terça-feira, 5 de abril de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES, LIÇÕES E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DAS ESCOLAS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DOS AVANÇOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS NA CONSTRUÇÃO DO HUMANISMO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE (65/105)

(Abril = mês 65; faltam 105 meses para a Primavera Brasileira)

“Retorno esperado

       É com muita alegria que vemos as escolas retomarem as atividades presenciais, depois de os alunos se manterem distanciados por quase dois anos em decorrência da Covid-19. Embora saibamos que as restrições causadas pela pandemia foram amplas, é hora de reorganizar cada setor que ficou restrito. Um dos mais importantes é o educacional.

         E essa retomada exige atenção. Por mais que as plataformas digitais tenham possibilitado a continuidade dos estudos, é inegável que ocorreram gaps, e essas lacunas exigem trabalho para serem preenchidas. Por melhores que tenham sido os resultados, dois anos de distanciamento representam muito para quem está na idade escolar.

         Por isso, neste reinício, a escola e os pais precisam compreender que o isolamento interferiu no estado emocional e cognitivo dos alunos. Essa compreensão é importante para que as crianças e jovens sintam-se confiantes na retomada da normalidade.

         Desse modo, considerando que o foco deve ser na formação, as partes envolvidas devem assumir responsabilidades e dirigir esforços, conscientes de que é preciso fazer mais e melhor.

         À escola cabe realizar diagnósticos pedagógicos a fim de elaborar e colocar em prática um planejamento que contemple o aspecto cognitivo e socioemocional. Isso implica esforço na capacitação dos professores, que precisam estar aptos para um trabalho voltado à resolução das gaps e aproveitamento da aprendizagem a distância, integrando-a ao presencial a fim de obter o melhor rendimento.

         Já as famílias, podem acompanhar os filhos nos deveres e no tempo a ser dedicado aos estudos. Algumas famílias, durante o isolamento puderam se organizar melhor. Porém, agora os pais precisam se envolver ainda mais, incentivando os filhos e dando feedback à escola, estabelecendo um diálogo marcado pela clareza e confiança.

         Já os alunos, famílias e educadores esperam um comprometimento cada vez maior com os estudos. As escolas vão retomar exigências, cobranças e processo de avaliação, mas o engajamento de cada aluno é que dará resultados. Um aluno que se esforça terá uma atitude participativa, respeitosa e envolvida com as atividades escolares. Neste retorno, espera-se a boa vontade das comunidades para que os envolvidos retomem as atividades com entusiasmo.

         Estamos cientes de que a pandemia ainda pede cuidados, o que obriga as escolas a continuarem cumprindo regras e condutas exigidas pelos protocolos de segurança.

         Aprendemos muitas lições com as restrições. Uma delas é que o retorno à normalidade tem um valor inestimável. É justificável a satisfação por podermos estar de novo fisicamente próximos, interagindo em prol da educação. E, quando o foco é a educação, as famílias e a escola devem estar unidas.”.

(Eldo Pena Couto. Diretor do Colégio Arnaldo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de fevereiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 23).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 01 de abril de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Por um novo humanismo

       Graves conflitos ameaçam a paz pelo mundo afora, pedindo urgentes providências. Neste horizonte, este convite dirigido a cada pessoa é mais que oportuno: unir-se ao gesto orante oficiado pelo Papa Francisco, neste 25 de março. Um gesto orante que ultrapassa o território da devoção – remete a humanidade às raízes espirituais que são capazes de restaurar o coração humano e o tecido sociocultural da civilização contemporânea. O distanciamento dessas raízes explica, significativamente, a presença da guerra, das forças destruidoras derivadas dos preconceitos e discriminações, passando pelas indiferenças em relação àqueles que sofrem. As guerras e outras formas de violência mostram, pois, que o mundo precisa de um novo humanismo.

         Os fracassos e sofrimentos vividos atualmente se contrapõem às muitas possibilidades de dinâmicas civilizatórias mais construtivas. O ser humano já deveria ter aprendido melhor as lições acumuladas pelos acontecimentos da história, particularmente da história recente. Mas há um tremendo descompasso entre os avanços científicos e tecnológicos com a ainda incipiente construção de um novo humanismo. Quando se governa sem os parâmetros de um humanismo integral escancaram-se as portas das delinquências – nos pronunciamentos, nas escolhas e no discernimento das prioridades. Com isso, fica comprometido o desenvolvimento que todos sonham e atitudes são configuradas sob lógicas cuja irracionalidade constitui verdadeiro crime contra a humanidade. A insanidade que prevalece desgasta e inviabiliza a cultura do diálogo, enfraquecendo o compromisso de se buscar construir e se envolver em redes de cooperação. Ao invés disso, são escolhidos líderes contaminados por interesses mesquinhos, “portas de entrada” para a corrupção e as manipulações.

         Refletir sobre o atual cenário mundial leva a consolidar a convicção da necessidade urgente de se promover mudanças em diversos âmbitos, por meio de variados recursos cidadãos. Incontestável é a necessidade de se investir na educação integral, capaz de alavancar transformações significativas. A educação integral é obstáculo para aqueles que dificultam os diálogos – inclusive na elaboração e efetivação de políticas públicas essenciais, a exemplo daquelas dedicadas ao campo educacional. É preocupante a cegueira do maquinário estatal, incapaz de reconhecer que a educação impulsiona a sociedade rumo ao desenvolvimento integral.

         Está faltando sabedoria e entendimento humanístico para compreender que a tarefa primordial de trabalhar pela educação é responsabilidade governamental em diálogo e articulação com as famílias, as igrejas, as escolas e a sociedade civil. A carência de um humanismo integral na condução de governos obscurece processos de definição das prioridades dos investimentos mais importantes para dar novo rumo à sociedade. Os governantes não podem desconsiderar o campo da educação valendo-se da justificativa de que faltam recursos – um refrão. Precisam reavaliar prioridades, abrindo-se ao diálogo, à escuta, à avaliação de propostas. Para isso, requer-se uma competência humanística que ultrapassa a simples capacidade para fazer funcionar uma máquina estatal e governamental. Para isso, requer-se uma competência humanística ultrapassa a simples capacidade para fazer funcionar uma máquina estatal e governamental. Não basta simplesmente um modelo de gestão exitoso nas contas.

         É fundamental deixar-se presidir por um adequado modelo de sociedade, pela abertura ao diálogo que produz entendimentos lúcidos, capazes de inspirar um novo movimento civilizatório para a humanidade. O equilíbrio das contas e a prioridade da sustentabilidade devem contracenar com um processo educativo que resgate cidadãos do lixo da corrupção, dos comprometimentos na prática da justiça e do desmonte de mecanismos que estão sustentando as exclusões, as desigualdades sociais. O esperado grande movimento transformador do mundo, que contempla a oração e as redes de serviços, envolvendo as dinâmicas dialogais, será possível pela priorização da educação, nos parâmetros do novo humanismo integral. Um humanismo capaz de debelar guerras e conflitos, colocando a civilização contemporânea sobre trilhos novos, condizentes com as suas conquistas científicas e tecnológicas. Trilhos de um humanismo integral.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 346,31% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,36%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,54%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

        

        

 

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