“O futuro da educação: tradicional ou híbrida?
No
pós-pandemia, haverá uma certeza: nada será como antes. Em todos os setores
ocorrerão mudanças e transformações, e acredito que seja para melhor. Na
educação não será diferente, uma vez que novos métodos, critérios e maneiras de
ensinar estão surgindo. A escola que relutar contra a tecnologia não terá
sucesso.
As
maiores dificuldades ocorrerão no ensino público, já que existe um enorme
passivo social na educação brasileira. A discrepância de oportunidades entre as
classes sociais é o grande desafio a ser vencido. Algumas escolas públicas não
oferecem sequer instalações sanitárias decentes para seus alunos, quanto mais
salas de informática. Além disso, muitas famílias não dispõem de smartphones e
internet de qualidade para que seus filhos tenham acesso a aulas remotas.
A
internet hoje aproxima a sala de aula tradicional e faz parte de um movimento
que não tem volta. Como educador, acredito que o melhor modelo para o ensino no
pós-pandemia para as últimas séries do ensino básico, ensino médio/técnico e
superior seja o híbrido. Considero de fundamental importância as aulas
presenciais nos primeiros anos da educação infantil e ensino básico, por várias
razões, como a socialização, a facilidade maior para a alfabetização e a
criação de laços fraternos e de amizade entre professores e alunos. Quem não se
lembra de sua primeira professora? Esta é uma lembrança da escola que
carregamos para o resto de nossas vidas.
Em
conversa com nossos estagiários, estes declararam que no ensino remoto há uma
vantagem: é que eles podem voltar e revisar a mesma aula gravada várias vezes,
assimilando melhor o conteúdo. Há ainda o ganho extra de recorrer aos
professores para dirimir suas dúvidas. Não há essa possibilidade no ensino
presencial.
Para
utilizar os recursos disponíveis da tecnologia, o professor, muitas vezes, tem
que se transformar em um verdadeiro artista, utilizando a música e as artes
cênicas para motivar os seus alunos. No sistema tradicional de ensino, alguns
profissionais da educação ficam “pulando de galho em galho” em várias escolas
para complementar a renda, daí a necessidade de se prepararem e se
reinventarem.
Neste
momento de transformações considero que um modelo ideal para o ensino no Brasil
é o híbrido. Quiçá no futuro possamos ter somente o ensino remoto. Mas devemos
ter sempre em mente que não podemos esquecer que o estudante precisa praticar o
que aprende na teoria, e, nesse sentido, a atividade de estágio é de
fundamental importância.
É claro
que a fusão e a implantação dos dois sistemas de ensino – presencial e remoto –
exige muito planejamento e preparação de todos os envolvidos. O Centro de
Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (Ciee/MG), que atua em nosso Estado
há mais de 40 anos no encaminhamento de estudantes para oportunidades de
estágios, e nos últimos também para a aprendizagem, acompanha atentamente essas
mudanças e está preparado para atender alunos, escolas e empresas.”.
(Sebastião Alvino Colomarte. Professor e
diretor-presidente do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais – Ciee/MG),
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de
outubro de 2020, caderno OPINIÃO, página 23).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 14 de janeiro de
2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de
autoria de Alicia Kowaltowski, professora do Instituto de Química da
USP, e que merece igualmente integral transcrição:
“Apesar dos tropeços, a ciência impera:
temos vacinas e devemos nos vacinar
Em
1998, o britânico Andrew Wakefield e colaboradores publicaram um artigo
científico sugerindo que vacinas poderiam causar autismo. O trabalho foi
posteriormente retratado, e sabemos por múltiplos estudos consensuais que não
há nenhuma veracidade nele. Mas, infelizmente, essa foi uma instância em que
cientistas individuais, com um trabalho malfeito, causaram imenso estrago no
progresso científico.
Apesar
da indubitável comprovação da segurança das vacinas, seu papel fundamental na
saúde da população e inequívocas demonstrações de que não causam autismo, o
movimento antivacina cresceu progressivamente, impulsionado não por cientistas,
mas por leigos que espalham inverdades.
O
movimento é apoiado pela percepção amplamente difundida de que vacinar não é
natural – e que, por não ser natural, não é saudável. Esse conceito “natureba”
não é somente perigoso por impulsionar o movimento antivacina, mas
completamente inverídico: não há nada que faça algo natural ser mais ou menos
saudável para um ser humano. Exemplifico ao lembrar que algumas das mais
potentes moléculas tóxicas são completamente naturais (como venenos de
serpentes e toxinas como a ricina, usadas por terroristas). Assim como a vacina
não é natural, também não é natural ter vidas longas e saudáveis como temos
hoje – ambas são produtos da ciência.
Ilustrativamente,
vemos com a pandemia atual um cenário esclarecedor do poder das vacinas: o
estrago que faz um vírus 100% natural, por falta de apenas um imunizante. Mas a
maré está para mudar, pois cientistas, usando conhecimento adquirido por
décadas de trabalho intenso, desenvolveram em tempo recorde várias vacinas
contra a Covid-19 – e a campanha vacinal mundial já começou.
No
Brasil ainda assistimos a isso de longe, sem ter acesso a vacinas locais,
apesar do excelente histórico de vacinação que o país tem.
Para
piorar, vacinas viraram motivo para imbróglios políticos. O presidente Jair
Bolsonaro, um completo negacionista científico, espalha inverdades e inventa
problemas inexistentes sobre vacinas para disfarçar o fato de que nada fez para
criar acesso a essas para os brasileiros.
Ele e
sua equipe continuam tentando propagandear o tal “tratamento precoce” contra a
Covid-19, o que é comprovadamente ineficaz.
Nessa
lamentável situação, o Brasil teve a sorte de ter um contrato firmado entre a competente
e experiente Fiocruz e a AstraZeneca para a produção de suas vacinas, que são
seguras, eficazes, baratas e passíveis de produção nacional. Infelizmente ainda
não temos essa produção iniciada, e a previsão de importação envolve números
limitados de doses.
Por
outro lado, o governador João Doria (PSDB) se lançou publicamente como o gestor
da pandemia, baseando suas ações em ciência, e mediou um acordo entre o
renomado Instituto Butantan e a Sinovac, que testava uma vacina também com
características muito adequadas às condições nacionais – e que também se provou
segura e eficaz. Esse imunizante tem a vantagem de já estar presente no país,
em produção e em quantidades significativas. Infelizmente, numa tentativa
altamente politizada e desnecessária de dourar a pílula sobre a sua eficácia, e
limitada por um questionável contrato, a divulgação pública dos dados da
Coronovac, testada pelo Butantan, não foi realizada de forma pronta e
transparente, dando abertura às teorias de conspiração e antivacina.
Vacina
boa é aquela que é segura, eficiente e sobre a qual temos acesso. Não deixemos
as vozes politizadas ou de negacionistas científicos apaguem a grande
oportunidade criada pela ciência. Temos vacinas. Temos um sistema público
organizado, com a habilidade de vacinar grandes populações. Com uma atitude
unificada de esclarecimento e organização de uma campanha cientificamente
embasada, podemos diminuir o sofrimento e mortes causadas por essa doença. Viva
a ciência, e que se inicie a vacinação!”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a
estratosférica marca de 319,78% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em
históricos 113,57%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos
doze meses, chegou a 4,52%); II – a corrupção,
há séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a
proposta do
Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões
(53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao
menos com esta última rubrica, previsão de R$
1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito
e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.