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sexta-feira, 24 de maio de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DA INTEGRIDADE PÚBLICA E DA FORÇA TRANSFORMADORA DA FÉ NA SUSTENTABILIDADE


PROGRAMAS DE INTEGRIDADE
PÚBLICA NO BRASIL
        O estudo da ética remonta à filosofia grega, na Antiguidade, destacando-se, naquele período, a abordagem de Aristóteles em sua principal obra sobre o tema: Ética a Nicômaco. A distinção entre ética e moral também permeou os estudos dos filósofos ao longo da evolução histórica. Desde a Antiguidade até a modernidade, ética e moral sempre estiveram no centro dos grandes embates filosóficos. Nos dias de hoje, a ética e a moral têm passado por ressignificações, de sentido e de abrangência, tendo sido, inclusive, incorporadas pelo direito em geral e pelo direito público em particular, por meio dos conceitos de boa-fé e de moralidade, esta complementar àquela e, de certa forma, a ela equivalente.
         No direito público brasileiro, boa-fé e moralidade administrativa se manifestam na presunção de legalidade, legitimidade e veracidade dos atos administrativos; no dever atribuído ao servidor público de servir com respeito aos administrados; na proibição de locupletamento ilícito por parte do poder público e de seus agentes; no dever imposto ao Estado de indenizar terceiros por prejuízos causados, independentemente de culpa ou dolo; na imputação de crimes de responsabilidade a categorias de agentes públicos que agem de forma improba; na configuração de atos de improbidade administrativa por violação direta aos deveres de honestidade e lealdade às instituições públicas; na possibilidade de qualquer cidadão ajuizar ação popular em face de ato praticado por agente público por violação ao princípio da moralidade administrativa.
         Além disso, a moralidade administrativa passou a ser princípio constitucional regente da administração pública ao lado da legalidade, impessoalidade, publicidade e eficiência. Tornou-se fundamento, inclusive, para a criação da Súmula Vinculante 13 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pela qual se regulamentou a proibição do nepotismo no âmbito da administração pública nos três poderes do Estado e em todos os níveis federativos.
         Também, em nosso país, a moralidade administrativa é um dos fundamentos para o combate de atos de corrupção, tendo como origem as regras aplicadas ao sistema financeiro. O marco legal, entretanto, consiste na promulgação da Lei 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, dispondo sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
         O combate a atos de corrupção também perpassa pela adoção de programas de integridade, concebidos, na esfera privada, como um dos pilares da governança corporativa, cujo objetivo é aprimorar os processos de gestão das organizações, incrementando a imagem, reputação e otimização dos resultados e serviços.
         No setor público, a adoção de programas de integridade como medida indispensável à governança corporativa e ao combate à corrupção passou a ser exigida das empresas estatais, prestadoras de serviço público e exploradoras de atividade econômica com a promulgação da Lei 13.303/16 (Lei das Estatais).
         Esta lei, ao dispor sobre o estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista, e de suas subsidiárias, passou a exigir, em diversos dispositivos, como conteúdo indispensável dos estatutos, a observância de regras de governança corporativa, de transparência, práticas de gestão de riscos e de controle interno, inclusive com a elaboração de Código de Conduta e Integridade e implementação de canal de denúncias, além do monitoramento da qualidade e a integridade dos mecanismos de controle interno.
         Nesse sentido, alguns estados, por meio de lei, já exigem a implantação de programas de integridade como condição para as empresas celebrarem contratos e convênios com a administração pública. Tanto na lei do Distrito Federal (Lei 6.112/18) quanto na do estado do Rio de Janeiro (Lei 7.753/17), a obrigatoriedade da adoção de programas de integridade tem por objetivo proteger a administração pública estadual dos atos lesivos que resultem em prejuízos financeiros causados por irregularidades, desvios de ética e de conduta e fraudes contratuais.
         Mais recentemente, o avanço dos programas de integridade no âmbito da administração pública passou a ter nova feição com a promulgação da Lei 10.691/18, do estado de Mato Grosso, pela qual se instituiu o Programa de Integridade Pública do Governo do Estado de Mato Grosso, para todos os órgãos e entidades autárquicas e fundacionais do Poder Executivo estadual. Embora a participação no programa de integridade seja facultativa, sua adesão pela autoridade máxima competente, mediante termo de compromisso específico, é fundamental para a criação de mecanismos e procedimentos internos de prevenção, detecção e remediação de fraudes, irregularidades e desvio de conduta, contrários ao interesse da administração pública.
         De tudo o que foi dito, percebe-se que a implantação de programas de integridade no âmbito da administração pública parecer ser irreversível. Da ideia de governança corporativa no setor privado ao combate à corrupção no âmbito do poder público e em suas relações com a iniciativa privada, a adoção de programas de integridade é medida salutar e indispensável para a consagração do verdadeiro espírito republicano estatuído na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. O objetivo primeiro é garantir que a atuação dos agentes públicos e da sociedade seja pautada pelos princípios aplicáveis à administração pública, corroborando a importância da ética e da moral como valores indispensáveis não apenas para a boa governança, mas também para o respeito à coisa pública.”.

(BRUNO CLÁUDIO PENNA AMORIM PEREIRA, professor, consultor jurídico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, mestre e doutorando em direito público, advogado sócio-fundador do escritório Nogueira-Amorim, e DANIELA NOGUEIRA DE ALMEIDA, especialista em direito público, membro da Comissão de Estudos Permanentes sobre Compliance da OAB/MG, advogada sócio-fundadora do escritório Nogueira Amorim, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de março de 2018, caderno DIREITO & JUSTIÇA, página principal).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 17 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tesouro em vaso de barro
        O tesouro da fé, com sua força sustentadora, é indispensável alicerce para a humanidade, ainda que as assimilações das práticas religiosas e políticas tenham desvirtuado a vivência da fé. Assim, o que deveria ser uma rica experiência se distanciou da essência da verdade e do amor, próprios desse tesouro, causando prejuízos e perda de credibilidade.
         O retorno às fontes da fé, à sua vivência testemunhal, longe das perigosas divisões e tendências ideológicas, comprova a retomada de um caminho iluminado capaz de qualificar a condição existencial de cada pessoa e, consequentemente, a sua cidadania, conduzindo a humanidade na direção do amor e da verdade.
         A inteligente referência à imagem simbólica do vaso de barro, que guarda o tesouro da fé, é um recurso com força pedagógica, usado pelo apóstolo Paulo, em sua missão desenvolvida em contextos urbanos semelhantes aos atuais. Um tempo marcado pelas polarizações e arriscada relativização de valores e princípios. A exemplo do que se assiste hoje, grupos e segmentos se digladiavam, provocando preocupante distanciamento do tesouro da fé.
         Os argumentos ideológicos na defesa da fé se aproximam, pelos extremos, da conduta daqueles que a instrumentalizam por interesses político-partidários. Conduzem ao caos, acelerando o enfraquecimento das relações entre os que creem. Incapacitam ou impedem que a força da fé reoriente os caminhos da humanidade na direção do amor de Deus. Nesse horizonte, lamentavelmente, os cristãos gastam muito tempo com disputas a partir de suas diferenças. Deixam-se engolir por dinâmicas hegemônicas, de caráter partidário, acentuando ainda mais os distanciamentos.
         É fato que as disputas crescentes e as resistências multiplicadas não contribuem para a construção de um novo tempo, e retardam a recepção do que é genuíno da fé, pela Palavra de Deus, com a força própria da tradição. Assim, pode-se perceber que o ponto de partida das divisões não é a autenticidade da fé, mas a disputa a partir de lugares que evidenciam queda de braço entre ideologias de matizes diferentes. O contexto revela um confronto que não encontrará a solução do entendimento e do fortalecimento, a exemplo do que requer a construção de uma sociedade assentada nas dinâmicas do desenvolvimento integral – com crescimento sustentável e relações cidadãs em parâmetros civilizatórios que permitam o diálogo.
         Vale pensar o próprio constitutivo da fé a partir da escuta que impulsiona ao indispensável diálogo, capaz de fazer das diferenças a riqueza e a consequente força criativa de reconstrução. Mas, ao contrário, fala-se muito sem escutar integralmente o outro e a si mesmo. Discurso autodestrutivo que se configura por descompassos, rigidez, acusações.
         É fundamental ter presente o discernimento de que a palavra do cristão, inspirada pelo Espírito Santo, deve ser edificante, incluir a correção, a crítica necessária e, sobretudo, o compartilhamento de nova compreensão, de entendimentos que construam e desenvolvam novas condutas à luz dos valores do Evangelho. O cristão é morada do Espírito Santo, logo, o que diz e o que faz há de ser movido por esse mesmo Espírito. Na contramão dessa direção e dessa dinâmicas, já não é Deus que age.
         Por isso mesmo, a cidadania civil precisa da qualificada cidadania cristã. Algo que se constrói na vivência da fé e tem seu ponto de partida no retorno à fonte dessa mesma fé. Mas dos assoreamentos dessa fonte vêm o risco das disputas figadais sem solução, empurrando indivíduos ao contexto de criminalização por falta de respeito à inviolável dignidade de toda pessoa. O momento cultural e sociopolítico, como também religioso, indica a importância de assimilação e práticas que, cotidianamente, devolvam as pessoas à necessária conexão com a força transformadora da fé, recebendo desse tesouro uma sabedoria com claridade própria para entendimentos, correções e alinhamentos em busca do bem e da verdade.
         Urge a purificação dos interesses partidários hegemônicos, com a transparência de propósitos e a estrita fidelidade aos valores cristãos inegociáveis, para o retorno à fonte inesgotável da fé e, assim, beber de sua água com toda a humildade. A luz da fé é a única que possibilita enxergar o invisível e tem em si as propriedades para fazer de cada cristão uma força de amor nesta configurada crise, abrindo o ciclo de contribuições que só o Evangelho pode oferecer, em diálogos construtivos, entendimentos na busca da verdade e da fraternidade solidária.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 299,45% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
  
 

  

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E AS EXIGÊNCIAS DA CIÊNCIA E INOVAÇÃO E OS NOVOS CAMINHOS DAS MONTANHAS MINEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“A pesquisa como ferramenta de desenvolvimento
        Ao se falar em pesquisa, remete-se à busca pelo conhecimento. Um conhecimento voltado ao desenvolvimento de uma nação. O Brasil, embora já tenha conquistado grandes avanços na área, ainda não trata o tema como uma política de Estado – e sim de governos – e a consequência é que, diante de qualquer crise, a redução de investimentos atinge, primeiramente, o setor, prejudicando a geração de conhecimento. Isso vem ocorrendo ao longo dos últimos meses em órgãos de fomento no âmbito federal, e mais recentemente, na esfera estadual, como os cortes anunciados para este ano pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fepamig), afetando bolsas de iniciação científica e outros recursos para a pesquisa.
         A história mostra que foi com a adoção de políticas focadas na busca pelo conhecimento que muitos países foram bem-sucedidos na geração de riqueza e desenvolvimento social. Um dos bons exemplos é, sem dúvida, a Coreia do Sul. Lá, o investimento em educação – e, consequentemente, em ciência –, como uma política de Estado alçou, aquele que era um dos países mais pobres do mundo, na década de 1950, a uma nação desenvolvida e um dos protagonistas no cenário econômico mundial, líder em áreas de ponta como a tecnologia da informação.
         Nesse contexto, vê-se, claramente, que no Brasil os pilares da educação são frágeis. Se há uma questão unânime no país é a necessidade de investimentos e de uma política sólida para o setor, em que os índices de qualidade, comparados com vários outros no cenário internacional, são pífios. É nesse contexto que se percebe, mais claramente, que quando a educação é uma política de governo e não de Estado, os cortes de recursos em um ambiente de crise econômica atingem, primeiro, setores ligados à investigação científica. O caminho deveria ser exatamente o inverso: privilegiar a busca do conhecimento, pois esse se propaga, trazendo benefícios para todas as áreas, identificar as áreas prioritárias e direcionar esforços para que os investimentos sejam otimizados.
         É preciso destacar que muito se avançou no país em várias áreas em que se investiu em ciência e tecnologia. Foi assim com a avicultura, em que o investimento em inovações tecnológicas e o uso de um sistema eficiente de pesquisa e desenvolvimento, a partir das décadas de 1960/1970, tornaram o país o segundo maior produtor mundial de frango. Outra trajetória de sucesso trilhou o setor de energia no país, onde cerca de 45% de toda a produção energética é proveniente de recursos renováveis.
         Mas, se houve avanços, para mantê-los e vencer novos desafios é necessária uma política que defina a longo prazo as metas a serem atingidas. Eleger, por exemplo, as áreas em que queremos ser os players globais e investir recursos e esforços para cumprir o que foi definido.
         E quando se fala em pesquisa, em inovação, o papel da universidade é crucial. Essas instituições devem entender a sua função dentro da sociedade, no contexto regional, como indutoras e protagonistas do desenvolvimento social. Na PUC Minas, por exemplo, a investigação científica está disseminada por todas as áreas do conhecimento, indo da graduação à pós-graduação, e a parceria com a iniciativa privada tem gerado excelentes resultados, especialmente na área de tecnologia.
         No entanto, se as universidades vêm buscando alternativas para o desenvolvimento da pesquisa por meio de recursos próprios ou aliando-se à iniciativa privada, não é possível prescindir dos investimentos públicos na área. Em tempos de crise como a enfrentada no Brasil, investir em ciência e inovação significa valorizar um instrumento fundamental para o desenvolvimento. Mais que isso, representa oferecer uma perspectiva de futuro para os nossos jovens.”.

(SÉRGIO DE MORAIS HANRIOT. Professor, pró-reitor de pesquisa e de pós-graduação da PUC Minas e doutor em engenharia mecânica pela UFMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de TARCÍSIO MARTINS, jornalista, professor e coordenador de projetos da APHAA-BV, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mineração: pânico e injustiças
        Populações que habitam o Vale do Alto Paraopeba e vivem próximas às barragens de mineradoras vivenciam insegurança, pânico e medo. A insustentável tragédia humana, social, política e econômica ocorrida em Brumadinho provocou expectativa de novos rompimentos. As mineradoras, em especial a Vale S.A., ficaram expostas pelo trato desrespeitoso para com o meio ambiente. A falta de transparência e seriedade na conduta dos negócios da empresa mudou o comportamento e a opinião dessas populações. Brumadinho e Mariana mostraram o quanto se desrespeitam montanhas, nascentes, patrimônios naturais e culturais, sobretudo as águas. Mais um rio foi morto por substâncias que tornaram impróprias suas águas: o Paraopeba!
         Belo Vale, Jeceaba, Moeda, Congonhas e Brumadinho são cidades da Zona Central do estado que se formaram às margens do Rio Paraopeba. Nas encostas da Serra da Moeda – reserva da bioesfera decretada pela Unesco, em 2005 – estão os aquíferos que abastecem o Paraopeba. E onde se situam comunidades tradicionais e quilombolas; patrimônio natural com fortes referências de vida. À exceção de Moeda, que detém um decreto municipal que não se permite a exploração mineral em seu território, os demais municípios tiveram influências da mineração predatória desde o Ciclo do Ouro.
         A Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (APAA-BV), criada em 1985, tem amplo conhecimento dos impactos e conflitos sociais causados pelas mineradoras, em Minas Gerais. Enfrentou desmatamentos, incêndios, destruição de nascentes, a degradação da serra. Relacionou-se com moradores das comunidades da encosta da Serra da Moeda. A maioria defendia as mineradoras por gerar trabalho para suas famílias. Embora morando em áreas caracterizadas por baixa infraestrutura social, marcadas pela poluição, barulho de explosões e constante falta de água.
         A tragédia de Brumadinho veio forte. Provocou impacto na relação dessas populações com as mineradoras. Trouxe insegurança e sensação de fragilidade para suas vidas. As mortes de trabalhadores bateram fortes nos corações das famílias atingidas e da sociedade em geral. Em Congonhas, Jeceaba e Belo Vale, paira o medo de serem arrastadas pela lama.
         As mineradoras perderam credibilidade pelo desrespeito à vida, à paisagem cênica e qualidade das águas. Elas estão com suas condutas abaladas pela opinião pública e precisam se reinventar; ser verdadeiras para que se possam implantar novos empreendimentos. Recentemente, o prefeito de Belo Vale declarou que não dará anuência – carta de conformidade – para expansão de empreendimento que a Vale S.A. pretende instalar na Serra dos Mascates, em área de preservação, próximo à nascente de Água Fria, onde se capta água para a cidade.
         Em Moeda, audiência pública realizada na Câmara Municipal, em 13 de abril, avaliou um pedido de licenciamento da Gerdau S.A. para dar continuidade às operações da Mina de Várzea do Lopes. O evento atraiu centenas de cidadãos e representantes de organizações não governamentais das cidades vizinhas. A empresa quer instalar seu projeto em um ‘corredor ecológico’ situado entre áreas protegidas e o Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda (Mona), no Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
         O projeto da Gerdau foi rejeitado por unanimidade. Citações sobre o ocorrido em Brumadinho e Mariana e frases como “não queremos migalhas de impostos” e “respeito às nascentes e que as minas de água sejam mais importantes que as de minérios” ecoaram pelo plenário.
         O prefeito de Moeda tem planos de transformar o município em um “parque verde”, e reconhece seu potencial para o turismo natural. “Moeda tem de aprender a viver sem o uso de explorações inadequadas. As leis de tombamento municipal e estadual serão cumpridas, e não irei permitir mineração em Moeda até o fim de meu mandato”, afirmou Leonardo de Moura Braga. Caso prevaleça a decisão da audiência pública, o município consolida-se como o único do Quadrilátero Ferrífero que, através de decreto municipal de 2002, não permite mineração em seu território.
         Que a Serra da Moeda, monumento natural da humanidade, ganhe um forte abraço em 21 de abril!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





quarta-feira, 9 de maio de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS NOVOS DESAFIOS DA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A LUZ DA CIÊNCIA CIDADÃ NA SUSTENTABILIDADE


“O futuro da recuperação do dano ambiental
        O século 20 foi marcado pelo despertar da consciência internacional sobre a gravidade da crise ecológica e a necessidade de aliar o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, construiu o alicerce sobre o qual seriam edificadas as normas para alcançar o desenvolvimento sustentável. A legislação ambiental do Brasil avançou desde então, concedendo ampla legitimidade para a proteção ambiental, através de norma constitucional expressa.
         A engenharia assume papel de destaque na preservação ecológica pelas consequências de suas atividades sobre o ambiente. Ciente de sua responsabilidade, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), por meio da Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA), tem desenvolvido notáveis esforços no sentido de dar sua efetiva contribuição para proporcionar a melhoria da qualidade ambiental no estado de Minas Gerais.
         A própria criação da Câmara Temática de Meio Ambiente no Crea-Minas permitiu a promoção de discussões técnicas sobre os temas ambientais mais relevantes, contribuindo na promoção da sustentabilidade e no conhecimento das normas ambientais. Em uma atitude inédita, foi criado, também, o Colégio de Representantes Institucionais do Crea-Minas, com membros presentes em conselhos e órgãos ambientais de Minas Gerais, permitindo o debate qualificado, o aprimoramento e a busca da excelência nas decisões adotadas.
         Imbuído pelo propósito de contribuir ainda mais nesse cenário, em 2015, o Crea-Minas motivou a reunião e o início de discussões com os poderes públicos sobre a criação de grupo de trabalho para tentar conceber um redesenho nos procedimentos para a solução dos conflitos ambientais existentes nos processos administrativos. A iniciativa tinha como objetivo a mais ampla solução de todas as consequências jurídicas provenientes dos litígios ambientais e a prioridade na recuperação do dano ambiental.
         Nesse sentido, é satisfatório acompanhar os avanços nesta área representados pela assinatura, no último 19 de abril, do acordo de cooperação técnica entre o Governo de Minas Gerais, por meio do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e a Advocacia-Geral do Estado (AGE), o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Esse projeto pioneiro surgiu de ações conjuntas desenvolvidas nos dois últimos anos no Crea-Minas, fruto dos melhores esforços desses órgãos para a criação de novo procedimento por meio da mediação ambiental, para obter a composição nos conselhos administrativos infracionais, a recuperação do dano e a não judicialização dos conflitos.
         O Crea-Minas sente-se honrado por contribuir com a construção desse novo procedimento, novo caminho por onde trafegarão, com mais rapidez e eficácia, os conflitos ambientais. O Crea-Minas cumpre, assim, os ditames da Constituição Federal de 1988, que estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem como de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
         Estamos certos de que o acordo de cooperação técnica irá contribuir imensamente com a proteção ecológica, com a marca do ineditismo no cenário nacional.”.

(CLEMÉNCEAU CHIABI SALIBA JR, engenheiro civil e presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA) do Crea-Minas, e CÉLIA PIMENTA BARROSO PITCHON, advogada e consultora da Câmara de Mediação e Arbitragem (CMA) do Crea-Minas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de abril de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de LESANDRO PONCIANO, professor da PUC Minas, realiza pesquisas na área de ciência da computação com ênfase em ciência cidadã, computação social e interação humano-computador e membro da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e da Citizen Science Association (CSA), associação internacional dedicada à ciência cidadã, e que merece igualmente integral transcrição:

“A ciência cidadã no Brasil
        Cientistas estão descobrindo que pessoas dispondo de um pouco de curiosidade, tempo e com seus celulares em mãos são capazes de impulsionar grandes descobertas científicas. Descobrir um novo tipo de galáxia ao analisar padrão de cores e formas em imagens feitas por telescópios espaciais. Brincar em um jogo tridimensional que, indiretamente, faz síntese de proteínas e que permite estudar a cura para determinadas doenças. Fotografar a aparição de animais e plantas que nunca tinham sido avistados naquela região. Esses são alguns exemplos de iniciativas que têm engajado milhões de pessoas em todo o mundo. O nome que tem sido dado a essa forma de realizar descobertas é “ciência cidadã” (ou citizen science, em inglês).
         Ciência cidadã é uma forma humanística e colaborativa de se conduzirem estudos científicos. As pessoas não são apenas informadas sobre as descobertas, elas participam delas. Cientistas estão engajando multidões em suas pesquisas. Tal engajamento é viabilizado pelas tecnologias que hoje são acessíveis à maior parte das pessoas: um aplicativo instalado no celular é, muitas vezes, o suficiente para participar. Iniciativas precursoras têm partido de países desenvolvidos, como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido. Projetos de vanguarda têm surgido em universidades e centros de pesquisa de grande relevância, como a Universidade de Oxford, a Universidade de Washington e a Academia de Ciências da Califórnia.
         Recentemente, a conduzirmos um estudo com outros 22 pesquisadores de 10 países. O artigo publicado pela revista científica Citizen Science, Theory and Practice, concebe uma visão terminológica internacional para ciência cidadã. O estudo investiga quando a humanidade começou a atribuir o papel de “cientista” apenas a pessoas graduadas e como, atualmente, cada pessoa pode ser vista como um “cidadão cientista” quando faz uma descoberta relevante. Embora empreguem termos diferentes por questões idiomáticas ou geopolíticas, todos os países estuados buscam uma maior participação das pessoas na atividade científica. As pessoas que participam, por sua vez, geralmente buscam aprender algo enquanto ajudam a avançar a ciência. Assim, ciência cidadã é um expoente no contexto científico internacional.
         Infelizmente, no Brasil, ciência cidadã ainda é algo incipiente. Há esforços iniciais. Alguns desses esforços estão associados ao Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) ou a projetos pontuais de algum grupo de pesquisa. Eles são, em grande parte, adaptações de iniciativas existentes em outros países e têm forte ênfase em questões de ecologia e biodiversidade. O Brasil ainda está em busca de uma perspectiva de ciência cidadã que se adeque às suas características geográficas e socioeconômicas, pois as pessoas tendem a participar mais em projetos que estão associados aos problemas do dia a dia delas.
         Dado o suporte tecnológico comum em ciência cidadã, iniciativas inovadoras têm surgido em ambientes associados à tecnologia da informação e comunicação. Esse é o caso do Departamento de Engenharia de Software e Sistemas de Informação da PUC Minas. Investigar e desenvolver em estudantes de escola pública a habilidade de solucionar problemas por meio de “pensamento computacional”. Analisar a mobilidade urbana de estudantes e formas de melhorá-la. Investigar como criar, em redes sociais, robôs que tenham propósito positivo para a sociedade. Esses são exemplos de iniciativas em curso na PUC Minas. Com isso, está-se direcionando o avanço tecnológico e científico para tópicos relevantes e nos quais a sociedade possa ser engajada, o que é algo central em ciência cidadã.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.