segunda-feira, 4 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DO VOTO E A FORÇA TRANSFORMADORA DA VERDADE NA SUSTENTABILIDADE (20/150)


(Junho = mês 20; faltam 150 meses para a Primavera Brasileira)

“Seja intolerante nas urnas!
        Os instrumentos tradicionais da política não mais dispõem de condições de mediar eficazmente os problemas e pulsões da sociedade atual. A complexidade do presente fez a obsolescência das estruturas do passado. Na dúvida sobre o amanhã, navegamos na incerteza angustiada por respostas que ainda procuram palavras próprias. No hiato de uma narrativa histórica vencedora, a democracia moderna aguarda o surgir de um projeto político virtuoso e responsivo aos anseios de uma civilização com cada vez mais pressa e intensidade de viver.
         Objetivamente, a impressionante velocidade dos fatos contemporâneos é absolutamente incompatível com os procedimentos lerdos e vagarosos da política tradicional. Um exemplo explica tudo: os partidos políticos faliram em suas premissas e propósitos. No caso brasileiro, são tão falidos que precisam de bilionários recursos públicos para sobreviver. Ou seja, as instituições que deveriam libertar os cidadãos das amarras do Estado acabam por se tornar parasitas da sangria patrimonialista nacional.
         Sem cortinas, a decadência qualitativa da política brasileira compromete as legítimas ambições de um povo cansado de ser enganado. Infelizmente, as pessoas não acreditam mais nos políticos. Décadas de mentiras irresponsáveis resultaram no esvaziamento da capacidade de persuasão racional do discurso público. Agora, diante de desafios inadiáveis, como a reforma da Previdência, não há credibilidade política necessária à dinâmica composição dos interesses contrapostos.
         Como bem aponta sofisticada doutrina acadêmica, “a construção da democracia é um processo de institucionalização do conflito”. Em outras palavras, com o avanço civilizatório, a luta armada vem sendo gradativamente substituída por duelos retóricos à luz da razão pensante. Por assim ser, o encontro de soluções factíveis pressupõe a capacidade de diálogo e entendimento entre os plurais polos de decisão política. No entanto, quando a dialética se torna impossível, os conflitos tendem a se potencializar.
         Em tempo, a acentuada hipertrofia do papel do colendo Supremo Tribunal Federal (STF) bem retrata a aguda decadência das instituições políticas brasileiras, que, perdidas e desorientadas, acabam por remeter a um órgão técnico-jurisdicional inúmeras questões de natureza eminentemente política e, por assim serem, sujeitas à lógicas infinitamente mais complexas e fluidas que a fria letra da lei.
         Aliás, o esvaziamento da função deliberativo-decisória do Parlamento, além de importar perigoso déficit democrático, prejudica o equilíbrio e a harmonia entre os poderes da República, tornando o litígio, e não o entendimento público, em elemento protagonista dos acontecimentos sociais.
         Por tudo, não podemos mais estimular a marcha da irracionalidade que vem governando o Brasil. Temos que elevar nossa visão de mundo, enxergar os desafiadores problemas que se avizinham no horizonte e preparar as pessoas a navegar na era da tecnologia e da inteligência artificial. A tenaz advertência de Yuval Noah Harari, no sentido de que “não existe história predeterminada”, traz certo alento, informando que se um dia fomo um país corrupto, pobre e desencontrado, isso não significa que o futuro seguirá o mesmo destino. Para tanto, não podemos continuar sendo o que somos.
         O sucesso da democracia pressupõe uma sociedade civil vibrante, participativa e questionadora. Além da pressão externa sobre o sistema, a retomada de um discurso público pautado por premissas de verdade e integridade política constitui elemento essencial para a restauração da confiança popular nas instituições de poder.
         É prudente não mais brincar com a generosidade do povo. As pessoas podem tolerar o erro perdoável, mas não aceitam mais a mentira política desavergonhada. No final, a intolerância com aquilo que nos mata não deixa de ser uma reação positiva daqueles que buscam um viver mais saudável. E ser intolerante com os maus políticos é a melhor forma de exaltar a boa democracia.”.

(SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR.. Advogado, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de maio de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de maio de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Falar ou calar-se
        O descontentamento com a verdade é cada vez mais frequente. Alimenta a propagação de notícias falsas e a manipulação das informações para o atendimento de interesses mesquinhos. Cada vez mais, as tecnologias no campo da comunicação facilitam falar de tudo e de todos, sobre as mais variadas coisas, conforme o próprio interesse. Comprometida a verdade, a sociedade inteira perde o rumo e dificilmente encontra algum caminho promissor. Mas, na interioridade humana, no ato de falar ou calar-se está inscrita a fórmula para superar esse descompasso com o que é verdadeiro.
         Quando se deve falar? Falar o quê? E quando é oportuno e eficaz calar-se? Sobre os pilares do falar e do calar-se estão os processos relacionais, a condução da sociedade, a cooperação mútua e cidadã em defesa da justiça e do bem. Vale lembrar uma regra de ouro ensinada por são Gregório Magno, fecundado por suas experiências e tradição monástica, na sua famosa Regra Pastoral: o pastor seja discreto no silêncio e útil com suas palavras, para não falar o que deve calar, nem se calar quando é necessário falar. Importante esclarecer que a metáfora do pastor, originalmente ligada ao exercício do pastoreio no contexto religioso e confessional, também se aplica mais amplamente. Vale para o exercício de cada pessoa na condução da própria vida, no contexto profissional ou familiar, enfim, em tudo o que se faz no dia a dia.
         O “pastoreio”, neste sentido, remete às ações que objetivam o próprio bem e, sobretudo, o bem do outro. Assim, todos devem exercer um tipo de pastoreio, que pode ser avaliado a partir do bem que cada um promove na condução de suas responsabilidades. O exercício qualificado do pastoreio, quando se torna uma cultura, constitui preciosa alavanca para que a sociedade conquiste o desenvolvimento integral, com irrestrito respeito à vida. E a cultura marcada pelo bom exercício do pastoreio só pode ser conquistada quando são superados os modos de falar orientados pelas superficialidades.
         Ao se utilizar a palavra de modo superficial, comprometem-se entendimentos, atitudes medíocres são alimentadas e fecham-se horizontes. Consequentemente, essas atitudes são limitadas e pouco eficazes para gerar o que é bom. Assim, a sociedade permanece empobrecida, um lugar da indiferença que prejudica o exercício da cidadania. Falar com superficialidade faz com os muitos sistemas linguísticos disponíveis, em vez de contribuírem para a aproximação, configurem uma verdadeira Babel, que enjaula a cidadania na confusão. É lamentável, por exemplo, quando a fala de quem representa o povo é permeada por mentiras e objetiva somente conquistar certas metas – distantes do que é necessário ao bem comum, priorizando somente o interesse de pequeno grupo. Uma lástima, também, quando as relações familiares, profissionais, cotidianas, são orientadas pelos parâmetros da superficialidade.
         A incapacidade para falar o que é preciso, livre de inverdades, é sinal de uma falha grave na condição ética e moral do indivíduo. E só conquista a clarividência quem tem a ousadia de viver e falar sob o alicerce da verdade, algo raro nestes tempos de tantas manipulações para o atendimento de interesses questionáveis. Hoje especialmente, fala-se para agradar, mesmo sendo incoerente com as próprias convicções. Em outras situações, a verdade é “dita pela metade”, para alcançar certos objetivos pouco nobres. Pareceres são emitidos sem o conhecimento adequado da realidade, prejudicando a promoção da justiça, pois prevalecem subjetivismos. Fala-se o que interessa, para ferir imagens, ou mesmo para enaltece-las, até mesmo quando não são nada daquilo que se apresenta. Desprovidas de moralidade, essas atitudes não contribuem para o bem de todos.
         São urgentes investimentos para que haja qualificação da atitude de falar e de calar-se na sociedade. Nesse sentido, vale remontar ao conceito helênico de parresia, como dinâmica da linguem política comprometida com a verdade, base para a verdadeira democracia. Desse modo, a liberdade da palavra será de fato compreendida como força significativa na construção da sociedade justa e solidária. A postura do apóstolo Paulo pode inspirar modos nobres de se lidar com a palavra. Em seu compromisso de viver e proclamar autenticamente a fé, Paulo valia-se de verdadeira franqueza, sustentada pela coragem de dizer tudo o que fosse necessário, e não se calar por conveniência, arquitetando manipulações.
         A vida de Paulo é uma escola para todas as pessoas, sendo particularmente capaz de corrigir quem mais patologicamente fala ou se cala desrespeitando a verdade. É possível antever o bem e as consequências revolucionárias se o “pastoreio” de todo cidadão for exercido com sabedoria, sendo discreto no silêncio e útil na fala, “para não falar o que deve calar, nem calar o que deve dizer”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 331,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.