“Colocando
a inovação em prática
Ano começando e o clima
de resoluções e promessas de mudanças circula por todos os lugares. A virada de
calendário nos faz parar para pensar no que vamos deixar no passado, jogar
fora, avaliar o presente e projetar o futuro. Esse balanço nada mais é que a
digestão emocional do que realizamos.
O ano
de 2016 não foi fácil para o país. O cenário foi de autoestima em baixa e desemprego.
Mas o brasileiro nunca desiste e como diria meu ex-chefe, “segue o enterro”.
Foi assim que muitos seguiram durante o ano de 2016: “seguindo o enterro”.
Afinal, em muitos casos, “Inês já era morta”.
Trocadilhos
à parte, 2017 está aí: nova gestão no âmbito federal (não tão nova assim,
mas...), municipal e internacional. Mudanças acontecerão e, com isso,
oportunidades surgirão. A mobilidade não é uma novidade, mas sim uma realidade,
assim como a conectividade.
Desânimo?
Claro que não! A reinvenção existe para criar novas oportunidades, fazer algo
diferente que, de fato, fará a diferença. E isso chama-se evoluir.
Os
anos são sucessões de experiências que, acumuladas, nos levam à evolução – uma
melhoria contínua. E essa evolução deve refletir, positivamente, na nossa vida
pessoal, social e profissional.
Já que
a chave virou e muitos místicos falam sobre numerologia, descobri que 2017 é um
novo ciclo que se inicia e vai até 2025. O antigo começou lá em 2008 e ficou
para trás em 2016. Logo, este ano é de novas e positivas perspectivas. Oba.
Segundo a numerologia, no mundo dos negócios este ano favorece as descobertas e
aplicação de métodos inovadores. Bom para as startups. O novo ano tem chances
de ser bem-sucedido porque este ciclo incentiva a criatividade. Então, entremos
na era da reinvenção.
Mas o
que podemos fazer diferente no mundo dos negócios em 2017? Vamos ao mais óbvio:
novos negócios. Mas se fosse simples assim, todos fariam isso e bateriam metas
não só em 2017, não é mesmo?
Então,
comece pelos negócios que você não fez e se pergunte: por que não o fez, por
que perdeu? Faltou empenho? Apresentou o que o cliente não queria? Foi o preço
(é a desculpa mais usada, quando sabemos que o valor agregado justifica preço,
ou melhor, o investimento). Não estudou o negócio do cliente? Perdeu o timing?
O orçamento não deu? Houve falta na comunicação que prejudicou o
relacionamento? Ou todos os itens acima? Será que alguns negócios você ainda
pode recuperar ou, realmente, a “Inês está morta”?
Depois
desse balanço nas propostas passadas, olhe para frente: como crescer nos
clientes atuais e conquistar novos mercados? Se você pensa que Napoleão
Bonaparte foi o maior conquistador de mercados da história, está muito
enganado, o maior conquistador foi o guerreiro mongol Tejumin. Então,
inspire-se nos grandes líderes, reveja seus relacionamentos, vista os sapatos
de seus clientes, circule por aí, estude, faça boas parcerias em mercados em
que ainda não atua e tenha uma excelente proposta de valor. Hoje, modelos comerciais
em rede têm funcionado muito bem.
Mais
do que a marca, o que está no gerúndio – usando, fazendo, postando,
vivenciando, consumindo, buscando, comprando... vem ditando as regras de
mercado. O tradicional ficou para trás, o que muitas vezes acho bem triste, e a
inovação ocupou todo o espaço real e virtual.
Então,
inove-se!”.
(ANA FLÁVIA
CORUJO. Gerente de alianças estratégicas da Certisign, em artigo publicado
no jornal ESTADO DE MINAS, edição de
28 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
3 de fevereiro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Recuperar
as instituições
É grave o processo de
sucateamento das instituições. Isso porque os funcionamentos institucionais,
frequentemente, são obsoletos e não conseguem promover o bem da coletividade.
Essa realidade traz resultados nefastos para cada instituição – sejam elas
governamentais, educacionais, religiosas ou familiares –, além de prejuízos
para toda a sociedade. Os investimentos para processos são insuficientes e,
consequentemente, os resultados são pífios na prestação de serviços. Um mal
terrível que envolve variadas instituições, inclusive as que têm seu
balizamento maior na experiência da fé.
A
sociedade pede mais consistência por parte das organizações, que precisam
cumprir bem sua tarefa: assumir a responsabilidade de cooperar para a
transformação de uma sociedade carente de novos impulsos e inovações. É preciso
deixar de insistir em práticas de tempos que já se foram. Muitas ações que são
próprias do passado já não têm força para interagir com mas demandas do mundo
contemporâneo. Consequentemente, não conseguem interferir positivamente na
realidade. Mas, ainda assim, permanecem os gastos – com recursos financeiros e
também humanos – direcionados a esses funcionamentos inadequados. As pessoas
ficam submersas na mediocridade de escolhas e de encaminhamentos. Conviver com
a pequenez naquilo que se faz, por não se engajar nos processos de mudanças,
torna-se normal. Isso trava
criatividades e amordaça muitos na condição de não conseguir contribuir.
Cria-se facilmente o vício de se fazer das configurações institucionais, nos
seus funcionamentos, simplesmente um amparo para quem se satisfaz com a
oportunidade de ter um “lugar ao sol”. Ora, esse fenômeno é a contramão das
dinâmicas modernas e inevitáveis das inovações.
Inovar
é uma exigência e deveria ser a meta, mas os agentes da inovação – as pessoas
que integram as instituições – se satisfazem com a conquista de uma zona de
conforto que mata gestos de altruísmo, impedindo o ser humano de ser partícipe
na criação e recriação. Compreende-se, assim, por que a ocupação de cargos não
é uma garantia para uma atuação proativa e com forma de transformação. O
marasmo no interior das instituições envolve como uma nuvem a preciosidade de
cada pessoa. O resultado nefasto é o cumprimento de mandatos ou tempo de
serviço com opacidade.
Percebe-se
que a dimensão pessoal sucateia a instituição. Mas também a dimensão
institucional pode prejudicar as pessoas, enjaulando-as, inclusive as que têm
grande potencial. Sem conseguir mostrar a própria capacidade, elas permanecem
na linha mediana de atuação. Por isso, cada pessoa precisa assumir o
compromisso de lançar um olhar sobre a instituição na qual se insere, buscando
saídas para a terrível fragilização das organizações. Essa fragilização é
fundamentada na incompetência que afeta modos de agir e nos desvios
ético-morais que, inclusive, levam agentes a usufruírem, de modo desonesto, de
recursos institucionais, conduzindo velozmente a organizações na qual trabalham
rumo a precipícios.
O fato
mais comum é, consciente ou inconscientemente, tender a escolhas que levem a
colocar responsabilidades e intervenções nas mãos de quem não as operará
adequadamente. Certamente, trata-se de mecanismo de defesa que perpetua a
mediocridade que, infelizmente, incomoda menos. O que incomoda mais é desafio
de desinstalar da “zona de conforto” para responder às exigências e às demandas
do dia a dia, às necessidades de qualificação permanente do tecido institucional.
Esse tecido, quando fortalecido, pode alavancar mudanças que levem às soluções
adequadas para o tempo atual. Assim, em gesto de humildade e batendo
penitencialmente no peito, cada pessoa precisa cultivar uma consciência cidadã
e não apenas ocupar postos que representem, somente, oportunidade de promoção
pessoal. Todos devem assumir a responsabilidade para ajudar a encontrar novas
respostas, com trabalho produtivo. Esse é um indispensável caminho no combate à
mediocridade, no enfrentamento das demagogias e na coragem de avaliar,
sinceramente, o que se está fazendo, para encontrar os caminhos da inovação e
recuperar as instituições.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em
dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de
crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque
especial registrou históricos 328,6%; já o IPCA também acumulado nos últimos
doze meses, em janeiro/2017chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado
no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem
levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25
somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de
logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...