“Sobre entradas e oportunidades
Hoje
se ouve muito sobre construir oportunidades, sobre monetizar o que se faz,
sobre como divulgar tudo nas redes, sobre como potencializar a seu favor os
eventos que ocorrem na vida ou, ainda mais modismo que tudo, a ordem de ter que
ser empreendedor.
Longe
desses adoecimentos que parecem reformular o imperativo do capitalismo, em que,
se você não produz, você não entrará no mercado nem terá oportunidades,
acredito que os novos tempos sinalizam uma urgência de uma nova forma de
relacionamento com o mundo e com as coisas.
Não
defendo aqui uma atitude romântica de viver sem dinheiro ou sem produzi-lo. Mas
penso em como podemos construir oportunidades e entrar em mercados de forma
mais sustentável, fraterna e compartilhada.
Observamos
nas últimas conferências climáticas e econômicas o apelo e a constatação de que
precisamos transformar e evoluir nossa forma de gerar energias e riquezas. E,
mais que tudo, compartilhar soluções com todos os povos. O aumento da fome e da
miséria não é, nem nunca foi, um tema de assistencialismo: é um tema de
amplitude social, um desafio que surge das nossas atitudes desagregadoras e
egoístas.
Quero,
por ora, compartilhar com você, leitora e leitor, duas ideias sobre
oportunidades e entradas que podemos criar em nossas vidas como pessoas que
trabalham e amam.
Primeiro:
escuto de muitas pessoas sobre o incômodo de se ter recursos mais que outros,
sobre ficar constrangido em se ter coisas boas, ou ainda por poder usufruir de
bens, alimentação e qualidade de vida! Você não é culpado de ter nascido em um
espaço com muitas oportunidades, você não é culpado por ter “rede”. Sim, sabe
aquela rede dos trapezistas, que protegem você de um eventual acidente? Pois é,
se você pode sair do emprego que tem, se você pode esperar a oportunidade
melhor, se você tem moradia, plano de saúde, dinheiro guardado, se pode treinar
calmamente às dez da manhã, se programa férias, não é culpa sua! Apenas sua
responsabilidade é maior em não perder tempo, em não esbanjar os recursos. Sua
responsabilidade é maior em não se tornar uma pessoa que julga os outros pelo
que possuem e, principalmente, em criar formas de compartilhar e construir seu
propósito.
Frase
tão antiga quanto nova: “A quem muito foi dado, muito será cobrado!” Existe uma
diferença enorme entre ser ambicioso e ser ganancioso. Ambição é querer mais e
melhor, ganância é querer só para si mesmo.
Segundo:
tudo o que acontece em nossa experiência na vida é para nossa mudança de fase.
Em jogos eletrônicos, se você morre, se você tem sobre a tela “game over”, você
retorna sempre ao ponto em que parou. Ou seja, se não evoluiu, volta. Acredite
e tome posição: os desafios são potencializadores! Entre pela porta que se abre
à sua frente e mova-se! “No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir
da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a
oportunidade” (Albert Eistein).”.
(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de
novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 03 de dezembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Advento da fraternidade
Cantada
em verso e em prosa, a trilogia igualdade, fraternidade e liberdade precisa
inspirar e desafiar, cotidianamente, os cidadãos. Desafio e inspiração que
equilibram e fecundam a identidade e a missão das instituições responsáveis por
configurar as feições da sociedade. Desconsiderar os princípios da igualdade,
fraternidade e liberdade é enfraquecer a democracia. Significa também
distanciar as relações sociais, políticas e econômicas dos parâmetros de
inegociável racionalidade e sustentabilidade. As deteriorações humanas,
comprovadas pelos cenários de desigualdade social e violência, são
consequências do distanciamento. Por isso mesmo, os princípios essenciais à
democracia permanecem consolidados por legislações em cartas magnas,
incorporados em indispensáveis e arrojadas políticas públicas, fecundados por
valores culturais. Trata-se, pois, de uma luta prioritária trabalhar pela
garantia e exequibilidade dessas importantes bases que são também horizontes
inspiradores. Ressalte-se: dentre essas bases, o princípio da fraternidade tem
peculiaridades e dinâmicas próprias. É determinado por modos de agir que se
relacionam com o que cada pessoa leva no coração, sustentando o exercício
cidadão nos parâmetros da vocação missionária de se promover o bem comum, a justiça
e a paz. O ser humano é instado a ter no horizonte de seu caminho a
responsabilidade de manter acesa a chama do advento da fraternidade.
O
advento da fraternidade depende de práticas de referências importantes,
inspiradoras e impulsionadoras de novos ciclos, novas dinâmicas. Assim, é capaz
de ajudar a construir novos tempos, qualificando o ser humano para se
relacionar com o seu semelhante. Isto significa também gerar mais equilíbrio e
justiça social na sociedade. No horizonte do advento da fraternidade surge a
pessoa de Jesus Cristo, conforme sempre evidencia a Igreja, de modo novo e
apaixonado, especialmente no tempo de preparação para o Natal. A pessoa de
Jesus Cristo é a centralidade da celebração do Natal, oportunidade para
encontrá-lo. O Mestre é Aquele que vem, inspirando a ida de todos ao encontro
Dele. A presença de Jesus carrega, no seu significado e alcance, tudo o que se
pode encontrar de bom, propício e fecundo em igualdade, liberdade e
fraternidade. Sua mensagem condensa as bases da liberdade e da igualdade.
Magistral
e oportuna, para fecundar a experiência da celebração do advento do Salvador do
mundo, Jesus Cristo, é a Carta Encíclica Fratelli Tutti, do papa Francisco:
convocação para que a humanidade invista no advento da fraternidade. E o
advento do Menino Deus é o advento da fraternidade, que tem a sua fonte e ápice
na vinda do Salvador. Há de se compreender, pois, que o advento da fraternidade
se dará por meio de uma vida vivida com o sabor do Evangelho de Jesus Cristo.
Conforme sublinha o Papa Francisco, trata-se de aceitar o convite a um amor que
ultrapassa as barreiras geográficas e espaciais, sem preconceito algum e sem
qualquer abominável discriminação, encontrando a felicidade maior, mais
completa e duradoura, aquela que vem da alegria de amar o outro como irmão e
irmã. A fraternidade tem uma essencialidade simples. Permite, a partir do
coração, reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente de sua
proximidade física, do ponto da terra onde nasceu ou reside, ressalta a Carta
Encíclica.
Legislações
indispensáveis, para garantir a defesa de direitos e a promoção da justiça, são
muito importantes, e precisam de redação assertiva ancoradas nos princípios da
igualdade e da liberdade, de modo ainda mais profundo, a fraternidade exige o
coração humano, que precisa ser berço-fonte de uma espiritualidade que fecunde
a interioridade, produzindo convicções capazes de efetivar a longanimidade de
um querer bem universal. Universal sem generalizações, mas abrangente na especificidade
de ser irmão e irmã de verdade e efetivamente de todos. O advento do Natal do
Senhor carrega a força transformadora da fé, garantindo, incondicionalmente, a
competência de enxergar o próximo para além de eventuais afinidades,
interesses, programas e projetos partilhados. A fraternidade humana constitui
capítulo central na vida dos discípulos de Jesus, comprometidos com a
salvaguarda da criação, unidos a todas as pessoas, especialmente aos pobres e
necessitados. A fraternidade humana é, pois, um valor transcendente, que
fortalece a indispensável e urgente solidariedade, inspirando profecia, lucidez
das escolhas e respostas para problemas sociais.
O
advento do Natal é convocação para investir na conquista e na efetivação do
advento da fraternidade – remédio para o descompasso do mundo, equilibrando
interioridades e a rede de relações humanas. O projeto de consolidação do
advento da fraternidade é grandioso, inigualável em importância, mas é
construído a partir de pequenos passos no dia a dia, superando litígios, não se
permitindo agir agressivamente, revestindo-se de humildade. Confrontos raivosos
ou imposições não comunicam o amor de Deus, não curam feridas e nem levam a
entendimentos iluminadores. A fraternidade é o caminho certo e singular para se
alcançar a verdadeira paz interior. Uma fonte de sabedoria que conduz o ser
humano à justiça, na via da igualdade e da liberdade. Com o advento do Natal
fecunde-se a efetivação do advento da fraternidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.