“”Habilidade
socioemocional
Quando pensamos na
importância da escola para a formação de crianças e jovens, é muito comum
levarmos em consideração alguns elementos como alfabetização adequada, o ensino
da matemática e da física, o aprendizado de uma segunda língua e a preparação
para os exames externos. É claro que tudo isso é muito importante. Porém, temos
observado que a educação vem evoluindo ao longo dos tempos, e novas demandas
vão surgindo – o que leva as escolas a repensar seus currículos e enfrentar
desafios mais complexos.
Se, no
começo do século XXI, o que chamou a atenção foi a ampla informatização e
preocupação com a tecnologia, percebemos que agora há uma grande preocupação em
trabalhar com os jovens as habilidades que desenvolvam competências
socioemocionais, como o autoconhecimento, a liderança, a empatia, o trabalho em
equipe, o empreendedorismo. Nesse sentido, também é dever da escola compreender
essas temáticas e levar isso para a sala de aula.
Trabalhar
as habilidades socioemocionais é vantajoso não apenas na formação humana, mas
também profissional. Estudo do World Economic Forum (WEF) declara que serão
criados 133 milhões de empregos até 2025. Além disso, 35% das habilidades mais
demandadas para a maioria das ocupações deve mudar em 2020. O que já está sendo
demandado dos novos profissionais são habilidades e qualificações como
iniciativa, pensamento crítico, negociação, resiliência, cooperação e
flexibilidade.
Dentro
das habilidades socioemocionais podemos destacar o desenvolvimento da
Comunicação Não Violenta (CNV), que pode ser definida como um método
comunicativo desenvolvido por Marshall Rosenberg, um psicólogo americano da
década de 60, que consiste em utilizar técnicas eficientes de comunicação para
cuidarmos da saúde dos relacionamentos e implantarmos a cultura da paz, em
qualquer ambiente. Como educadores, podemos usá-la para estimular que venha à
tona o que há de melhor em nossos alunos.
Numa
sala de aula, exercitar a CNV é favorecer o crescimento das crianças e dos
adolescentes em relação ao autocontrole, ao desenvolvimento da empatia, do
espírito de equipe e do respeito às diferenças. É uma forma de exercitar o
diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, promovendo o respeito ao
outro e aos direitos humanos. Quando ensinamos as crianças a resolver seus
conflitos, escutando opiniões divergentes e compreendendo a visão do outro,
estamos trabalhando o desenvolvimento dessa competência e criando cidadãos e
profissionais melhores para o mundo.”.
(Anna Paula
Jorge Jardim. Psicopedagoga e vice-diretora do Colégio Nossa Senhora das
Dores, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 17 de janeiro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Sociedade
sem profecias
As profecias são
indispensáveis na qualificação do tecido antropológico-cultural que sustenta a
vida de uma sociedade. Trata-se da necessária clarividência que deve ser a
estrela-guia de todos os processos sociopolíticos e econômicos. Compreende-se
que a ausência da profecia pode contribuir na perda de rumos, na cristalização
de posicionamentos e dinâmicas que possam levar a desmandos do poder, à
corrupção e à indiferença em relação a desigualdades e ofensas contra a
dignidade humana, gerando sofrimento, principalmente, para os mais pobres e
indefesos. Sem a luz da profecia, impera a obscuridade das trevas, mesmo quando
vozes são propagadas, pois lhe falta a coerência necessária para promover
transformações.
Conforme
escritos e relatos do Antigo Testamento, a história de Israel mostra a
importância determinante da profecia para se reencontrar o equilíbrio nas
relações. É, pois, imprescindível a presença da profecia na configuração de
instituições, livrando-as da submissão aos interesses das oligarquias – sempre
alheias aos pobres e sofredores. O profeta é aquele que vê o que a maioria não
consegue enxergar e a profecia, obviamente, não pode se reduzir a discurso, à
linguagem de impropérios, muitas vezes em tom agressivo, sem a devida
coerência. O enxergar de modo lúcido não dispensa o profeta do selo da
qualidade, próprio dos que cultivam conduta transparente, que não compactuam
com os privilégios e as situações injustas denunciadas.
Compreende-se,
assim, porque historicamente sempre existiram confrontos entre profetas,
sacerdotes e reis. Esses últimos, frequentemente cegados pela posição que
ocupam na sociedade, enrijecidos e, por isso, incapazes de mudar, não conseguem
conquistar um modo de ver diferente, no horizonte da justiça e da verdade.
Quando se apaga a luz da profecia, reinam as obscuridades, multiplicam-se os
mecanismos balizadores da injustiça e, irremediavelmente, impera a indiferença,
destruidora da intocável sensibilidade humana para o exercício da
solidariedade. A ausência de profecia revela-se ainda no descalabro de se falar
uma coisa e se praticar outra, denunciar alguém, mas usufruir dos mesmos
privilégios.
A profecia
é indispensável na busca pelo equilíbrio que redefine práticas, substitui
hábitos, qualifica juízos e cria a mentalidade nova, pautada no mais profundo
sentido de solidariedade. Importante saber: a profecia não é exclusividade de
alguns poucos. Trata-se de um bem a ser praticado por todos. Em uma passagem
bíblica no Livro do Êxodo, Moisés é informado que algumas pessoas não
reconhecidas como profetas se dedicavam a profetizar. Prontamente, a partir de
sua lucidez, Moisés proclama: quem dera se todo o povo profetizasse.
Certamente, a justiça e a solidariedade estariam asseguradas no coração da
sociedade. Mas, ao invés disso, os profetas sofrem oposição, e até perseguição.
A clarividência da profecia incomoda pela propriedade do questionamento frontal
ao exercício do poder – quando em vez de compreendido como serviço, passa ser
fonte de decadências, em razão dos abusos, da falta de interesse por Deus, das
impiedades e fraudes.
No
momento em que a profecia perde vigor, a sociedade se desarticula e surgem
cenários sombrios, a exemplo do que se assiste na contemporaneidade. Sem ela, a
sociedade não se corrige nem consegue se reerguer. A civilização atual é
desafiada a cultivar linguagem profética, expressão da clarividência,
capacidade indispensável para não se repetir erros, ou comportamentos como o de
falar de um modo, mas incoerentemente viver e agir de outro.
Não
basta o leito de qualquer que seja a ideologia, deve-se buscar algo mais, com
força para refinar escutas, especialmente os clamores dos pobres, e iluminar o
olhar, revigorando a profecia, que faz falta à sociedade. Cada pessoa possa
assumir a condição de aprendiz, ciente de que não basta a adoção de discursos
“requentados”, enfraquecidos pelas incoerências de seu porta-voz. A genuína
profecia é um novo caminho, lucidez capaz de oferecer respostas coerentes. É
hora de buscá-la, para consertar uma sociedade sem profecias.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca
de 318,3% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, tem
dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar
uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.