quinta-feira, 3 de junho de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DOS PRINCÍPIOS E VALORES DA QUALIDADE E ALTA PERFORMANCE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO NA SUSTENTABILIDADE (55/115)

(Junho = mês 55; faltam 115 meses para a Primavera Brasileira)

“Orientação para qualidade

        Venho de família de empreendedores, e isso sempre me impulsionou a buscar alternativas de trabalho e de novos aprendizados. Acredito que o DNA marcado pela coragem e garra no trabalho dos muitos italianos que vieram para o Brasil, em busca de oportunidades e fugindo da guerra, chegou até meu coração. Digamos que exista em mim uma memória uterina da proatividade, que, por muitas vezes, se fez e faz marcante, até hoje. Ouvi várias vezes: somos todos prestadores de serviços; por isso sempre que tenha claro o que você pode entregar e nunca passará dificuldades. Terá sempre alguém disposto a pagar por algo que você saiba fazer e que ele não queira fazer.

         Os que me antecederam sempre tiveram seus negócios. De uma avó costureira, do meu avô motorista, ao meu pai vendedor de automóveis, dos tios em lojas de móveis, de frutas, de material de escritório, restaurantes, enfim, de todos sempre vi um conjunto de atitudes que buscavam pelo melhor serviço.

         Hoje aquele menino empreendedor já acumulou cursos e prêmios no campo da gestão e da qualidade. Aprendeu templates para construção de planos de negócios e fórmulas complexas para a construção dos preços, análise de mercados e tendências. Aprendeu sobre processos, financeiro, fluxo de caixa, receita, custo fixo e variável. Buscou compreensão em marketing, em logística, em análise de risco, sobre a experiência do cliente, sobre gestão por indicadores, sobre estoque e sobre avaliação de produto. Sem falar dos aprendizados inúmeros que teve com a contadora e o advogado nos registros, impostos, certidões e alvarás. Ufaaa!!! O curioso é que esses temas de gestão hoje conhecidos por mim, quando faço uma releitura do que eu já vi na atitude dos meus familiares, compreendo que se anteciparam em muitas estratégias e que possuíam conhecimentos inatos e, para a época, inovadores.

         Orientar-se pela qualidade é uma competência de performance. O ponto-chave aqui liga-se diretamente aos procedimentos operacionais padrão, um conjunto de práticas, atitudes e normativas que norteiam o caminho para se fazer qualquer coisa em todas as áreas de uma empresa e da vida. A receita de bolo não é para escravizar, prender ou coibir a criatividade. É para garantir um resultado finalístico básico e permitir a inovação.

         A necessidade de se ter escritos os passos passa por algumas hipóteses. Escrevo hipóteses, mas penso neles como imperativos. Nesse tempo de aprendizado já constatei o quanto esses itens, sem POPs (procedimentos operacionais padrão) de fato acontecem: 1. A rotina suja nossos olhos, e paramos de perceber os detalhes; entramos no piloto automático e pronto, deixamos de observar. 2. Vamos esquecer se não escrevermos. A memória nos seres humanos conecta-se a uma maravilhosa e delicada rede neural. Muitos fatores podem comprometer o processo. Se você esquecer algum item crucial, pode ser tarde demais. 3. Algumas pessoas tendem a procrastinar se em algum momento não estão engajadas. Tempo é, para mim, o maior recurso que temos. O caminho a seguir evita retrabalho. 4. As pessoas podem ou precisam ser mudadas. Se você perder o registro, perde o histórico. 5. Não se devem ignorar caminhos já percorridos. Mesmo para a inovação acontecer, os passos e caminhos dão segurança para ousar e avançar. Só quem na verdade tem medo do avanço não implementa procedimentos. Fala mais alto o medo de que percebam que só sabe fazer de uma forma, ou que o que faz é muito elementar. Mapear os caminhos, longe de engessar, mostra a necessidade de aprimoramentos, melhorias e de caminhos mais ágeis. Eles facilitam o distanciamento necessário para se observar a evolução da qualidade.

         Hoje a busca pela qualidade evoluiu. O que se espera é a excelência nos serviços. Um modelo de excelência em gestão que colabore com o erro zero (não adoecido e neurótico); um erro zero que melhore a qualidade de vida dos envolvidos, que facilite a vida, um erro zero que cuide do ambiente, que otimize esforços e que nos ajude a avançar nas fases para a conquista da performance. Boas escolhas!”.

(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de maio de 2021, caderno INTERESSA, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 31 de maio de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O prejuízo educacional

        Entre os maiores estragos provocados pela pandemia da Covid-19, além das centenas de milhares de óbitos, será lembrado o impacto da falta de ensino para milhões de jovens estudantes. Do nível pré-escolar, passando pelo fundamental, até o ensino médio, a população de estudantes é de cerca de 40 milhões de jovens, 90% deles atendidos pelo sistema público. Todos eles terão, uns mais, outros menos, uma preocupante lacuna representada por dois anos “perdidos”. Claro que, se o tempo não volta, o prejuízo permanecerá marcado por muito tempo, ou até a vida inteira, numa geração.

         A perda de dois de dois anos de estudos está sendo parcialmente amenizada nos municípios mais organizados com o ensino a distância, embora muitas crianças, especialmente as mais carentes e sem acesso à internet, estejam excluídas desse meio.

         As aulas presenciais, em especial até os 14 anos, são mais produtivas e, certamente, incomparáveis em termos de eficiência e proveito em relação àquelas remotas. O estímulo educativo, a convivência com outros alunos e com o professor, a troca de experiências, os trabalhados educativos e até a prática de esporte faltarão aos alunos.

         Imagina-se que o analfabetismo funcional – uma verdadeira praga, que alcança no Brasil o assombroso índice de 15% dos alunos do ensino público – terá motivo de se ampliar e se agravar. Isso quer dizer mais jovens despreparados para o enfrentamento da vida. Amplia-se o número dos marginalizados, dos “carimbados” pela ignorância, e se sabe que entre marginalizado geram-se os marginais.

         Nosso sistema prisional é abarrotado por mais de 750 mil apenados, que em comum têm a característica do analfabetismo em mais de 95% dos casos. Quer dizer que nem todos os marginalizados pelo analfabetismo funcional acabam na cadeia, mas as cadeias são povoadas quase exclusivamente por eles.

         Instala-se desde agora a necessidade de enfrentar o problema, não o deixar agravar-se, não permitir que o “viveiro” seque por falta de atenção. A rede de ensino enfrentará um caso nunca experimentado, exigirá novas fórmulas para reparar os prejuízos educacionais dessa massa de 40 milhões de jovens.

         Qualquer ação, por mais eficiente que seja, não consegue pôr reparo pleno ao estrago educacional decorrente de dois anos de descuidos; seria como acelerar uma planta que não teve irrigação por longo período. No caso arbóreo, as raízes se atrofiam, contorcem-se e até perdem a vitalidade existencial. Coloca-se, assim, mais um desafio pela frente, o de recuperar as perdas. Duplamente complexo por não existir um ambiente amadurecido, de qualidade, boas instalações para o desenvolvimento normal da educação em quase todo o sistema público. Vejam-se os níveis de analfabetismo funcional, daquele que sai aos 14 anos com noções insuficientes de português e matemática.

         Ocorre também que os recursos da educação de 2020 e 2021, por força da lei, devem ser gastos até 25% no sistema municipal, e não teve qualquer dispositivo claro para que os entes públicos fizessem reservas de recursos para o pós-pandemia, exatamente quando será necessário acelerar o sistema.

         São raros os municípios que estão se preparando para a tarefa de resgate. No caso de Betim, as economias de 2020 e 2021, em face da queda do custeio, foram e estão sendo direcionadas aos investimentos que possam ampliar fisicamente o número de salas de aula, indispensáveis para uma maior permanência dos alunos nas escolas. Prepara-se, assim, um verdadeiro combate ao analfabetismo funcional, já injustificável, e o aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Esta deveria ser a preocupação principal de um governo, já que do nível de educação deriva em seguida o nível social alcançado por uma nação.

         Como sugeriu o montes-clarense Darcy Ribeiro na década de 1980, e que continua atual: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 335,25% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 124,51%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 6,76%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.