“Mudanças
na educação
Neste mundo cada vez
mais veloz e de tantas mudanças, em que transformações afetam os mais diversos aspectos
da vida cotidiana, por que a educação ainda é vista por muita gente como algo
fora de sintonia com os tempos atuais? Ouvimos, com frequência, que “a escola é
a mesma faz 200 anos”. Será mesmo que não conseguimos mudar um dos maiores e
mais importantes pilares da sociedade?
Acho
que estamos justamente em um momento de transição. No meio de um processo de desconstrução
e reconstrução. Os pilares da educação tradicional, estabelecidos durante a
Revolução Industrial, são cada vez mais questionados. E há quatro pontos
fundamentais que têm provocado esse questionamento e que podem tornar obsoleto
esse modelo utilizado por tanto tempo.
O
primeiro é o local de aprendizado. Antes, o aluno precisava estar em um
ambiente determinado, de corpo presente. Hoje, com os cursos on-line, é
possível aprender em qualquer lugar: em casa, no transporte público, no
escritório, no parque etc. A sala de aula, portanto, deixou de ser
imprescindível no processo educacional.
O
segundo diz respeito ao tempo. O modelo antigo exigia um momento específico
para aprender, de acordo com a faixa etária do aluno e com o planejamento da
instituição de ensino escolhida, gostássemos do conteúdo ou não. Atualmente,
cabe ao estudante decidir o que vai aprender, considerando suas preferências e
necessidades.
O
sistema de avaliação por meio de provas e notas também tem sido revisto, já que
representa uma maneira muito simples de mensurar os conhecimentos e,
principalmente, as potencialidades de alguém. O erro é parte essencial do
processo de aprendizagem e deve ser encarado como meio de atingir um objetivo,
não como sentença de fracasso.
É
importante constatar, ainda a evolução do papel do professor, de quem não se
espera mais a missão solitária de ensinar. Com tantos recursos à disposição, seu
perfil está mais próximo ao de um mentor, guiando e estimulando o aluno, este
sim o maior responsável pela aquisição de conhecimento.
E é
olhando para essa forma de ensino, que conseguimos ver uma série de iniciativas
que estão mudando a educação. Sites de cursos on-line, pessoas buscando
informações no Google ou vendo vídeos no YouTube. Essas e muitas outras
iniciativas estão, cada uma a seu modo, promovendo uma nova forma de ensinar e
aprender.
Diante
disso, um questionamento muito comum é: qual dessas formas é melhor? A resposta
que não tem um modelo definitivo. Cada uma vai ajudar uma pessoa diferente,
para um desafio diferente, em um processo diferente. E essa é a beleza dos
novos modelos de educação. É a quebra definitiva com o modelo antigo, igual
para todo mundo, com severo controle e nenhuma personalização.
Tudo
isso já está em pleno andamento no Brasil, por meio de uma série de iniciativas
que visam trazer o ensino, definitivamente, para o século 21. Dando ao aluno
mais autonomia, implementando novas formas de pensar e tirando proveito das
possibilidades abertas pela internet. A educação está, sim, acompanhando as
mudanças do mundo. E é só o começo.”.
(ANDRÉ TANESI.
CEO da Descola, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de agosto de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de RACHEL
BIDERMAN, diretora-executiva do WRI Brasil e membro da Rede de
Especialistas em Conservação da Natureza, e que merece igualmente integral
transcrição:
“A
arca de Noé atual
A falsa polêmica sobre
existir ou não mudança do clima no planeta é assunto que já aborrece os
especialistas da área. Afinal, se a grande maioria dos cientistas diz que sim,
e essa maioria estuda e pesquisa nos institutos de maior reputação no mundo
todo, por que ir atrás daquela meia dúzia que continua negando o fenômeno?
Parece que, se há polêmica, então há matéria jornalística, e vale o esforço da
cobertura. Aí reside o problema. Dar atenção ao que não é substantivo é apenas
uma opção. Portanto, não cobrir os negacionistas que refutam a existência da
mudança do clima deveria ser uma alternativa mais relevante para os meios de
comunicação – assim como não dar ouvidos aos extremistas na política e na
guerra poderia ser uma opção impulsionar democracias e economias mais
saudáveis. Abrir as principais vitrines do mundo na mídia impressa ou virtual é
um ato de grande responsabilidade. Quem guarda essa chave poderia pensar mais a
sério antes de dar o palco para notícias cujas consequências são destrutivas.
Uso esse exemplo para chamar a atenção do que considero que deveria ser bem
mais exposto na mídia do que a negação do aquecimento global ou
sensacionalistas em busca da mídia para sua projeção e busca por poder.
Se
você entende que o cenário das mudanças climáticas é pra valer, seja porque leu
os estudos publicados aos milhares, seja por ter observado os exemplos recentes
de eventos climáticos extremos, como as secas e incêndios na Grécia, Califórnia
ou Portugal, certamente vai ficar curioso para entender quais as consequências desse
fenômeno. As perdas globais por incêndios atingiram níveis recordes no ano
passado – e isso pode piorar à medida que a ameaça da mudança climática cresce.
Somos novamente atingidos por uma grande seca no Sudeste do país e a escassez
hídrica começa a bater em nossa porta, sem que tenhamos agido suficientemente
para combater o problema no curto e longo prazo. Quebrar recordes de diferentes
safras agrícolas no país também é sinal a que precisamos ficar atentos.
Vale a
pena ir um pouco além e investigar as consequências disso para as diferentes
formas de vida no planeta. Há cientistas que alegam que estamos vivendo a 6ª
mais extinção de espécies da história, numa fase chamada de Antropoceno – a
época geológica em que humanos se tornam a principal causa de alterações do
planeta. Estamos perdendo espécies de plantas e animais em grande escala,
muitos dos quais sequer chegamos a conhecer. Com esse processo acelerado,
tornam-se ainda mais urgentes as ações de conservação ambiental, principalmente
aquelas em terras públicas (áreas protegidas) e privadas (reservas legais ou
áreas de preservação permanente obrigatórias nas propriedades). Além de
conservar, é fundamental também restaurar áreas degradas, a fim de resgatar a
capacidade de produção de alimentos, promover segurança hídrica, reter carbono
no solo e estoca-lo nas plantas.
O lado
bom da história é que vivemos um grande despertar de atores que se têm dedicado
à restauração florestal (ou de outros tipos de vegetação) e à produção
agropecuária sustentável, convencidos de que ainda temos oportunidade de salvar
algumas regiões e espécies no planeta de uma devastação ainda maior. Do lado da
conservação, sofremos também com a falta de investimento em parques e áreas de
conservação, pois o que é considerado bem público não tem recebido a devida
atenção, muito menos investimento. E o mais irônico disso tudo é que é
justamente nessas áreas que reside a nossa esperança: milhões de espécies de
fauna e flora que podem nos salvar das situações extremas em que o aquecimento
global está nos colocando. De onde virão as sementes para o reflorestamento de
áreas degradadas, se nossas áreas preservadas pegarem fogo ou sucumbirem às
secas? De onde virá a água para abastecimento e produção, se comprometemos as
áreas protegidas?
Para
sairmos da ação de alguns poucos voluntaristas, o ideal seria que, além dos
governos, houvesse um forte engajamento do setor privado, para que pudéssemos
dar escala às ações para salvar espécies relevantes de fauna e flora para as
futuras gerações. Muitas das ações necessárias podem acontecer na forma de
negócios, de micro a grande porte, gerando economia relevante. Os negócios de
impacto social e ambiental, nesse momento da história, tornam-se peça-chave
para os desafios planetários.
Estaríamos
vivendo um momento “arca de Noé”? O que falta para a sociedade despertar? Além
da oportunidade de uma nova economia como aqui descrito, temos opção ímpar a
cada eleição. Nosso voto na urna pode ser a diferença entre ter políticas que
negam os problemas aqui relatados ou ter gestores responsáveis e comprometidos
com as atuais e futuras gerações e com soluções para esses desafios que afetam
a todos nós.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de
291,88% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, em julho,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,48%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.