“A vida no bico do peito
Desde
o nascimento, a vida manifesta a necessidade de se abastecer com elementos
básicos, essenciais para sua condição, como alimento, proteção, carinho e
cuidado. E o leite materno é a união de todos esses ingredientes. Ao falar da
amamentação, que ganha destaque ainda maior durante o Agosto Dourado,
poderíamos debruçar sobre a importância do leite materno como o responsável por
estabelecer o vínculo entre mãe e bebê – um aspecto sobre o qual a psicologia
debruça com intensidade.
Também é
possível destacá-lo com a visão da obstetrícia, que defende que a amamentação
na primeira hora de vida protege a mão de contrações uterinas ainda existentes
no pós-parto, evitando assim riscos de hemorragias. Mas é essencial também
apontar a importância do alimento para o bebê, dentro daquilo que a pediatria e
a nutrição exploram. Simplesmente não há, na natureza, qualquer outro alimento
que seja potencialmente mais rico para o ser humano que o leite materno.
Isso
pode ser observado na sua composição, e de maneira tal que não é possível
inserir tudo num pequeno artigo. Mas basta apontar que há desde glóbulos
brancos, anticorpos e enzimas, que fortalecem o sistema imunológico da criança,
passando pela presença de várias vitaminas (A, B12, C, D, E e K) e ainda outras
substâncias promotoras do desenvolvimento infantil, como cálcio, sódio, zinco,
fósforo, potássio e ferro.
A
vastidão de propriedades do leite materno é tão extensa que a ciência ainda
realiza, com certa frequência, novas descobertas sobre sua importância. Uma das
mais recentes, feita por cientistas da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), mostrou que o leite de uma mãe vacinada contra o coronavírus foi
capaz de curar um paciente portador de imunodeficiência genética e com quadro
crônico de Covid-19).
Outros
estudos, também recentes, sugerem que o alimento pode conter células-tronco que
são fundamentais para o desenvolvimento cerebral, atuando no fortalecimento
cognitivo do bebê. Uma terceira descoberta, feita na Alemanha, mostra que a
alarmina, molécula presente em grande quantidade no leite materno, é uma
importante influenciadora no abastecimento de micro-organismos na flora
intestinal da criança. Essa descoberta pode desencadear novas pesquisas que
ajudem a fornecer esses recursos de forma processada para bebês que não
conseguem amamentar.
Ainda
que haja tantas propriedades, o aleitamento materno hoje parece ser um mero
privilégio da minoria da população mundial. Dados da Unicef revelam que apenas
39% das mães nutrem seus bebês exclusivamente com leite materno nos seis
primeiros meses de vida, o que significa que temos uma margem muito grande e
preocupante de bebês com possíveis deficiências nutricionais.
O Agosto
Dourado vai muito além do incentivo ao aleitamento, ele vai de encontro ao
apoio que a mulher precisa receber neste momento, que por vezes, é delicado.
Muitas querem amamentar, mas não conseguem por diversos motivos, como retorno
ao trabalho, falta de apoio tanto do parceiro quanto da família, além de
questões psicológicas, relacionadas a fragilidade deste momento. O objetivo
principal é apoiar e incentivar, não julgar aquelas que de alguma forma têm
dificuldade de exercer a amamentação.
Por
isso, o mês que promove a amamentação também faz referência à adoção de políticas
públicas em prol da saúde, dotando as mães de condições adequadas para
amamentar. Aquelas que não conseguem de forma nenhuma exercer esse aleitamento,
há fórmulas que podem suprir os nutrientes encontrados no leite materno. Por
isso, é importante o acompanhamento médico nessa fase, pois ele saberá indicar
a melhor maneira de tratar em cada caso.”.
(Dra. Lúcia Morgado. Médica pediatra e
coordenadora do Núcleo de Pediatria do Hospital Felício Rocho, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de agosto de
2022, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 05 de agosto de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Política e força moral
O
ano eleitoral de 2022 precisa incluir a importante tarefa de olhar o conjunto
da comunidade política: não se pode considerar somente o Poder Executivo
Federal. A indispensável conscientização política neste momento pede, dos
cidadãos, essa tarefa – pois também é especialmente importante o conjunto de
cargos eletivos que compõem as assembleias legislativas e o Congresso Nacional.
A definição do voto não pode se pautar ainda, simplesmente, pelas polarizações
ou “paixões” costumeiras, sob pena de inadequado discernimento para escolhas
tão importantes. Para efetivar uma política melhor, alicerçada no bem, sem
submissão a interesses cartoriais e oligárquicos, capaz de ajudar na
reconstrução da sociedade brasileira nos parâmetros da justiça e da paz, é
fundamental escolher pessoas com envergadura moral e competência política.
Neste horizonte, deve-se também observar e identificar aqueles que têm
compromisso explícito, claro e comprovado com o sistema democrático.
A
fidelidade aos princípios democráticos define a autoridade e a força moral dos
candidatos. A Igreja Católica, em sua Doutrina Social, sublinha a importância
da democracia, que assegura a participação dos cidadãos na vida política, a
possibilidade de os governados elegerem e controlarem seus governantes. Por
isso mesmo, neste ano eleitoral, sejam incansavelmente reafirmados os valores
da democracia, irradiando uma luz que se acende na escuridão. Ao promoverem os
valores democráticos, reconheça-se que uma autêntica democracia, conforme ensina
a Doutrina Social da Igreja, é bem mais que a inegociável dimensão do respeito
formal às regras das instituições. Contempla a convicta aceitação dos
princípios essenciais ao fortalecimento do sistema democrático, que incluem o
respeito à dignidade da pessoa humana e de seus direitos, a promoção do bem
comum como fim e critério regulador das atividades políticas. E nesse
horizonte, deve-se considerar a indissociável vinculação entre os campos social
e ambiental, nos ricos parâmetros da ecologia integral, magistralmente
apresentados pela Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si’ – sobre o
cuidado com a casa comum.
Se não há
fidelidade aos valores democráticos não se pode merecer a confiança do voto,
pois desrespeita-se o verdadeiro sentido da democracia, comprometendo a sua
estabilidade. O relativismo ético, que desconsidera critérios universais, a
exemplo dos valores democráticos, é sério risco para o pleno exercício da
cidadania. Seja, pois, observada a trajetória de cada candidato, para
identificar se há fidelidade a entendimentos indispensáveis para o exercício da
representação política. Quem assume a responsabilidade ocupar cargos nas
instâncias do poder, a partir do processo eleitoral, não pode subestimar a
dimensão moral de sua representação. Isto significa, em primeiro lugar, que os
políticos precisam ser realmente sensíveis às necessidades da população,
procurando soluções para problemas sociais e ambientais.
O
exercício do poder político, quando não é orientado a partir de adequados
princípios morais, contribui para gerar deformações no sistema democrático – a
exemplo da corrupção política, das manipulações interesseiras, da defesa de
grupos oligárquicos, traindo os valores da justiça social. A carência de
respeito à dimensão moral explica porque há, na atualidade, uma crescente
desconfiança relacionada à política. Fundamental é buscar uma reação,
“encantar” a política definindo os quadros que exercerão a representatividade
dos cidadãos nas instâncias do poder, observando um aspecto que vai além de
simpatias, favores recebidos ou paixões cegas: a corrida eleitoral pede a
avaliação da dimensão moral de candidatos para efetivar escolhas capazes de
contribuir com o fortalecimento da democracia, essencial à promoção de uma
“primavera” de justiça social.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.