(Abril = mês 65; faltam 105 meses para a Primavera Brasileira)
“Retorno esperado
É
com muita alegria que vemos as escolas retomarem as atividades presenciais,
depois de os alunos se manterem distanciados por quase dois anos em decorrência
da Covid-19. Embora saibamos que as restrições causadas pela pandemia foram
amplas, é hora de reorganizar cada setor que ficou restrito. Um dos mais
importantes é o educacional.
E essa
retomada exige atenção. Por mais que as plataformas digitais tenham
possibilitado a continuidade dos estudos, é inegável que ocorreram gaps, e
essas lacunas exigem trabalho para serem preenchidas. Por melhores que tenham
sido os resultados, dois anos de distanciamento representam muito para quem
está na idade escolar.
Por
isso, neste reinício, a escola e os pais precisam compreender que o isolamento
interferiu no estado emocional e cognitivo dos alunos. Essa compreensão é
importante para que as crianças e jovens sintam-se confiantes na retomada da
normalidade.
Desse
modo, considerando que o foco deve ser na formação, as partes envolvidas devem
assumir responsabilidades e dirigir esforços, conscientes de que é preciso
fazer mais e melhor.
À escola
cabe realizar diagnósticos pedagógicos a fim de elaborar e colocar em prática
um planejamento que contemple o aspecto cognitivo e socioemocional. Isso
implica esforço na capacitação dos professores, que precisam estar aptos para
um trabalho voltado à resolução das gaps e aproveitamento da aprendizagem a
distância, integrando-a ao presencial a fim de obter o melhor rendimento.
Já as
famílias, podem acompanhar os filhos nos deveres e no tempo a ser dedicado aos
estudos. Algumas famílias, durante o isolamento puderam se organizar melhor.
Porém, agora os pais precisam se envolver ainda mais, incentivando os filhos e
dando feedback à escola, estabelecendo um diálogo marcado pela clareza e
confiança.
Já os
alunos, famílias e educadores esperam um comprometimento cada vez maior com os
estudos. As escolas vão retomar exigências, cobranças e processo de avaliação,
mas o engajamento de cada aluno é que dará resultados. Um aluno que se esforça
terá uma atitude participativa, respeitosa e envolvida com as atividades
escolares. Neste retorno, espera-se a boa vontade das comunidades para que os
envolvidos retomem as atividades com entusiasmo.
Estamos
cientes de que a pandemia ainda pede cuidados, o que obriga as escolas a
continuarem cumprindo regras e condutas exigidas pelos protocolos de segurança.
Aprendemos
muitas lições com as restrições. Uma delas é que o retorno à normalidade tem um
valor inestimável. É justificável a satisfação por podermos estar de novo
fisicamente próximos, interagindo em prol da educação. E, quando o foco é a
educação, as famílias e a escola devem estar unidas.”.
(Eldo Pena Couto. Diretor do Colégio Arnaldo,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de
fevereiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 23).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 01 de abril de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Por um novo humanismo
Graves
conflitos ameaçam a paz pelo mundo afora, pedindo urgentes providências. Neste
horizonte, este convite dirigido a cada pessoa é mais que oportuno: unir-se ao
gesto orante oficiado pelo Papa Francisco, neste 25 de março. Um gesto orante
que ultrapassa o território da devoção – remete a humanidade às raízes
espirituais que são capazes de restaurar o coração humano e o tecido
sociocultural da civilização contemporânea. O distanciamento dessas raízes
explica, significativamente, a presença da guerra, das forças destruidoras
derivadas dos preconceitos e discriminações, passando pelas indiferenças em
relação àqueles que sofrem. As guerras e outras formas de violência mostram,
pois, que o mundo precisa de um novo humanismo.
Os
fracassos e sofrimentos vividos atualmente se contrapõem às muitas
possibilidades de dinâmicas civilizatórias mais construtivas. O ser humano já
deveria ter aprendido melhor as lições acumuladas pelos acontecimentos da
história, particularmente da história recente. Mas há um tremendo descompasso
entre os avanços científicos e tecnológicos com a ainda incipiente construção
de um novo humanismo. Quando se governa sem os parâmetros de um humanismo integral
escancaram-se as portas das delinquências – nos pronunciamentos, nas escolhas e
no discernimento das prioridades. Com isso, fica comprometido o desenvolvimento
que todos sonham e atitudes são configuradas sob lógicas cuja irracionalidade
constitui verdadeiro crime contra a humanidade. A insanidade que prevalece
desgasta e inviabiliza a cultura do diálogo, enfraquecendo o compromisso de se
buscar construir e se envolver em redes de cooperação. Ao invés disso, são
escolhidos líderes contaminados por interesses mesquinhos, “portas de entrada”
para a corrupção e as manipulações.
Refletir
sobre o atual cenário mundial leva a consolidar a convicção da necessidade
urgente de se promover mudanças em diversos âmbitos, por meio de variados
recursos cidadãos. Incontestável é a necessidade de se investir na educação
integral, capaz de alavancar transformações significativas. A educação integral
é obstáculo para aqueles que dificultam os diálogos – inclusive na elaboração e
efetivação de políticas públicas essenciais, a exemplo daquelas dedicadas ao
campo educacional. É preocupante a cegueira do maquinário estatal, incapaz de
reconhecer que a educação impulsiona a sociedade rumo ao desenvolvimento
integral.
Está
faltando sabedoria e entendimento humanístico para compreender que a tarefa
primordial de trabalhar pela educação é responsabilidade governamental em
diálogo e articulação com as famílias, as igrejas, as escolas e a sociedade
civil. A carência de um humanismo integral na condução de governos obscurece processos
de definição das prioridades dos investimentos mais importantes para dar novo
rumo à sociedade. Os governantes não podem desconsiderar o campo da educação
valendo-se da justificativa de que faltam recursos – um refrão. Precisam
reavaliar prioridades, abrindo-se ao diálogo, à escuta, à avaliação de
propostas. Para isso, requer-se uma competência humanística que ultrapassa a
simples capacidade para fazer funcionar uma máquina estatal e governamental.
Para isso, requer-se uma competência humanística ultrapassa a simples
capacidade para fazer funcionar uma máquina estatal e governamental. Não basta
simplesmente um modelo de gestão exitoso nas contas.
É
fundamental deixar-se presidir por um adequado modelo de sociedade, pela
abertura ao diálogo que produz entendimentos lúcidos, capazes de inspirar um
novo movimento civilizatório para a humanidade. O equilíbrio das contas e a
prioridade da sustentabilidade devem contracenar com um processo educativo que
resgate cidadãos do lixo da corrupção, dos comprometimentos na prática da
justiça e do desmonte de mecanismos que estão sustentando as exclusões, as
desigualdades sociais. O esperado grande movimento transformador do mundo, que
contempla a oração e as redes de serviços, envolvendo as dinâmicas dialogais,
será possível pela priorização da educação, nos parâmetros do novo humanismo
integral. Um humanismo capaz de debelar guerras e conflitos, colocando a
civilização contemporânea sobre trilhos novos, condizentes com as suas
conquistas científicas e tecnológicas. Trilhos de um humanismo integral.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo
do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da
dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.