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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS HABILIDADES COMPORTAMENTAIS E A LUZ DOS NATIVOS DIGITAIS NA SUSTENTABILIDADE


“Habilidades podem ser desenvolvidas
        Aqueles que desenvolvem adequadamente as chamadas soft skills (habilidades comportamentais) duplicam seu rendimento nas hard skills (habilidades técnicas), aponta estudo desenvolvido pela McKinsey & Company, renomada consultoria empresarial americana. Em outras palavras, os desempenhos escolar, acadêmico e profissional são potencializados pelas habilidades socioemocionais como criatividade, pensamento crítico, empatia, afeto, tolerância, colaboração, resiliência, positividade, liderança, comunicação interpessoal, gestão do tempo, resolução de problemas etc.
         Deste modo, não foi coincidência quando na atmosfera de bits e bytes do Vale do Silício – onde estivemos há poucos meses em visita oficial a nove empresas que desenvolvem conteúdos e produtos educacionais – a expressão mais ouvida por nós foi soft kills. O recado é eloquente em meio a tanta tecnologia: o desenvolvimento cognitivo é importante, porém o ambiente abundante em habilidades socioemocionais  traz produtividade, felicidade e inovação. De fato, o Silicon Valley é apontado por pesquisas como a região dos EUA mais feliz para se trabalhar, detém o menor índice de criminalidade e tem a maior diversidade étnica – cerca de 40% dos que lá trabalham provêm de mais de 60 países.
         Até a década de 1980, reinavam absolutos os testes de QI (quociente de inteligência) para mensurar a aptidão acadêmica dos estudantes ou o potencial dos funcionários de uma empresa, razão pela qual quem tinha QI aquém de 80 era alvo de pilhérias e bullying. Foi, então, que surgiu a teoria das inteligências múltiplas, tendo à frente Howard Gardner, professor e psicólogo da Universidade de Harvard, que investiu sua ira santa contra os testes de QI e uma significativa transformação aconteceu na psicologia da aprendizagem e, mais tarde, no ambiente corporativo.
         Os testes de QI, criados em 1905 pelo pedagogo francês Alfred Binet, basicamente mensuravam as aptidões linguísticas, motoras e de raciocínio lógico. Gardner, por sua vez, deu um novo enfoque a estas três habilidades e propôs mais seis: interpessoal, intrapessoal, artística, espacial e, mais recentemente, a naturalista e a existencial. Hoje incorporadas e valorizadas nos mundos acadêmico e corporativo, conquanto o maior mérito de Gardner foi reconhecer como tipos de inteligência a interperssoal (empatia, capacidade de se relacionar bem com outras pessoas, liderança etc.) e a intrapessoal (virtudes, autoconhecimento, ética etc.). Destas decorrem avanços, mas em boa parte não passam de variações semânticas.
         A teoria gardneriana tem por fulcro duas premissas básicas: as pessoas são dotadas de inteligências diferentes (as nove já enunciadas) e, apesar de admitida herança genética, elas podem e devem ser desenvolvidas – pelos estímulos do ambiente, família, escola e esforço pessoal. Todos temos potencialidades e limitações. Einstein, por exemplo, foi reprovado nas disciplinas de humanas, quando buscou o ingresso na Escola Politécnica de Zurique, porém conseguiu a vaga pelo elevado desempenho em matemática e física. Picasso, por sua vez, foi um péssimo aluno nas disciplinas de exatas, porém um gênio nas habilidades artísticas. Assim, Goethe se faz oportuno quando afirma: “Nem todos os caminhos são para todos os caminhantes”.
         Gardner esteve no Brasil em 2009, a convite da Universidade Positivo, e fui agraciado como um dos 100 educadores convidados. Afável e empático, o seu primeiro gesto antes de iniciar a palestra foi abrir as cortinas e saudar o sol ainda titubeante daquela congelante manhã de inverno. E, ao final, quando lhe perguntaram qual a habilidade mais admirada no mundo contemporâneo, deu-nos a impressão de que hesitou como se tivesse que escolher das nove filhas a mais bela. Porém, não ficamos sem resposta: “É a combinação do pensamento lógico com a capacidade de lidar com as pessoas”. E finalizou: “Inteligência é a capacidade de resolver problemas”.”.

(JACIR VENTURI. Coordenador da Universidade Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de BRUNO RONDANI, fundador e CEO do movimento 100 Open Startups e professor na FIA, e que merece igualmente integral transcrição:

“Nativos digitais
        Vivemos, talvez, a primeira geração em que os netos ensinam os avós. Como nativos digitais, essas crianças absorvem e incorporam inovações que posteriormente serão transferidas no âmbito familiar. Algo similar vem ocorrendo no mercado: a transformação digital tornou-se um assunto obrigatório em quase toda grande empresa, dos mais diferentes setores. Ao mesmo tempo, temos uma geração de startups nativas digitais buscando ocupar escala e posição de liderança nos espaços deixados pelo mercado tradicional.
         As startups, em geral, nascem com o objetivo de resolver um problema relevante de mercado e criar um modelo de negócio disruptivo e escalável. Empresas estabelecidas, muitas vezes, procuram, como parte do seu processo de transformação digital, oportunidades para atualizar ou melhorar processos ou modelo de negócios existentes.
         O dilema do inovador é decidir quando implementar uma inovação. Para a startup, não pode ser muito antes de o mercado estar pronto para recebê-la, pois pode ficar sem recursos e morrer no meio do caminho. Também não pode ser muito tempo depois, quando o mercado já estiver sendo explorado por concorrentes que podem estabelecer vantagens de posicionamento e criar barreiras para novos entrantes. Para a grande empresa, a maior dúvida estratégica é quando a inovação potencial se torna relevante o suficiente para justificar a substituição de um processo ou um modelo consolidado que ela já tornou eficiente com melhorias contínuas ao longo dos anos.
         Hoje, vemos serviços digitais originados por startups ou por grandes grupos tradicionais convivendo e competindo no mercado. Por exemplo, o ZAP Viva Real, antigo Zap Imóveis, nasceu como iniciativa do Grupo Globo para ser uma plataforma de aluguel de imóveis residenciais, e se uniu à startup Viva Real. Por outro lado, temos QuintoAndar, um nativo digital que acaba de se tornar um unicórnio com o aporte da empresa de investimentos General Atlantic.
         No mercado de fintechs observamos o Nubank, um nativo digital se tornando referência em usabilidade para serviços financeiros, acelerando a movimentação de bancos como Itaú e Bradesco, em rápido processo de transformação digital.
         No setor de transporte de cargas, a CargoX, empresa nativa digital que conecta os caminhoneiros com quem precisa desse tipo de serviço, une tecnologia, inovação e big data no transporte de carga, enquanto grandes empresas líderes do setor, como a TNT, passaram por um rápido processo de transformação para também oferecer projetos atualizados digitalmente a seus clientes.
         Duas décadas atrás, a disputa que prevaleceu entre o modelo de inovação corporativo e o modelo de inovação empreendedor era a aposta em pesquisa e desenvolvimento (P&D), por parte das grandes empresas, e no venture capital (VC), por parte do empreendedores. Quem tinha recurso para fazer P&D em escala mantinha a posição de liderança em inovação e um grupo muito seleto de empreendedores tinha acesso a investimentos de VC. Hoje, o jogo da inovação está completamente mudado e muito mais democratizado. Os modelos de inovação corporativa e empreendedora utilizam métodos similares, além de ser cada vez mais comum startups se aliando a grandes empresas e vice-versa.
         As grande companhia têm aprendido rapidamente a se comportar como startups e a se relacionar com essas comunidades. As novatas têm aprendido a inovar em parceria com organizações estabelecidas, de forma a acelerar seu crescimento. Médias empresas, antes com pouco papel no desenvolvimento de inovação disruptiva, passaram a fazer cada vez mais parte do jogo estabelecendo parcerias com startups, inclusive de forma mais ágil.
         Universidades no mundo todo, antes focadas na transferência de tecnologias, começaram a trabalhar de maneira muito mais diversa, como verdadeiros motores de redes de inovação. Políticas públicas, antes mais orientadas a estímulo de investimento em P&D e VC, passaram a enfatizar estratégias de fomento a redes de inovação. Passamos a viver um ambiente onde a inovação acontece cada vez mais em rede e de forma distribuída.
         Em pouco tempo, não será mais o neto ensinando os avós, mas todos aprendendo juntos!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,7%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.