quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA TRANSFORMADORA DO ESPORTE E OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“Benefícios do esporte na vida das crianças
        Durante a infância, os resultados obtidos por meio das experiências práticas em sociedade contribuem para formar a personalidade e o caráter das crianças. Nessa época, quando boa parte do tempo é dedicada às brincadeiras, valores como solidariedade, disciplina, respeito e tolerância, fundamentais para o ingresso na comunidade e para todas as etapas da vida adulta, já são adquiridos, mesmo que de forma mais lúdica. Além dos exemplos dos pais e da escola, outro importante caminho para esse aprendizado é o esporte.
         Os benefícios alcançados com as atividades físicas, principalmente as coletivas, ultrapassam a questão de saúde. Mais que promove equilíbrio, desenvolvimento físico e motor e até reduzir as chances de obesidade infantil, cada modalidade esportiva é capaz de atuar como ferramenta de educação e reforço de diversos princípios. Alguns deles são comuns em todos os tipos, a exemplo da importância da integração, do trabalho em equipe e da responsabilidade.
         Na quadra ou no campo, ocorre uma valiosa troca de experiências. Para ganhar, todos os integrantes do time devem estar focados em um mesmo objetivo e se esforçar para conquistá-lo. Esse pensamento torna as crianças menos individualistas e mais dispostas a colaborar. A união e a importância do outro para se chegar à vitória são apresentadas como elementos-chaves para o sucesso. Essa troca ainda ensina respeito pelo próximo, especialmente a necessidade de aceitar as diferenças e limites que o colega possua.
         As regras determinadas para cada prática também ajudam as crianças a compreender situações e aceitar mais facilmente os “combinados”, na linguagem escolar, tão necessários ao crescimento pessoal e convívio social. As infrações são sempre penalizadas, e a conduta considera antidesportiva é invariavelmente punida. Procedimentos que acentuam, nos pequenos, a importância da disciplina e do controle emocional. Além disso, saber que nem sempre ganhamos é outro ensinamento fundamental da atividade coletiva. Lidar de forma saudável com a derrota, valorizar o adversário e aprender com os erros contribuem para a superação dos problemas no futuro. Cria-se confiança e perseverança.
         Por tudo isso, é fácil entender porque, todos os dias, aparecem inúmeras histórias de vidas transformadas devido à vivência esportiva. Ela passa a ser uma paixão e gera motivação para as crianças, independentemente da condição social ou financeira. É sinônimo de união, força e tornou-se também referência de futuro e novas possibilidades. Quando a atividade física está a serviço dos seus atletas, ela pode realmente ser transformadora.
         Consciente disso e acreditando nesse mecanismo para a construção de uma sociedade melhor, o Banco Mercantil do Brasil apoia projetos como o Festival de Esportes. Patrocinado pela instituição financeira desde 2008, o evento, que é gratuito e já se tornou tradicional entre escolas públicas e privadas, núcleos e projetos sociais de Belo Horizonte, Região Metropolitana e cidades próximas à capital, tem caráter educativo, amistoso e não-competitivo.
         Com o objetivo de promover a integração e a troca de experiências entre crianças de diversas classes sociais, além de incentivar a prática esportiva saudável e o respeito aos companheiros e adversários, os jogos de vôlei, basquete e handebol que são promovidos colocam meninos e meninas nas mesmas equipes, e todos os participantes recebem medalhas. Nesse mesma linha de atuação, o MB, que se compromete com valores como disciplina, respeito e solidariedade, também apoia a Copa Mercantil do Brasil, a equipe de futsal do Minas Tênis Clube e o piloto Sérgio Sette Câmara.”.

(CONCEIÇÃO PINTO. Gerente de Marketing Corporativo e Relacionamento do Mercantil do Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de FLÁVIO CORREIA, professor de Economia da Faculdade IBS/Fundação Getúlio Vargas, e que merece igualmente integral transcrição:

“Encarar os desafios
        Entramos na reta final. Tudo indica que neste mês será formalizado um novo governo e caberá a ele a responsabilidade de enfrentar os desafios que o país tanto precisa. O governo que sai, certamente, não deixará saudades, mas justamente por ter feito tanto mal à economia transforma isso em um legado à sociedade e ao seu sucessor. E minha expectativa é que não percamos essa oportunidade.
         Parece claro para a maioria da sociedade que políticas intervencionistas, como as que buscaram controlar os preços dos combustíveis, baixar a conta da energia por decreto, anunciando o feito em rede nacional, só contribuíram para desestabilizar segmentos vitais em nossa economia, que posteriormente começou a cobrar o preço.
         Podemos ainda citar diversos outros exemplos de como a “nova matriz econômica” contribuiu para desarrumar o país, ao insistir em limitar o retorno dos investidores nos processos dos leilões para as concessões de aeroportos, rodovias e ferrovias, atrasando e inviabilizando investimentos em infraestrutura.
         Abusou de manobras para que o BNDES recebesse recursos públicos e os repassasse a custos subsidiados para financiar projetos e empresas de retornos questionáveis à sociedade. Aparelharam o governo e nossas estatais, levando a Petrobras a um endividamento que a obriga a se desfazer de ativos a qualquer preço. Logo os que tanto eram contra a privatização e tinham a Petrobras como símbolo maior foram os responsáveis pelo seu desmanche.
         O resultado disso tudo já é conhecido e os sinais mais claros foram o retorno da inflação e mais de 11 milhões de desempregados. Infelizmente, poderia enumerar tantos outros exemplos de como o governo que sai nos ensinou o que não fazer com os recursos públicos, mas o objetivo é fazermos disso um legado que contribua para a recuperação do país. E é neste sentido que devemos pressionar os que estão assumindo o comando.
         A maioria da sociedade parece compreender que o Estado, endividado, precisa maximizar o uso de seus recursos para setores que beneficiem efetivamente a todos, como saúde, educação e segurança. Como não há recursos para investimentos em infraestrutura, que sejam viabilizados através de regras jurídicas claras e taxas de retorno que atraiam investidores com capacidade financeira para sua implementação.
         O novo governo sinalizou medidas que podem contribuir para reequilibrar suas contas, como a limitação do crescimento dos gastos públicos pela inflação. E promete também enfrentar reformas com alto grau de complexidade política, como a trabalhista e a da Previdência, bem como destravar os leilões de concessões e privatizações.
         Apesar da complexidade política de muitas dessas medidas, caso o governo saiba se comunicar bem com a sociedade, creio que ele possa obter êxito nas negociações necessárias para suas aprovações. Em que pese até o presente momento, o governo interino às vezes tem cedido a pressões como reajuste salarial do setor público e flexibilizando a renegociação da dívida dos estados.
         Quero crer que a condição de interinidade esteja ainda fragilizando a ação do governo, mas eliminada essa questão, ao final desse mês, torna-se necessário que ele realmente mostre a que veio.
         Indicadores econômicos já sinalizam que, se o governo demonstrar efetiva capacidade de reequilibrar as suas contas, a inflação cederá rapidamente e retomaremos o crescimento. Mas esse ajuste das contas tem de ser feito via setor público. E não podemos aceitar, em nenhuma hipótese, que cidadãos comuns e empresariado sejam penalizados com novas elevações de impostos, mesmo com argumentos falaciosos, que serão temporários. É necessário aproveitar o “legado” para vencermos velhos desafios, mas sem aumento da carga tributária e pela via do ajuste do setor público.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 470,9% para um período de doze meses; e, em julho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,74% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 315,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...