Retornei
à Itália depois de nove anos de ausência. Encontrei os lugares onde fui criado,
educado, onde recebi dos meus pais e parentes os princípios fundamentais e os
estímulos que me conduziram em 74 anos de existência. Fiz questão de passar no
cemitério de Valera, próximo da cidade de Parma, onde se encontram os restos
mortais de seis gerações de familiares, do inicio de 1800 até hoje. Os
antepassados dos 200 anos anteriores acabaram se perdendo com o fim de um
pequeno cemitério em Vicofertile, que atrapalhava o crescimento do vilarejo e
que, por isso, foi demolido depois que se juntaram os restos de todos os mortos
numa grande urna, tornando-se, assim, um singelo mausoléu.
Caminhando
em frente às lápides, relembrei os passos também da minha vida. Em estado de
desprendimento e paz, acabei por ser fulgurado por uma síntese de sentimentos
antigos filtrados na quietude de minha alma surrada.
No lugar
da emoção, insegurança, temor de outros tempos, me tomou com intensidade uma
grande alegria. Chegou como um raio e me trouxe uma rara sensação de aceitação
e gratidão. Não havia bem ou mal, dívidas ou créditos, sentimento agradável ou
desagradável, afinal tudo que se passou serviu. Senti ser justo,
incontestavelmente necessário. O sol da simples gratidão iluminou as sombras.
Nesse momento fora do tempo percebi que os sentimentos viajam mais velozes e
precisos que aviões. Chegam aos interessados e deles retornam.
Recebi
de imediato respostas numa única onda proveniente do universo, acompanhada de
sorrisos, abraços, como nunca tinha experimentado naquele cemitério “incômodo”,
que sempre me deu aflição.
Chegando,
tive que me lembrar do arrasador pesar ao enterrar meu pai, há 43 anos, com
centenas de familiares e amigos que ele mereceu numa vida feita de pequenas
coisas. Eu carrego uma lembrança de lágrimas incontroláveis no estreito recinto
do cemitério da minha terra natal, quando, num dia de setembro de 1982, senti
ter perdido a oportunidade de ter dado a meu pai mais um pouco do que merecia.
Ontem
senti subir pelas pernas e tomar conta de mim o mesmo impulso avassalador,
desta vez de prazer, de amor libertador, que se instalou no meu peito, batendo
bem forte. Perdi o medo da morte.
Alguém sussurrava: “A felicidade deve ser
silenciosa como uma brisa fresca da manhã”. Preciosa por si mesma.
Saí de
lá feliz, apaguei minhas dívidas, me pacifiquei com todos e com o mundo
inteiro.
Perdoei.
Fui perdoado. Livrei-me dos entulhos.
A vida
inteira me sorriu, talvez muito mais que a todos aqueles cujos restos aí se
encontram. Devo me considerar uma síntese daquela insensata mescla de DNA e
milhões de experiências, refinadas entre desacertos e acertos, dores e
felicidades, pequenezas e grandezas de milhares de vidas.
Aquela
legião de familiares entrelaçados por amores e provações, enterrados naquele
recinto, me deu fibra, substância, exemplos, sonhos para transitar por tantos
lugares inimagináveis, quando fechei minha mala para viajar para longe.
Naquelas
fotos desbotadas de familiares, fixadas nas lápides brancas, estão meus traços,
meus defeitos, meu sangue, minha imensa gratidão.
Segui,
ontem, sem mágoas, leve. As cicatrizes se apagaram, parecia-me ter
reconquistado a inocência de uma criança que esquece tudo e continua o jogo.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de setembro de 2025, caderno
A.PARTE, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 19 de setembro de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
transcrição:
“Deixai-vos reconciliar
‘Deixai-vos reconciliar’
é convite e convocação nascidos do coração missionário do apóstolo Paulo de
Tarso, no primeiro século da era cristã, escrevendo a segunda carta aos
Coríntios. O apóstolo indica, assim, que cada pessoa deve se permitir
reconciliar com Deus. Paulo conhecia bem as estreitezas do coração humano. Ele
mesmo experimentara a dinâmica do alargamento de seu próprio coração pelo
luminoso amor de Deus. Após se converter, passou a enxergar com mais lucidez as
consequências das vicissitudes humanas e seus resultados desastrosos para o
conjunto da sociedade. Também por isso, partilhava indicações e caminhos
qualificados para entendimentos e experiências buscando ajudar cada pessoa a
ser instrumento da paz e da solidariedade, a partir dos ensinamentos de Jesus
Cristo. Ainda dirigindo-se aos Gálatas, Paulo interroga: quem os tinha impedido
de obedecer à verdade, lembrando-lhes que foram chamados para a liberdade, mas,
ao invés de ser livres, eles se “devoravam uns aos outros”. Em cada tempo, a
sociedade precisa retomar decisivamente o caminho da obediência à verdade, para
se libertar das disputas fratricidas e recompor seu tecido cidadão, promovendo
a solidariedade, a justiça e a paz.
O caminho é defender a
verdade, aderir a ela, para além de mágoas, de partidarismos e dos limites das
ideologias. Torna-se nobre propósito cidadão defender a verdade, propô-la com
humildade e convicção, testemunhando-a na vida como insubstituível expressão do
amor. A verdade é expressão do amor verdadeiro tornando-se capaz de orientar a
ação moral. Distanciar-se deste horizonte compromete o bem comum e a justiça. E
sem justiça não se avança na construção de um viver alicerçado no amor.
Importante lembrar que não basta oferecer ao semelhante aquilo que já lhe é
próprio, mas conceder-lhe o que é justo. Oportuno sublinhar ainda que a
sociedade não se organiza simplesmente por um conjunto importante de regras
expressas que apontam para direitos e deveres, mas, sobretudo, necessita de
relações alicerçadas na gratuidade, misericórdia e comunhão. Assim entendido,
fica claro o quanto as polarizações incitadas pelo ódio impedem o
desenvolvimento justo da sociedade.
A simples opção
partidária, eivada de disputas interesseiras, não dá conta de reequilibrar as
relações em patamares civilizados. Multiplicam-se as disputas, a cidadania
perde qualidade. As pessoas passam a reconhecer apenas o que é do próprio
interesse, cegas por “paixões” que reduzem a grandeza da política à emoção
momentânea. Agem à semelhança de torcidas esportivas, alimentadas por
sentimentos efêmeros. As consequências graves desse equivocado modo de exercer
a cidadania são, assim, fruto das indiferenças em relação à vida social. A
sociedade, com as disputas que se acentuam a cada dia, torna-se um conjunto de
batalhas onde não há espaço para ações construtivas que busquem o bem de todos.
Há de se investir no compromisso com o bem comum com o auxílio de instituições
que estruturam a vida social especialmente nos âmbitos jurídico, civil,
político e cultural. A vida social precisa se estruturar para que sejam
alcançadas as respostas capazes de resolver os anseios dos próprios cidadãos e
levar ao desenvolvimento integral.
A superação de paixões
ideológicas e meramente partidárias que acentuam polarizações opera-se pela
globalização de ações que visam ao bem comum. Trata-se de caminho para avançar
na construção da unidade social, inspirando-se na fraternidade, na compreensão
de que a vida é dom. O aprisionamento egoísta na própria visão de mundo,
considerando-a como a única legítima, compromete diálogos lúcidos e
reconciliadores. Leva a sentimentos pouco nobres e impõe atrasos
civilizatórios, desequilíbrios sociais e políticos. Vale considerar o que
ensina a doutrina da Igreja Católica: não se pode ignorar que o ser humano tem
uma natureza ferida, inclinada para o mal, fomentando graves erros no âmbito da
educação, da política, da ação social e dos costumes. Para tratar essa ferida é
preciso acolher o convite-convocação para se deixar reconciliar com Deus - e a
reconciliação com Deus inspira uma sensibilidade que leva ao reconhecimento da
vida como centro do verdadeiro desenvolvimento.
O caminho da
reconciliação tem força para vencer as cristalizações dos extremismos, dando
lugar aos diálogos que priorizam o bem comum. Uma sociedade está
permanentemente ameaçada quando está sob regência de polarizações. O contexto
atual pede novas dinâmicas, longe das disputas fratricidas, construídas a
partir da acolhida do convite-convocação que leva o ser humano a reconciliar-se
consigo mesmo, com o seu semelhante e com a natureza: “Deixai-vos reconciliar
com Deus”.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, através do amor
incondicional, com o auxílio da música, yoga, meditação e shantala – e muito
singularmente, do parto humanizado, aleitamento materno, nutrologia e estímulo
– sob a luz perene da excelência educacional
(0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um verdadeiro servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- A criação, o conhecimento e o bem comum!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
- A busca de uma nova maneira de viver:
ANTICÂNCER – Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do médico DAVID
SERVAN-SCHREIBER.
- IBIRITÉ – Berço da Excelência Educacional!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!