“A gestão de resíduos sólidos é assunto que importa
O
Brasil produziu, em 2020, um total de 82,5 milhões de toneladas em resíduos
sólidos urbanos. Isso equivale a 390 kg gerados por habitante durante todo o
ano passado. Um número bastante expressivo para o nosso país, mas devemos levar
em conta a pandemia, que contribuiu, e muito, para o crescimento de lixo
produzido, já que passamos a maior parte do tempo em casa. Diante disso, é
primordial a necessidade de debatermos sobre a sua correta gestão.
Esse
tema da gestão de resíduos sólidos é uma das formas mais usuais para o
desenvolvimento da consciência ambiental, uma forma de garantir a
sustentabilidade, pois ela está em todos os ciclos da sociedade. Pensar e
adotar práticas para o aproveitamento e o reaproveitamento, bem como para um
descarte correto do que não é mais útil, está inserido no que denominamos de
“economia ecologicamente correta”. Pensar nessa forma de economia é pensar no
futuro.
A
maioria das pessoas, no seu dia a dia, pode não perceber a importância desse
assunto, mas ele está intrinsecamente ligado ao bem-estar social, orientando o
poder público para as suas ações, para o planejamento de suas políticas
públicas.
O
gerenciamento de resíduos sólidos tem como principal objetivo o de reduzir o
volume e dar tratamento adequado a eles, bem como conscientizar os responsáveis
sobre as boas práticas ambientais, considerando a sua não geração – também para
evitar as perdas –, a sua redução, reutilização, reciclagem e destino adequado
como forma de minimizar os impactos negativos ao nosso meio ambiente.
Um dos
assuntos que podemos citar aqui é a respeito dos lixões e dos aterros
sanitários, por vezes confundido pela população. O que é popularmente conhecido
como lixão, um depósito sem cobertura, recebe resíduos de todo tipo de fonte,
lixos residenciais, industriais e até hospitalares. Geralmente estão bem
distantes dos centros urbanos, sendo alguns até clandestinos. Já o aterro
sanitário tem o solo tratado e também impermeabilizado, com um sistema de
drenagem. E, sendo assim, a sua importância torna-se cada vez maior. Mais,
claro, não adianta termos aterros sanitários sem monitoramento, sem o controle
necessário, lembrando sempre que a média de vida de cada aterro construído é de
20 anos. Por isso, sempre estaremos em busca de soluções para o descarte dos resíduos
sólidos.
Para
além das construções de aterros sanitários, devemos priorizar uma
educação mais assertiva e ofertar condições para a formação de profissionais
capacitados, que tenham uma ampla visão do meio ambiente, que tragam novas e bem-vindas
soluções.”.
(Mariana Babilone. Coordenadora do curso de
engenharia da Uma Lafaiete, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 28 de dezembro de 2021, caderno OPINIÃO, página
17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 03 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Mensageiros da paz
Os
votos de um ano novo abençoado precisam estar vinculados ao compromisso de ser
mensageiro da paz. E para bem assumir essa tarefa, é preciso cuidar da própria
interioridade, pois o coração humano é construtor da paz, com reflexos nas
dinâmicas familiares, institucionais e sociais. Por isso mesmo, na abertura de
um ciclo novo, no início do ano civil, deve-se cuidar do tecido interior,
muitas vezes contaminado pela indiferença, ódio e insensibilidade, que destorem
o sonho da paz. Esse sonho não se realiza pela influência das cores das roupas,
nem por barulhos, fogos de artifícios, excessos de comida e bebida. É a
interioridade de cada pessoa que tem força para impulsionar o nascimento de um
tempo esperado por muitos.
Convém,
pois, emoldurar a festa da chegada do novo ano com o silêncio da oração, eivado
por especial gratidão pelo dom da vida, dedicando particular reverência aos que
já partiram. O novo ano necessita, particularmente, do compromisso, de todos,
com a (re)construção da sociedade, desfigurada por vergonhosas desigualdades
sociais, pela fome que sacrifica tantas pessoas. Compreende-se, pois, que o
grande projeto da construção da paz é muito mais do que simplesmente buscar
quietude, ou quietudes – não raramente sustentadas pelas comodidades e
garantias alcançadas de modo egoísta. Ao invés disso, urge a consciência
individual e comunitária dos que buscam ser mensageiros da paz.
Tornar-se
mensageiro da paz deve ser projeto de vida pessoal, sustentando articulações
sociais e políticas para que a sociedade alcance rumos novos, a partir de
escolhas acertadas em 2022. Para recuperar o que foi perdido, recompor aquilo
que foi destruído, com consequências agravadas pela pandemia, por inabilidades
governamentais e pelo inadequado exercício da cidadania é preciso inteligência,
com o aprendizado de lições muitas vezes decorrentes do sofrimento. Pode-se,
deste modo, reconhecer, na exemplaridade dos gestos solidários, uma alavanca
para o desenvolvimento integral. Um propósito que demanda investimento na
interioridade humana. Nesse sentido, a fé cristã indica práticas muito
pertinentes, ensinando: o coração não pode ser hospedagem de sentimentos que
abrem portas para fracassos e até mesmo para ilusórios progressos – aqueles que
são incontestavelmente frutos de prejuízos e perversidades.
Os
mensageiros da paz estão desafiados a rever propósitos e a reconfigurar lógicas
para promover a justiça e a igualdade social, essenciais à paz. Uma tarefa que
demanda a coragem profética de redimensionar privilégios para corrigir os
descompassos de uma sociedade altamente excludente e garantir o respeito à vida
de todos. Um quadro de propósitos, pequenos e grandes, precisa ser configurado
como compromisso cidadão de cristão, na singularidade da vida de cada pessoa,
especialmente ouvindo os clamores dos pobres. Um exercício oportuno para a
passagem de ano, que pode efetivar correções, escolhas mais adequadas e o
amadurecimento pessoal, com desdobramentos para a vida social.
Na lista
de propósitos para o novo ano, inclua-se, de modo inegociável, o compromisso de
trabalhar pelo diálogo, convocação do Papa Francisco, 1º de janeiro de 2022. O
Papa Francisco cita o profeta Isaías, quando exalta os formosos pés do
mensageiro que anuncia a paz, manifestando consolação e alívio para um povo
extenuado pelas violências e abusos, exposto à infâmia e à morte. É
indispensável e inadiável investir em diálogos construtivos, mesmo entremeados
pela desolação dos confrontos entre nações. Promover diálogos entre segmentos
sociais e políticos, superando manipulações interesseiras que prejudicam
principalmente os pobres e o bem comum para satisfazer interesses egoístas de
um modelo econômico na contramão da partilha solidária.
Urge-se
a habilidade para edificar mais frentes de diálogo, que não pode ser confundido
com “conversa fiada” ou repetições demagógicas, comprovação da esterilidade de
discursos. A indicação do Papa Francisco é preciosa ao lembrar que, em cada
época, a paz é conjuntamente dádiva do Alto e fruto de uma dedicação partilhada
por todos aqueles que constroem a sociedade: instituições e particularmente
cidadãos, que podem edificar um mundo mais pacífico a partir do seu próprio
coração e de suas famílias, com incidências no campo social, ambiental, nas
relações entre povos e estados. Nesta passagem de ano, seja, pois,
especialmente acolhida esta convocação: a partir da sincera escuta dos clamores
dos pobres, todos procurem se tornar mensageiros da paz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,341 trilhões (49,64%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.