“Melhor
fazer algo do que ficar parado
O ser humano,
naturalmente, tem resistência a mudanças: trocar de casa, de carro, de emprego,
de cidade, e até de caminho. Gostamos do conhecido, tangível, algo que não
causa dor. Mudar requer ação, uma ação experimental. Por mais que ela seja
planejada, sempre será uma nova experiência, e isso causa riscos, sentimentos
ansiosos, desconfortáveis, eufóricos, prazerosos e até dolorosos.
Por
mais que a gente saiba que mudamos, porque evoluímos e acumulamos experiências
diárias, resistimos a mudar. Muitas vezes preferimos ser invisíveis só para não
tomar certas ações. Aí ficamos lá no berço esplêndido do gerúndio: só nos
justificando.
Existe
uma cena muito interessante do filme Laurence
da Arábia, na qual o herói e seu companheiro estão sentados em uma duna do
deserto e veem distante um ponto preto que se move, e que não dava para
distinguir o que era. Lá, eles ficam inertes esperando para ver o que seria
esse objeto em movimento. Gradualmente, o ponto se revela um camelo com um
homem cavalgando-o. Quando menos esperam, o homem saca uma arma e mata o
companheiro de Laurence. Moral da história: é melhor fazer qualquer coisa do
que ficar parado, esperando.
Essa
metáfora é muito válida para as empresas que querem se manter na vanguarda do
mercado em que atuam. Ela não pode ficar como uma mera espectadora, vendo para
onde os concorrentes vão. É preciso mostrar para onde o mercado deve ir.
Tanto
nós como as empresas não podemos ficar esperando para mudar, para inovar.
Muitas vezes esperamos o movimento do outro para nos movimentar. E segundo
Steve Jobs, a inovação é o que distingue um líder de um seguidor.
Marca,
identidade, se coloca, aparece. Um bom termômetro é verificar se o seu trabalho
reflete quem você é. Se a qualidade do seu trabalho e como você se vê e se
projeta está no caminho certo. Se não, vale reavaliar essa relação, as
motivações, o comprometimento e, até mesmo, fazer uma autoanálise.
Nas
parcerias, a mesma coisa: eu construí as parcerias e tenho as relações que
busco para a minha empresa? Cada um está se levando para a relação, levando o
melhor de cada e trocando experiências?
São
perguntas profundas, válidas e importantes para a vida pessoal e profissional.
Afinal, em qualquer relação a gente se leva, mudando ou não.”.
(ANA FLÁVIA
CORUJO. Gerente de alianças estratégicas da Certisign, em artigo publicado
no jornal ESTADO DE MINAS, edição de
19 de dezembro de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de CARLOS
ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Jornalismo,
produto essencial
Antes da era digital,
em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lá estavam as nossas
lembranças, os nossos registros afetivos, a nossa saudade. Muitas vezes
abríamos o álbum e a imaginação voava. Era bem legal.
Agora,
fotografamos tudo e arquivamos compulsivamente. Nosso antigo álbum foi
substituído pelas galerias de fotos de nossos dispositivos móveis. Temos
overdose de fotos, mas falta o mais importante: a memória afetiva, a curtição
daqueles momentos. Fica para depois. E continuamos fotografando e arquivando.
Pensamos, equivocadamente, que o registro do momento reforça sua lembrança, mas
não é assim. Milhares de fotos são incapazes de superar a vivência de um instante.
É importante guardar imagens. Mas é muito mais importante viver cada momento
com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva solidão
digital.
Algo
análogo, muito parecido mesmo, ocorre com o consumo da informação. Navegamos
frequentemente no espaço virtual. Uma enxurrada de estímulos dispensa a
inteligência. Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e
sensibilidade crítica. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa
sensação de liberdade. Não dependemos, aparentemente de ninguém. Somos de
editores do nossos diário personalizado. Será? Não creio, sinceramente. Penso
que há uma crescente nostalgia de conteúdos editados com rigor, critério e
qualidade técnica e ética. Há uma demanda reprimida de reportagem. É preciso reinventar
o jornalismo e recuperar, num contexto muito mais transparente e interativo, as
competências e a magia do jornalismo de sempre. É preciso olhar para trás para
dar saltos consistentes.
Jornalismo
sem alma e sem rigor. É o diagnóstico de uma perigosa doença que contamina
redações. O leitor não sente o pulsar da vida. As reportagens não têm cheiro do
asfalto. As empresas precisam repensar os seus modelos e investir poderosamente
no coração. É preciso dar novo brilho à reportagem e ao conteúdo bem-editado,
sério, preciso, isento. O prestígio de uma publicação não é fruto do acaso. É
uma conquista diária. A credibilidade não se edifica com descargas de
adrenalina.
É
preciso contar boas histórias. Com transparência e sem filtros ideológicos. O
bom jornalista ilumina a cena, o repórter manipulador constrói a história. Na
verdade, a batalha da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação deliberada,
da preguiça profissional e da incompetência arrogante. Todos os manuais de
redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo assunto. Mas
alguns procedimentos, próprios de opções ideológicas invencíveis, transformam
um princípio irretocável num jogo de
aparência.
A
apuração de mentira representa uma das mais graves agressões à ética e à
qualidade informativa. Matérias previamente decididas em guetos sectários
buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro
lado não é honesta, não se apoia na busca da verdade, mas num artifício que
transmite um simulacro de isenção, uma ficção de imparcialidade. O assalto à
verdade culmina com uma estratégia exemplar: repercussão seletiva. O pluralismo
de fachada, hermético e dogmático, convoca pretensos especialistas para
declarar o que o repórter quer ouvir. Mata-se a notícia. Cria-se a versão.
A
crise do jornalismo está intimamente relacionada com a perda de qualidade do
conteúdo, com o perigoso abandono de sua vocação pública e com sua equivocada
transformação em produto mais próprio para consumo privado. É preciso recuperar
o entusiasmo do “velho ofício”. É urgente investir fortemente na formação e
qualificação dos profissionais. O jornalismo não é máquina, tecnologia, embora
se trate de suporte importantíssimo. O valor dele se chama informação de alta
qualidade, talento, critério, ética, inovação.
Sem
jornalismo público, independente e qualificado, o futuro da democracia é
incerto e preocupante. O jornalismo precisa recuperar a vibração da vida, o
cara a cara, o coração e a alma.
A
todos, feliz Natal!”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca
de 475,8% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial
registrou históricos 328,9%; e já em novembro o IPCA acumulado também
nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...