“Diploma do ensino médio: ESG também para o Brasil real
Vivemos
em um país em que mais da metade da população acima de 25 anos não completou o
ensino médio. É um dado tão assustador que, de forma geral, parece
propositalmente ignorado – até porque é instintivo desejar fugir de situações
que nos tiram da zona de conforto ou que nos geram medo.
O
desafio é do tamanho do problema. Como levar de volta à sala de aula um
contingente tão grande de pessoas que abandonaram a escola por motivos tão
diversos? Ou, de forma mais prática, como viabilizar o diploma a pessoas com
pouquíssima margem de manobra nos seus dias cada vez mais ocupados com o
trabalho? Este se torna um problema de todos sob as mais variadas lentes – da
sociedade, da política, da economia e, claro, da dignidade.
Do lado
da iniciativa privada, um dos caminhos tem sido buscar apoiar o poder público
nessa empreitada, o que não significa substituição de papéis, mas agilidade em
algumas ações tangenciais.
As
práticas de impacto social, agora sob o guarda-chuva do ESG, sigla em inglês
para “ambiental, social e governança”, têm empurrado (e que bom!) cada vez mais
empresas para soluções ligadas ao meio ambiente. Isso é fundamental e também
consensual, desde que feito para valer. Mas, fora desse aspecto, há outros
projetos acontecendo, como aqueles ligados à educação.
Em um
zoom sobre a educação básica, com tantos gargalos, um dos desafios é ser um
catalisador de ações, sem deixar de entender que mudanças estruturais precisam
vir de quem tem essa função por essência.
De volta
ao começo, sobre o ensino médio: as empresas não vão resolver sozinhas (nem
devem) a evasão, a falta de interesse ou a necessidade que se faz urgente em
algumas famílias de ter mais uma pessoa somada à força de trabalho. Mas muito
pode ser feito para minimizar essas dores.
Uma
pesquisa interna que iFood fez com os parceiros entregadores neste ano apontou,
entre os que responderam, que 28% deles não terminaram o ensino médio. A
maioria disse que gostaria de ter o diploma. Diante disso, foi criado um
programa em que são fornecidas bolsas de estudos a todos aqueles que se
inscreveram na prova do Encceja, que certifica a conclusão escolar, para
poderem se preparar para o exame.
O
diploma, além de viabilizar outras carreiras e especializações, significa muito
mais do que isso. Significa dignidade, autoconfiança, dar o exemplo e, por que
não, tornar mais palpável o sonho de quem pretende entra para a universidade.
Entre
tantos dados, vamos pinçar um deles para ilustrar um dos significados do
diploma: no Brasil, o salário das pessoas que concluíram o ensino médio é, em
média, 30% superior. Portanto, ter o certificado é, sim, uma porta de saída
para muitas pessoas.
O setor
privado também pode ser um agente de transformação social. Com as bolsas, junto
a outras iniciativas, acreditamos que estamos dando mais um passo para
construir um futuro mais próspero.”.
(Gustavo Vitti. Vice-presidente de pessoas e
sustentabilidade no iFood, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 27 de junho de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de junho de 2022, mesmo
caderno, página 18, de autoria de Tiago Egydio Barreto, consultor em
gestão para sustentabilidade e em projetos de conservação ambiental na Fundação
Espaço ECO, e que merece igualmente integral transcrição:
“O que é economia regenerativa?
Qual
o valor monetário de uma forma, cor, espécie, cultura ou serviço ecossistêmico?
É muito provável que essa pergunta não tenha uma resposta correta, pois não há
recurso monetário no mundo que possa estimar quanto vale uma vida ou um
processo evolutivo que foi moldado há milhões de anos.
Entendo
que é essencial termos a compreensão de que não há condição de existir vida
humana sem ter qualidade ambiental. Isso passa por água e solo sem
contaminação; biodiversidade de todas as formas de vida, para possibilitar
ciclos dos nutrientes e interações essenciais para manutenção da vida; a
interdependência entre organismos que moldam e regulam a saúde dos
ecossistemas; sem falar na história cultural humana, que foi concebida pelo
íntimo contato com a natureza e é base de como nossa interação social foi
moldada ao longo da nossa história como espécie.
Por
outro lado, é notório como o processo histórico do desenvolvimento da economia
de nossa sociedade, principalmente nos últimos três séculos, introduziu uma
forma de relacionamento que produziu um rastro de degradação ambiental sem
precedentes. Tudo documentado nos livros de história. Infelizmente,
antigamente, não sabíamos evoluir sem degradar.
Atualmente
deveríamos ampliar o conceito de produzir riqueza, que muitas vezes é colocado
como quantidade de dinheiro, e aqui podemos citar o Produto Interno Bruto (PIB)
como exemplo, para riqueza material, como água limpa, ecossistemas regenerados,
paisagens, culturas e saberes preservados e uma perspectiva de vida futura
próspera dentro desse conceito maior de riqueza.
Nesse
sentido, e não de agora, a expressão – economia regenerativa – passou a ser um
conceito estudado por cientistas de todo o mundo para propor caminhos que
possam nos levar a esse cenário mais promissor. Mas o que é a economia
regenerativa?
A
história da economia regenerativa, segundo especialistas precursores no tema,
que já mencionavam esse conceito em 1945, começa com uma ideia central: “Os
princípios que fundamentam a perpetuação da relação entre os organismos vivos,
os recursos minerais, os processos produtivos considerando suas saídas e
entradas, devem ser a base para a construção da economia regenerativa, que deve
fomentar a procura por preservar a saúde e o bem-estar humano em um modelo
econômico sustentável”.
As
economias regenerativas são aquelas que têm como modelo de que a geração de
riqueza deve ter como entrega a sustentabilidade ambiental, social, econômica e
capacidade cultural por meio da criação de recursos, diversidade, resiliência e
integridade de redes interconectadas em todos os níveis de sociedade.
A
maioria das formas de vida são resilientes porque são marcadas por ciclos de
autonutrição, assim a economia regenerativa deveria suportar as redes de
interações humanas nas quais se centra sua sustentabilidade. Então a
regeneração também determina o ciclo de própria evolução e sentido do
progresso. As sociedades regenerativas precisam aceitar o ciclo contínuo de se
tornar essencial para sustentar a vida no mundo natural.
Segundo
os especialistas no assunto, a tarefa a ser cumprida por empresas, governos,
instituições financeiras e formuladores de políticas é seguir com os conceitos
que estabelecem essas redes saudáveis.
Mas será
que no geral as empresas estão se posicionando rumo à economia
regenerativa? Entendo que o movimento
empresarial nesse sentido ainda é tímido. Pego como exemplo o tema das mudanças
climáticas. O mais comum atualmente é a busca para atingir o net zero carbon
(neutralidade de carbono – emissões líquidas zero de carbono).
Devemos
observar que chegar à emissão líquida zero não significa remover carbono da
atmosfera, mas sim uma estagnação, não havendo uma regeneração. Para ter um
posicionamento condizente com práticas regenerativas, o foco deveria ser rumo à
agenda net positive carbon (compensar/remover da atmosfera mais carbono do que
foi emitido).
Nesse
sentido, tanto a pauta climática como a de conservação/regeneração/restauração
de ecossistemas devem caminhar juntas, pois, se podemos gerenciar processos
produtivos para reduzir emissões, a remoção de carbono da atmosfera será
realizada pelos ecossistemas marinhos, florestais e áreas alagadas do planeta.
Empresas
que buscam ter como foco resultados além de financeiros precisam utilizar
indicadores ESG que norteiam o sucesso dos negócios. A jornada para uma
economia regenerativa se faz necessária, e unir as pautas climáticas com a de
biodiversidade pode ser o início dessa discussão. Será que sua empresa já está
preparada para pensar em algo além da mitigação das emissões de gases de efeito
estufa?”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.