segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DAS HABILIDADES DA NOVA SOCIEDADE E O PODER DA QUALIFICAÇÃO DA CLARIVIDÊNCIA NA SUSTENTABILIDADE


“”Habilidade socioemocional
        Quando pensamos na importância da escola para a formação de crianças e jovens, é muito comum levarmos em consideração alguns elementos como alfabetização adequada, o ensino da matemática e da física, o aprendizado de uma segunda língua e a preparação para os exames externos. É claro que tudo isso é muito importante. Porém, temos observado que a educação vem evoluindo ao longo dos tempos, e novas demandas vão surgindo – o que leva as escolas a repensar seus currículos e enfrentar desafios mais complexos.
         Se, no começo do século XXI, o que chamou a atenção foi a ampla informatização e preocupação com a tecnologia, percebemos que agora há uma grande preocupação em trabalhar com os jovens as habilidades que desenvolvam competências socioemocionais, como o autoconhecimento, a liderança, a empatia, o trabalho em equipe, o empreendedorismo. Nesse sentido, também é dever da escola compreender essas temáticas e levar isso para a sala de aula.
         Trabalhar as habilidades socioemocionais é vantajoso não apenas na formação humana, mas também profissional. Estudo do World Economic Forum (WEF) declara que serão criados 133 milhões de empregos até 2025. Além disso, 35% das habilidades mais demandadas para a maioria das ocupações deve mudar em 2020. O que já está sendo demandado dos novos profissionais são habilidades e qualificações como iniciativa, pensamento crítico, negociação, resiliência, cooperação e flexibilidade.
         Dentro das habilidades socioemocionais podemos destacar o desenvolvimento da Comunicação Não Violenta (CNV), que pode ser definida como um método comunicativo desenvolvido por Marshall Rosenberg, um psicólogo americano da década de 60, que consiste em utilizar técnicas eficientes de comunicação para cuidarmos da saúde dos relacionamentos e implantarmos a cultura da paz, em qualquer ambiente. Como educadores, podemos usá-la para estimular que venha à tona o que há de melhor em nossos alunos.
         Numa sala de aula, exercitar a CNV é favorecer o crescimento das crianças e dos adolescentes em relação ao autocontrole, ao desenvolvimento da empatia, do espírito de equipe e do respeito às diferenças. É uma forma de exercitar o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos. Quando ensinamos as crianças a resolver seus conflitos, escutando opiniões divergentes e compreendendo a visão do outro, estamos trabalhando o desenvolvimento dessa competência e criando cidadãos e profissionais melhores para o mundo.”.

(Anna Paula Jorge Jardim. Psicopedagoga e vice-diretora do Colégio Nossa Senhora das Dores, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de janeiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 17 de janeiro de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Sociedade sem profecias
        As profecias são indispensáveis na qualificação do tecido antropológico-cultural que sustenta a vida de uma sociedade. Trata-se da necessária clarividência que deve ser a estrela-guia de todos os processos sociopolíticos e econômicos. Compreende-se que a ausência da profecia pode contribuir na perda de rumos, na cristalização de posicionamentos e dinâmicas que possam levar a desmandos do poder, à corrupção e à indiferença em relação a desigualdades e ofensas contra a dignidade humana, gerando sofrimento, principalmente, para os mais pobres e indefesos. Sem a luz da profecia, impera a obscuridade das trevas, mesmo quando vozes são propagadas, pois lhe falta a coerência necessária para promover transformações.
         Conforme escritos e relatos do Antigo Testamento, a história de Israel mostra a importância determinante da profecia para se reencontrar o equilíbrio nas relações. É, pois, imprescindível a presença da profecia na configuração de instituições, livrando-as da submissão aos interesses das oligarquias – sempre alheias aos pobres e sofredores. O profeta é aquele que vê o que a maioria não consegue enxergar e a profecia, obviamente, não pode se reduzir a discurso, à linguagem de impropérios, muitas vezes em tom agressivo, sem a devida coerência. O enxergar de modo lúcido não dispensa o profeta do selo da qualidade, próprio dos que cultivam conduta transparente, que não compactuam com os privilégios e as situações injustas denunciadas.
         Compreende-se, assim, porque historicamente sempre existiram confrontos entre profetas, sacerdotes e reis. Esses últimos, frequentemente cegados pela posição que ocupam na sociedade, enrijecidos e, por isso, incapazes de mudar, não conseguem conquistar um modo de ver diferente, no horizonte da justiça e da verdade. Quando se apaga a luz da profecia, reinam as obscuridades, multiplicam-se os mecanismos balizadores da injustiça e, irremediavelmente, impera a indiferença, destruidora da intocável sensibilidade humana para o exercício da solidariedade. A ausência de profecia revela-se ainda no descalabro de se falar uma coisa e se praticar outra, denunciar alguém, mas usufruir dos mesmos privilégios.
         A profecia é indispensável na busca pelo equilíbrio que redefine práticas, substitui hábitos, qualifica juízos e cria a mentalidade nova, pautada no mais profundo sentido de solidariedade. Importante saber: a profecia não é exclusividade de alguns poucos. Trata-se de um bem a ser praticado por todos. Em uma passagem bíblica no Livro do Êxodo, Moisés é informado que algumas pessoas não reconhecidas como profetas se dedicavam a profetizar. Prontamente, a partir de sua lucidez, Moisés proclama: quem dera se todo o povo profetizasse. Certamente, a justiça e a solidariedade estariam asseguradas no coração da sociedade. Mas, ao invés disso, os profetas sofrem oposição, e até perseguição. A clarividência da profecia incomoda pela propriedade do questionamento frontal ao exercício do poder – quando em vez de compreendido como serviço, passa ser fonte de decadências, em razão dos abusos, da falta de interesse por Deus, das impiedades e fraudes.
         No momento em que a profecia perde vigor, a sociedade se desarticula e surgem cenários sombrios, a exemplo do que se assiste na contemporaneidade. Sem ela, a sociedade não se corrige nem consegue se reerguer. A civilização atual é desafiada a cultivar linguagem profética, expressão da clarividência, capacidade indispensável para não se repetir erros, ou comportamentos como o de falar de um modo, mas incoerentemente viver e agir de outro.
         Não basta o leito de qualquer que seja a ideologia, deve-se buscar algo mais, com força para refinar escutas, especialmente os clamores dos pobres, e iluminar o olhar, revigorando a profecia, que faz falta à sociedade. Cada pessoa possa assumir a condição de aprendiz, ciente de que não basta a adoção de discursos “requentados”, enfraquecidos pelas incoerências de seu porta-voz. A genuína profecia é um novo caminho, lucidez capaz de oferecer respostas coerentes. É hora de buscá-la, para consertar uma sociedade sem profecias.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 318,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, tem dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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