“Ética por trás da Inteligência Artificial
Uma
das preocupações éticas mais significativas relacionadas à Inteligência
Artificial (IA) é o viés atribuído aos algoritmos. Os sistemas de IA são tão
imparciais quanto os dados nos quais são treinados e, se esses dados forem
tendenciosos, podem perpetuar e até ampliar a discriminação.
Algumas
das principais considerações éticas relacionadas à IA incluem:
Viés
nos algoritmos: Os algoritmos de reconhecimento facial, por exemplo, podem
levar a possíveis erros de identificação e falsas acusações, quando não
elaborados de forma não discriminatória, conforme apontado pela Comissão de
Juristas de Inteligência Artificial na elaboração da proposta de marco legal.
Transparência
e responsabilidade: é importante que os sistemas de IA sejam transparentes
e explicáveis, para que as pessoas possam entender como estão tomando as
decisões e como contestá-las, se necessário. Além disso, é preciso haver
responsabilidade pelas decisões tomadas pelos sistemas de IA, principalmente se
tiverem impactos significativos na vida das pessoas.
Privacidade:
à medida que os sistemas de IA se tornam mais poderosos, eles podem coletar e
analisar grandes quantidades de dados pessoais. É importante garantir que esses
dados sejam coletados e usados de forma ética, com salvaguardas adequadas para
proteger a privacidade das pessoas.
Geração
de novos empregos: como a IA e a automação podem substituir os
colaboradores humanos em determinados setores, é importante considerar como esses
funcionários serão afetados e que tipos de novas oportunidades de trabalho
serão criados. Além disso, precisamos garantir que os sistemas de IA sejam
projetados para aumentar os trabalhadores humanos, em vez de substituí-los
totalmente.
Segurança:
à medida que os sistemas de IA se tornam mais poderosos, pode haver
preocupações de segurança relacionadas ao seu uso. Veículos autônomos, por
exemplo, devem ser projetados para operar com segurança e evitar acidentes.
Para
garantir que a IA seja desenvolvida e usada de forma ética, é importante que as
organizações priorizem considerações e princípios morais em todo o processo.
Isso pode envolver o estabelecimento de diretrizes éticas para a elaboração das
ferramentas, o envolvimento em revisões éticas de sistemas relacionados e a
garantia de que diversas perspectivas sejam incluídas no desenvolvimento.
Além
disso, é importante que os indivíduos sejam informados e envolvidos em
discussões sobre as implicações éticas e advoguem pelo desenvolvimento e usos responsáveis
e éticos da IA.”.
(Enio Moraes. CIO na Semantix, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de fevereiro de
2023, caderno OPINIÃO, página 13).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 03 de fevereiro
de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Relevâncias e méritos
A
mediocridade é um perigo, capaz de destruir conquistas e comprometer o alcance
de metas benfazejas individuais e coletivas. Para compreender esse perigo é preciso
ir além da mensuração de aptidões conaturais de indivíduos, no exercício de
suas tarefas profissionais ou nos contextos social, político e religioso. É
preciso considerar o compromisso de cada um com a promoção da justiça e com o
enfrentamento de desigualdades. O reverso desse compromisso sinaliza
mediocridade, que precisa ser enfrentada. A mediocridade causa cegueira,
inviabiliza a possibilidade de um entendimento capaz de alavancar o
indispensável respeito à dignidade de cada ser humano. Consequentemente,
torna-se distante a meta delineada pelo apóstolo Paulo. Escrevendo aos gálatas,
Paulo sublinha a responsabilidade e o dever moral de cada um carregar os fardos
uns dos outros. Na contramão desse nobre altruísmo está a mediocridade, que não
se refere apenas as responsabilidades de cada um no contexto social e político.
Um mal que atinge cidadãos e líderes, inviabilizando o necessário
reconhecimento de graves situações humanitárias vividas em toda parte.
Miopia
aguda na competência para enxergar e agir, a mediocridade retarda providências
urgentes para que sejam evitadas situações tristes, vergonhosas, a exemplo da
dolorosa e inaceitável realidade imposta à comunidade Yanomami, em Roraima.
Trata-se de consequência de uma lacuna humanitária que, para ser vencida, exige
providências diversas – socorro emergencial, cuidados permanentes, promoção do
respeito à cultura indígena, guardiã de muitos ensinamentos capazes de
contribuir para a qualificação da humanidade. Mas olhares adoecidos,
incapacitados para uma adequada percepção da realidade, precisam de
intervenções refrativas. Devem ser enxergados, com urgência, os cenários de
degradação humana, causados pela força da fome e pela miséria, para reações
urgentes. As medidas a serem adotadas não podem ser paliativas, mas capazes de
fazer surgir nova lógica na economia, com dinâmicas diferentes no funcionamento
do mercado, priorizando a vida, sem preconceitos ou discriminações. Conta,
determinantemente, cultivar uma visão límpida, sem as contaminações da mesquinhez
partidária ou dos estreitamentos humanísticos, que atrasam soluções para muitos
problemas, tornando-os, cedo ou tarde, ainda mais graves, com a exposição da
lista enorme de pessoas a serem responsabilizadas.
A
incapacidade para reconhecer a realidade é mal que atinge, inclusive, o
exercício da cidadania. A cidadania, para ser qualificada, precisa ser capaz de
agir proativamente na constituição de um tecido humanitário forte. Essas
iniciativas reúnem os méritos mais importantes, pois revelam adequada compreensão
sobre o sentido da vida, que precisa ser respeitada em todas as etapas,
promovida sempre – um dever cidadão. Assim, embora importante, não basta à
sociedade identificar os responsáveis pelos descompassos sociais e
humanitários. Urgente é fazer do tecido sociocultural uma plataforma que
garanta novos rumos para a sociedade, com menos privilégios e discriminações,
mais civilizada, justa e igualitária, com mais respeito a todos. Nesse caminho,
conta a dedicação de cada um para não se deixar cair na irrelevância por falta
de sentido humanitário. Sem esse sentido, oportunidades são perdidas para
lógicas que buscam simplesmente garantir privilégios de oligarquias, de grupos
que buscam resguardar apenas os próprios interesses, desconsiderando o bem da
grande maioria.
A
sociedade brasileira está desafiada a encontrar, com velocidade, respostas para
deixar o “mapa da fome”. Um passo importante é cada pessoa buscar ser
relevante. Isto não significa ambicionar ser notável, de modo mesquinho,
ostentando bens ou outras situações que revelam apenas um anseio de
autopromoção. É precisa conseguir a superação da mediocridade que se patenteia
na pequenez de sentimentos, revelando uma incapacidade para alcançar
equilíbrio. O risco de não ser relevante é grande, especialmente, quando o
conjunto das próprias aptidões é investido egoisticamente apenas em proveito
próprio, como afirmação de poder pessoal, com insensibilidade à realidade dos
mais fragilizados e excluídos.
A fé
cristã, com seus ensinamentos preciosos, aponta um caminho para se alcançar
relevância: para além da própria glória
e da necessidade de ser incensado, agir com humildade e querer sempre,
inclusive para adversários, o melhor. O momento atual aponta a necessidade de
se buscar o bem de todos, especialmente, dos pobres. A relevância que conta é
aquela que se configura na competência humanística. Outras direções e
considerações podem ser a precipitação inglória no abismo da mediocridade. É
hora de investir para se conquistar relevância pessoal e coletiva, a partir da
atuação humanística, para reverter cenários variados de degradação. Trata-se de
caminho que leva a relevâncias e méritos, alcançados com a contribuição de
todos por todos.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.