segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ACESSIBILIDADE, OPORTUNIDADE, SOLIDARIEDADE E ALTRUÍSMO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE, IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA NA SUSTENTABILIDADE

“Sobre entradas e oportunidades

        Hoje se ouve muito sobre construir oportunidades, sobre monetizar o que se faz, sobre como divulgar tudo nas redes, sobre como potencializar a seu favor os eventos que ocorrem na vida ou, ainda mais modismo que tudo, a ordem de ter que ser empreendedor.

         Longe desses adoecimentos que parecem reformular o imperativo do capitalismo, em que, se você não produz, você não entrará no mercado nem terá oportunidades, acredito que os novos tempos sinalizam uma urgência de uma nova forma de relacionamento com o mundo e com as coisas.

         Não defendo aqui uma atitude romântica de viver sem dinheiro ou sem produzi-lo. Mas penso em como podemos construir oportunidades e entrar em mercados de forma mais sustentável, fraterna e compartilhada.

         Observamos nas últimas conferências climáticas e econômicas o apelo e a constatação de que precisamos transformar e evoluir nossa forma de gerar energias e riquezas. E, mais que tudo, compartilhar soluções com todos os povos. O aumento da fome e da miséria não é, nem nunca foi, um tema de assistencialismo: é um tema de amplitude social, um desafio que surge das nossas atitudes desagregadoras e egoístas.

         Quero, por ora, compartilhar com você, leitora e leitor, duas ideias sobre oportunidades e entradas que podemos criar em nossas vidas como pessoas que trabalham e amam.

         Primeiro: escuto de muitas pessoas sobre o incômodo de se ter recursos mais que outros, sobre ficar constrangido em se ter coisas boas, ou ainda por poder usufruir de bens, alimentação e qualidade de vida! Você não é culpado de ter nascido em um espaço com muitas oportunidades, você não é culpado por ter “rede”. Sim, sabe aquela rede dos trapezistas, que protegem você de um eventual acidente? Pois é, se você pode sair do emprego que tem, se você pode esperar a oportunidade melhor, se você tem moradia, plano de saúde, dinheiro guardado, se pode treinar calmamente às dez da manhã, se programa férias, não é culpa sua! Apenas sua responsabilidade é maior em não perder tempo, em não esbanjar os recursos. Sua responsabilidade é maior em não se tornar uma pessoa que julga os outros pelo que possuem e, principalmente, em criar formas de compartilhar e construir seu propósito.

         Frase tão antiga quanto nova: “A quem muito foi dado, muito será cobrado!” Existe uma diferença enorme entre ser ambicioso e ser ganancioso. Ambição é querer mais e melhor, ganância é querer só para si mesmo.

         Segundo: tudo o que acontece em nossa experiência na vida é para nossa mudança de fase. Em jogos eletrônicos, se você morre, se você tem sobre a tela “game over”, você retorna sempre ao ponto em que parou. Ou seja, se não evoluiu, volta. Acredite e tome posição: os desafios são potencializadores! Entre pela porta que se abre à sua frente e mova-se! “No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade” (Albert Eistein).”.

(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de novembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 03 de dezembro de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Advento da fraternidade

        Cantada em verso e em prosa, a trilogia igualdade, fraternidade e liberdade precisa inspirar e desafiar, cotidianamente, os cidadãos. Desafio e inspiração que equilibram e fecundam a identidade e a missão das instituições responsáveis por configurar as feições da sociedade. Desconsiderar os princípios da igualdade, fraternidade e liberdade é enfraquecer a democracia. Significa também distanciar as relações sociais, políticas e econômicas dos parâmetros de inegociável racionalidade e sustentabilidade. As deteriorações humanas, comprovadas pelos cenários de desigualdade social e violência, são consequências do distanciamento. Por isso mesmo, os princípios essenciais à democracia permanecem consolidados por legislações em cartas magnas, incorporados em indispensáveis e arrojadas políticas públicas, fecundados por valores culturais. Trata-se, pois, de uma luta prioritária trabalhar pela garantia e exequibilidade dessas importantes bases que são também horizontes inspiradores. Ressalte-se: dentre essas bases, o princípio da fraternidade tem peculiaridades e dinâmicas próprias. É determinado por modos de agir que se relacionam com o que cada pessoa leva no coração, sustentando o exercício cidadão nos parâmetros da vocação missionária de se promover o bem comum, a justiça e a paz. O ser humano é instado a ter no horizonte de seu caminho a responsabilidade de manter acesa a chama do advento da fraternidade.

         O advento da fraternidade depende de práticas de referências importantes, inspiradoras e impulsionadoras de novos ciclos, novas dinâmicas. Assim, é capaz de ajudar a construir novos tempos, qualificando o ser humano para se relacionar com o seu semelhante. Isto significa também gerar mais equilíbrio e justiça social na sociedade. No horizonte do advento da fraternidade surge a pessoa de Jesus Cristo, conforme sempre evidencia a Igreja, de modo novo e apaixonado, especialmente no tempo de preparação para o Natal. A pessoa de Jesus Cristo é a centralidade da celebração do Natal, oportunidade para encontrá-lo. O Mestre é Aquele que vem, inspirando a ida de todos ao encontro Dele. A presença de Jesus carrega, no seu significado e alcance, tudo o que se pode encontrar de bom, propício e fecundo em igualdade, liberdade e fraternidade. Sua mensagem condensa as bases da liberdade e da igualdade.

         Magistral e oportuna, para fecundar a experiência da celebração do advento do Salvador do mundo, Jesus Cristo, é a Carta Encíclica Fratelli Tutti, do papa Francisco: convocação para que a humanidade invista no advento da fraternidade. E o advento do Menino Deus é o advento da fraternidade, que tem a sua fonte e ápice na vinda do Salvador. Há de se compreender, pois, que o advento da fraternidade se dará por meio de uma vida vivida com o sabor do Evangelho de Jesus Cristo. Conforme sublinha o Papa Francisco, trata-se de aceitar o convite a um amor que ultrapassa as barreiras geográficas e espaciais, sem preconceito algum e sem qualquer abominável discriminação, encontrando a felicidade maior, mais completa e duradoura, aquela que vem da alegria de amar o outro como irmão e irmã. A fraternidade tem uma essencialidade simples. Permite, a partir do coração, reconhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente de sua proximidade física, do ponto da terra onde nasceu ou reside, ressalta a Carta Encíclica.

         Legislações indispensáveis, para garantir a defesa de direitos e a promoção da justiça, são muito importantes, e precisam de redação assertiva ancoradas nos princípios da igualdade e da liberdade, de modo ainda mais profundo, a fraternidade exige o coração humano, que precisa ser berço-fonte de uma espiritualidade que fecunde a interioridade, produzindo convicções capazes de efetivar a longanimidade de um querer bem universal. Universal sem generalizações, mas abrangente na especificidade de ser irmão e irmã de verdade e efetivamente de todos. O advento do Natal do Senhor carrega a força transformadora da fé, garantindo, incondicionalmente, a competência de enxergar o próximo para além de eventuais afinidades, interesses, programas e projetos partilhados. A fraternidade humana constitui capítulo central na vida dos discípulos de Jesus, comprometidos com a salvaguarda da criação, unidos a todas as pessoas, especialmente aos pobres e necessitados. A fraternidade humana é, pois, um valor transcendente, que fortalece a indispensável e urgente solidariedade, inspirando profecia, lucidez das escolhas e respostas para problemas sociais.

         O advento do Natal é convocação para investir na conquista e na efetivação do advento da fraternidade – remédio para o descompasso do mundo, equilibrando interioridades e a rede de relações humanas. O projeto de consolidação do advento da fraternidade é grandioso, inigualável em importância, mas é construído a partir de pequenos passos no dia a dia, superando litígios, não se permitindo agir agressivamente, revestindo-se de humildade. Confrontos raivosos ou imposições não comunicam o amor de Deus, não curam feridas e nem levam a entendimentos iluminadores. A fraternidade é o caminho certo e singular para se alcançar a verdadeira paz interior. Uma fonte de sabedoria que conduz o ser humano à justiça, na via da igualdade e da liberdade. Com o advento do Natal fecunde-se a efetivação do advento da fraternidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 343,55% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 128,82%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,67%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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