segunda-feira, 22 de novembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DOS HÁBITOS SAUDÁVEIS, COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS E ALTRUÍSMO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DO HUMANISMO INTEGRAL, SABEDORIA, ESPIRITUALIDADE, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA SUSTENTABILIDADE

“O momento presente

        Você está atrasado para quê? O que está deixando para trás? Tem certeza de que trancou as portas?

         Um dos maiores desafios da vida moderna é viver sem ansiedade, fora desse estado alerta de preocupação constante.

         Tudo parece acontecer muito rápido e, com isso, muitas vezes temos a sensação de que estamos sendo deixados para trás.

         De janeiro a julho deste ano, o consumo de antidepressivos e ansiolíticos aumentou 14% em relação a 2020.

         Infelizmente, é necessário constar que motivos para isso não faltaram, já que, em meio à pandemia, praticamente todas as pessoas tiveram suas vidas modificadas de alguma maneira: distanciamento social, trabalho em casa, crianças sem escola, pessoas sem possibilidade de trabalhar.

         Aproximação excessiva de familiares que só se viam à noite ou em fins de semana, obrigados a conviver integralmente.

         Tudo diferente, tudo novo e muita incerteza.

         E o adoecimento emocional crescente é uma grande preocupação social.

         Nem todas as pessoas deram conta de se reinventar e descobrir um jeito de esperar o tempo passar sem ficar mergulhado no medo.

         É tão comum estar imerso neste estado de preocupação constante que, na maioria das vezes, a pessoa já não sabe diferenciar o que é um risco real de um pequeno inconveniente.

         Os impactos de danos à saúde mental vão muito além de afetar a alegria e o bem-estar emocional; afetam também, profundamente, a saúde física; aumentam o risco de todas as doenças, de dores de cabeça a problemas de coluna.

         A ansiedade faz com que vivamos preocupados com erros do passado que não podem mais ser corrigidos e com desafios do futuro que possivelmente nem virão a acontecer.

         Este é um problema que afeta em diferentes níveis milhões de pessoas todos os dias e focar em estar presente é uma solução muito rasa para algo que se manifesta de formas tão distintas.

         No entanto, um bom exercício a se fazer é parar conscientemente para estar no presente, respirar fundo e perceber sua vida como ela é, sem deixar sua imaginação criar situações imaginárias.

         O que é um problema e desafio real? Como posso ativamente agir em direção a ele? O que minha cabeça está supondo? Como posso acalmar esses pensamentos?

         Obviamente recomendo que, se possível, encontrem um bom terapeuta que te ajudará a navegar estes momentos com maior facilidade.

         Adoecimentos mentais não têm uma fórmula generalizada de cura, mas se conhecer é um bom caminho para iniciar.

         Lembre-se de que cada um de nós está enfrentando os próprios desafios, mesmo que não pareça à primeira vista, não se esqueça também de que, para outros, talvez você seja uma referência de sucesso e felicidade.

         Aproprie-se do que é seu!”.

(Meira Souza. Médica e escritora, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 19 de novembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Dar conta de si

        Dar conta de si é dom e tarefa que remete ao alicerce sustentador de cada pessoa, no exercício de suas muitas responsabilidades e, particularmente, na competência de ser elo da fraternidade solidária e universal. Sabe-se que, em qualquer etapa da vida, a capacidade para dar conta de si é determinante nos êxitos ou fracassos. Compreende-se, assim, que essa competência é substrato indispensável para o adequado exercício da cidadania. Quando o ser humano não consegue dar conta de si são ampliados descompassos relacionais, em diferentes âmbitos e níveis. Eis, pois, uma causa da crescente violência e da aridez existencial dos que não conseguem encontrar o sentido na vida. Não dar conta de si é caminho para descompassar relações familiares, institucionais e sociais. Por isso mesmo, é preciso cultivar essa competência, a partir de experiências relevantes com força de modelagem. Reconhecer que dar conta de si é dom remete o ser humano a Deus e, consequentemente, ao cultivo da espiritualidade.

         Sem experiências relevantes e o adequado cultivo da espiritualidade prevalecem os muitos vazios existenciais, responsáveis por patologias que incidem muito negativamente na vida humana. É preocupante o nível de adoecimento da humanidade, na contramão do desenvolvimento científico e tecnológico. A multiplicação dos cenários vergonhosos de desigualdade social, provocados por interesses egoístas que desconsideram cláusulas pétreas essenciais ao bem comum, comprovam esse adoecimento. Os prejuízos são ainda mais graves quando aqueles que têm responsabilidade na defesa do bem comum não dão conta de si e, consequentemente, não conseguem desempenhar adequadamente as suas tarefas. No horizonte da saúde, na vida em sociedade, dar conta de si é essencial me urgente. Uma prioridade que pede investimentos na educação, no humanismo integral, em legislações apropriadas e, especialmente, na espiritualidade.

         Capítulo essencial na busca pelo dom de dar conta de si é a sabedoria sintetizada na expressão filosófica “conhece-te a ti mesmo”. A busca pelo autoconhecimento precisa ser cotidiana, pois contribui para qualificar desempenhos e, assim, bem cumprir missões e responsabilidades. A carência de autoconhecimento gera descompassos e irracionalidades que tomam o lugar de entendimentos e de ações que promovem o bem, a verdade e a justiça. Dentre esses descompassos está a mistura confusa e prejudicial de escolhas ideológicas com a vivência da fé. E a avalanche de adoecimentos se avoluma criando um verdadeiro caos. Torna-se urgente buscar referências capazes de promover o autoconhecimento e capacitar cada pessoa a dar conta de si, sublinhando a importância da espiritualidade nessa tarefa.

         A espiritualidade, embora possa ser, equivocadamente, considerada um campo específico da vida social restrito ao âmbito religioso, é caminho indispensável para alcançar o equilíbrio e a saúde. Não é, pois, uma exclusividade dos que professam uma confissão religiosa. Sem a vivência da espiritualidade não se alcança a essencialidade de cada ser humano. Consequentemente, torna-se mais difícil o exercício da tarefa de dar conta de si. Cada pessoa, na sua singularidade, tem uma dimensão profunda que remete à sua origem, ao fundamento de sua razão de existir, onde é possível encontrar o sentido de seu viver. A vivência da espiritualidade oferece a cada pessoa a oportunidade de voltar-se para essa dimensão existencial, aprendendo a enxergar as circunstâncias do cotidiano a partir da luz que vem de Deus, fecundando-se pela força do seu amor maior. Viver a espiritualidade, que requer o indispensável engajamento social e político, se torna prioridade para qualificar o ser humano que precisa dar conta de si. Buscar autêntica espiritualidade, para além de “devocionismos” e superstições, é compreender e experimentar o que sabiamente diz Santo Agostinho: “Não há ninguém neste mundo que não seja viajante. Durante a viagem sofre-se as consequências das ondas e tempestades. Mas o importante é não sair da barca”. Para dar conta de si, o segredo é encontrar a bússola no coração de Deus.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 339,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,6%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,67%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

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