sexta-feira, 8 de julho de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO ENSINO MÉDIO NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E O PODER DA ECONOMIA REGENERATIVA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Diploma do ensino médio: ESG também para o Brasil real

       Vivemos em um país em que mais da metade da população acima de 25 anos não completou o ensino médio. É um dado tão assustador que, de forma geral, parece propositalmente ignorado – até porque é instintivo desejar fugir de situações que nos tiram da zona de conforto ou que nos geram medo.

         O desafio é do tamanho do problema. Como levar de volta à sala de aula um contingente tão grande de pessoas que abandonaram a escola por motivos tão diversos? Ou, de forma mais prática, como viabilizar o diploma a pessoas com pouquíssima margem de manobra nos seus dias cada vez mais ocupados com o trabalho? Este se torna um problema de todos sob as mais variadas lentes – da sociedade, da política, da economia e, claro, da dignidade.

         Do lado da iniciativa privada, um dos caminhos tem sido buscar apoiar o poder público nessa empreitada, o que não significa substituição de papéis, mas agilidade em algumas ações tangenciais.

         As práticas de impacto social, agora sob o guarda-chuva do ESG, sigla em inglês para “ambiental, social e governança”, têm empurrado (e que bom!) cada vez mais empresas para soluções ligadas ao meio ambiente. Isso é fundamental e também consensual, desde que feito para valer. Mas, fora desse aspecto, há outros projetos acontecendo, como aqueles ligados à educação.

         Em um zoom sobre a educação básica, com tantos gargalos, um dos desafios é ser um catalisador de ações, sem deixar de entender que mudanças estruturais precisam vir de quem tem essa função por essência.

         De volta ao começo, sobre o ensino médio: as empresas não vão resolver sozinhas (nem devem) a evasão, a falta de interesse ou a necessidade que se faz urgente em algumas famílias de ter mais uma pessoa somada à força de trabalho. Mas muito pode ser feito para minimizar essas dores.

         Uma pesquisa interna que iFood fez com os parceiros entregadores neste ano apontou, entre os que responderam, que 28% deles não terminaram o ensino médio. A maioria disse que gostaria de ter o diploma. Diante disso, foi criado um programa em que são fornecidas bolsas de estudos a todos aqueles que se inscreveram na prova do Encceja, que certifica a conclusão escolar, para poderem se preparar para o exame.

         O diploma, além de viabilizar outras carreiras e especializações, significa muito mais do que isso. Significa dignidade, autoconfiança, dar o exemplo e, por que não, tornar mais palpável o sonho de quem pretende entra para a universidade.

         Entre tantos dados, vamos pinçar um deles para ilustrar um dos significados do diploma: no Brasil, o salário das pessoas que concluíram o ensino médio é, em média, 30% superior. Portanto, ter o certificado é, sim, uma porta de saída para muitas pessoas.

         O setor privado também pode ser um agente de transformação social. Com as bolsas, junto a outras iniciativas, acreditamos que estamos dando mais um passo para construir um futuro mais próspero.”.

(Gustavo Vitti. Vice-presidente de pessoas e sustentabilidade no iFood, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de junho de 2022, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 29 de junho de 2022, mesmo caderno, página 18, de autoria de Tiago Egydio Barreto, consultor em gestão para sustentabilidade e em projetos de conservação ambiental na Fundação Espaço ECO, e que merece igualmente integral transcrição:

“O que é economia regenerativa?

       Qual o valor monetário de uma forma, cor, espécie, cultura ou serviço ecossistêmico? É muito provável que essa pergunta não tenha uma resposta correta, pois não há recurso monetário no mundo que possa estimar quanto vale uma vida ou um processo evolutivo que foi moldado há milhões de anos.

         Entendo que é essencial termos a compreensão de que não há condição de existir vida humana sem ter qualidade ambiental. Isso passa por água e solo sem contaminação; biodiversidade de todas as formas de vida, para possibilitar ciclos dos nutrientes e interações essenciais para manutenção da vida; a interdependência entre organismos que moldam e regulam a saúde dos ecossistemas; sem falar na história cultural humana, que foi concebida pelo íntimo contato com a natureza e é base de como nossa interação social foi moldada ao longo da nossa história como espécie.

         Por outro lado, é notório como o processo histórico do desenvolvimento da economia de nossa sociedade, principalmente nos últimos três séculos, introduziu uma forma de relacionamento que produziu um rastro de degradação ambiental sem precedentes. Tudo documentado nos livros de história. Infelizmente, antigamente, não sabíamos evoluir sem degradar.

         Atualmente deveríamos ampliar o conceito de produzir riqueza, que muitas vezes é colocado como quantidade de dinheiro, e aqui podemos citar o Produto Interno Bruto (PIB) como exemplo, para riqueza material, como água limpa, ecossistemas regenerados, paisagens, culturas e saberes preservados e uma perspectiva de vida futura próspera dentro desse conceito maior de riqueza.

         Nesse sentido, e não de agora, a expressão – economia regenerativa – passou a ser um conceito estudado por cientistas de todo o mundo para propor caminhos que possam nos levar a esse cenário mais promissor. Mas o que é a economia regenerativa?

         A história da economia regenerativa, segundo especialistas precursores no tema, que já mencionavam esse conceito em 1945, começa com uma ideia central: “Os princípios que fundamentam a perpetuação da relação entre os organismos vivos, os recursos minerais, os processos produtivos considerando suas saídas e entradas, devem ser a base para a construção da economia regenerativa, que deve fomentar a procura por preservar a saúde e o bem-estar humano em um modelo econômico sustentável”.

         As economias regenerativas são aquelas que têm como modelo de que a geração de riqueza deve ter como entrega a sustentabilidade ambiental, social, econômica e capacidade cultural por meio da criação de recursos, diversidade, resiliência e integridade de redes interconectadas em todos os níveis de sociedade.

         A maioria das formas de vida são resilientes porque são marcadas por ciclos de autonutrição, assim a economia regenerativa deveria suportar as redes de interações humanas nas quais se centra sua sustentabilidade. Então a regeneração também determina o ciclo de própria evolução e sentido do progresso. As sociedades regenerativas precisam aceitar o ciclo contínuo de se tornar essencial para sustentar a vida no mundo natural.

         Segundo os especialistas no assunto, a tarefa a ser cumprida por empresas, governos, instituições financeiras e formuladores de políticas é seguir com os conceitos que estabelecem essas redes saudáveis.

         Mas será que no geral as empresas estão se posicionando rumo à economia regenerativa?  Entendo que o movimento empresarial nesse sentido ainda é tímido. Pego como exemplo o tema das mudanças climáticas. O mais comum atualmente é a busca para atingir o net zero carbon (neutralidade de carbono – emissões líquidas zero de carbono).

         Devemos observar que chegar à emissão líquida zero não significa remover carbono da atmosfera, mas sim uma estagnação, não havendo uma regeneração. Para ter um posicionamento condizente com práticas regenerativas, o foco deveria ser rumo à agenda net positive carbon (compensar/remover da atmosfera mais carbono do que foi emitido).

         Nesse sentido, tanto a pauta climática como a de conservação/regeneração/restauração de ecossistemas devem caminhar juntas, pois, se podemos gerenciar processos produtivos para reduzir emissões, a remoção de carbono da atmosfera será realizada pelos ecossistemas marinhos, florestais e áreas alagadas do planeta.

         Empresas que buscam ter como foco resultados além de financeiros precisam utilizar indicadores ESG que norteiam o sucesso dos negócios. A jornada para uma economia regenerativa se faz necessária, e unir as pautas climáticas com a de biodiversidade pode ser o início dessa discussão. Será que sua empresa já está preparada para pensar em algo além da mitigação das emissões de gases de efeito estufa?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 355,19% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,60%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 11,73%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

          

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