terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA ÉTICA NA QUALIFICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA JUSTIÇA, ALTRUÍSMO, CIVILIDADE E COMPETÊNCIA HUMANÍSTICA NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Ética por trás da Inteligência Artificial

       Uma das preocupações éticas mais significativas relacionadas à Inteligência Artificial (IA) é o viés atribuído aos algoritmos. Os sistemas de IA são tão imparciais quanto os dados nos quais são treinados e, se esses dados forem tendenciosos, podem perpetuar e até ampliar a discriminação.

         Algumas das principais considerações éticas relacionadas à IA incluem:

         Viés nos algoritmos: Os algoritmos de reconhecimento facial, por exemplo, podem levar a possíveis erros de identificação e falsas acusações, quando não elaborados de forma não discriminatória, conforme apontado pela Comissão de Juristas de Inteligência Artificial na elaboração da proposta de marco legal.

         Transparência e responsabilidade: é importante que os sistemas de IA sejam transparentes e explicáveis, para que as pessoas possam entender como estão tomando as decisões e como contestá-las, se necessário. Além disso, é preciso haver responsabilidade pelas decisões tomadas pelos sistemas de IA, principalmente se tiverem impactos significativos na vida das pessoas.

         Privacidade: à medida que os sistemas de IA se tornam mais poderosos, eles podem coletar e analisar grandes quantidades de dados pessoais. É importante garantir que esses dados sejam coletados e usados de forma ética, com salvaguardas adequadas para proteger a privacidade das pessoas.

         Geração de novos empregos: como a IA e a automação podem substituir os colaboradores humanos em determinados setores, é importante considerar como esses funcionários serão afetados e que tipos de novas oportunidades de trabalho serão criados. Além disso, precisamos garantir que os sistemas de IA sejam projetados para aumentar os trabalhadores humanos, em vez de substituí-los totalmente.

         Segurança: à medida que os sistemas de IA se tornam mais poderosos, pode haver preocupações de segurança relacionadas ao seu uso. Veículos autônomos, por exemplo, devem ser projetados para operar com segurança e evitar acidentes.

         Para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de forma ética, é importante que as organizações priorizem considerações e princípios morais em todo o processo. Isso pode envolver o estabelecimento de diretrizes éticas para a elaboração das ferramentas, o envolvimento em revisões éticas de sistemas relacionados e a garantia de que diversas perspectivas sejam incluídas no desenvolvimento.

         Além disso, é importante que os indivíduos sejam informados e envolvidos em discussões sobre as implicações éticas e advoguem pelo desenvolvimento e usos responsáveis e éticos da IA.”.

(Enio Moraes. CIO na Semantix, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de fevereiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 13).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 03 de fevereiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Relevâncias e méritos

       A mediocridade é um perigo, capaz de destruir conquistas e comprometer o alcance de metas benfazejas individuais e coletivas. Para compreender esse perigo é preciso ir além da mensuração de aptidões conaturais de indivíduos, no exercício de suas tarefas profissionais ou nos contextos social, político e religioso. É preciso considerar o compromisso de cada um com a promoção da justiça e com o enfrentamento de desigualdades. O reverso desse compromisso sinaliza mediocridade, que precisa ser enfrentada. A mediocridade causa cegueira, inviabiliza a possibilidade de um entendimento capaz de alavancar o indispensável respeito à dignidade de cada ser humano. Consequentemente, torna-se distante a meta delineada pelo apóstolo Paulo. Escrevendo aos gálatas, Paulo sublinha a responsabilidade e o dever moral de cada um carregar os fardos uns dos outros. Na contramão desse nobre altruísmo está a mediocridade, que não se refere apenas as responsabilidades de cada um no contexto social e político. Um mal que atinge cidadãos e líderes, inviabilizando o necessário reconhecimento de graves situações humanitárias vividas em toda parte.

         Miopia aguda na competência para enxergar e agir, a mediocridade retarda providências urgentes para que sejam evitadas situações tristes, vergonhosas, a exemplo da dolorosa e inaceitável realidade imposta à comunidade Yanomami, em Roraima. Trata-se de consequência de uma lacuna humanitária que, para ser vencida, exige providências diversas – socorro emergencial, cuidados permanentes, promoção do respeito à cultura indígena, guardiã de muitos ensinamentos capazes de contribuir para a qualificação da humanidade. Mas olhares adoecidos, incapacitados para uma adequada percepção da realidade, precisam de intervenções refrativas. Devem ser enxergados, com urgência, os cenários de degradação humana, causados pela força da fome e pela miséria, para reações urgentes. As medidas a serem adotadas não podem ser paliativas, mas capazes de fazer surgir nova lógica na economia, com dinâmicas diferentes no funcionamento do mercado, priorizando a vida, sem preconceitos ou discriminações. Conta, determinantemente, cultivar uma visão límpida, sem as contaminações da mesquinhez partidária ou dos estreitamentos humanísticos, que atrasam soluções para muitos problemas, tornando-os, cedo ou tarde, ainda mais graves, com a exposição da lista enorme de pessoas a serem responsabilizadas.

         A incapacidade para reconhecer a realidade é mal que atinge, inclusive, o exercício da cidadania. A cidadania, para ser qualificada, precisa ser capaz de agir proativamente na constituição de um tecido humanitário forte. Essas iniciativas reúnem os méritos mais importantes, pois revelam adequada compreensão sobre o sentido da vida, que precisa ser respeitada em todas as etapas, promovida sempre – um dever cidadão. Assim, embora importante, não basta à sociedade identificar os responsáveis pelos descompassos sociais e humanitários. Urgente é fazer do tecido sociocultural uma plataforma que garanta novos rumos para a sociedade, com menos privilégios e discriminações, mais civilizada, justa e igualitária, com mais respeito a todos. Nesse caminho, conta a dedicação de cada um para não se deixar cair na irrelevância por falta de sentido humanitário. Sem esse sentido, oportunidades são perdidas para lógicas que buscam simplesmente garantir privilégios de oligarquias, de grupos que buscam resguardar apenas os próprios interesses, desconsiderando o bem da grande maioria.

         A sociedade brasileira está desafiada a encontrar, com velocidade, respostas para deixar o “mapa da fome”. Um passo importante é cada pessoa buscar ser relevante. Isto não significa ambicionar ser notável, de modo mesquinho, ostentando bens ou outras situações que revelam apenas um anseio de autopromoção. É precisa conseguir a superação da mediocridade que se patenteia na pequenez de sentimentos, revelando uma incapacidade para alcançar equilíbrio. O risco de não ser relevante é grande, especialmente, quando o conjunto das próprias aptidões é investido egoisticamente apenas em proveito próprio, como afirmação de poder pessoal, com insensibilidade à realidade dos mais fragilizados e excluídos.

         A fé cristã, com seus ensinamentos preciosos, aponta um caminho para se alcançar relevância: para além  da própria glória e da necessidade de ser incensado, agir com humildade e querer sempre, inclusive para adversários, o melhor. O momento atual aponta a necessidade de se buscar o bem de todos, especialmente, dos pobres. A relevância que conta é aquela que se configura na competência humanística. Outras direções e considerações podem ser a precipitação inglória no abismo da mediocridade. É hora de investir para se conquistar relevância pessoal e coletiva, a partir da atuação humanística, para reverter cenários variados de degradação. Trata-se de caminho que leva a relevâncias e méritos, alcançados com a contribuição de todos por todos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,77%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

  

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