(Setembro
= mês 23; faltam 147 meses para a Primavera Brasileira)
“Música
e alfabetização
Você incentiva seu
filho a aprender algum instrumento? Além de lúdica e prazerosa, essa atividade
também pode ser uma forte aliada no processo de alfabetização dos pequenos. É o
que mostra pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT), com meninos e meninas matriculados no jardim de infância. Segundo os
cientistas, aulas de piano tiveram um impacto positivo sobre a capacidade de
distinção de níveis sonoros e de palavras. Assim, as crianças adquiriram uma
melhor consciência fonológica – componente-chave na aprendizagem da leitura.
Diversas
outras pesquisas na área já demonstraram que, geralmente, músicos têm melhor
desempenho em tarefas como compreensão de leitura e distinção de ruído
ambiente. Obviamente, nem toda criança que estuda música se tornará profissional
do ramo, mas a atividade oferecerá interessante suporte em seu processo de
aprendizagem. Cantar e tocar instrumentos estimula áreas neuronais que serão
trabalhadas futuramente em outras funções – como nos cálculos matemáticos ou na
leitura de textos.
O
contato com a música pode ser estimulado desde os primeiros meses de vida. A
escuta de canções estimula a região cerebral denominada córtex auditivo e torna
as crianças a diferenciar os sons. Além disso, estimula a coordenação motora,
uma vez que eles escutarão o ritmo e vão reproduzir com movimentos corporais.
Por volta dos 6 anos, o
estudo da música se torna mais formalizado, com a inserção de técnicas para
tocar instrumentos, partituras e notas musicais. Esse ensino ajudará no
processo de alfabetização, uma vez que se assemelham. Tanto a partitura quanto
o livro representam sons transferidos para a linguagem escrita. Portanto, a
criança exercitará a capacidade de decodificar os sinais no papel e transformar
o conteúdo em música ou, no caso da escola, em leitura de um texto. Até o
aprendizado de matemática é auxiliado, considerando que os números são
símbolos, assim como as notas musicais.
Por isso, o ensino de
música nas escolas é fundamental. Amanhã, completam-se 10 anos que a Lei
11.769, que torna essa prática obrigatória, foi sancionada. O objetivo da lei
não é formar músicos, mas desenvolver sensibilidade, integração e diversos
benefícios na vida escolar dos alunos.
Porém, também é dever
da família estimular o contato de seus filhos com a música. O engajamento dos
pais na atividade é essencial para que os filhos valorizem o consumo da arte e
continuem se interessando pelo assunto ao longo da vida.
Um bom começo é
adquirir, ou procurar na internet, coletâneas com música clássicas em versões
infantis. Outra dica é presentear os pequenos com instrumentos musicais
lúdicos, como tamborzinhos ou miniteclados. O importante é criar um clima
agradável e estimulante dentro de casa. O cérebro do seu filho agradece.”.
(MYRIAN AUBIN.
Pianista mineira e diretora artística do projeto Allegro Vivace, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 17 de agosto de 2018, caderno OPINIÃO,
página 9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“O
perfil das escolhas
A vida é um dom e, por
isso mesmo, exige competência para discernir sobre que direção seguir. Saber
discernir é, pois uma arte que permite construir o bem viver. Trata-se de uma
experiência humana e espiritual, que impacta não somente a própria existência,
mas o cotidiano de pessoas próximas. É, assim, fundamental reconhecer que as
escolhas requerem responsabilidade, pois levam a vitórias ou a derrotas,
dependendo da qualidade do discernimento.
Esses
processos decisórios resultam das experiências de vida, de valores morais,
espirituais e cívicos. Se forem qualificados, possibilitam avançar rumo ao bem
e à justiça. Mas, se os equívocos prevalecem, tempo e esforços são necessários
para recuperar as perdas. Importante perceber: tudo depende das escolhas e, nesse
sentido, o exercício da cidadania merece atenção especial. Cada pessoa precisa
ter clareza para escolher o que gera equilíbrio e impulsiona rumo a avanços
muito necessários.
Opções
inadequadas são especialmente lastimáveis quando ocorrem por falhas na formação
humanística e no exercício cidadão. Quando se toma uma direção equivocada, as
perdas são inevitáveis e o peso recai sobre os ombros de muitos. É necessário
refletir, por exemplo, a respeito dos prejuízos sofridos pela sociedade
brasileira ao longo da história, provocados por quem deveria exercer a
representatividade e servir ao povo. Sucessivas crises submetem a população ao
sofrimento e ameaçam, principalmente, a vida presente e futura dos mais pobres.
Vida que se constrói, ou destrói, conforme a qualidade das escolhas. Essa
verdade vale para as relações no âmbito doméstico, na esfera familiar, mas
também incide nos domínios da esfera profissional, governamental e tantas
outras. Por isso, ainda mais graves são as escolhas equivocadas de quem tem o poder
de decidir, representando uma grande coletividade. Dependendo das decisões,
torna-se inviável o atendimento de demandas urgentes.
Não
menos importante é refletir a respeito das escolhas pessoais de cidadãos
comuns, sobretudo no horizonte deste ano eleitoral, quando a sociedade tem a
desafiadora tarefa de eleger candidatos para dar novos rumos ao país. A
exigência é encontrar, entre os que vão se submeter às urnas, quem tem a
sensibilidade humanística para identificar as reais necessidades da nação. Essa
responsabilidade cidadã de votar bem não é algo simples, pois, nesse processo,
é insuficiente a atitude de orientar-se apenas por convicções pessoais. A
escolha de candidatos é uma dinâmica que exige a articulação de muitos
elementos. Um exercício de discernimento que busca perceber, nos que disputam
as eleições, os parâmetros morais indispensáveis para que, no futuro, se
eleitos, não negociem o que é inegociável, sejam sempre promotores do bem comum
e da justiça.
Nas
eleições, as paixões políticas que fazem “vista grossa” para certas atitudes de
candidatos não devem prevalecer. A vitória de partidos não é o que importa. O
essencial é a opção por pessoas e propostas orientadas por sólidos parâmetros
humanísticos. Assim, será possível escolher adequadamente, ajudando a sociedade
a trilhar novos rumos. Com um maduro processo de discernimento, os cidadãos
conseguirão identificar – e rejeitar – candidatos interessados apenas em seus
projetos pessoais, em defender partidos e apoiadores, abraçando objetivos pouco
nobres – ancorados na mediocridade.
Compete
ao eleitor assumir a exigente responsabilidade de se dedicar às análises,
buscar conhecer melhor o cenário político, identificar bem os perfis dos
candidatos, para poder confiar seu voto a quem, de fato, merece: homens e
mulheres humanisticamente competentes, capazes de cumprir o que se propõem a
fazer, O momento atual pede acertadas escolhas, para que a sociedade brasileira
construa um futuro melhor.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados,
ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do
cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 271,43% nos
últimos doze meses, e a taxa de juros do
cheque especial em históricos 303,19%; e já o IPCA, também no
acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,48%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e
irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito,
a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico
de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem
mostrando também o seu caráter transnacional;
eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos
borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um
verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque,
rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim,
é crime...); III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O
Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.