“Surfar na onda da inovação
Nunca
se falou tanto em criatividade e disrupção como no ano passado. Se, por um
lado, o avanço de uma pandemia provocou uma série de prejuízos para empresas em
todo o mundo, além da crise de saúde, por outro, deu ênfase à importância da
verdadeira transformação digital e potencializou a visibilidade das startups. O
momento, portanto, é animador para o ecossistema e ideal para uma reflexão e
ideal para uma reflexão sobre o assunto. Afinal, 2020 ficou marcado por uma
importante mudança na mentalidade dos empresários da economia tradicional, que
passaram a ter um olhar mais atento aos novos modelos de negócios e,
consequentemente, aos investimentos direcionados a soluções que envolvam base
tecnológica. Os reflexos aparecerão ainda mais agora, em 2021.
É
verdade que esse movimento vinha ganhando força gradativamente. Há cerca de
quatro anos, havia poucos investidores nos estágios “pré seed” e “seed” no
Brasil, por exemplo, e pouquíssimas grandes empresas tinham abertura para se
relacionar com startups. Já em 2018 e 2019, os aportes em startups saltaram de
US$1,9 bilhão para US$ 4,6 bilhões na América Latina. Naturalmente, o
entusiasmo diminuiu no início de 2020, em função dos impactos da crise
provocada pelo coronavírus e da quarentena, mas logo o apetite dos investidores
pelas soluções inovadoras voltou a crescer, principalmente devido às
oportunidades apresentadas pelos empreendedores.
De
janeiro a setembro, o volume investido em startups foi superior ao mesmo
período do ano anterior – US$ 2,3 bilhões, em 2020, contra US$ 2,2 bilhões, em
2019. Em 2018, esse valor chegou apenas a US$ 440 milhões, de acordo com os
dados do Distrito Dataminer, unidade de inteligência no mercado de open
innovation. Esse desempenho demonstra a boa performance das startups em
momentos de crise – são mais resilientes, se reinventam de forma ágil e, no
atual cenário de incertezas, ofereceram, com rapidez, inúmeras soluções
criativas para reduzir os impactos negativos.
Além
disso, evidencia, principalmente, que as grandes empresas foram forçadas a se inserir,
efetivamente, na chamada “nova economia” e a buscar escalar seus negócios. Isso
significa entender que não basta ter um e-commerce ou estar presente nas redes
sociais para ser digital, muito menos disruptivos. A urgência por adaptações,
provocada pela pandemia, destacou que a inovação é uma necessidade permanente e
precisa estar inserida na cultura organizacional, envolvendo a produção e os
processos. Antes, praticamente, as companhias mais visionárias tinham essa
percepção e estavam investindo para digitalizar suas operações.
Hoje,
portanto, ficou claro que as startups, acostumadas a conexões, integrações e
adequações ao mercado, não param de oferecer ferramentas para o enfrentamento
dos desafios e a conquista dos resultados estratégicos, nos mais variados
setores. Para os investidores, também são uma opção interessante em relação às
atuais taxas de juros, que estão no menor nível da história. Sendo assim, é a
hora de as empresas brasileiras efetivamente consolidarem a transformação
digital, de acordo com as suas características e o DNA do seu negócio, e
surfarem nessa onda da inovação. Buscar conhecimento e informações para
entender melhor esse ecossistema e todas as possibilidades que ele oferece.
Procurar apoio para encontrar as melhores opções, desenvolver projetos e até
mesmo parcerias para investir.
Potencial
para ser explorado não falta. O Brasil, em 2019, foi o terceiro país do mundo
com maior número de unicórnios, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos.
Além disso, até 2011, por exemplo, apenas uma entre as cinco maiores empresas
norte-americanas era de base tecnológica. Em 2017, todo o Top 5 já foi composto
por elas: Apple, Alphabet, Microsoft, Amazon e Facebook. Paralelamente, em agosto de 2020, o argentino Mercado Livre
tornou-se a corporação mais valiosa da América Latina. E, agora, após tantas transformações,
alguém arriscaria os nomes das companhias tecnológicas que serão as cinco
maiores da região até 2026? Para responder, é hora de apurar o olhar
empreendedor para as startups e acompanhar de perto as tendências e
oportunidades.”.
(Rodolfo Santos. CEO do BMG UpTech, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de janeiro de
2021, caderno OPINIÃO, página 18. * BMG UpTech é o braço de inovação do
Grupo BMG).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de fevereiro de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Alimento espiritual
Mais
algumas gerações, e a época atual será lembrada pela imaturidade egoísta que
ainda domina a sociedade. Nossos descendentes pensarão no legado recebido:
“Como estavam atrasados nossos antepassados! Poderia ter vivido muito melhor”.
Não há como se esperar em curto prazo uma
saída desse penoso clima sociopolítico, afundado num nível ainda muito baixo de
espiritualidade, que atrasa a colheita de um bem-estar ao alcance de uma nação,
como a brasileira, aquinhoada de imensos recursos naturais, solo e espaços de
rara fecundidade.
Em
nossos tempos predomina, abominavelmente, a lógica antissocial do proveito sem
escrúpulo. Elites que deveriam dar o exemplo e se erguer como faróis na
escuridão despejam sobre as massas atitudes abomináveis, contrárias ao que
deveria ser praticado e demonstrado. Pior é quando figuras que, aliviadas pelos
altos ganhos, salários e privilégios, portanto ao reparo de aparentes
necessidades irrefreáveis e tentações, transgridem e infringem a ética e a
probidade. Apenas um exaustivo trabalho de conscientização dos indivíduos, de
bons exemplos e ações poderá persuadir e, assim, conquistar pessoa por pessoa
para a benevolência. Por meio dos indivíduos melhorados, e apenas assim, numa
democracia se transformará o conjunto da nação.
Os
usurpadores deixam a população no sofrimento, obviamente escondendo dos
holofotes seus planos. Quanto maior o sofrimento das pessoas (parece que alguns
partidos acreditam e agem dessa forma, abjeta e não confessada), mais fácil
será provocar uma satisfação por meio de mínimos alívios.
Dominar
e se manter à frente de um rebanho miserável. Com pouco, pensam eles, se
alcança uma mudança impactante. É mais feliz um pobre africano castigado pela
seca ao receber alguns quilos de arroz ou de farinha que um alto funcionário ao
receber uma gratificação de R$ 5.000, que compra mais de cem quilos de
alimentos.
As
instituições públicas podem mudar a vida dos seres humanos governados, mas elas
podem ser alteradas apenas por seres humanos evoluídos. Tudo isso requer
esforços individuais, que têm contra si o tempo, as limitações humanas, o
egoísmo. Até lá é trabalhar, sem desanimar, para desfazer a visão cruelmente
materialista e implantar uma visão mais espiritualista da realidade e da
continuidade humana.
Imagino
que a maioria dos políticos atuais, dos grandes operadores de finanças, neste
momento interromperão a leitura deste texto. A espiritualidade não é uma
ciência exata; permanece num horizonte indefinido para quase a totalidade das
pessoas. Contudo, um ser convenientemente espiritualizado pode provocar milhões
de espiritualizações, numa cadeia infindável de reações que vão além de sua
vida, e contribuir com a evolução humana.
Temos ainda um numero exagerado de figuras
digladiando-se por vantagem pessoa efêmera, por vez velada de um interesse
setorial, mas sub-repticiamente desprovidas de escrúpulos com as consequências
deletérias e os prejuízos que as vantagens de uns poucos geram para muitos
outros. Não há medida ou decisão que possa realmente ser considerada acertada
quando não se considera o conjunto ou a integralidade social.
Dando
apenas pão, pode-se ajudar somente o indivíduo; só é possível ajudar uma
integralidade de pessoas redimindo-as da forma e da brutalidade, ajudando-as a
obter uma concepção (holística) do mundo, que pelas vias da espiritualidade se
abre e penetra nas consciências individuais e as transforma permanentemente. De
nada adianta fornecer apenas o pão a cada uma das pessoas, o resultado será que
depois algum tempo muitos estarão de novo sem pão.
A ação
dos governos, e até aquela empresarial, chegará num prazo relativamente
próximo, a compreender e providenciar, além da distribuição de recursos
materiais, alimento intelectual e espiritual.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a
estratosférica marca de 328,10% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em
históricos 115,59%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses,
chegou a 4,52%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a
proposta do
Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões
(53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao
menos com esta última rubrica, previsão de R$
1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito
e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz
das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.