“Educação
a distância
O cenário de crise
econômica tem obrigado muitas empresas brasileiras a reduzir e potencializar
investimentos. Por outro lado, esse mesmo ambiente recessivo exige que as
organizações sejam mais produtivas, o que passa, entre outros fatores, pela
capacitação da mão de obra e uma otimização do tempo dos profissionais.
Demandas que, somadas, têm gerado um aumento na busca por soluções de educação
a distância no mercado corporativo, as quais reduzem os custos associados com
viagens, deslocamentos e infraestrutura, ao mesmo tempo em que trazem mais
comodidade e flexibilidade para os profissionais.
Estima-se
que, em média, o modelo de educação a distância tenha custos de 50% a 70%
menores do que os cursos presenciais. Não à toa, o crescimento médio anual do
setor no país tem sido de 15% e a Associação Brasileira de Educação a Distância
(Abed) projeta que, em até 10 anos, essa modalidade represente 50% de todas as
ofertas de cursos para formação e especialização no país, seguindo uma
realidade que tende a ser vivenciada em outros países desenvolvidos.
Um
importante vetor para a aceleração desse mercado está no avanço das tecnologias
utilizadas para gerar uma melhor experiência e interação nos cursos on-line,
como o uso da gamificação, com técnicas de jogos para garantir mais engajamento
dos alunos, e a adoção de simuladores que utilizam a realidade virtual para
garantir a experiência mais próxima da vivência presencial.
Percebemos
que o bom uso da tecnologia na educação a distância tem aumentado a captação de
alunos, reduzido a evasão dos cursos on-line e incrementado o índice de
satisfação e de qualidade das iniciativas. Graças à análise de dados e
comportamentos, por exemplo, é possível identificar quando um aluno demonstra
desinteresse por determinado conteúdo e, de forma proativa, oferecer um desafio
adequado ao seu perfil para motivá-lo a permanecer no curso.
Do
lado dos profissionais, a aplicação de soluções tecnológicas na educação a
distância também traz benefícios importantes. Isso porque reduz os custos e o
tempo gastos para formação e capacitação de qualidade, fundamentais para o
crescimento profissional e a permanência no mercado de trabalho.
Na prática,
se antes o formato de cursos on-line estava associado à formação e
especialização barata, hoje o setor já venceu essa primeira barreira e desponta
como uma alternativa de excelente qualidade para a educação tradicional. E, em
breve, tende a transformar-se no modelo preferencial para alunos, empresas e
instituições de ensino.”.
(LUIZ ALBERTO
FERLA. CEO do DOT Digital Group, empresa brasileira especializada na oferta
de soluções para educação a distância e MarTech, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de agosto
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de JULIANO
AZEVEDO, jornalista, chefe de redação da TV Alterosa/SBT Minas, mestrando
em estudos culturais contemporâneos pela Universidade Fumec, professor
universitário, escritor, e que merece igualmente integral transcrição:
“O
legado da Olimpíada
Instrumento de disputa
política interna, alvo de manifestações por todo o Brasil, estratégia de
marketing esportivo, o sonho de atletas, a realização de um projeto de vida. A
Olimpíada é, na sua essência, o encontro de competidores de todo o mundo, o culto
ao limite do corpo humano, a busca pela vitória, a conquista de medalhas, de
recordes, de visibilidade. A união dos povos, dos continentes, das culturas. Um
evento histórico que modifica a nação que a recebe. Para sempre ou somente
durante uns meses. Um caso para ser analisado em diferentes óticas. Há perdas,
há choros, há derrotas, há tretas e mutretas, há ouro, mas principalmente, há
esperança. Os acontecimentos durante os jogos revelam isso.
Alvo
de críticas, porém, um fato, talvez aspiração única daqueles que treinaram por
uma vida. Chegou ao fim. O resultado está no quadro de medalhas conquistadas.
Os louros foram colhidos, outros virão nas próximas competições devido à
responsabilidade adquirida após a subida no pódio. O que será daqui para a
frente? Os olhos do mundo vigiaram o Brasil durante três semanas. E os
brasileiros? O que fizeram? O que você fez? Torceu? Vibrou? Chorou? Nem se
tocou que o maior evento esportivo estava sendo realizado no Rio de Janeiro?
Dançou o samba no encerramento ou agradeceu ao futebol pela única vitória que
faltava à seleção canarinho? Ou apenas reclamou que a novela mudou de horário
por causa das transmissões? Não importa o que passou. É preciso pensar no
amanhã. Naquilo que a Olimpíada deixa como legado.
Rafaela
Silva, vitoriosa no judô, é o espelho da nação. Sem vantagens, sem mídia, sem
um defensor dos direitos garantidos pela Constituição, mesmo recebendo uma
bolsa das Forças Armadas. Ela é, sobretudo, exemplo do voluntariado que move o
país. Que não tem obrigação de fazê-lo, mas foi o jeitinho que a dignidade de
um cidadão arrumou para tornar as terras tupiniquins um lugar melhor, por meio
da prática esportiva. A judoca é fruto do voluntário que se dispõe a contribuir
para a evolução daqueles a quem são negados os recursos dos impostos. Quem a
formou sabe o valor de um incentivo. Luta para tirar crianças das ruas da
amargura e do crime para que elas se tornem melhores, aprendendo valores que
lhes foram negados de alguma maneira. Porém, e infelizmente, a oportunidade também
não é para todos. A atleta merece o ouro pela sobrevivência.
A
batalha de vários participantes da Olimpíada é a mesma daqueles que pegam o
ônibus lotado para garantir o pão na mesa. Daqueles que desafiam os limites em
triplas jornadas em troca de uma miséria de salário, que custa a pagar o sal
que tempera o pouco servido na cozinha. Dói ouvir que a medalha conquistada é
do Brasil, quando os governantes pouco se interessam em aprovar projetos de
investimento na educação, na cultura, no esporte. O ouro, a prata, o bronze
devem ser distribuídos aos guerreiros do dia a dia.
A
Olimpíada é uma lição. De esforço, de superação, de domínio de técnicas.
Entretanto, deve-se entender este evento como um marco de mudança, em que a
gambiarra não é a maneira ideal para resolver problemas, mesmo sendo essa
característica intrínseca ao gene brasileiro. Muito menos a corrupção, como
quis fazer o nadador americano, acreditando que nas montanhas de Cabral tudo
seria permitido. Milhões de dinheiros foram gastos na construção do parque
olímpico, cuja promessa é a existência de um espaço para a formação de novos
atletas. Neste momento político, de eleições municipais, é a hora de outra
atitude cidadã. Espera-se que o brasileiro passe a olhar para o Brasil. Os
Jogos deram o ensinamento. O eleitor será o atleta principal da competição nas
urnas.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de
470,7% para um período de doze meses; e, em julho, o IPCA acumulado nos doze
meses chegou a 8,74% e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 318,4%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...