“Espiritualidade e bem-estar no TEA
A
relação entre espiritualidade e bem-estar, especialmente no contexto do autismo
tem sido cada vez mais explorada e evidenciada por pesquisas e relatos de
profissionais da área. Mais do que um simples consolo, a espiritualidade pode
se configurar um porto seguro para famílias e indivíduos que passam por
desafios e emoções complexas do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Um
estudo publicado na revista ‘Autism & Development” em 2024 explorou a
relação entre a fé e bem-estar em famílias com filhos autistas. Realizado com
400 famílias com crianças autistas entre 5 e 12 anos, o estudo revelou que pais
que têm maior religiosidade e engajamento espiritual apresentaram níveis
significativamente mais baixos de estresse, ansiedade e sintomas depressivos,
assim como filhos demonstraram menos problemas comportamentais e maior
desenvolvimento social.
A
espiritualidade pode alcançar um papel importante na vida das famílias com
filhos com deficiência. Ela pode ser definida com a busca de um significado
mais profundo e transcendental, não se limitando à religião, mas podendo
incluir a crença em algo maior do que nós mesmos, como um propósito ou
significado para a vida. Essa busca pode se manifestar não só por meio da fé
religiosa, como também de uma conexão com a natureza, crença em valores
universais ou qualquer outra forma que dê sentido à vida do indivíduo.
A cada
dia, a comunidade científica se debruça sobre a importância desse estado de
espiritualidade e o impacto positivo da fé na saúde mental, inclusive na
prevenção e mitigação da depressão, um transtorno mental que comumente também
afeta pais e cuidadores de crianças com autismo. Uma pesquisa publicada em 2020
na revista “Psychology of Religion and Spirituality” analisou dados de mais de
11 mil adultos e concluiu que aqueles com maior religiosidade apresentaram um
risco 30% menor de desenvolver depressão ao longo da vida.
Não é
que um indivíduo que escolhe o caminho da espiritualidade não vá se deprimir.
Ele pode se deprimir como qualquer outro. Entretanto, especialistas apontam o
que vejo na prática: uma vez deprimidos, o quadro desses indivíduos tende a ser
mais brando ou com menor duração.
A fé tem
o poder não só de proteger, mas também de evitar muitas mazelas, principalmente
para aquelas pessoas que passam por momentos desafiadores e podem perder a
esperança. Também percebo, em trabalhos interessantes, como no Censa Betim,
onde atendemos adultos com doenças intelectuais graves, que as famílias que têm
suporte espiritual encaram a deficiência intelectual do filho com mais
serenidade e aceitação, buscando sempre o lado positivo das coisas. Isso
propicia que elas estejam mais abertas à intervenção da equipe e que essas
discussões sejam mais amplas e frutíferas.
A
espiritualidade, não se referindo apenas à religião, mas, também, à busca de um
sentido transcendental, oferece um porto seguro para famílias com filhos que
têm TEA. Por meio da fé, da conexão com a natureza ou da crença em valores
universais, a espiritualidade nutre a alma e alimenta a resiliência, permitindo
que famílias e indivíduos enfrentem os desafios com mais serenidade e aceitação.”.
(Natália Costa. Psicóloga e diretora do Centro
Especializado Nossa Senhora D’Assumpção – Censa Betim, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de julho de 2024, caderno OPINIÃO,
página 22).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 09 de agosto de 2024, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Lembranças do Pai
A
celebração do Dia dos Pais ilumina, no horizonte da sociedade, a marca
indispensável que está na força e na missão da paternidade. Não é demais
repetir que a paternidade inadequadamente exercida é um desastre com
consequências altamente prejudiciais às relações e ao viver humano. Sem
referência adequada à figura paterna, pela ausência de um pai, ou por seu
distanciamento no cuidado dos filhos, paga-se caro, com prejuízos que abrangem
desde o aumento das delinquências até o enfraquecimento de instituições. Pode
causar ainda um vazio sacrificante ao coração de muitos filhos, privados de uma
força essencial que poderia auxiliá-los a viver com mais altruísmo e sabedores
de suas responsabilidades cidadãs. Ser pai, sabe-se, vai mui além de fatores
biológicos vinculantes. Trata-se de engenhosa construção, densa de significado,
de inteireza moral. A paternidade constitui substrato afetivo e espiritual
indispensável para se viver com qualidade, não apenas a própria vida, mas
também dedicando-se à construção de uma sociedade fraterna e solidária.
O
horizonte rico, complexo e interpelante da missão de ser pai pode ser melhor
compreendido a partir de diferentes ciências, particularmente da psicologia e
da psicopedagogia, incluindo também as especificidades da neurociência.
Igualmente valioso é buscar compreender a importância da paternidade a partir
da narrativa do evangelista Lucas, no 15º capítulo de seu Evangelho – a rica
metáfora teológica chamada “Parábola do Filho Pródigo”. A narrativa inclui
referências às figuras do filho mais novo e do filho mais velho. Ambos
retratam, por suas atitudes, o efeito estruturante da figura paterna, que
incide, de modo diferente, no íntimo de cada um dos irmãos.
Na
parábola, o pai retratado é figura exemplar, particularmente por sua compaixão
e misericórdia, que não podem ser confundidas com fraqueza. O filho mais novo, insciente,
é respeitado na sua liberdade de escolher distanciar – perda de tudo – material
e afetivamente. A salvação desse filho ocorre pela força da paternidade. Depois
de alcançar uma situação extrema de miséria afetiva e material – sem conseguir
até mesmo a comida que era oferecida aos porcos –, foi resgatado pela
referência já construída em seu coração sobre o seu pai. Desse modo, recobrou
as forças para se levantar e fazer o caminho de volta. Buscou reencontrar seu
pai, que já o esperava para cobrir-lhe de beijos, restaurando a sua dignidade.
Deu ao filho vestimentas novas, sandálias, anel no dedo, dedicando-lhe ainda
uma festa, com a presença de todos. Por sua vez, o irmão mais velho, pelo
ressentimento que destrói até a estima pelo próprio pai, se perde no ódio.
Contaminado por esse sentimento, não consegue experimentar alegria em seu
coração. Distancia-se da fraternidade.
Na
celebração do Dia dos Pais é oportuno retomar a narrativa do Evangelista Lucas
para apreender o alcance da missão de ser pai, com sua força essencial para
salvar a sociedade de delinquências que comprometem radicalmente a
solidariedade fraterna. Da Palavra de Deus se pode reconhecer muitas
importantes indicações sobre a força da paternidade qualificadamente exercida –
essencial às diferentes etapas da vida, à garantia de novos rumos para a
sociedade. Da rica lista de aprendizados que podem se consolidar graças à
missão dos pais, sublinhe-se o reconhecimento de que todos são irmãos,
inspirando o cultivo de sentimentos de igualdade e equidade, tão importantes
para superar diferentes formas de escravidão no mundo atual.
Cada
pai, ao exercer adequadamente a paternidade, constitui alicerce para que os
filhos estabeleçam relações inspiradas na justiça, na caridade, respeitando a
autonomia e a dignidade de cada semelhante, que é irmão e irmã. A direção
oposta – de fragilidades no exercício da paternidade, ou da falta de respeito
em relação aos pais – sedimenta a exploração do semelhante, principalmente dos
pobres e vulneráveis. Celebrar a paternidade é muito mais que a oportunidade
para adocicadas exaltações, ou ocasião propícia para a compra de presentes.
Trata-se de momento importante para alimentar a convicção da importância de
cada pai, com suas lições para a vida de seus filhos e, consequentemente, para
toda a sociedade.
Jesus
Cristo é o filho de Deus-Pai que revela o caminho de toda a humanidade,
fazendo-a se compreender como um só povo, de irmãos e irmãs. Na fidelidade ao
Pai, Jesus se oferece como vítima de expiação por seus irmãos e irmãs. Esta é a
sua boa-nova que deve revestir o coração humano, tornando-o repleto de
fraternidade. Neste mesmo sentido, a humanidade precisa recorrer às preciosas
referências que emanam da missão dos pais. Assim, a civilização contemporânea
pode cair em si, a exemplo do que ocorreu com o filho mais novo, na “Parábola
do Filho Pródigo”. A paternidade possa ser lembrada, promovida e celebrada como
um caminho importante para fortalecer a solidariedade fraterna, contribuindo
para edificar um mundo de mais justiça e paz. Parabéns aos pais, com votos de
que possam exercer a sua missão de modo fecundo. Um tempo novo surja, ancorado
e fecundado pela nobre missão da paternidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2024, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (45,98%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!