(Setembro = mês 104; faltam 66 meses para a Primavera Brasileira)
“Avatares
Mudanças,
não só climáticas, vêm provocando enormes desafios em toda parte. Antigamente
se sabia menos, mas se confiava mais. Havia caminhos, sistemas, crenças e
costumes que permaneciam como faróis pela vida inteira e por muitas gerações. A
vida das pessoas era mais curta, as ambições, menos exageradas. Percebiam-se
caminhos mais delimitados e estreitos. Quem tinha muito dinheiro e patrimônio,
pouco ou nada trabalhava. Vivia-se 1renda1, em palácios e vilas suntuosas, numa
existência assumidamente voltada aos prazeres e ao convívio com seus pares. No
outro extremo, pessoas submetidas à escravidão, que acabou há menos de 200
anos, sofriam dores desumanas, e seus fantasmas ainda andam soltos.
As
castas eram definidas, e as carreiras se resumiam àquelas poucas que
satisfaziam as parcas necessidades de sobrevivência. Militares, religiosos,
comerciantes, artesãos, camponeses e escravos. Sobrava dinheiro para erguer
castelos, catedrais e conventos.
As
religiões eram definidas regionalmente. Bem ou mal, a vida das pessoas era
balizada e inspirada em regras e limites determinados. Os governos, mais do que
laicos e partidários, eram teocráticos. Reconhecia-se ao governante uma outorga
divina para comandar.
Hoje não
resta nada daquilo que até três ou quatro gerações atrás era a “certeza”. Não
precisava de vidência, perspicácia ou inteligência artificial emprestada. A
conduta a ser seguida, boa ou ruim, estava determinada a quem vivia nas cidades
e no campo.
Não
precisava de carteira de identidade, era suficiente existir, sem necessidade de
votar, pertencer a um partido ou ler as páginas políticas de jornais. Nem havia
necessidade de ficar preocupado com oscilações de Bolsas, do câmbio, das
commodities pelo mundo afora.
A China
poderia ser varrida do planeta sem mudar um milímetro os humores em Paris,
Londres ou Rio de Janeiro, e também vice-versa. Vivia-se em compartimentos bem
delimitados e autossuficientes, sem a dependência global de hoje. Cada qual
produzia a quase totalidade do que precisava consumir. Consumia-se menos, havia
menos dinheiro em circulação.
A
humanidade alcançou a modernidade, o bem-estar, alongou a vida média do
indivíduo de 40 para 80 anos apenas no último século. O planeta, de 1 bilhão,
passou a contar quase 8 bilhões de sobreviventes.
O
consumo de alimentos e de bem supérfluos – que se incorporou à realidade social
e econômica, pois dele vive grande parcela da humanidade – se expandiu
exponencialmente.
A
necessidade de moradias, de mobilidade, de lazer e outras tantas supostas
necessidades que não existiam há menos de cem anos se incorporaram ao que é
“comum”. Dito isso, é preciso lembrar que as tensões de hoje se devem em
especial às incertezas, às mil e uma variáveis que aparecem no horizonte do
planeta globalizado como nuvens passageiras. Perdeu-se, com a ampliação dos
conhecimentos, a paz de espírito.
Se o
império romano durou alguns séculos, os impérios de hoje encontram um ambiente
extremamente mutável.
Os
nossos avós tinham suas convicções cristãs, os muçulmanos, os budistas, os
judeus, os indígenas das florestas também. As convicções de cada um, mesmo que
divergentes em muitos aspectos, eram justas e geravam confiança nas escolhas e
nas regras de existência do indivíduo.
A
globalização escancarou todas as doutrinas, ideologias e costumes.
Nunca a
humanidade, em largas parcelas, enfrentou tantas invasões de privacidade e bombardeios
de variáveis a seu alcance. Em nossa época, o cristão, que se faz budista, tem
dificuldade de enfrentar um DNA moldado pelas gerações que o antecederam.
As novas
gerações são cobaias de uma mudança repentina e disruptiva. Perderam a
confiança e a paz, ganharam o estresse e a angústia.
Atentos
antropólogos notaram que a quebra das tradições instalou o desassossego e suas
afetações nos indivíduos.
A
“confiança” que fortalecia, mesmo que ilusória, sustentava a paz interior,
fundamental para o sucesso, pois não existe um angustiado em condições de
acertar uma decisão.
O modelo
ocidental e o oriental precisam uma forma de se harmonizar, e não de se
confrontar.
Mais do
que a disputa pela supremacia, precisa-se de esforço e escolhas além de fatores
culturais, religiosos. Novos modelos, novas práticas, novos indivíduos,
avatares, em especial um despertar eruptivo de consciências, poderão gerar
condições que justificassem a existência da humanidade neste planeta.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de setembro de 2025, caderno A.PARTE,
página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 29 de agosto de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Flagelo da fome
A
crueldade do flagelo da fome em Gaza é ferida que precisa doer em toda a
civilização contemporânea para ser adequadamente tratada. As cenas de aflição e
de desespero expressam os atrasos humanitários neste tempo de tantas conquistas
científicas e tecnológicas, insuficientes das bizarrices políticas que geram
situações de extermínio. Confrontar a crueldade em Gaza com juízo austero, é
exigência para as autoridades diretamente envolvidas no conflito. Essa
exigência precisa envolver também líderes de outras partes do mundo, chamados a
exercer a corresponsabilidade cidadã. O planeta não pode aceitar,
pacificamente, que seres humanos padeçam com a fome. Um flagelo que também
ameaça crianças e idosos, no alto dos morros, diante de lugares onde se consome
até o desperdício. A chaga do flagelo da fome está também, ainda, como mácula
no tecido da sociedade brasileira.
Compadecer-se
diante do semelhante privado do direito essencial à alimentação pode levar à
conquista de um novo estilo de vida que inspire consumo mais responsável. A
humanidade não pode normalizar situações em que pessoas correm para obter
comida sob o risco de serem exterminadas ou lentamente morrem por falta de
adequada alimentação. A fome em Gaza e em outros lugares do mundo merece
tornar-se pauta mundial, de modo interpelante e transformador, para além das
abordagens restritas ao marketing político-eleitoral. A construção de soluções
exige a consideração de valores e princípios norteadores, em um horizonte
ético-moral capaz de inspirar respostas organizacionais sistêmicas com
propriedades para banir o flagelo da fome, onde ele está e cresce. As guerras
tarifárias, as disputas que levam ao confronto bélico, a defesa de privilégios,
a corrupção e certos “interesses de mercado” precisam ser confrontados a partir
de valores e princípios que representem luz de esperança. Trata-se de investimento
para fazer surgir nova cidadania, convencendo a sociedade que vale a pena ser
justa e solidária. A Doutrina Social da Igreja Católica apresenta o princípio
da solidariedade como cláusula pétrea, respeitado o valor comum que todos
partilham – iguais em direito e dignidade.
O
princípio da solidariedade é iluminado pela consciência universal da
interdependência entre pessoas e povos. Sem essa consciência, convive-se com
imposições autoritárias e manipulações interesseiras em detrimento do bem de
todos. O antídoto para esses males é a adoção da solidariedade como princípio social e virtude moral. A
solidariedade, enquanto princípio social, ordena as instituições para livrá-las
de manipulações e estreitamentos organizacionais, libertando-as de lógicas que
ameaçam o bem comum. Na condição de virtude moral, a solidariedade é mais que
expressão de um simples sentimento. Torna-se compromisso para agir, de modo
determinante, na promoção do bem comum, emoldurando a prática da justiça que
busca superar as várias situações de pobreza.
A
promoção do bem comum é indissociável do exercício da solidariedade, lembrando
que a luta pelo bem partilhado por todos é indispensável alavanca para se
alcançar a paz. O Magistério Social da Igreja Católica afirma: ao reconhecer os
laços que unem as pessoas e os grupos sociais, abre-se um espaço para a
liberdade humana e o crescimento comum de todos. Aqueles que são capazes de
enxergar os laços que unem as pessoas e grupos capacitam-se para exercer a
liderança de modo humanista, tornando-se políticos com envergadura de
estadistas e cidadãos que buscam a igualdade social, para além de
individualismos e particularismos. Abre-se a possibilidade de uma compreensão
iluminada pela consciência de que os bens da Terra foram criados por Deus para
serem sabiamente administrados por todos. Bens que devem ser partilhados com
equidade, segundo a justiça e a caridade. O flagelo da fome há, pois de ser
vencido pelo respeito e aplicação do princípio da destinação universal dos bens
– orientação moral e cultural.
A fome é
um problema moral e ecológico que atinge a humanidade. O princípio ético da
destinação dos bens desafia a inteligência humana ante a necessidade de
encontrar caminhos e práticas que, de fato, sejam capazes de vencer a fome. A
humanidade não pode continuar a conviver com as justificativas terroristas
daqueles que buscam matar de fome os inocentes e indefesos. O caminho que leva
à solução desse grave problema é longo e, por isso mesmo, gera aflições, pois o
compromisso moral de salvar vidas é urgente, quem passa fome tem uma
necessidade inadiável. Os bens da criação não podem se reduzir apenas à
consideração comercial. Essa consideração precisa ser confrontada com o direito
básico à segurança alimentar, de modo sensível, prioritariamente, à realidade
dos pobres.
Desconsiderar
o sofrimento de quem tem fome é imoral e abominável. A sociedade precisa gritar
contra os desperdícios e exigir de políticos o enfrentamento desse mal. Quem
tem fome tem pressa. O apelo é tomar sobre si responsabilidades e fomentar
ações, em uma sociedade que precisa de governantes, magistrados, cidadãos,
todos dedicados a vencer a fome e, assim, superar ferida dolorosa na história
da humanidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, através do amor
incondicional, com o auxílio da música, yoga, meditação e shantala – e muito
singularmente, do parto humanizado, aleitamento materno, nutrologia e estímulo
– sob a luz perene da excelência educacional
(0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um verdadeiro servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
- A busca de uma nova maneira de viver:
ANTICÂNCER – Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do médico DAVID
SERVAN-SCHREIBER.
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!