, a gestão é privada. No Brasil, é só ir até a
Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, e visitar o IMPA, instituição modelo no
ensino e pesquisa da matemática. Há 25 anos ela é gerida por uma Organização
Social privada. A pergunta óbvia é: qual o princípio metafísico que impediria
que isto também fosse feito em nossa educação básica?
No
Brasil recente, nossos aeroportos deram um salto de qualidade migrando para a
gestão privada. O mesmo se dá com a cultura, as ciências e o meio ambiente, em
casos de sucesso como o OSESP e o Museu do Amanhã. Ou ainda com o Porto
Digital, no Recife, ou parques como o das Cataratas do Iguaçu e o Ibirapuera,
em São Paulo. Se o modelo funciona em todas essas áreas, por que não poderia
funcionar na educação? É evidente que poderia. O que temos é apenas o mando das
corporações. Justamente na educação, optamos pelo atraso. E quem sabe só vamos
resolver o problema quando levarmos nossas escolas tão a sério como levamos a
qualidade de nossos aeroportos. Isto definitivamente não deveria ser assim.”.
(Fernando Luís Schüler. Professor e cientista
político, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 10 de novembro de 2025, caderno POLÍTICA, página 5).
Mais uma
importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para
a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 07 de novembro de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Deus escolhe os pobres
A verdade capital “Deus
escolhe os pobres” é título do segundo capítulo da Exortação Apostólica Dilexi
te (Eu te amei), do Papa Leão XIV. A verdade anunciada pelo Papa aponta a
direção capaz de libertar a sociedade contemporânea das crescentes violências,
com organizações criminosas por toda parte, das indiferenças em relação aos
pobres, com a carência de sensibilidades essenciais à qualificação da cidadania
e da cultura. Compreender que Deus escolhe os pobres é conquistar lógicas que
libertam o ser humano da escravidão imposta pela lógica do mercado, com a
hegemonia sedutora do dinheiro. Trata-se de um horizonte iluminado e
iluminador, ponto de partida na configuração de uma sociedade mais justa e
fraterna. Entender porque Deus escolhe os pobres permite construir soluções
lúcidas para os desafios atuais, inspirando uma política honesta capaz de
ajudar a transformar a realidade.
Ao escolher os pobres,
Deus oferece a cura para a mesquinhez que nasce nas estreitezas humanas,
responsáveis por cenários de miséria, exclusões e discriminações. Vale
deixar-se interpelar pelas lógicas inesgotáveis que nascem da escolha de Deus:
ao escolher os pobres, movido por seu amor misericordioso, Deus desce até seu
povo, em um gesto de proximidade, para vencer a escravidão, os medos, o pecado
e o poder da morte. Não fica de longe e manda intervir na realidade. Ele mesmo
assume a condição humana - igual em tudo, exceto no pecado. Entra nas
circunstâncias da humanidade e preocupa-se com a sua pobreza. Por isso se fez
pobre, fazendo-se próximo. Trata-se de uma preferência, sem exclusivismos,
sublinhando a singularidade do agir de Deus, que se dedica aos sofrimentos
causados pela pobreza. Um caminho espiritual que também precisa orientar o agir
humano.
Deus se torna o modelo
inspirador ao se fazer, como mostram muitas páginas do Antigo Testamento, amigo
e libertador dos pobres. Inspira, através dos profetas, o compromisso de
combater as iniquidades contra os mais fracos, inspirando um agir cidadão em favor
dos pobres. Se os cidadãos e as instituições não escolhem os pobres, podem não
priorizar as necessidades essenciais ao ser humano. Da mesma forma, a
intervenção do Estado torna-se insuficiente ou enfraquecida quando não há
escolha pelos pobres. As políticas públicas se arrastam e as manipulações e
interesses imorais tomam o lugar principal. Sem amor e compaixão dedicados aos
pobres não se edifica uma sociedade justa e solidária, mas dá-se oportunidade
ao que descompassa a civilização contemporânea. Opção pelos pobres é
espiritualidade e fé, também uma maneira de, adequadamente, exercer a
cidadania, fonte da sensibilidade que equilibra relações sociais.
A distância em relação
aos pobres contribui para multiplicar discursos políticos sem incidência
transformadora, decisões judiciárias parciais, novas formas de criminalidade,
de depredação do meio pelo extrativismo ganancioso. A sociedade se torna
ambiente da violência, da luta armada, dos preconceitos e das discriminações,
lugar onde cada vez mais pessoas são desrespeitadas em sua dignidade e
direitos. Por não se escolher os pobres, acentua-se o abismo da desigualdade.
Enquanto muitos estão mendigando, incapazes de se prover do necessário,
socialmente excluídos, outros acham-se no direito de esbanjar, de agir
gananciosamente, indiferentes diante do dever de contribuir para o equilíbrio
social. Sentem-se satisfeitos com as próprias garantias. A escolha dos pobres é
caminho para superar a perversidade da lógica dos cálculos e das vantagens.
Essa lógica compromete o adequado exercício da cidadania, pois impõe um modo de
viver egoísta. Jesus, segundo narra o evangelista Lucas, deu um conselho
que pode incomodar aqueles que somente conseguem enxergar a partir da lógica
dos cálculos e das vantagens. Ele ensina: quando se der um banquete, os
convidados não sejam os amigos, nem parentes, irmãos ou vizinhos ricos, mas
sejam convidados os pobres, porque não terão como retribuir. Um apelo e uma
indicação terapêutica para o equilíbrio humano e social das relações em
comunidade e na sociedade.
A Igreja Católica, no
tesouro de sua tradição bimilenar, tem preciosidades para compartilhar e ajudar
a sociedade na superação de desafios. A especialidade da Igreja em humanidade
nasce de sua opção preferencial pelos pobres, uma escola que ensina o caminho
para o desenvolvimento humano integral e igualitário. A opção pelo pobre é
fonte de sabedoria e intuições que podem equilibrar as relações sociais e
políticas, vencendo a lógica hegemônica do dinheiro. A sociedade não terá saída
para seus graves problemas se não souber priorizar o pobre. Continuará refém de
justificativas para inércias e indiferenças. Prevalecerá a repetição de medidas
inócuas com discursos populistas e interesseiros. A opção pelos pobres é
caminho de salvação e horizonte inspirador ante a urgência de se construir um
novo mundo. Uma realidade melhor, mais justa e fraterna, possível de ser
alcançada desde que a humanidade defina suas prioridades inspirando-se em Deus,
e Deus escolhe os pobres.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, através do amor
incondicional, com o auxílio da música, yoga, meditação e shantala – e muito
singularmente, do parto humanizado, aleitamento materno, nutrologia e estímulo
– sob a luz perene do Hospital da Criança e da excelência educacional (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5
anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de
matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um verdadeiro servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- O Hospital da Criança e o Farol de Alexandria
...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- Vozes que iluminam e palavras que edificam!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
- A busca de uma nova maneira de viver:
ANTICÂNCER – Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do médico DAVID
SERVAN-SCHREIBER.
- Um encontro com a luz natural no Discurso do
Método, de René Descartes.
- IBIRITÉ – Berço da Excelência Educacional!
- O papel do gari e a plena cidadania,
democracia e sustentabilidade!
- COP30: A verdade brilhante como o sol,
cristalina como a água nas nascentes e pura como o ar das matas e florestas na
sustentabilidade!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
Nenhum comentário:
Postar um comentário