“Do sacerdócio ao negócio
Ontem,
fui abordado, num restaurante de Betim, por uma pessoa, grata pelos
ensinamentos e oportunidades, que ela bem soube aproveitar, durante meus dois
mandatos de prefeito, quando se dedicou a tarefas importantes.
Este ano
acabou sendo selecionada por outra prefeitura de Minas e contratada. Aliás, são
muitos os colaboradores que cresceram ao meu lado e que agora preenchem cargos
de responsabilidade pública mundo afora.
Nisso a
conversa correu solta:
“Como é
diferente trabalhar com outro chefe...”
“Deve
ser menos duro... eu cobro bastante”
“Mas
você explica e orienta, tem metas claras... e sempre insiste em princípios e
compromissos com a verdade e honestidade. Sabíamos que qualquer resultado, até
um erro, seria compreendido se déssemos o melhor de nós...”
A
conversa se estendeu alguns minutos pelas diferentes entre formas de
administrar a coisa pública: aquela mais comum no Brasil, praticada pelos
agentes públicos que exploram o cargo para fins pessoais, e outra, em extinção,
a de priorizar exclusivamente o interesse da população.
O temo
“política”, como era na origem grega, identificava a arte de governar a cidade
para o bem comum de seus cidadãos.
Os
governantes não recebiam salários: eram escolhidos e aceitavam pela honra de
servir e, muitas vezes, gastavam não apenas seu tempo, mas suas fortunas nessa
missão. Júlio César financiou, com o patrimônio da família, a conquista da
Gália (atual França).
De lá
pra cá, as formas de governar se alteraram, passando pelos interesses mais
rasteiros, mas o cerne de um mandato público deveria continuar intocado. O
cargo era e deveria continuar a serviço exclusivo do bem comum. Entretanto,
hoje os cargos eletivos e de nomeação se transformaram, infelizmente, em
oportunidades de explorar o erário e a população, adotando as fórmulas mais
perversas e criminosas. O eleito se atribui salários, verbas, privilégios e
prerrogativas indecorosas. Em Belo Horizonte o custo anual suportado pela
população para cada vereador defender o interesse público chega a R$ 12
milhões, ou a R$ 492 milhões anuais. Meio bilhão parece excessivo?
Considerando
ainda que o salário legal do vereador chega perto de R$ 25 mil, resulta que R$
975 mil por mês são gastos derivados e penduricalhos para cada um dos 41
vereadores. Tem algum deles que acha errado?
Antigamente,
o cargo público conquistado numa eleição era visto como uma missão, como uma
honra, como um sacerdócio. Os ideais mais elevados, e não as ideologias, moviam
as pessoas, as escolhas. A recompensa era a honra do dever heroico cumprido,
transcendia os valores materiais.
Com o
decorrer do tempo, o sacerdócio deu lugar ao negócio, ao proveito, ao
enriquecimento indecente, sabendo-se que esse assalto realizado contra as
contas públicas, por cálculos mesquinhos e corrupção, deixa no rastro
sofrimentos, fome, desserviço e até mortes.
Durante
a última semana, para escancarar o lado mais sórdido da política, apareceu o
advogado Nelson William na CPMI do INSS. Nos imóveis dele foram apreendidos
pela PF mais de R$ 50 milhões em joias, obras de arte e carros de luxo, entre
eles um Rolls Royce de R$ 11 milhões. Teria chegado à sua garagem vitimando
milhares de idosos e pessoas com deficiência, que deixaram de comprar
medicamentos, comida, bens essenciais para enfrentar situações de
sobrevivência. Tudo isso encoberto pela ação de políticos do mais alto escalão
que se declaram a serviço do povo.
Como
explicou Dilma Rousseff, numa erupção de clareza e sinceridade, em 4 de março
de 2013, durante um evento em João Pessoa, na Paraíba, acenando aos seus
amigos: “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”. O diabo é o contrário
da verdade, do bem, da forma correta de agir, talvez por isso o mundo político
apodreça, sem freios morais, sem sensibilidade humana, por interesse mesquinho,
destruindo tudo pelo caminho.
‘É o fim.”.
(VITTORIO MEDIOLI, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de outubro de 2025, caderno A.PARTE,
página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
edição de 03 de outubro de 2025, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Sentimento de gratidão
Gratidão é um tratado
existencial escrito a várias mãos. Na verdade, um tratado essencial nos
processos de qualificação humana e espiritual. Não se tem formulação única e
acabada que ensine a cultivar a gratidão - trata-se de uma escritura
existencial que acolhe sempre novas lições, com variadas contribuições. Em cada
coração, a gratidão é página que alicerça o viver, uma luz que brilha a cada
dia, dando força e coragem para se seguir adiante. Um sentimento que é também
retrato da alma, pois revela verdades à interioridade humana que nem mesmo a
razão consegue expressar. Aqueles que são gratos perpetuam os dons recebidos,
redimensionando a forma de enxergar a realidade, de modo a não deixar que nada
anule a fonte das graças alcançadas. Ilustrativa e interpelante é a passagem do
Evangelho que narra o encontro de dez leprosos com Jesus. Após serem curados,
apenas um voltou para agradecer. Aquele que voltou, além da discriminação
sofrida em razão de sua enfermidade, ainda padecia do preconceito por ser estrangeiro.
O Mestre pergunta: “E os outros nove, onde estão? Os demais agraciados com o
dom da cura se desobrigaram do dever de voltar para agradecer. Esqueceram-se da
fonte de onde brotou a graça alcançada. Agir com indiferença, ao invés de
cultivar a gratidão, abre portas para o orgulho e a soberba que matam a
humildade.
A contemporaneidade
carece da nobreza de ser grato por tudo, até mesmo por um copo de água fresca
oferecido com amor. Todos recebem gestos de benevolência, favores grandes ou
pequenos, ajudas e reconhecimentos que se tornam alicerces para viver bem. Muitos
podem até não perceber, mas recebem, com frequência, dons e graças advindos da
bondade de outras pessoas, em diferentes etapas da vida. Isto significa que
cada pessoa deve constituir uma reserva de gratidão. Essa reserva pode
sustentar a vida, configurar a grandeza humana e espiritual que alicerçam o
viver de modo qualificado. A gratidão tem força para transformar o coração. Já
a ingratidão adoece, e o ingrato fere seu próprio benfeitor. Quem sofre mais é
o ingrato, pois apequena-se a partir da indiferença. Aprisiona-se no orgulho e
na soberba, esquecendo-se dos dons recebidos. O orgulho e a soberba, na
contramão da gratidão, cegam. Fazem o ingrato atribuir somente a si a
responsabilidade pelo bem recebido, desconsiderando seus benfeitores.
Naqueles que são
ingratos, frequentemente, a condição psicoafetiva fragilizada se revela
contracenando com formulações racionais, aparentemente lúcidas e cativantes,
mas sem força para agregar e convencer. O ingrato, sem o nobre sentimento de
reverência em relação ao semelhante e às instituições que, de alguma forma,
contribuíram com a sua vida, apega-se à convicção de que é “dono da verdade”,
aprisiona-se radicalmente em seu próprio ponto de vista, alimentando ações
autoritárias. Esse patológico sentimento de onipotência pode ser curado pelo
exercício da gratidão. Sem esse exercício, o ingrato torna-se um verdadeiro
escândalo, com posturas que impedem a prolação de uma palavra de reconhecimento
sobre o bem que recebeu. Ao invés de agradecer, justifica sua indiferença pelo
orgulho, com propensão a fazer nascer mágoas, a considerar-se vítima de
injustiças e até a envolver-se com sentimentos de vinganças. A ausência da
gratidão promove rupturas e leva à carência de gestos nobres, destrutivamente
ferindo vínculos de fraternidade e amizade, com incidências nefastas sobre a
solidariedade.
Quando falta gratidão a
Deus e a benfeitores, “encurtando” a memória e relativizando todo bem recebido,
as portas se abrem à inimizade que faz sombras à alegria do viver. Mágoas
silenciam o cântico do encantamento e tudo passa a ser enquadrado na mesquinhez.
Gratidão é remédio para combater a soberba e o orgulho. Ser grato é engajar-se
no rito que reveste o coração de simplicidade e sabedoria para reconhecer o bem
recebido. A gratidão atualiza a memória do coração e vence divergências que são
comuns à existência humana, pois libera amarras, possibilita ver o semelhante
sem rancores, preconceitos e discriminações. Gratidão é luz, ingratidão é
sombra. Gratidão é liberdade interior, ingratidão é prisão. Gratidão é
reverência, ingratidão é insolência. Gratidão é desapego, ingratidão é
mesquinhez. Gratidão é permanente ação de graças no altar do coração,
ingratidão é culto às mágoas. Gratidão é passo adiante, ingratidão é tropeço.
Ser grato sempre para
fazer brotar a sabedoria que arquiteta a autêntica fé em Deus e articula a vida
em reconciliação com o semelhante. Escreva e medite o seu tratado da gratidão
para qualificar sempre mais a sua vida, enobrecer seus gestos, fecundar sua
atuação, garantir a amizade social e a coragem de lutar pelo bem comum.
Gratidão por tudo, sempre, é investir no surgimento de uma nobreza que pode,
pela força de sua palavra e pela singularidade de seus gestos criativos, mudar
o mundo. A gratidão cura e traz paz ao coração, deixando-o repleto da sabedoria
essencial à conquista de avanços. Todos cultivem o sentimento de gratidão.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, através do amor
incondicional, com o auxílio da música, yoga, meditação e shantala – e muito
singularmente, do parto humanizado, aleitamento materno, nutrologia e estímulo
– sob a luz perene da excelência educacional
(0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 135 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2025, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,5 trilhões (44,3%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,7 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
– e sem qualificação - da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
64
anos de testemunho de um verdadeiro servidor público (1961 – 2025)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira: tendo por
substrato basilar a unificação das eleições, mandatos de 5 anos e fim da
reeleição para o Executivo... pois, o poder é para amar, servir e edificar -
jamais, jamais e jamais para subir, dominar, oprimir, destruir ou matar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana e espiritual, e, ambiental, com
pesquisa, proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A graça e alegria da vocação: juntando
diamantes ... porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
- Um hino de amor: “Nossa Oração” – Luiz Ayrão
...
- A arma espiritual mais poderosa do mundo: a
reza diária do Santo Terço!
- Helena Antipoff: a verdadeira fonte de alta
performance, através da filosofia, psicologia e teologia!
- Milton Santos: Por uma outra globalização do
pensamento único à consciência universal.
- A construção da civilização do amor (São João
Paulo II – Papa entre 16/10/1978 e 02/04/2005)!
- NeuroVox: A Criação, o conhecimento e o bem
comum!
- “A colheita é grande, mas os trabalhadores
são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua
colheita.” (Lc 10,2).
- Destrave seu cérebro: A excelência no mundo
das capacidades, habilidades e competências! – Renato Alves
- Deus acima de tudo e o Brasil no coração de
todos!
- Vozes que iluminam e palavras que edificam!
- “A Fonte da Juventude” (Peter Kelder – Livros
1 e 2) ...
- A última eucaristia e os caminhos do
renascimento.
- As luzes de O Poder do Subconsciente – Dr.
Joseph Murphy, Ph.D.
- Um verdadeiro e rico guia para a saúde
integral – Dr. David Perlmutter.
- A juventude bem viva: Torne-se mais jovem,
viva por mais tempo – Deepak Chopra, M.D. e David Simon, M.D.
- E que sejamos construtores de pontes entre as
pessoas, cidades e nações!
- A busca de uma nova maneira de viver:
ANTICÂNCER – Prevenir e vencer usando nossas defesas naturais, do médico DAVID
SERVAN-SCHREIBER.
- Um encontro com a luz natural no Discurso do
Método, de René Descartes.
- IBIRITÉ – Berço da Excelência Educacional!
- O papel do gari e a plena cidadania,
democracia e sustentabilidade!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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