“A relação entre crise e corrupção
Não
é por acaso que em nosso país as palavras ‘crise’ e ‘corrupção’ muitas vezes
aparecem juntas. Isso porque todas as nossas crises atuais tiveram seu início
na corrupção do ser humano. Elas só vieram a acontecer porque, inicialmente,
encontraram caminho que poderia ser percorrido por meio da corrupção do homem,
que descobre seu sustento na falta de integridade e retidão dele mesmo.
Políticos
aproveitam-se da corrupção para ser eleitos, esquemas de corrupção escondem
quadrilhas de colarinho branco, leis não são cumpridas, por atingirem pessoas
“importantes”. Muitos outros exemplos poderiam ser dados, demonstrando que as
crises que nós vivemos hoje, em nosso país, têm seu início na crise de
integridade de nossa sociedade. A lei de levar vantagem em tudo a qualquer
preço parece governar todo o nosso povo.
O que é
a nossa crise econômica senão, em grande parte, o resultado de grandes desvios
e lavagem de dinheiro que só foram possíveis por causa da corrupção de alguns
homens, a qual encontra sua base em sua falta de integridade e retidão?
Quando
se fala de corrupção, não é simplesmente o sistema que é corrupto; é o homem
que é corrupto. O sistema só é corrupto porque os homens que o compõem são
corruptos.
Com a
palavra “sistema” não quero dizer só o sistema político, mas qualquer grupo,
associação, empresa etc., todo e qualquer sistema que compõe a nossa sociedade,
porque, infelizmente, não é só o nosso sistema político que é corrupto. Todos
os sistemas que compõem a nossa sociedade estão impregnados por essa doença
maléfica chamada “corrupção”. Como eu já disse, a lei de levar vantagem em tudo
a qualquer preço parece governar todo o nosso povo.
Diante
disso, insisto em dizer: a crise que mais afeta a nossa sociedade é a crise de
integridade.
O
sistema político, o sistema judiciário, até mesmo o sistema familiar, assim
como qualquer outro sistema, por menor que ele seja, só refletem aquilo que as
pessoas que os compõem são. Então, se todos os sistemas de nossa sociedade
estão corruptos, é porque em todos eles há pessoas que se corromperam,
permitindo, dessa forma, o início da corrupção do próprio sistema.
Assim, a
corrupção dos sistemas, gerada pela falta de integridade das pessoas que o
constituem, na maioria das vezes leva a crises, em maior ou menor escala.
Se
queremos diminuir ou acabar com a corrupção, devemos trabalhar de forma que a
integridade seja um valor almejável por todos, de maneira que todos possam
regidos pelos princípios da integridade e da retidão, e não pelos seus desejos
particulares.
A crise
contra a qual temos que lutar mais ferrenhamente é a crise da integridade,
pois, na maioria das vezes, será justamente a nossa falta de integridade e de
retidão que gerará e fomentará todas as outras crises.”.
(Wanderson R. Monteiro. Bacharel em teologia,
graduando em pedagogia e doutor honoris causa em literatura e jornalismo, em
artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 7de janeiro
de 2025, caderno OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 07 de fevereiro de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“A arte de aprender a esperança
Aprender
a cultivar esperança é nobre propósito do Ano Jubilar 2025, promovido pela
Igreja Católica no mundo inteiro. Meta existencial muito importante quando se
considera que é essencial reconhecer o sentido da vida, para vivê-la como
dádiva de Deus. Uma dádiva a ser desdobrada em dom para o semelhante, alicerce
de uma cidadania qualificada com força para oferecer contribuições
civilizatórias, e, assim, ajudar o mundo, superando a violência e a exclusão
social. Investir no aprendizado da esperança é meta que não pode ser
simplesmente emoldurada pela procura por êxitos, pois corre-se o risco de se
encontrar frustrações. É preciso cultivar a necessária resiliência espiritual,
para vencer qualquer sentimento de desencanto e se fortalecer na batalha pelo
bem. Aprender a cultivar a esperança é, pois, dinâmica de humanização,
indispensável para não se correr o risco de reduzir as próprias motivações aos
números que traduzem lucros. A arte de esperar tem um alcance muito além da
busca por posses ou bens que, sozinhos, não garantem sentido ou razão ao viver.
Vive-se por meio de pequenas e grandes esperanças, que alimentam cada peregrino
em sua caminhada.
Importa
alimentar-se da grande esperança, que supera as demais e as alimenta, aquela
que não deixa o ser humano cair. Trata-se de força que conduz a uma nobreza que
dignifica o viver. A grande esperança é Deus, o único que pode dar ao ser
humano a vida plena, aquela que não passa. Sem a esperança maior, todas as
outras se reduzem à fugacidade do tempo, que possa velozmente, revelando que
cargos, títulos ou conquistas têm importância relativa. Requer-se a competência
humana e espiritual para compreender que a vida é dom de Deus, precedendo tudo
que se pode conquistar em termos de bens, patrimônios ou oportunidades. E o
Deus que dá a vida como dom não é um Deus qualquer, tem rosto humano. A
esperança maior, que vem do amor de Deus, tem em Cristo Jesus a sua fonte mais
visível. Onde Jesus é amado alimenta-se a esperança. Trata-se do lugar onde se
aprende a cultivar a esperança que não decepciona, qualificando o viver humano
para libertá-lo da mesquinhez e dos estreitamentos que aprisionam a
generosidade solidária.
No
caminho para aprender a cultivar esperança, vale acolher as preciosas
indicações do Papa Bento XVI, na sua Carta Encíclica sobre a esperança que
salva. Bento XVI aponta a oração como privilegiado exercício para fortalecer a
esperança, experiência incontestável para reconhecer que Deus escuta os
clamores dos orantes – aqueles que jamais estão sozinhos. A Carta Encíclica
lembra o testemunho do cardeal vietnamita Van Thuan, nos seus 13 anos de
prisão, dos quais nove vividos em uma minúscula solitária. O Cardeal alimentou
uma fonte crescente de esperança pela oração. Quando libertado, se tornou
testemunha da esperança. A oração alarga o coração para viver de modo coerente
com a grandiosidade relativa à criação do ser humano. O diálogo com Deus, pela
oração, acende a luz da esperança, sem ilusões ou fantasias, elevando a alma
orante a uma condição que, humanamente, é impossível alcançar. Assim, a oração
faz brotar a esperança que não ilude, purificando o ser humano de fantasias e
egoísmos mesquinhos, a partir do diálogo com Deus.
A
esperança fidedigna que nasce da oração, pessoal e comunitária, alimenta
corações e confere habilidades essenciais aos peregrinos de esperança. As
preces ajudam, inclusive, a fortalecer a esperança nas situações marcadas por
sofrimento, ajudando a enfrentar a desilusão do cansaço ou os arroubos dos
fanatismos. A esperança conquistada a partir do diálogo com Deus oferece
equilíbrio à travessia de diferentes momentos históricos, possibilita
reconfigurar a política, qualificando o exercício da cidadania, a partir do
poder indestrutível do amor. Mesmo quando as circunstâncias são desfavoráveis,
ainda que sejam enfrentados fracassos ou contradições comuns à vida, a
esperança maior não deixa o ser humano desistir, possibilitando-o encontrar
sentido no sofrimento e, assim, vencê-lo, tornando-o força redentora.
O
sofrimento natural da finitude humana converte-se em força de redenção quando
vivido no horizonte da esperança maior, alicerçando o compromisso de se buscar
superar os sofrimentos dos inocentes e vulneráveis. A esperança fortalece
aqueles que tem fé tornando-se instrumento na construção de novos caminhos, que
levam ao bem, a partir da sabedoria que vem de uma fonte inigualável: Deus.
Assim, o peregrino de esperança conquista uma força que é poeticamente
apresentada por Thiago de Mello, na sua poesia Memória da Esperança: “Na fogueira
do que faço por amor me queimo inteiro. Mas simultâneo renasço para ser barro
do sonho e artesão do que serei. Do tempo que me devora me nasce a forme de
ser. Minha força vem da frágil flor ferida que se entreabre resgatada pelo
orvalho da vida que já vivi”. Força interior daqueles que buscam aprender a
esperança.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala – e muito singularmente, do parto humanizado e o
aleitamento materno (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade,
em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
63
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2024)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!