(Junho = mês 55; faltam 115 meses para a Primavera Brasileira)
“Orientação para qualidade
Venho
de família de empreendedores, e isso sempre me impulsionou a buscar
alternativas de trabalho e de novos aprendizados. Acredito que o DNA marcado
pela coragem e garra no trabalho dos muitos italianos que vieram para o Brasil,
em busca de oportunidades e fugindo da guerra, chegou até meu coração. Digamos
que exista em mim uma memória uterina da proatividade, que, por muitas vezes,
se fez e faz marcante, até hoje. Ouvi várias vezes: somos todos prestadores de
serviços; por isso sempre que tenha claro o que você pode entregar e nunca
passará dificuldades. Terá sempre alguém disposto a pagar por algo que você
saiba fazer e que ele não queira fazer.
Os que
me antecederam sempre tiveram seus negócios. De uma avó costureira, do meu avô
motorista, ao meu pai vendedor de automóveis, dos tios em lojas de móveis, de
frutas, de material de escritório, restaurantes, enfim, de todos sempre vi um
conjunto de atitudes que buscavam pelo melhor serviço.
Hoje
aquele menino empreendedor já acumulou cursos e prêmios no campo da gestão e da
qualidade. Aprendeu templates para construção de planos de negócios e fórmulas
complexas para a construção dos preços, análise de mercados e tendências.
Aprendeu sobre processos, financeiro, fluxo de caixa, receita, custo fixo e
variável. Buscou compreensão em marketing, em logística, em análise de risco,
sobre a experiência do cliente, sobre gestão por indicadores, sobre estoque e
sobre avaliação de produto. Sem falar dos aprendizados inúmeros que teve com a
contadora e o advogado nos registros, impostos, certidões e alvarás. Ufaaa!!! O
curioso é que esses temas de gestão hoje conhecidos por mim, quando faço uma
releitura do que eu já vi na atitude dos meus familiares, compreendo que se
anteciparam em muitas estratégias e que possuíam conhecimentos inatos e, para a
época, inovadores.
Orientar-se
pela qualidade é uma competência de performance. O ponto-chave aqui liga-se
diretamente aos procedimentos operacionais padrão, um conjunto de práticas,
atitudes e normativas que norteiam o caminho para se fazer qualquer coisa em
todas as áreas de uma empresa e da vida. A receita de bolo não é para
escravizar, prender ou coibir a criatividade. É para garantir um resultado
finalístico básico e permitir a inovação.
A
necessidade de se ter escritos os passos passa por algumas hipóteses. Escrevo
hipóteses, mas penso neles como imperativos. Nesse tempo de aprendizado já
constatei o quanto esses itens, sem POPs (procedimentos operacionais padrão) de
fato acontecem: 1. A rotina suja nossos olhos, e paramos de perceber os detalhes;
entramos no piloto automático e pronto, deixamos de observar. 2. Vamos esquecer
se não escrevermos. A memória nos seres humanos conecta-se a uma maravilhosa e
delicada rede neural. Muitos fatores podem comprometer o processo. Se você
esquecer algum item crucial, pode ser tarde demais. 3. Algumas pessoas tendem a
procrastinar se em algum momento não estão engajadas. Tempo é, para mim, o
maior recurso que temos. O caminho a seguir evita retrabalho. 4. As pessoas
podem ou precisam ser mudadas. Se você perder o registro, perde o histórico. 5.
Não se devem ignorar caminhos já percorridos. Mesmo para a inovação acontecer,
os passos e caminhos dão segurança para ousar e avançar. Só quem na verdade tem
medo do avanço não implementa procedimentos. Fala mais alto o medo de que
percebam que só sabe fazer de uma forma, ou que o que faz é muito elementar.
Mapear os caminhos, longe de engessar, mostra a necessidade de aprimoramentos,
melhorias e de caminhos mais ágeis. Eles facilitam o distanciamento necessário
para se observar a evolução da qualidade.
Hoje a
busca pela qualidade evoluiu. O que se espera é a excelência nos serviços. Um
modelo de excelência em gestão que colabore com o erro zero (não adoecido e
neurótico); um erro zero que melhore a qualidade de vida dos envolvidos, que
facilite a vida, um erro zero que cuide do ambiente, que otimize esforços e que
nos ajude a avançar nas fases para a conquista da performance. Boas escolhas!”.
(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de
maio de 2021, caderno INTERESSA, página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 31 de maio de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“O prejuízo educacional
Entre
os maiores estragos provocados pela pandemia da Covid-19, além das centenas de
milhares de óbitos, será lembrado o impacto da falta de ensino para milhões de
jovens estudantes. Do nível pré-escolar, passando pelo fundamental, até o
ensino médio, a população de estudantes é de cerca de 40 milhões de jovens, 90%
deles atendidos pelo sistema público. Todos eles terão, uns mais, outros menos,
uma preocupante lacuna representada por dois anos “perdidos”. Claro que, se o
tempo não volta, o prejuízo permanecerá marcado por muito tempo, ou até a vida
inteira, numa geração.
A perda
de dois de dois anos de estudos está sendo parcialmente amenizada nos
municípios mais organizados com o ensino a distância, embora muitas crianças,
especialmente as mais carentes e sem acesso à internet, estejam excluídas desse
meio.
As aulas
presenciais, em especial até os 14 anos, são mais produtivas e, certamente,
incomparáveis em termos de eficiência e proveito em relação àquelas remotas. O
estímulo educativo, a convivência com outros alunos e com o professor, a troca
de experiências, os trabalhados educativos e até a prática de esporte faltarão
aos alunos.
Imagina-se
que o analfabetismo funcional – uma verdadeira praga, que alcança no Brasil o
assombroso índice de 15% dos alunos do ensino público – terá motivo de se
ampliar e se agravar. Isso quer dizer mais jovens despreparados para o
enfrentamento da vida. Amplia-se o número dos marginalizados, dos “carimbados”
pela ignorância, e se sabe que entre marginalizado geram-se os marginais.
Nosso
sistema prisional é abarrotado por mais de 750 mil apenados, que em comum têm a
característica do analfabetismo em mais de 95% dos casos. Quer dizer que nem
todos os marginalizados pelo analfabetismo funcional acabam na cadeia, mas as
cadeias são povoadas quase exclusivamente por eles.
Instala-se
desde agora a necessidade de enfrentar o problema, não o deixar agravar-se, não
permitir que o “viveiro” seque por falta de atenção. A rede de ensino
enfrentará um caso nunca experimentado, exigirá novas fórmulas para reparar os
prejuízos educacionais dessa massa de 40 milhões de jovens.
Qualquer
ação, por mais eficiente que seja, não consegue pôr reparo pleno ao estrago
educacional decorrente de dois anos de descuidos; seria como acelerar uma
planta que não teve irrigação por longo período. No caso arbóreo, as raízes se
atrofiam, contorcem-se e até perdem a vitalidade existencial. Coloca-se, assim,
mais um desafio pela frente, o de recuperar as perdas. Duplamente complexo por
não existir um ambiente amadurecido, de qualidade, boas instalações para o
desenvolvimento normal da educação em quase todo o sistema público. Vejam-se os
níveis de analfabetismo funcional, daquele que sai aos 14 anos com noções
insuficientes de português e matemática.
Ocorre
também que os recursos da educação de 2020 e 2021, por força da lei, devem ser
gastos até 25% no sistema municipal, e não teve qualquer dispositivo claro para
que os entes públicos fizessem reservas de recursos para o pós-pandemia,
exatamente quando será necessário acelerar o sistema.
São
raros os municípios que estão se preparando para a tarefa de resgate. No caso
de Betim, as economias de 2020 e 2021, em face da queda do custeio, foram e
estão sendo direcionadas aos investimentos que possam ampliar fisicamente o
número de salas de aula, indispensáveis para uma maior permanência dos alunos
nas escolas. Prepara-se, assim, um verdadeiro combate ao analfabetismo
funcional, já injustificável, e o aumento do Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb). Esta deveria ser a preocupação principal de um governo,
já que do nível de educação deriva em seguida o nível social alcançado por uma
nação.
Como
sugeriu o montes-clarense Darcy Ribeiro na década de 1980, e que continua
atual: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro
para construir presídios”.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
59
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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