(Fevereiro = mês 86; faltam 84 meses para a Primavera Brasileira)
“Gastando o tempo
Uma
pergunta vem assolando minha mente há algumas eras: com aproveitar melhor meu
tempo, distribuindo esse recurso valioso entre as esferas da minha vida? Em
relação a mim, que trabalho com consultor de carreiras, pode-se deduzir que já
deveria deter esse dom ou conhecimento oculto para transmitir para outrem.
Todos já
devem ter ouvido sobre o exercício da “roda da vida”, no qual cada fatia
representa um âmbito da nossa existência: saúde, relacionamento, estudo, lazer,
trabalho, entre outros aspectos que podemos considerar e que são valiosos.
Certamente
alguns aspectos são mais importantes em uma escala prática, pois outros também
seriam prejudicados se aqueles fossem impactados. Basta pensar em nossa saúde
física e mental e já temos uma ideia do estrago sistêmico que ela, malcuidada,
pode causar. E como ficaríamos sem o nosso trabalho, para subsistir neste
pântano chamado “mercado de trabalho”? é difícil equilibrar esses fatores e
saber priorizar o que de fato é vital.
Estamos
correndo atrás do quê? Penso que essa busca precisa satisfazer também nossos
anseios, inclinações, valores e propósitos. Mas precisamos fazer uma pausa
nesse cotidiano turbulento e insaciável. Aquiescer e refletir na caminhada até
o presente marco que estamos. Falar que estamos mergulhados em um “mundo
Vuca/Bani”, ou seja lá qual nome tenha agora, é “chover no molhado”. Estamos
todos perdidos, isso é fato! Muito mais desorientados neste mundo pós-pandêmico.
O
filósofo Byung-Chul Han já apontou em sua conhecida obra “Sociedade do Cansaço”
os efeitos deletérios desta cultura de autogestão e positividade constante e
ditatorial. Já nem precisamos mais do chicote da disciplina para cobrar de nós
mesmos desempenho superior, sempre com um sorriso de leveza em nossa face. E,
com o excesso de transparência que o mundo digital impõe, precisamos estar
sempre “plugados” e ativos.
Estamos,
de fato, conectados com a vida, com os outros, com o agora? Você já sabe a
resposta! O tempo é esse recurso que não se renova, infelizmente. Chagamos à
vida como quem chega no meio de uma seção de cinema sem saber qual é o filme –
e, quando estamos entendendo alguma coisa, o rolo do filme queima e não
descobrimos seu final.
“Fazer
mais com menos e em menos tempo!”. Já ouvi esse slogan em algum lugar. Na
verdade, quero fazer menos com mais do conhecimento que consegui amealhar, para
talvez ter um impacto maior na vida das pessoas e na minha própria.
Se você
trabalha presencial ou remotamente, ou mesmo não trabalha, deve estar
incomodado também com a pergunta que fiz no começo do texto. Se não se lembra
da pergunta, isso é preocupante.
O tempo,
esse artista que não aceita ser coadjuvante da existência! No meio da loucura,
se movimenta freneticamente, ansioso. Na tristeza, se arrasta fazendo pausas.
Quando estamos alegres, passa em um átimo de instante. Ultimamente, tem passado
muito rápido, diante dos imperativos da vida contemporânea.
Para
quem leu este texto até o fim, talvez o tempo tenha valido a pena, ou
provavelmente se esvaído sem resposta. Espero que, ao menos, meu incômodo tenha
te provocado para que aproveite seu tempo com aqueles e aquilo que você ama.”.
(*) Excepcionalmente hoje a coluna da Amcham-BH não
será publicada
(Elton Daniel Leme. Psicólogo e mentor de
carreiras, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 3 de fevereiro de 2024, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso
trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo
publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 02 de fevereiro de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Educar-se sempre
Há
um desafio que precisa ser assumido, como tarefa e responsabilidade, pela
humanidade: educar-se sempre. Uma urgência quando se considera a degradação da
Casa Comum, com consequências que pesam sobre a vida de todos. A tarefa de
educar-se sempre não pode ser confundida com a dedicação à educação formal. A
propósito, é oportuno lembrar que grande parcela da sociedade ainda está
excluída do direito à educação formal, com pessoas padecendo com o
analfabetismo. Importante reconhecer que educar-se sempre vai além dos ciclos
da educação formal. Pode-se ingressar nesses ciclos ou deixá-los, definir
tempos de permanência, a partir de razões e interesses diversos. Já a
responsabilidade de educar-se sempre é um horizonte para a vida toda, pois
determina a qualidade da participação cidadã, da dedicação à construção de
instituições e sociedades, com incidências também na realização vocacional e
pessoa de cada um. Todos devem educar-se sempre – exigência para contracenar
com outras pessoas na consolidação da amizade social, capaz de evitar
derrocadas e desorganizações que agridem a sacralidade do dom de viver.
A
preciosidade e essencialidade da educação formal, profissional ou vocacional
devem ser reconhecidas, mas, sozinhas, podem não ser capazes de promover uma
adequada estatura humana para bem exercer responsabilidades. Involuções
provocadas pela desconsideração de referências importantes, capazes de
alavancar a estatura humana, geram prejuízos institucionais e sociais. Para
vencer essas involuções, é preciso educar-se sempre, um processo humano e
espiritual indispensável à convivência social. Trata-se de oportunidade para
reagir diante da crescente deterioração do tecido moral e sociocultural de uma
sociedade. Essa deterioração leva a violências crescentes, a diferentes formas
de perversidades, a desumanizações frias e mortais. Provoca também formas
patológicas calculistas de convivência, agravando cenários de exclusão e de
discriminação na sociedade.
O
desafio-tarefa de educar-se sempre inclui desde a competência humana e
espiritual de relacionar-se qualificadamente até a capacidade para desenvolver
tecnologias sem transgressões à dignidade humana. A humanidade está convocada a
refletir, assim, sobre o que fazer para não se distanciar do que é
humanisticamente essencial, garantindo adequado balizamento para a vida no
planeta. Nessa perspectiva, deve-se considerar o campo da tecnologia que é
determinante para os rumos da sociedade, inspirando forte envolvimento dos
jovens. O desenvolvimento da técnica dever vir acompanhado de um pensamento
crítico capaz de salvaguardar o que é singular à condição humana, sem a
ingenuidade de acreditar que é possível robotizar o coração – a sensibilidade
humana.
O ser
humano é muito mais que uma máquina. Reúne um universo de qualidades e de
experiências capazes de gerar sentido. Uma genialidade que nenhum dispositivo
tecnológico pode alcançar. Valores espirituais, afetivos e morais são exclusivamente
aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano, individualmente ou no contexto
social. É preciso educar-se sempre no horizonte desses valores, o que significa
investir na solidariedade e engajar-se na promoção da cultura do diálogo –
promover inclusões e redes de cooperação, superando situações marcadas pela
indiferença. Pode parecer ingenuidade acreditar na força do diálogo, mas é
preciso reconhecer: trata-se de uma arte com características terapêuticas para
fecundar e promover valores humanos, especialmente para desenvolver a
habilidade essencial à construção de uma convivência mais harmoniosa entre as
pessoas.
As
intolerâncias de todo tipo nascem e se alimentam da falta de diálogo, criando
distanciamentos, sustentando mágoas e rancores, altamente prejudiciais à
família humana. Por isso, a arte de dialogar é um capítulo primordial na tarefa
de educar-se sempre, que contempla, ainda, o aprendizado de tudo que é belo,
bom e verdadeiro. A beleza encanta o ser humano, atrai e gera envolvimento,
promovendo transformações, cura para a alma, iluminações para horizontes
humanitários. Assim, a beleza toca e edifica o coração humano, envolvendo-o em
um brilho que faz ponte com a grandeza da dignidade de toda pessoa. É, pois,
uma larga porta que permite ao mundo enxergar critérios éticos, impulsionando
escolhas e atitudes capazes de promover a amizade social. O reconhecimento
desses critérios leva a uma lúcida e equilibrada compreensão da justiça, do
direito e da paz. Para alcançar essa lucidez, é preciso educar-se sempre,
trilhando um caminho indispensável e qualificado, no horizonte de Deus, por uma
espiritualidade fecunda, para que seja possível edificar uma nova humanidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!