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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA COMPETITIVIDADE E DAS TECNOLOGIAS E A LUZ DO JORNALISMO DE QUALIDADE

“Competitividade e tecnologia nas empresas
        A recente proposta de reforma do ensino médio no Brasil tem suscitado uma série de discussões sobre a importância da educação e a relevância de uma boa formação dos jovens e adolescentes para o mercado de trabalho. Um desafio que preocupa muitas empresas no Brasil.
         A má-formação educacional aparece como um dos principais vetores para a falta de competitividade das empresas brasileiras, de acordo com o relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), de 2015, que comparou a situação no Brasil à de outros 14 países. A mesma entidade divulgou um estudo recente, com líderes de empresas inovadoras, mostrando que 89% dos respondentes consideram que os recém-formados que entram no mercado de trabalho não estão bem capacitados para exercer suas funções. Entre os fatores mais citados que dificultam a inovação no Brasil estão educação/qualificação (25%) e falta de cultura de inovação no país e nas empresas (24%).
         A solução para esse cenário passa não só pela melhoria da educação formal dos brasileiros, mas também pela capacitação e especialização que as próprias empresas têm que oferecer para ter colaboradores mais produtivos. Um caminho que passa, necessariamente, por plataformas tecnológicas e de ensino a distância (EAD), as quais têm custos até 50% a 70% mais baixos do que as soluções de ensino presencial, ao reduzir custos com mão de obra, infraestrutura, deslocamento, materiais, alimentação e outros. Permitem, também, acessar um número maior de profissionais ao mesmo tempo e garantem a flexibilidade, cada vez mais exigida pelos jovens, de estudar a qualquer hora e local.
         Outro importante diferencial do ensino a distância, e que promete atender a um modelo mais eficaz de capacitação e formação de profissionais, é o uso de soluções tecnológicas para melhorar a experiência e o engajamento dos alunos, que só se torna possível nessa modalidade. Alguns exemplos são o uso de técnicas como a gamificação e o uso de simuladores e realidade virtual, que representam um diferencial competitivo das plataformas tecnológicas de educação.
         Na prática, as tecnologias para educação despontam como o caminho mais curto e eficiente para as empresas brasileiras reduzirem a lacuna da capacitação de mão de obra e aumentar a competitividade e os resultados dos negócios.”.

(LUIZ ALBERTO FERLA. CEO do DOT Digital Group, empresa especializada em oferta de soluções de EdTech, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de novembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Iluminador da história
        O jornalista Carl Bernstein – famoso no mundo inteiro depois da série de reportagens, escrita com Bob Woodward, que revelou o escândalo Watergate e derrubou o presidente Richard Nixon, em 1974 – não forma com o time dos corporativistas. Sua crítica, aberta e direta, aos eventuais desvios das reportagens representa excelente contribuição ao jornalismo de qualidade. “O importante é saber escutar”, diz Bernstein. “As respostas são sempre mais importantes do que as perguntas que você faz. A grande surpresa no jornalismo é descobrir que quase nunca uma história corresponde àquilo que imaginávamos."
         O comentário é uma estocada nas atitudes de engajamento, arrogância e prejulgamento que corroem e desfiguram a reportagem. “Os jornalistas, hoje, trabalham com um monte de preconceitos”, sublinha. “Fazem quatro ou cinco perguntas para provocar alguma polemicazinha de nada, mas evitam iluminar a cena, fazer compreender.” Com a autoridade de quem sabe das coisas. Bernstein dá uma lição de maturidade profissional.
         O bom jornalista ilumina a cena, o repórter manipulador constrói a história. A distorção, no entanto, escapa à perspicácia do leitor médio. Daí a gravidade do dolo. Na verdade, a batalha da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação deliberada, da preguiça profissional e da incompetência arrogante. Todos os manuais de redação consagram a necessidade de ouvir os dois lados de um mesmo assunto. Mas alguns procedimentos, próprios de ranços ideológicos invencíveis, transformam um princípio irretocável num jogo de faz de conta.
         A apuração de mentira representa uma das mais graves agressões à ética e à qualidade informativa. Matérias previamente decididas em guetos sectários buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro lado não é honesta, não se fundamenta na busca da verdade, mas num artifício que transmite um simulacro de isenção, uma ficção de imparcialidade. O assalto à verdade culmina com uma estratégia exemplar: repercussão seletiva. O pluralismo de fachada, hermético e dogmático, convoca pretensos especialistas para declarar o que o repórter quer ouvir. Mata-se a notícia. Cria-se a versão.
         Certos setores da imprensa, vez por outra, têm caído nessa tentação antijornalística. Trata-se de uma prática que, certamente, acaba arranhando a credibilidade. O leitor não é tonto. A verdade, cedo ou tarde, acaba se impondo. O brilho da pauta construída com os ingredientes da fraude é fogo de artifício. Não é ético e não vale a pena. Ainda não conseguimos, infelizmente, superar a síndrome dos rótulos. Alguns colegas não perceberam que o mundo mudou. Insistem, teimosamente, em reduzir a vida à pobreza de quatro clichês: direita, esquerda, conservador, progressista. Tais epítetos, estrategicamente pendurados, têm dupla finalidade: exaltar ou afundar, gerar simpatias exemplares ou antipatias gratuitas.
         A reportagem de qualidade é sempre substantiva. O adjetivo é o adorno da desinformação, o farrapo que tenta cobrir a nudez da falta da apuração. É importante que os responsáveis pelas redações tomem consciência desta verdade redonda: a imparcialidade (que não é neutralidade) é o melhor investimento.
         Autor do mais famoso livro sobre a história do jornal The New York Times, Gay Talese vê alguns problemas da imprensa a partir da crise que atingiu um dos jornais mais influentes do mundo. Embora faça uma vibrante defesa do Times, “uma instituição que está no negócio há mais de 100 anos”, Talese põe o dedo em algumas chagas que, no fundo, não são exclusividade do diário norte-americano. Elas ameaçam, de fato, a credibilidade da própria imprensa. “Não fazemos matéria direito, porque a reportagem se tornou muito tática, confiando em e-mails, telefones, gravações. Não é cara a cara. Quando eu era repórter, nunca usava o telefone. Queria ver o rosto das pessoas. Não se anda na rua, não se pega o metrô ou um ônibus, um avião, não se vê, cara a cara, a pessoa com quem se está conversando”, conclui Talese. Reportagem com rosto humano. Com cheiro de asfalto. É isso que atrai e faz do jornalismo uma atividade perene.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses, e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 324,9%; e em outubro o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 




terça-feira, 30 de agosto de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E O SUSTENTÁVEL LEGADO DA OLIMPÍADA

“Educação a distância
        O cenário de crise econômica tem obrigado muitas empresas brasileiras a reduzir e potencializar investimentos. Por outro lado, esse mesmo ambiente recessivo exige que as organizações sejam mais produtivas, o que passa, entre outros fatores, pela capacitação da mão de obra e uma otimização do tempo dos profissionais. Demandas que, somadas, têm gerado um aumento na busca por soluções de educação a distância no mercado corporativo, as quais reduzem os custos associados com viagens, deslocamentos e infraestrutura, ao mesmo tempo em que trazem mais comodidade e flexibilidade para os profissionais.
         Estima-se que, em média, o modelo de educação a distância tenha custos de 50% a 70% menores do que os cursos presenciais. Não à toa, o crescimento médio anual do setor no país tem sido de 15% e a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) projeta que, em até 10 anos, essa modalidade represente 50% de todas as ofertas de cursos para formação e especialização no país, seguindo uma realidade que tende a ser vivenciada em outros países desenvolvidos.
         Um importante vetor para a aceleração desse mercado está no avanço das tecnologias utilizadas para gerar uma melhor experiência e interação nos cursos on-line, como o uso da gamificação, com técnicas de jogos para garantir mais engajamento dos alunos, e a adoção de simuladores que utilizam a realidade virtual para garantir a experiência mais próxima da vivência presencial.
         Percebemos que o bom uso da tecnologia na educação a distância tem aumentado a captação de alunos, reduzido a evasão dos cursos on-line e incrementado o índice de satisfação e de qualidade das iniciativas. Graças à análise de dados e comportamentos, por exemplo, é possível identificar quando um aluno demonstra desinteresse por determinado conteúdo e, de forma proativa, oferecer um desafio adequado ao seu perfil para motivá-lo a permanecer no curso.
         Do lado dos profissionais, a aplicação de soluções tecnológicas na educação a distância também traz benefícios importantes. Isso porque reduz os custos e o tempo gastos para formação e capacitação de qualidade, fundamentais para o crescimento profissional e a permanência no mercado de trabalho.
         Na prática, se antes o formato de cursos on-line estava associado à formação e especialização barata, hoje o setor já venceu essa primeira barreira e desponta como uma alternativa de excelente qualidade para a educação tradicional. E, em breve, tende a transformar-se no modelo preferencial para alunos, empresas e instituições de ensino.”.

(LUIZ ALBERTO FERLA. CEO do DOT Digital Group, empresa brasileira especializada na oferta de soluções para educação a distância e MarTech, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de JULIANO AZEVEDO, jornalista, chefe de redação da TV Alterosa/SBT Minas, mestrando em estudos culturais contemporâneos pela Universidade Fumec, professor universitário, escritor, e que merece igualmente integral transcrição:

“O legado da Olimpíada
        Instrumento de disputa política interna, alvo de manifestações por todo o Brasil, estratégia de marketing esportivo, o sonho de atletas, a realização de um projeto de vida. A Olimpíada é, na sua essência, o encontro de competidores de todo o mundo, o culto ao limite do corpo humano, a busca pela vitória, a conquista de medalhas, de recordes, de visibilidade. A união dos povos, dos continentes, das culturas. Um evento histórico que modifica a nação que a recebe. Para sempre ou somente durante uns meses. Um caso para ser analisado em diferentes óticas. Há perdas, há choros, há derrotas, há tretas e mutretas, há ouro, mas principalmente, há esperança. Os acontecimentos durante os jogos revelam isso.
         Alvo de críticas, porém, um fato, talvez aspiração única daqueles que treinaram por uma vida. Chegou ao fim. O resultado está no quadro de medalhas conquistadas. Os louros foram colhidos, outros virão nas próximas competições devido à responsabilidade adquirida após a subida no pódio. O que será daqui para a frente? Os olhos do mundo vigiaram o Brasil durante três semanas. E os brasileiros? O que fizeram? O que você fez? Torceu? Vibrou? Chorou? Nem se tocou que o maior evento esportivo estava sendo realizado no Rio de Janeiro? Dançou o samba no encerramento ou agradeceu ao futebol pela única vitória que faltava à seleção canarinho? Ou apenas reclamou que a novela mudou de horário por causa das transmissões? Não importa o que passou. É preciso pensar no amanhã. Naquilo que a Olimpíada deixa como legado.
         Rafaela Silva, vitoriosa no judô, é o espelho da nação. Sem vantagens, sem mídia, sem um defensor dos direitos garantidos pela Constituição, mesmo recebendo uma bolsa das Forças Armadas. Ela é, sobretudo, exemplo do voluntariado que move o país. Que não tem obrigação de fazê-lo, mas foi o jeitinho que a dignidade de um cidadão arrumou para tornar as terras tupiniquins um lugar melhor, por meio da prática esportiva. A judoca é fruto do voluntário que se dispõe a contribuir para a evolução daqueles a quem são negados os recursos dos impostos. Quem a formou sabe o valor de um incentivo. Luta para tirar crianças das ruas da amargura e do crime para que elas se tornem melhores, aprendendo valores que lhes foram negados de alguma maneira. Porém, e infelizmente, a oportunidade também não é para todos. A atleta merece o ouro pela sobrevivência.
         A batalha de vários participantes da Olimpíada é a mesma daqueles que pegam o ônibus lotado para garantir o pão na mesa. Daqueles que desafiam os limites em triplas jornadas em troca de uma miséria de salário, que custa a pagar o sal que tempera o pouco servido na cozinha. Dói ouvir que a medalha conquistada é do Brasil, quando os governantes pouco se interessam em aprovar projetos de investimento na educação, na cultura, no esporte. O ouro, a prata, o bronze devem ser distribuídos aos guerreiros do dia a dia.
         A Olimpíada é uma lição. De esforço, de superação, de domínio de técnicas. Entretanto, deve-se entender este evento como um marco de mudança, em que a gambiarra não é a maneira ideal para resolver problemas, mesmo sendo essa característica intrínseca ao gene brasileiro. Muito menos a corrupção, como quis fazer o nadador americano, acreditando que nas montanhas de Cabral tudo seria permitido. Milhões de dinheiros foram gastos na construção do parque olímpico, cuja promessa é a existência de um espaço para a formação de novos atletas. Neste momento político, de eleições municipais, é a hora de outra atitude cidadã. Espera-se que o brasileiro passe a olhar para o Brasil. Os Jogos deram o ensinamento. O eleitor será o atleta principal da competição nas urnas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 470,7% para um período de doze meses; e, em julho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,74% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 318,4%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


    
 
     


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A CIDADANIA, A INTERNET NA MOBILIZAÇÃO SOCIAL E A DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

“Internet e mobilização
        
         Quem quiser entender o poder de fogo do ciberativismo que tomou conta do país, levando milhares de pessoas a participar de passeatas e manifestações, empunhando em uma mão cartazes de confecção caseira e na outra sofisticados celulares, precisa, antes de tudo, entender o ambiente em que ele foi gestado.
         Vamos aos números: o Brasil já ocupa a terceira posição em quantidade de usuários ativos na internet (53,9 milhões), atrás apenas dos EUA e do Japão. Mais de metade da população tem computador em casa e 94,2 milhões de brasileiros têm acesso à internet. Em nosso país, um celular é ativado a cada segundo – temos 264 milhões deles, sendo 65 milhões de smartphones e 58,9 milhões de conexões 3G. Não é de admirar que, com tamanho alcance, a internet seja parte fundamental do fenômeno que hoje toma as ruas do país.
         Num primeiro momento, as manifestações pela queda das tarifas do transporte público em São Paulo foram mobilizadas quase integralmente pela internet. A partir do dia 13, em virtude dos excessos cometidos pela polícia paulista, o tema ganhou maior destaque na imprensa tradicional, passando a monopolizar o tempo dos telejornais na TV aberta.
         Nesse momento, a internet deixou de ser protagonista da produção de conteúdo, mas se manteve fundamental na repercussão e amplificação do que era veiculado na grande imprensa. Estabeleceu com as mídias convencionais uma relação de retroalimentação que ajudou a definir e pautar o movimento – principalmente quando o fenômeno saiu de São Paulo para ganhar novas praças e, com elas, bandeiras que ultrapassaram a questão inicial, do transporte público.
         Diferentemente do que acontecia nas manifestações de duas décadas atrás, no entanto, o discurso pasteurizado da grande imprensa é, agora, contestado por imagens captadas pelos próprios manifestantes. Veiculado livremente no ambiente democrático da internet, esse material oferece um ponto de vista único e pessoal dos acontecimentos. Permite o debate, a troca de experiências e o compartilhamento instantâneos – e, assim, mantém o movimento vivo, impulsionando a adesão de forma exponencial. Tudo se propaga rapidamente e é fácil entender por quê: 97% dos brasileiros usuários de internet estão nas redes sociais, nas quais passam cerca de cinco horas por dia.
         É desse atrito entre as informações da grande imprensa e o contudo gerado por indivíduos independentes, que se constroem os conceitos com os quais estamos, agora, nos defrontando. E que são caóticos neste primeiro momento, dificultando o entendimento, porque caótica é a rede – e é preciso, antes de tudo, dominar a arte do monitoramento e da gestão para extrair do caos o que é ou não importante.
         Mas se é verdade que dialoga com as mídias tradicionais na produção de conteúdo, a internet reina absoluta na organização das passeatas. Notadamente, páginas e grupos do Facebook são utilizados para pautar e agendar as manifestações. O Twitter, por sua vez, tem sido a ferramenta de mobilização e difusão de palavras de ordem. No momento mesmo em que escrevia este artigo, chegam notícias de que os manifestantes reunidos em frente ao Congresso Nacional estavam organizando seus deslocamentos táticos a partir de mensagens trocadas via SMS e What’sApp.
         Para entender  por que as redes sociais são fundamentais para toda essa articulação é preciso considerar que a rede reorganizou os hábitos de socialização – e as comunidades virtuais são o melhor exemplo disso. A mudança de paradigmas promovida pela internet acabou por trair os conceitos de comunidades tradicionais. Antes fortemente baseadas na interação física na proximidade geográfica, as novas comunidades se estruturam agora sobre um único aspecto: o interesse em comum de seus membros.
         Quando o interesse comum que sustenta esses novos grupos encontra um ambiente propício, essas relações podem migrar do mundo virtual para o real. E o fazem com a força de um fenômeno que desconhece fronteiras – sejam elas territoriais ou culturais.
         O que se vê no Brasil, hoje, certamente tem causas mais profundas, que exigirão, nos próximos dias, análises históricas e socioculturais que nos ajudem a entender como chegamos a esta conjuntura. Mas já não há dúvidas a respeito do ambiente, democrático e plural, no qual foram gestadas as mudanças que estão por vir.”

(LUIZ ALBERTO FERLA. CEO da Knowtec, Talk, TechFront, KeepingUp e DDBR, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de julho de 201, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de julho de 2013, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, que é arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cidadania e instituição
        
         As manifestações populares que estão sendo realizadas no Brasil podem ser também interpretadas como reação a uma crise que, ao longo dos anos, cresceu em nossa sociedade, atingindo instituições sociais e políticas do país. Diante dessa realidade, que exige uma resposta de todos, diversos peritos, analistas e demais cidadãos refletem a crise da República, ajudando a construir uma nova cultura, e manifestam abertamente o anseio, que por algum tempo permaneceu meio escondido, de se alcançar uma sociedade com funcionamentos mais justos e solidários.
         A compreensão do fenômeno que se expandiu pelas cidades do país merece ainda muitos aprofundamentos, mas é possível afirmar que as manifestações quebraram mordaças de todo tipo, fazendo ouvir a voz das ruas. Nesse sentido, o fenômeno contribuiu para pressionar aqueles que, no exercício de suas responsabilidades, grandes ou pequenas, ferem a cidadania. Exige-se uma readequação dos funcionamentos de instituições, de modo especial nas instâncias governamentais, que deveriam servir prioritariamente ao povo e não a um tratamento cartorial a partir do interesse de oligarquias.
         Tratar essa chaga que atormenta o Brasil é investir na direção de uma cultura contrária ao exercício do poder coronelista, ainda existente neste milênio, de maneira explícita ou disfarçada em discursos e favores, muitas vezes distribuídos a partir da ação daqueles  que foram eleitos para representar a coletividade. A dinâmica das manifestações populares é um sinal evidente e exigente de que é necessário mudar a forma de se fazer política. Obviamente, não se trata de pensar uma política sem partidos, que têm a função de incrementar o diálogo indispensável no funcionamento da sociedade. Busca-se, na verdade, um novo contexto, em que partidos e políticos contracenem mais com o povo, segundo novas dinâmicas de funcionamentos institucionais, capazes de viabilizar a participação inegociável, representatividade à altura e constante alimentação de uma cultura cidadã.
         Nesse caminho, será possível respeitar direitos e combater a corrupção, encontrar um modelo de se fazer política voltado para o bem comum. Diante de todos, está a exigência de se revisar, profundamente, as instituições políticas e o modo como nossos representantes exercem seus mandatos. O povo tem que ser a instância maior de poder. O compromisso com o seu bem comum será sempre remédio para mudar a cultura excludente e injusta com a qual a sociedade brasileira funciona escrevendo uma história que pode e precisa ser diferente. Urge uma inteligência que articule, institucionalmente e nas ações de todos, particularmente dos que exercem poderes republicanos, mecanismos legais existentes para que um processo amplo, profundo e incidente permita o desenho desse novo tempo e dessa nova cultura.
         O povo nas ruas sinaliza a necessidade imediata de respostas, mas, ao mesmo tempo, não se pode correr o risco de tratar as grandes dimensões e implicações dessa crise a toque de caixa, como se o assunto fosse simples, ou fazer aquilo que já se fez e se faz muito: utilizar um simples “remendo” para dar uma resposta com a pretensão equivocada de acalmar as pessoas. Também, evidentemente, deve-se descartar a hipótese de provocar mudanças que promovam efeitos positivos apenas para partidos políticos, interesses pessoais ou mesmo de pequenos grupos hegemônicos. Essa possibilidade, se não for descartada, certamente produzirá, como se pode deduzir a partir da observação dos últimos acontecimentos, uma grande convulsão social marcada pela mistura, como já se viu, do anseio do cidadão justo e civilizado com os lamentáveis atos de vandalismos e violências.
         Nesse sentido, a reforma política, importante item da pauta cidadã, não pode ser entendida como simples calmante para as reações populares, com o atropelamento de instituições e com procedimentos que a tratem como se fosse apenas a resposta plebiscitária de uma, duas ou três questões. Ela é complexa e deve ser tratada adequadamente para que o Brasil em crise consiga abrir um novo ciclo político e social. É importante destacar que, para viver essa almejada nova etapa, não basta apenas mudar dinâmicas e procedimentos nos funcionamentos governamentais. O povo precisa participar e ter a oportunidade de refletir, dialogar, assimilar e opinar nesse processo.
         Cada instituição, na sua competência própria e por sua dinâmica peculiar, precisa ajudar nessa configuração de uma nova cidadania como marco civilizatório para a sociedade brasileira. A CNBB continua sua importante colaboração, com outras instituições sérias, para que se efetive uma verdadeira reforma política no país. A Igreja Católica, com sua capilaridade, nas suas comunidades e instituições, coloca-se a serviço desse diálogo e da formação de uma nova cidadania. A participação de todos é fundamental nesse processo, oportunidade singular para construir um novo Brasil.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; sistema financeiro nacional; esporte, cultura e lazer; comunicações; turismo; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...