“O momento presente
Você
está atrasado para quê? O que está deixando para trás? Tem certeza de que
trancou as portas?
Um dos
maiores desafios da vida moderna é viver sem ansiedade, fora desse estado
alerta de preocupação constante.
Tudo
parece acontecer muito rápido e, com isso, muitas vezes temos a sensação de que
estamos sendo deixados para trás.
De
janeiro a julho deste ano, o consumo de antidepressivos e ansiolíticos aumentou
14% em relação a 2020.
Infelizmente,
é necessário constar que motivos para isso não faltaram, já que, em meio à
pandemia, praticamente todas as pessoas tiveram suas vidas modificadas de
alguma maneira: distanciamento social, trabalho em casa, crianças sem escola,
pessoas sem possibilidade de trabalhar.
Aproximação
excessiva de familiares que só se viam à noite ou em fins de semana, obrigados
a conviver integralmente.
Tudo
diferente, tudo novo e muita incerteza.
E o
adoecimento emocional crescente é uma grande preocupação social.
Nem
todas as pessoas deram conta de se reinventar e descobrir um jeito de esperar o
tempo passar sem ficar mergulhado no medo.
É tão
comum estar imerso neste estado de preocupação constante que, na maioria das
vezes, a pessoa já não sabe diferenciar o que é um risco real de um pequeno
inconveniente.
Os
impactos de danos à saúde mental vão muito além de afetar a alegria e o
bem-estar emocional; afetam também, profundamente, a saúde física; aumentam o
risco de todas as doenças, de dores de cabeça a problemas de coluna.
A ansiedade
faz com que vivamos preocupados com erros do passado que não podem mais ser
corrigidos e com desafios do futuro que possivelmente nem virão a acontecer.
Este é
um problema que afeta em diferentes níveis milhões de pessoas todos os dias e
focar em estar presente é uma solução muito rasa para algo que se manifesta de
formas tão distintas.
No
entanto, um bom exercício a se fazer é parar conscientemente para estar no
presente, respirar fundo e perceber sua vida como ela é, sem deixar sua
imaginação criar situações imaginárias.
O que é
um problema e desafio real? Como posso ativamente agir em direção a ele? O que
minha cabeça está supondo? Como posso acalmar esses pensamentos?
Obviamente
recomendo que, se possível, encontrem um bom terapeuta que te ajudará a navegar
estes momentos com maior facilidade.
Adoecimentos
mentais não têm uma fórmula generalizada de cura, mas se conhecer é um bom
caminho para iniciar.
Lembre-se
de que cada um de nós está enfrentando os próprios desafios, mesmo que não pareça
à primeira vista, não se esqueça também de que, para outros, talvez você seja
uma referência de sucesso e felicidade.
Aproprie-se
do que é seu!”.
(Meira Souza. Médica e escritora, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de novembro de
2021, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 19 de novembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Dar conta de si
Dar
conta de si é dom e tarefa que remete ao alicerce sustentador de cada pessoa,
no exercício de suas muitas responsabilidades e, particularmente, na
competência de ser elo da fraternidade solidária e universal. Sabe-se que, em
qualquer etapa da vida, a capacidade para dar conta de si é determinante nos
êxitos ou fracassos. Compreende-se, assim, que essa competência é substrato
indispensável para o adequado exercício da cidadania. Quando o ser humano não
consegue dar conta de si são ampliados descompassos relacionais, em diferentes
âmbitos e níveis. Eis, pois, uma causa da crescente violência e da aridez
existencial dos que não conseguem encontrar o sentido na vida. Não dar conta de
si é caminho para descompassar relações familiares, institucionais e sociais.
Por isso mesmo, é preciso cultivar essa competência, a partir de experiências
relevantes com força de modelagem. Reconhecer que dar conta de si é dom remete
o ser humano a Deus e, consequentemente, ao cultivo da espiritualidade.
Sem
experiências relevantes e o adequado cultivo da espiritualidade prevalecem os
muitos vazios existenciais, responsáveis por patologias que incidem muito
negativamente na vida humana. É preocupante o nível de adoecimento da
humanidade, na contramão do desenvolvimento científico e tecnológico. A
multiplicação dos cenários vergonhosos de desigualdade social, provocados por
interesses egoístas que desconsideram cláusulas pétreas essenciais ao bem
comum, comprovam esse adoecimento. Os prejuízos são ainda mais graves quando
aqueles que têm responsabilidade na defesa do bem comum não dão conta de si e,
consequentemente, não conseguem desempenhar adequadamente as suas tarefas. No
horizonte da saúde, na vida em sociedade, dar conta de si é essencial me
urgente. Uma prioridade que pede investimentos na educação, no humanismo
integral, em legislações apropriadas e, especialmente, na espiritualidade.
Capítulo
essencial na busca pelo dom de dar conta de si é a sabedoria sintetizada na
expressão filosófica “conhece-te a ti mesmo”. A busca pelo autoconhecimento
precisa ser cotidiana, pois contribui para qualificar desempenhos e, assim, bem
cumprir missões e responsabilidades. A carência de autoconhecimento gera
descompassos e irracionalidades que tomam o lugar de entendimentos e de ações
que promovem o bem, a verdade e a justiça. Dentre esses descompassos está a
mistura confusa e prejudicial de escolhas ideológicas com a vivência da fé. E a
avalanche de adoecimentos se avoluma criando um verdadeiro caos. Torna-se
urgente buscar referências capazes de promover o autoconhecimento e capacitar
cada pessoa a dar conta de si, sublinhando a importância da espiritualidade
nessa tarefa.
A
espiritualidade, embora possa ser, equivocadamente, considerada um campo
específico da vida social restrito ao âmbito religioso, é caminho indispensável
para alcançar o equilíbrio e a saúde. Não é, pois, uma exclusividade dos que
professam uma confissão religiosa. Sem a vivência da espiritualidade não se
alcança a essencialidade de cada ser humano. Consequentemente, torna-se mais
difícil o exercício da tarefa de dar conta de si. Cada pessoa, na sua
singularidade, tem uma dimensão profunda que remete à sua origem, ao fundamento
de sua razão de existir, onde é possível encontrar o sentido de seu viver. A
vivência da espiritualidade oferece a cada pessoa a oportunidade de voltar-se
para essa dimensão existencial, aprendendo a enxergar as circunstâncias do
cotidiano a partir da luz que vem de Deus, fecundando-se pela força do seu amor
maior. Viver a espiritualidade, que requer o indispensável engajamento social e
político, se torna prioridade para qualificar o ser humano que precisa dar
conta de si. Buscar autêntica espiritualidade, para além de “devocionismos” e
superstições, é compreender e experimentar o que sabiamente diz Santo
Agostinho: “Não há ninguém neste mundo que não seja viajante. Durante a viagem
sofre-se as consequências das ondas e tempestades. Mas o importante é não sair
da barca”. Para dar conta de si, o segredo é encontrar a bússola no coração de
Deus.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.